Dragon Zakura recebe remake para público da Indonésia

DragonZakuraIndonesia

Yo!

Eu não posso nem ver seus movimentos! Bora ver!

Saindo pela tangente, a Indonésia, um dos países que mais lê mangá no mundo, começou uma modalidade um tanto curiosa. O grande hit de Norifusa Mita, que brilhou nas páginas da Morning, vai ser publicado no país asiático. Mas não será simplesmente traduzido.

A editora Kompas Gramedia, uma das gigantes do mercado local, comprou os direitos da obra e vai refazer o mangá com artistas locais, reambientando o mangá para o país, com problemas, nomes e locais da região, com o próprio autor do mangá dando o aval. Em setembro, a série sai primeiro no aplicativo da editora e logo no começo do ano que vem, vira encadernado.

Dragon Zakura é uma série adulta, onde o ex-membro de uma gangue de motoqueiros Kenji Sakuragi, hoje um advogado que vai mal nos negócios, monta uma equipe de estudo em uma escola à beira da falência, com o objetivo de fazer os alunos mais desajustados chegarem à Tokyo Daigaku, a mais respeitada instituição universitária do país.

Fonte: Comic Natalie

news_large_1377238612main

O que eu acho? Você, como eu, provavelmente cagava praquelas ilhazinhas entre a Ásia e a Oceania. Mas eles consomem tanto mangá quanto a Coreia do Sul e os japoneses tem relações estreitas com o país. Essa editora, a Kompas Gramedia, virou notícia de tecnologia pelo mundo quando lançou seu aplicativo para leitura em 2012, o único no mercado local, mas que compete com aplicativos estrangeiros, como o da Amazon. O seu grande atrativo é a quantidade de material local, já que o grupo de mídia a qual a editora faz parte, é o maior do país e conta com materiais de muito apelo ao público, com preços variados, que começam com o equivalente à 30 centavos de reais, além de muita coisa de graça.

Reparou que a notícia diz que Dragon Zakura vai sair digitalmente? Ele vai virar conteúdo pro aplicativo deles e depois, vai ser impresso para quem quer colecionar. Exatamente aquilo que a Shonen Jump também está fazendo com a Jump Live. E acho que esse é o futuro do momento. O imediatismo ser suprido pelo digital e o preciosismo, pelo impresso. Vai chegar ao dia que quadrinhos e web comic não vão mais fazer sentido em coexistir e tudo vai ser só quadrinhos, em processos diferentes.

Mas a iniciativa de comprar uma série e reambientar no país é uma coisa interessante. Séries como Dragon Zakura dependem muito de contexto local e em outros países, funciona como curiosidade de quem gosta do Japão. Transformar isso em algo que se aproxima do leitor é genial e eu aprovo! E se rolar uma adaptação (no Japão, teve uma série pra TV – dorama é piada de mal gosto), ela também será localizada, aumentando o alcance. É mais ou menos como os Power Rangers, que são localizações de material japonês para a cultura ocidental. Além disso, dá oportunidades a desenhistas locais. A Indonésia transborda artistas talentosos, mas como em muitos mercados emergentes, ainda carece de criatividade nos roteiros. Só que eles parecem ter feito uma escolha parecida com a que a Coreia do Sul teve anos atrás.

Review de Dragon Zakura no Mithril, a série de TV. Se vai usar dorama, diga DRAMA mesmo. Ou passe a falar DOROGARIA. Xô, flango!

O governo coreano pagou estudos e estágios de artistas sul-coreanos nos EUA, Japão e outros países, para que eles ganhassem o know-how criativo dos mercados que exportavam material pro país. Em contrapartida, esses profissionais trabalhavam o mesmo tempo que estudaram no mercado local. E hoje a Coreia do Sul é esse monstro.

A Indonésia, por sua vez, está contratando estúdios e artistas consagrados para criar material local, misturando artistas de seu país com mestres oriundos de mercados maiores. Dá uma chance enorme ao colocar novatos para aprender em ambiente de trabalho o ofício e a maneira de pensar, alimentando um processo cultural local ao invés de virar colônia cultural eterna de outros países.

E, bem… já dá pra citar o Kamen Rider indonédio, o BIMA, né?

bima 12.36.36 AM

3 ideias sobre “Dragon Zakura recebe remake para público da Indonésia”

Deixe uma resposta