O mangá hoje é mais Gekigá do que nunca

Yo!

SE você NÃO leu uma vez, NÃO leia duas vezes! Bora ver!

Enquanto isso, na década de 70…

Há alguns dias (muitos, eu sei. Demorei pra postar), Eiichiro Oda  Osamu Tezuka deu uma entrevista onde ele comentava novamente sobre sua postura de se manter shonen a todo custo. Vamos falar dela antes pra ilustrar.

Perguntado sobre o anime, Oda Tezuka disse que se sentia abençoado por ter uma equipe de animação que entende o shonen e que não se rende ao “moe” seinen. Ele diz “quero estar bem no meio do que se pode dizer mangá shonen” e completa: o mercado de mangás hoje em dia está se rendendo à opinião feminina do Gekigá.

Aqui fica a linha do “nem li nem lerei” que vai ser compartilhado no Facebook com um “Oda machista Tezuka retrógrado, não comprem One Piece misógino Astroboy fantasioso”, “tão falando mal de shojo Gekigá de novo, malditas editoras brasileiras”, “o que é XIL?”. Obrigado à todos!

Agora, que tal a gente esmiuçar o que foi dito e conversar um pouco sobre o mangá ser shonen ou ser shoujo Gekigá? Vem comigo!

Lendo direitinho a entrevista e principalmente, acessando entrevistas anteriores de Oda Tezuka (não tem muitas, ele prefere fazer mangá do que falar sobre eles – ao contrário de mim, procrastinador do caralho!!), você percebe que o principal na afirmação não é uma birra por uma suposta ascensão do gênero shoujo Gekigá no mercado de mangás. Mas se volta à postura burra de editoras e produtoras de anime que se deitam preguiçosamente em pesquisas e fazem material para garotos, mas com um pouco de apelo para garotas e um fator de moe para os otakus adultos. Tudo para maximizar as vendas e aumentar a receita.

É verdade que hoje, mais da metade do público de quadrinhos no Japão é de mulheres adultos. Saber que a população japonesa também é em sua maioria de mulheres adultos, como é em praticamente todo o mundo, é irrelevante, já que não importa o motivo, mas sim saber que o mercado é alimentado por uma grande quantidade de garotas adultos que consomem não só revistas shoujo seinen, mas principalmente revistas shonen.

A Shonen Jump Shonen Sunday tem uma parcela estimada de público feminino adulto beirando os 70%. Em algum ponto, a revista foi se abrindo tanto para as garotas os adultos que hoje a publicação é a revista de mangás mais lida pelas mulheres, até em detrimento à revistas voltadas especificamente para elas. Não é difícil encontrar garotas adultos que adoram Naruto, GIntama Yamato, Kamen Rider e tantos outros mangás da revista, mais ainda do que sucessos voltados para elas, como Ao Haru Ride e Chihayafuru Golgo 13 e Lobo Solitário.

Não só isso. O público feminino adulto é mais participativo ativista. Quando uma garota um adulto gosta de um mangá, ela ele manda carta aos autores. Ela faz fanclube Ele faz grupos de leitura, compra itens, coleciona bichinhos ao menos compra os mangás. A maior parte dos garotos sequer manda a enquete de popularidade! E olha que ela premia com um PS4 carrinho de controle remoto e outras coisas bacanas!! Talvez seja algo com a forma com a qual o cérebro lida com essas coisas, não sei, mas é certo de que garotas adultos fazem mais barulho pelo que gostam do que os garotos.

Por isso, uma coisa que Oda Tezuka aponta é que é muito fácil se deixar levar pelas cartas das fãs e mudar a história para agradar elas os adultos. Só que ele diz que prefere trair as garotas os adultos a trair a criança dentro dele, que diz que isso é divertido e aquilo não. O resultado é que as poucas cartas de garotos que ele recebe também não o traem: eles gostam de um golpe, acham legal um personagem… garotos sempre gostaram disso!

Como artista de uma revista SHONEN – ou seja, voltada para garotos – ele tem um compromisso, que é o de agradar os garotos que o leem. Não os trair por causa de popularidade ou para vender uma figure a mais. O papel da classificação, seja shonen, shoujo, seinen, yonen, é o de dizer “se você pertence à esta categoria, você vai possivelmente gostar desta história” e não o de dizer “se você não pertence à esta categoria, você deveria ler outra coisa. Vá pra casa lavar roupa, sua menininha! trabalhar, seu vagabundo!”. Não é uma catraca que bloqueia a passagem, mas uma garantia de que se você se encaixa nessa classificação, isso foi feito pensando em você.

Sempre que se muda sua história para se adaptar aos novos tempos, você trai um público que gostava de seu trabalho. Você trai, principalmente, o que VOCÊ era quando criou sua história e se torna escravo de tendências, escravo do momento.

Se você quer romance realismo, você sempre vai poder ler em algum shoujo Gekigá.

Na década de 70, um grande movimento mudou o mercado de mangás por causa do crescimento dos filhos do baby boom. Aqueles que antes alimentaram o mercado de mangás passaram a repudiar e achar ele infantil demais. O público cresceu e os mangás continuavam infantis. Para atender essa demanda, o mangá passou a tratar de temas mais pertinentes aos jovens adultos, com uma profusão de revistas seinen. E as revistas shonen, perdendo público, passaram a mudar seu foco, investindo na tendência – seinen, e principalmente, o Gekigá, que nascia como uma resposta adulta e contestadora ao mangá.

A Shonen Magazine, uma revista que, por definição editorial, se alinha às tendências do momento e entrega o que seu público quiser, logo mudou sua postura para se adaptar, mas a Shonen Sunday, que sempre carregou o lema de ser “a revista do domingo, o único dia de folga dos garotos” preferiu perder suas vendas mas não trair seus leitores. Até que a Shonen Jump surgiu como a revista que misturou o Gekigá com o mangá para garotos e fez séries divertidas e fantasiosas com um traço mais maduro e temas mais polêmicos. Era uma revista antenada com o momento e ao mesmo tempo, respeitosa com o “shonen” em seu título. Mas a areia correu na ampulheta.

Da mesma forma que o Gekigá e o mangá adulto desvirtuaram o mercado de mangá para garotos uma vez, o otakismo e a presença forte das mulheres têm O Gekigá tem mudado o shonen mangá de hoje, cada vez menos um lugar para fertilizar a imaginação para as seções de luta de espada e golpes especiais em cima da cama. E, não me entendam mal. As garotas OS adultos são bem-vindas para entrar nesse clube do Bolinha chiqueirinho. Mas só não vale mudar a decoração! Na Shonen Jump Shonen Sunday atual, vemos que, apesar de tentar se manter “shonen”, ela se rende em vários momentos, por vontade/necessidade do autor ou da editora, não importa. O que importa é que cada vez menos se faz mangás puramente “para garotos”.

Por isso, acredito eu que é louvável que Oda Tezuka, o bastião que carrega as vendas e a popularidade do mangá, tome uma posição de ser fiel ao seu público original, à sua proposta inicial e principalmente, à sua vontade, independente de agradar ou não uma possível maioria que quer romance realismo em One Piece Kimba, o Leão Branco. “Se você quer romance realismo, você sempre vai poder ler em algum shoujo Gekigá”, diz. Aqui não!

E você? O que acha? As mulheres Os adultos realmente mudaram a forma como se faz mangá para garotos? Comente e discuta, faça a alegria do povo!

(versão modificada para se adequar ao mundo que está mudando :D Tezuka teve uma história levemente diferente)

56 ideias sobre “O mangá hoje é mais Gekigá do que nunca”

  1. Um autor tem que se manter fiel a sua obra, eu particularmente não gosto muito de one piece a historia não consegue me atrair ao ponto de ver toda semana acompanho uma saga ou um episodio esporadicamente mas vejo sim algum romance na obra por exemplo a historia de Golden D Roger e Portgas D Rouge os pais de Ace e também na saga que acabou agora pouco no manga a historia dos pais de Rebeca se eu não me engano era esse o nome dela são passagens de amor que são mostradas na medida certa para o gênero shonen pois o foco são as batalhas e a aventura e não “a magia do amor” portanto concordo com a colocação de Oda.

  2. Então, eu sou da velha guarda de mangás/animes. Sou da famosa turma que cresceu lendo HQs e Mangás, vendo DBZ, YUYU HAKUSHO, HOKUTO NO KEN, SAINT SEIYA, GUNDAM, PATLABOR, SAMURAI WARRIORS, DAI etc..

    Sobre os mangás e animes, eu hoje em dia me sinto meio perdido. Acompanhei NARUTO do inicio ao fim no mangá (não consigo ver o anime, é muito infantilizado) e ONE PIECE acompanho até hoje (mas da mesma forma não consigo assistir o Anime).

    Como todos sabem, são obras de mais de 15 anos, eu tenho 28 então comecei a acompanhar pelo menos aos meus 13-14 anos.

    Hoje em dia sinto falta de animes e mangas como antigamente, pancadaria, personagens overpower, poderes fodasticos, vilões com V maiúsculo etc..
    Não me importo com um pouco de romance, a final eles também te direito de serem felizes, acho q esses romances podem fazer evoluir novas sagas, colocando filhos do casal, que futuramente são mais fodasticos que os pais, bom essas coisas clichês. O que me incomoda hoje e infantilização e a falta de ação, carisma que antigamente existiam nas historias.

    Hoje leio os antigos, os remakes dos antigos ou novas historias sempre de histórias de antigos. Acompanho ONE PIECE e voltei com tudo no mundo das HQ’s americanas. São mais adultas, mais violência, poderes fodasticos e etc. Existem romances e é tudo balanceado.

    Alguma dica de novos mangás com a classe e estilo dos antigos?

    Obs: Death Note, Berserk e Bastard! também curto pacas

  3. não sei porquê essa fresura de querer feminilizar tudo que é voltado para o sexo masculino, se não gostam dos shonens vão ler shoujos que eu tenho certeza que vão gostar (ao invés de querer transformar tudo em ” romancezinhos ” e arco-íris), povo sem noção !!!!!!! PS: nunca vi um cara querer ficar mudando o que foi feito pra as mulheres, mas parece que mulher sempre tem que fazer drama e querer ficar dando ” pitacos ” em tudo que vêem (e depois que são ” massacradas ” vão querer ficar falando de machismo, misoginia e preconceito contra a mulher) !!!!!!!

    1. Recomendo a leitura de ‘Backlash: o contra-ataque na guerra não declarada contra as mulheres’, aí a gente conversa sobre homens não se metendo nas coisa feitas para as mulheres….

  4. Eu sou mulher,gosto de romance ,mas acho q se um mangá é shounem ele tem q continuar assim até o final ,alias se as garotas começaram a se intereçar por um shounen porque ele é como é se ele mudar pra tentar agradalas tem maior chance de perder fãs doq ganhar :P

  5. “Mimimi
    Mulheres malvadas invadindo o chiqueirinho duzomi!!!”
    Foi isso que eu li, principalmente nos comentários.

    Acho que existem duas forças que não estão sendo levadas em conta na sua devida proporção.

    Uma é a mudança ‘natural’ de tudo nessa vida. A vida em comunidade, a cultura, não é algo estático, talvez o conflito ocorra pela coexistência de diversas temporalidades em um mesmo período (a vida muda, mas os indivíduos não mudam todos juntos de uma vez). E coisas novas nem sempre surgem do nada (“Vão lá, meninas feias fazerem as obras de vcs e não interfiram nas nossas coiss”), mas do choque e da transformação de coisas preexistentes (como dizem os filósofos: nada surge do nada).

    A outra força seria o dinheiro (e nem digo mercado, pois sim, podem ocorrer mudanças para se adaptar a um gosto local/novos tempos – vide a Coca-Cola, mas outro fator é o dinheiro em si – como o fato da nossa cerveja ter mais milho do que cerva, podendo nem ser considerada como cerveja). Então uma revista pode escolher sua linha editorial conforme o que melhor lhe convir neste quesito.

    Contrapondo esses dois pesos, temos o artista. Que pode se curvar ou não a essas forças.

    Então cabe a ele(artista) as consequências de suas escolhas. Ele pode ser fiel a si e: ser reconhecido por isso/ter renome pra se bancar e bancar a sua obra ou se tornar um outsider, vivendo as alegrias e desgostos dessa escolha. Ou não… ele pode virar um Michel Teló ou um Seu Jorge, que se desvirtuaram daquilo que faziam em nome do sucesso (e aqui sem juízo de valor sobre o que eles fizeram e o que fazem hj).

    E…. bem… vivemos em um mundo em que o artista está mais em contato com seu público, mas cada um lida de uma forma. Eu acho que um artista de verdade não deve explicações pra sua arte. Ela fala por si. Então é meio triste ver alguém tendo que se defender….

    Pessoalmente, vejo um mangá do tipo One Piece como uma obra aberta (tal qual uma novela), não como algo pronto, acabado e imutável. O que eu acho importante é não trair a história, trair seus personagens (como alguns autores de novelas/seriados têm que fazer, por conta da rejeição do público) e isso significa criar histórias plausíveis dentro de determinadas expectativas.
    Parar do nada um arco para inserir um romance não me parece plausível.
    Mas… se aos poucos, se inserir um romance, não se seria estranho.
    Dessas duas opções, a primeira me parece errada, a segunda me parece exatamente o que ela é: uma opção, que pode ou não ocorrer.

    Agora falar que um romance pode/vai atrapalhar o desenvolvimento de uma história… faça-me o favor, né?! (pulei uns 3 arcos de OP por falta de paciência e o desenvolvimento da história não tinha saído do lugar…)
    Não vejo tanta raivinha assim pelos fillers (e tem grandes obras que estão cheias disso!).
    Essa questão tem um forte cheiro de guerrinha besta de ‘meninos’x’meninas’…
    Gente! A maioria aqui saiu da 5ª série faz tempo!

    Enfim… em uma narrativa, tudo é questão de COMO se conta.
    E vale lembrar que fã nenhum (nem um coletivo de fãs) é dono de uma obra.

    Bom… pra quem parou de paraquedas por aqui eu já escrevi demais…

    1. Na verdade um romance pode sim atrapalhar o desenvolvimento de uma obra a partir do momento em que ela é muito distante da realidade da mesma. O que acontece é que certas historias tem espaço para romance e outras não. Eu estava assistindo Fate/Zero, e gostei muito, mas se parasse o anime para ficar mostrando um casal ali e aqui e como eles se dão bem iria quebrar o ritmo da obra. Nada contra romances, eu gosto muito de romance, pelo menos em mangá/anime. É como você citou no caso das novelas, caso uma obra comece a sair do foco ele não funciona (e na novela só acontece isso).
      E o que o post do Sakuda diz (pelo menos na minha interpretação), é que o mercado se rende facilmente ao seu publico, podendo prejudicar a obra, mas aqui foi abordado o caso do publico sendo o feminino, provavelmente devido a entrevista que viu ser sobre isso. Ele resolveu tratar de um assunto tomando como base a entrevista.

      1. Concordamos, um romance PODE atrapalhar uma história. Mas, como discorri ao longo do meu primeiro post, tudo depende no COMO o autor vai guiar.
        (Desenhando, o que eu quis dizer é que: um romance por si só vai atrapalhar é o caramba! Pra isso existe contexto, ambientação, caracterização e o escambau, ROMANCE SÓ ATRAPALHA UMA HISTÓRIA SE O AUTOR FOR INCOMPETENTE!)

        E acho que foi nisso (no COMO) que o autor desse texto não foi muito feliz.
        (mas isso é questionável, né?! Se ele queria CORO, ele consegui – vide sua resposta e as dos demais-, mas… se ele queria realmente demonstrar como o mercado se rende ao público – como vc sugere – havia formas de escrever, tendo em vista um entendimento maior e melhor à situação, suscitando um DEBATE que não caísse em um Fla x Flu na casa do Flu…)

        Ps.: quer exemplos de romances que não atrapalham em nada uma história? Vamos sair um poucos dos mangás, pq parece sacralizado que romance=shoujo, e olhar pra HQ de Walking Dead. Temos vários rolos,paqueras e romances ali que não atrapalham a história, que servem para desenvolver um personagem e/ou sua história para uma coisa melhor ou não (a história da filha do Tyresse, Glen & Maggie, Carl & Lydia), ou que não fedem nem cheiram (tipo Jesus, lembrando que estamos falando de TWD HQ), mas ajudam a compor de alguma forma o personagem, acrescentam uma dimensão.

        Romance é uma parte da vida do ser humana. Sua presença ou sua ausência podem definir a história de uma pessoa (afinal, quase todos estamos nessa terra por um possível episódio romântico), ou uma fase, um ato, algo passageiro.
        Vcs não acham estranho uma história que corre por anos a fio tendo (quase) todos personagens CELIBATÁRIOS?!

        E só pra deixar claro: eu não defendo que TODAS as histórias (seja qual for o gênero) tenham um romance no meio, só estou levantando a bandeira que uma história bem construída não vai se arruinar pela presença disso, principalmente se a gente considerar as várias formas que essa dimensão possa ser acrescentada e não ficar com o clichê shoujo na cabeça.

        1. Ele se aproveitou de uma entrevista para expressar sua opinião, infelizmente ou felizmente foi sobre uma entrevista que citava o público feminino, que pode ter sido mal interpretada como “meninas não podem ler mangá de meninos”, por isso a troca de Shoujo para Gekigá, para deixar isso mais explicito, mostrando que serve para todos os casos. O caso do romance em historias, eu mantenho o que eu disse. The Walking Dead é sobre a natureza humana uma e possui um tom muito mais realista que muitos mangás, os relacionamentos amorosos, não interferem para o desenvolvimento, exatamente por ser tratada de maneira mais realista. Um mangá como One Piece não precisa de romance por ser uma obra bem inocente (poderia dizer até “infantil”) e muito de sua temática é a amizade e o companheirismo, por isso os personagens principais (Nami, Luffy, Zoro, etc) serão amigos, não irão se apaixonar um pelo outro, exatamente pela temática abordada ser a amizade, então ela vai tratar sobre isso.
          Quando digo romance nunca me referi aos mangás destinados ao público feminino, os chamados mangás Shoujo, mas sim a obras de romance podendo ou não ser destinadas ao público feminino. Como opinião pessoal, o romance é melhor quando a série se propõe a isso, não que a série seja exatamente para isso, mas já deixe dicas e um espaço para tal, que no maioria dos casos é assim, sempre há espaço para romance, mas porque de um jeito ou de outro sempre esteve lá, seja de uma maneira mais subjetiva, como uma mais objetiva.

          1. Hahaha
            Se continuar assim, nossos posts serão tautológicos.

            Enfim, pra mim, quanto mais complexa e com mais camadas tiver uma história, melhor.
            Continuo acreditando que em uma história bem amarrada e feita cabe tudo.

            Em terra de Oda, Toriyama é rei!
            E viva Dr. Slump!!!

    2. “”Mimimi
      Mulheres malvadas invadindo o chiqueirinho duzomi!!!”
      Foi isso que eu li, principalmente nos comentários.”

      Então você leu sob a ótica dos seus preconceitos. Termos como “duzomi” é tão idiota e preconceituoso quanto “feminazi”. Por favor, né?
      Os comentários são de responsabilidade de cada um e eu dou a liberdade para que cada um diga o que quiser, inclusive a besteira que quiser, desde que não descambe ao desrespeito desmedido. Então, sim, teve gente tratando isso como uma guerra por território besta, que eu evito.

      Com todas as pessoas bem intencionadas, eu conversei sobre o texto e ninguém teve dúvidas sobre a minha intenção nele, que é sobre pressão editorial e não o papel do público feminino em cima da obra.

      No mais, tanto quanto eu fui CONTRA as pessoas que minimizam valores com termos como feminazi, eu serei contra você e termos como duzomi. É ridicularizando assuntos sérios que se alimenta um ódio desnecessário e aumenta a pressão sobre uma questão que deveria ser debatida com a razão.

      Se tem algo sobre algum possível viés político-social que eu possa estar inconscientemente pregando, não é sendo tão intolerante quanto quem lhe aflige que você trará a razão.

      Ser tolerante é como a luz. Você não é tolerante entre os que pensam como você, você é tolerante quando pode conviver com quem pensa completamente diferente de você, assim como a luz só é visível na escuridão. Sejamos tolerantes, já que concordar é impossível.

      1. Oi, Fabio!
        Desculpa ter baixado no nível nas primeiras linhas.
        Me deixei levar pelo calor de discussões que eu estava tendo em outros lugares e pelo o que vi aqui nos comentários aqui.
        Talvez a chave para o entendimento do seu texto esteja nesse parágrafo:
        “você percebe que o principal na afirmação não é uma birra por uma suposta ascensão do gênero shoujo Gekigá no mercado de mangás. Mas se volta à postura burra de editoras e produtoras de anime que se deitam preguiçosamente em pesquisas e fazem material para garotos, mas com um pouco de apelo para garotas e um fator de moe para os otakus adultos. Tudo para maximizar as vendas e aumentar a receita.”
        Mas dar destaque a essa frase: “Se você quer romance realismo, você sempre vai poder ler em algum shoujo Gekigá.” não ajudou muito pro desenrolar da discussão.
        Li duas vezes seu texto (apesar do aviso) e, o que você puxa pra discutir sobre a pressão editorial, fica mais claro numa segunda leitura (e após seu comentário acima). Então, talvez falar a mesma coisa de forma diferente tivesse ajudado mais no debate e não teríamos tanta gente falando sobre romance (se aceita ou não) nos comentários.
        Espero que dos meus comentários o que fique seja: “Continuo acreditando que em uma história bem amarrada e feita cabe tudo.”.
        Acho super importante o autor não trair a si e, principalmente, a seus personagens. Vejo este como o caminho certo para uma boa história, tendo ela o que tiver.
        Abs.

    1. Não faço ideia, mas eu não apago nada. Mas tem um filtro do Disqus para links. Se tinha links, eu tenho que aprovar. E eu não tenho nem logado no Disqus recentemente…

  6. Para as obcecadas por romances ( e pior muitas são agressivas e não sabem o que é amor, não entendo essa hipocrisia sentimental ), há os doramas cheio de melosidade da Coréia do Sul. Não mexam nos animes antigos, e sim romances empobrece a obra, quero ver lutas, ação, conflitos e não romancezinhos. Feministas a todo vapor querendo entrar no mundo de entretenimento majoritariamente masculino. Não sei como é o público feminino do Japão em relação a animes, mas tenho a impressão que elas são menos agressivas que o público feminino daqui ( Ocidente ) . E na boa otaku feministo ? É sério isso cara ? Se eu vejo um cara desse na minha frente, eu ignoro prontamente. Acha que vai ganhar créditos com mulheres assim é ?

  7. Sou suspeito pra opinar sobre o caso, mas os meus 2 mangás favoritos, Hunter x Hunter e One piece, são quase isentos de relações amorosas entre os personagens, e acredito que isso enriquece muito ambas as obra. Se houvesse romance, os autores perderiam páginas importantes onde poderiam trabalhar assuntos mais relevantes a obra do que mera declarações e foras (particularmente prefiro que momentos assim não sejam mostrados).
    Fairy tail por exemplo, é um mangá onde existe um flerte muito forte com o shoujo, e o ecchi. Pra mim, Isso empobreceu muito a obra. Se o mangá focasse na aventura/ação/universo, além de trabalhar nas relações dos personagens de forma não banal e clichê, seria um puta mangá! Infelizmente é um mangá com o potencial já desperdiçado, e um caso perdido pra mim.
    Por fim, tem o fator de que as vezes o autor não sabe lhe dar com o tipo de elemento que o fã/público espera, então evita sabiamente mexer com isso.
    Logo, sou da filosofia que o autor deveria trabalhar com o que sabe fazer (num mundo ideal e sem fronteiras, onde todos se amariam), e não com o que é tendência, seja ela imposta por qualquer tipo de sexo, gênero ou idade.
    Bom texto Sakuda.

  8. Será que é tão difícil para as pessoas perceberem? Alguns shounens podem conter levemente algum tema de romance, mas não é essa a proposta. Como a indústria vem apresentando um excesso de moe e desvirtuamento de antigos conceitos (isso não é uma crítica ao novo, o novo é bem-vindo, mas com ressalvas) muitos “temas, gêneros ou chame como quiser” vem perdendo sua essência.

    Não vejo nada errado em lutar, reivindicar para que a fórmula original se mantenha.

    Existem pessoas que gostam de tênis e outras que gostam de futebol. Ótimo. O que aconteceria se introduzíssemos uma raquete no futebol? Opa! É um objeto interessante, mas não pertence, não é mesmo? Pois bem, é mais ou menos assim que vejo.

    Isso não quer dizer que devemos proibir a prática de tênis ou criticar aqueles que o preferem, mas caso queiram assistir o Nadal e o Federer, devem procurar outro canal; não é na Globo que passa.

    Desculpem-me pela analogia tosca e forçada, mas espero ter me feito claro.

    Parabéns ao Sakuda pelo texto, muito informativo e suscitou algumas discussões que prefiro que estejam no âmbito do saudável, amigável.

  9. Na boa, se quer romance leia historia onde isso esta no tema. Ngm fica pedindo pancadaria e magia em mangas como Ao aru Hide pq não eh um mangá pra ter isso. Logo shounen deve ter coisas shounen.

    1. isso tudo é coisa dessas feminazis que querem ” feminilizar ” tudo que é voltado ao público masculino, daqui alguns anos tudo vai se basear em uma ” saga crepúsculo ” e em um ” a culpa é das estrelas ” !!!!!! aff, tenho um ódio mortal por essas feministas !!!!!

    1. É uma escola do mangá, criada na década de setenta, durante um período de contestação social no Japão, quando o público leitor se tornou uma maioria de jovens adultos, que se negaram a continuar a ler “mangá”, que é um termo que conota uma infantilidade da qual eles queriam se distanciar.

      Gekigá tem por característica uma fuga da fantasia, por isso é visceral, realista e trata de problemas que as pessoas comuns vivem. Um bom representante é o Lobo Solitário.

  10. Sakuda, isto foi simplesmente brilhante.
    Usar tanto a forma e o conteúdo para passar tua mensagem.
    Parabéns. Há tantas formas de se ver este texto, de pensar sobre ele. Cara, este passou a ser um dos melhores posts do Genkidama. Acho que os redatores em geral devem ver isto e se colocar o desafio de tentar fazer algo melhor.
    Parabéns. Parabéns. Parabéns.
    Que venha logo um próximo post.

  11. Que sacada genial, Sakuda (sério, não quis fazer trocadilho). Só digo isso e vou ler os comentários, porque deve ter tanto vitimismo que vou rir.

  12. Gente, o Sakuda não alterou, ele criou uma nova postagem, apenas ironizando que o mesmo que ele falou antes do shoujo também se aplica a outras demografias, hehehe.

    Se olharem no histórico do Xil a anteriora que ele fala “de shoujo” ainda está ali.

    1. Eu NUNCA me auto-censuraria, ainda mais no meu próprio blog. Meus limites são o meu bom senso e eu escrevo só depois de pensar muito no assunto. E esse eu tive uma semana pra pensar bem. E ninguém me convenceu de que eu estou errado, os argumentos foram todos de pessoas que assumiram que a minha vida é um livro aberto e elas sabem de tudo sobre ela. Se eu realmente tivesse escrito algo que sequer mencionasse uma guerra dos sexos e uma postura sexista (machista o caralho) eu ainda assim, não mudaria o passado e só colocaria uma nota pedindo desculpas. Assumo meus erros, mas defendo até a morte meu direito de ser autêntico.

  13. Sakuda queria te dizer que vc é o membro do Genkidama que eu mais curto acompanhar pois vc é um cara sem ”bullshit”, mas não acho que vc deveria alterar o contexto da sua postagem só pq algumas(e alguns) leitoras se sentiram ofendidas com a ela, vc não teve essa intenção e o azar é delas(deles) por não saberem separar ”pensamento retrógrado” e ”machismo” de influência de fãs nas obras dos mangakás, vc não precisa se explicar, o texto está lá e vê maldade quem quiser, essas pessoas precisam aprender a interpretar

    1. essa coisa de ” machismo ” está igual ao ” racismo “, qualquer coisinha que você diz você é taxado de machista e/ou racista, que mundo de pessoas idiotas que nós vivemos !!!!!!

    1. Chamar as mulheres de feminazis é o cúmulo da falta de argumentos. De gente que não sabe do que fala.

      Não foram apenas mulheres que não gostaram do post do Sakuda, vários homens sensatos também mostraram ter uma visão diferente da do Sakuda.

      Filho, vê se aprende alguma coisa lendo algo que não seja mangás que não tem nada a oferecer.

      1. Concordo com você e devolvo. Assumir que a pessoa que te critica é parte de um estereótipo que você cultiva como seu inimigo é tão insensato quanto assumir que uma pessoa que toca na sua ferida é para te machucar.

        Não foram apenas homens que elogiaram os posts e entenderam que eu sequer imaginava uma guerrinha dos sexos aqui, COISA BESTA, que na verdade eu quero distância do meu blog, que é de entretenimento e com um clima de proximidade com os leitores – eu deixo todo mundo comentar e respondo na medida do possível todo mundo.

        Amigo, você está certo em seu argumento, mas sua postura em defender ele foi arrogante. Principalmente porque se reverter ela dentro do seu conceito, ela se aplica a você mesmo.

        Se somos mesmo iguais e realmente acreditamos nisso, temos que nos entender pela razão, e não nos entregar a trocas de ofensa e suposições de como as pessoas viveram suas vidas para falar o que falam.

        Perde em conceito pra mim, quem assume por conta própria o que a pessoa deve ter feito e se mina em certezas do que, na verdade, é incerto. Ou seja, você nem conhece o rapaz, critique a ideia dele, não o que ele é.

  14. O que vem acontecendo é que elas querem se meter em uma Obra em andamento , One piece é o grande Shonen Por Sua inocência e falta de sentido,poderíamos falar o mesmo de Fullmetal Alchimist só por Mulheres lerem acham que Ed eAl deveriam parar sua aventura e ter capítulos em estilo Romance , não por que era Um Shonen e parar No meio para agradar o Publico é ser desonesto e mudar a Forma de contala só para agradar meia Duzia pode te destruir , como exemplo Avatar que foi de Dragon ball Primeiro, Para Bleach a unica comparação , Historia aventura diversão, Para visual Mar o menos e Drama aborrecente irritante , ai você acaba com a sua Obra e irrita quem se importava com a historia os espantando dela e faz eles serem contrários a sua Obra .

  15. “o mercado de mangás hoje em dia está se rendendo à opinião feminina.”

    Eu realmente não tenho nada contra esse fato, mas que se crie novos e não mudem os velhos.

    Acho digno a posição do Oda de querer que sua obra se mantenha no que se propôs a ser. Eu amo romance, acho que pode sim se casar bem com “Shounen” por assim dizer, mas eu definitivamente não quero ver isso em One Piece, por exemplo. Só porque garotas começaram a ler, tudo tem que mudar? Isso é ridículo. É igual um monte de pessoas indianas (ou apreciadores) frequentarem um restaurante de comida italiana e insistir para adicionar comida indiana ao cardápio. Que coisa mais sem sentido… Claro que se adicionar vai vender mais e agradar a mais público, MAS É UM RESTAURANTE ITALIANO! Não se pode ir lá esperando comida indiana. Tem obras shounen que não tem romance, nasceram assim, visando um público que busca essa ‘falta de romance’. Aí vem gente nova e o romance, o moe (Eu amo o moe, talvez o moe deva dominar mesmo, mas deixemos para lá essa questão), etc, deve ser adicionado no “cardápio”?

    Se a obra passar a ser o que a maioria do público quer em vez do que o autor quer, a obra não é mais do autor (Algo assim foi dito em Bakuman também, não é?). Não é isso que chamamos de “fanservice” em um âmbito mais aberto? E eu definitivamente acho que isso estraga a obra. Novas obras se adaptam ao mercado atual, as mais velhas devem terminar o que começaram da forma que se prepuseram a ser, princípios de lealdade.

    Acho sim que o aumento do público feminino mudou coisas e continuará mudando. Acho legal e até apoio, todos merecem atenção, os mangás podem ganhar até mais espaço para se explorar. Mas isso não deveria de maneira alguma interferir no que já estava caminhando (E de uma forma negativa na maioria das vezes. Um fiasco no caso de… Melhor não citar) e muito menos impedir de novas obras caminharem nesse caminho.

    No fim… Nem sei se eu peguei a real ideia do objetivo do post, ehuehue. Bem, se eu falei merda, estejam livres para tacar… Esponja. Não taca pedra que dói, pô!

    1. Se você não pegou o objetivo, então somos dois. Hehe!

      Muito legal seu comment! Mas coitado do Bob, ele não merece ser tacado…

  16. Faltou riscar algumas “mulheres” e “elas” (no 10º parágrafo) :P
    Gostei do estilo do(s) post(s). Mostram bem como o mangá (e as classificações demográficas) vai (vão) mudando com o tempo.

  17. Caraca, genial hahah. Toda vez que aparecia um “corte” no texto eu dava risada aqui.

    Mas sobre o assunto em si, eu até gosto de shounens mais sérios. Claro, aqueles que ainda mantêm a “essência original” também me agradam, mas, ultimamente, minha preferência vem mudando. Apesar disso, ainda gosto de ver personagens lutando, soltando poderes, etc, então não acredito ser um problema meu com a demografia.

  18. Lamento, mas a comparação entre “mulheres/garotas” e adultos, não funciona. Pode ficar bonitinho no texto, mas não é válida.
    Oda foi machista como a maioria dos japoneses, ou seja, é a norma.
    Achar que os mangas não possam evoluir e mesmo sofrer influências de outras demografias e públicos é o comportamento típico de gente que quer manter seu nicho só pra si. É a reação dos conservadores à inovação. É exatamente um “Vá pra casa lavar roupa, sua menininha!”.

    1. Rapaz, eu lavo minhas roupas, eu cozinho minha comida e eu arrumo minha bagunça, mesmo tendo minha mãe por perto. Acho que as pessoas precisam parar de apontar dedos e dialogar, como eu, felizmente, pude fazer com muitos por aqui. Terminei o post dando o espaço para a conversa. Todos são bem vindos.

      Mas se eu tenho um preconceito, e isso eu nem ligo de você apontar dedinho sujo, é com vitimistas do pelo do ovo.

    2. machista ? parece que algumas pessoas tem um sério problema em entender que as pessoas tem gostos diferentes, e é exatamente por isso que foram criadas as categorias voltadas para cada público (shonens/shoujos/seines/joseis), se quer ver aventuras e batalhas épicas assista um shounen, se quer ver romance e drama assista um shoujo, será que é tão difícil de algumas pessoas colocarem isso na cabeça ? o Oda tem toda razão, uma garota não ir assistir shoujos para querer transformar shonens em shoujos é no mínimo RIDÍCULO, e mesmo que tenha sido um: ” Vá para casa lavar roupa, sua menininha ! “, não foi nada mais do que merecido por serem tão escrotas assim (um pouco de noção faz bem) !!!!!! PS: é como foi dito no texto: ” ninguém está proibindo garotas de assistirem shonens, se quer assistir um shonen então assista, mas só não venha querer fazer casaizinhos românticos e encher ele de florzinhas e arco-íris ” !!!!!!!

  19. Esse texto (que foi uma resposta espetacular, diga-se de passagem) é algo que mostra que se as coisas seguirem como estão no futuro não vai mais dar para se escrever nos blogs, só desenhar…

    1. Tem pessoas que parecem que não tem pele na carne, bate um vento e já sentem dor. É uma pena. Enfim, todos são bem-vindos no XIL, pra comentar e se divertir.

  20. Agora ficou mais claro o que você quis dizer.Entendi mais claramente agora hahaha
    Mas continuo achando que essa necessidade de ”ser fiel” não é algo que necessite ser conservado (tanto que as Revistas realmente não estão conservando tanto esses valores)
    Obrigado ! Agora acho aquele post anterior menos babaca =D

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