Yo!
Teorias e muitos, muitos spoilers! Entre só com seu cinto de segurança! Bora ver!
Entre sexta e sábado passado, estreou o último capítulo da longa saga de Gundam UC, o mais recente capítulo da saga do Universal Century de Gundam. Eu fui maratonar a série toda com o pessoal do Principado Zeônico, um grupo de amantes de Gundam no Facebook cheio de amigos, neste último final de semana, em dois dias, no Anime Sampa.
A série tem só sete episódios, todos com duração de mais ou menos uma hora, menos o último e… se eu coloquei que vai ter spoiler, eu presumo que você entrou aqui sabendo do que se trata, né? Então vamos ao que importa.
Gundam UC não é só a mais bem produzida série de Gundam, de longe (animação impecável, tratamento realmente único, formato… não foi feito pra se adaptar a uma demanda de mercado, e sim para que o mercado o abrace), mas também é a de conteúdo mais polêmico e revolucionário para o cenário. A série toca na própria essência de uma era, o que me leva a crer que o “UC” do nome está mais para Universal Century do que para Unicorn, o nome do Gundam da série.
Apesar de ter vários dos eventos constantes da franquia de Gundam na trama principal, a história do cenário é que acaba sendo um segundo protagonista. Enquanto acompanhamos o romance de Banagher e Mineva rolando em meio a uma corrida por um tesouro secreto, o que acaba sendo enriquecedor na história são os detalhes do universo, a política e como isso influencia todas as histórias anteriores do Universal Century.
A caixa de Laplace (ou La+, não consegui ver qual é o certo ainda) tem o status de um texto apócrifo da Bíblia a série toda, dizendo que vai derrubar a própria estrutura do mundo. E esse item tão importante ser um marco histórico do tratado que criou a Federação e o Universal Century na última noite do calendário ocidental só reforça essa visão de ter no próprio universo um protagonista.
O papel do personagem central, Banagher, é de ser uma ferramenta de evolução do cenário enquanto ele próprio tem sua evolução mais tímida. Banagher é o herdeiro dos terroristas, do segredo, e é a chave que cria o último conflito do Universal Century na trama. Ele é o elo, onde eu arrisco que se encaixa o sobrenome Links. Ao fazer o retcon (recontar o passado), Syam Vist dá o passo seguinte para o engrandecimento do cenário, enquanto Banagher só atua realmente protegendo o clímax. E se o holofote de toda história é sempre no protagonista, como o próprio Tomino diz em seus livros teóricos, o centro do clímax da história é o discurso de Mineva, que faz o Universal Century receber uma nova perspectiva.
É como em Game of Thrones, em que os personagens protagonizam seus capítulos, mas nenhum deles protagoniza a trama central, que é sobre Westeros. Talvez por isso que a novel, a versão original da história, termine com a morte de Banagher. Ele já teve seu papel para o Universal Century. E também é o derradeiro capítulo para Amuro, Lalah e Char, que por mais duro que seja admitir, são também partes de uma máquina que tem o universo como centro. E é por isso que, dentro da franquia “Gundam”, o Universal Century seja tão especial. Ele não é o cenário da história de Amuro, Camille, Char, Judeau, Banagher… Ele é o personagem que evolui, aprende e cresce mais. É o protagonista.
Visto dessa forma, avançar a cronologia desta “personagem” até Gundam F-91 e VGundam nos leva a imaginar o que aconteceu durante esses anos em branco. Mais, com o final de UC daquele jeito, nos leva até a acreditar que havia intenção em selar de vez aquilo de que a linha do Universal Century, na verdade, se estende até os tempos de Turn A Gundam, e apenas séries como SEED e 00 seriam completamente distintas. E sabendo que a série seguinte da “cronologia”, G Gundam, seria na verdade uma trama dentro do Universal Century até a Bandai exigir alterações, dá pra imaginar como as coisas teriam sido se nunca tivessem aberto as portas dos universos alternativos da franquia.
Psycho Frame controlando os mobile suits sem cabines e controles, Psycho Field sendo controlado completamente, mobile suits pessoais ao invés de pertencerem a um poder militar… G Gundam ia ser um tapa na cara, de um jeito ou de outro.
Com o fim, Gundam UC fechou um ciclo inicial do Universal Century. Agora, nos resta anos de especulação para tentar ligar essa série com a cronologia, até alguma nova história expandir o universo novamente.
-Agradecimentos aos membros do Principado Zeônico.
Extra.
Algumas questões do capítulo, comentadas.
Angelo se matou? (ah, você sabe…)
Eu acredito que não, que foi o Banagher, por causa do pózinho verde no espaço, instantes antes. Olha nessa imagem acima!
A espiã da tia Martha mandou um sinal?
Eu acredito que não. Só se o sinal foi “se ferrou, agora mantenha o bico calado”.
Por que não destruiram o Neo Zeong sem piloto?
Porque o Neo Zeong não estava sem piloto. O Full Frontal controlava usando o Psycho Frame em sua máscara. Saca só a segunda imagem e as cordinhas no Neo Zeong.
Quem é o culpado pela morte de Marida?
O Alberto. O Riddhe foi manipulado e influenciado pelo Banshee, mas quem o colocou lá foi o Alberto.
A caixa de Laplace era tão importante assim?
Acho que em certo ponto da política, sim. Mas no atual momento do Universal Century, ele seria apenas um grande escândalo, um mensalão para a política da Federação. Só que fazer barulho e realmente mudar alguma coisa são duas coisas diferentes. A falta do artigo dos newtypes não faz tanta diferença em um mundo onde eles fizeram todos duvidarem que isso sequer exista.
Full Frontal morreu?
Acho que não. Mas é como se tivesse morrido. Ele perdeu a essência de Char. Legal é que nessa cena, vemos Lalah e Amuro também, mas só Lalah e Char vão buscar o pedaço de Char que ficou em Full Frontal. Depois, Amuro só diz “Já resolveu tudo que faltava?” e os três vão se unir ao espaço.
O que Angelo viu?
Acho que Angelo percebeu que Full Frontal morreu, mas não em sofrimento. Quer dizer, acho que o Full Frontal ainda está de certa forma vivo, mas como um vegetal engendrado genéticamente. Uma mistura de Puru com Camille depois de Zeta.
Kai aprendeu inglês de Char’s Counterattack pra cá?
Sim, acho que ele fez aula. Melhorou. Mas pra um repórter/espião, as anotações dele são muito óbvias!
A viagem temporal mudou o tempo ou conectou com a Psycho Field?
De jeito nenhum. É só viagem de ácido. Aproveite o fan service.
Pra fechar, mais umas imagens de Gundam UC e algumas zoeiras que eu fiz.
Para mim o Full Frontal era o Amuro, o que talvez explica o espirito do Char e da Lalah pegando o espirito do Amuro já que no final do filme o Contra Ataque de Char era mais provavel o Amuro sobreviver do que o Char, já que o Amuro tinha o Nu Gundam e o Char estava preso nas rochas do meteoro que ia atingir a Terra e sem falar que o Amuro tinha mais qualidade de newtype que o Char.
“Gundam UC não é só a mais bem produzida série de Gundam, de longe (animação impecável, tratamento realmente único, formato… não foi feito pra se adaptar a uma demanda de mercado, e sim para que o mercado o abrace), mas também é a de conteúdo mais polêmico e revolucionário para o cenário. A série toca na própria essência de uma era, o que me leva a crer que o “UC” do nome está mais para Universal Century do que para Unicorn, o nome do Gundam da série.”
Errado. Num quesito de época/produção, a série mais bem produzida é Stardust Memories, que tem traço e animação extremamente bem feitos pra um OVA de 1990. Unicorn leva mais de 6 meses pra ter um episódio animado, a qualidade é boa considerando essas proporções, mas não mais do que isso. Sim, Unicorn podia ser mais bem animado do que é, já que os OVA’s tem 6 meses de produção cada um, e hoje temos recursos muito maiores que os de 1990.
“Apesar de ter vários dos eventos constantes da franquia de Gundam na trama principal, a história do cenário é que acaba sendo um segundo protagonista. Enquanto acompanhamos o romance de Banagher e Mineva rolando em meio a uma corrida por um tesouro secreto, o que acaba sendo enriquecedor na história são os detalhes do universo, a política e como isso influencia todas as histórias anteriores do Universal Century.”
Isso poderia ser bom, se os personagens de Unicorn não fossem espantalhos apáticos que só fazem o que ta no script, e se a narrativa da série não fosse tão esquizofrênica e confusa. Os fatos são simplesmente jogados ali, e não narrados de uma forma que o espectador possa compreender com clareza.
“G Gundam, seria na verdade uma trama dentro do Universal Century até a Bandai exigir alterações, dá pra imaginar como as coisas teriam sido se nunca tivessem aberto as portas dos universos alternativos da franquia.”
Como anime em si, G Gundam é muito bom. Por mais que hateiem.
“Com o fim, Gundam UC fechou um ciclo inicial do Universal Century. Agora, nos resta anos de especulação para tentar ligar essa série com a cronologia, até alguma nova história expandir o universo novamente.”
Isso soou como se o autor ignorasse a existência de outras produções do UC que ainda nem foram animadas, como Hathaway’s Flash, Gundam Crossbone, Sentinel e Gaia Gear. Séries que até agora, de acordo com seus respectivos formatos, são superiores aos OVA’s de Unicorn, que de bons só tem aparência(animação e trilha sonora, além do traço), pois o enredo e a qualidade dos personagens é bem medíocre de um modo geral.
Cade aquele Manual pra quem quer se introduzido (úii!) no universo Gundam?
Aqui o negócio é hardcore, mas quem sabe um dia…
Foi muito legal assistir o UC contigo e com o Principado!!! (Brigada pelos agradecimentos, eu que agradeço!) Adorei as observações, e também saber que depois de tanta luta, Amuro, Lalah e Char viveram felizes pra sempre fornicando as almas no espaço q
A primeira de muitas, né? Imagina o nível da brincadeira dos três pelo espaço, né? Hehehehe!
Sakuda,quem é o velho que de vez em quando aparece deitado em sua cama?Não sei de onde é aquele personagem.
Só fala no último episódio. Se quiser o spoiler, continua aí.
Ele é o terrorista que roubou o marco da Federação. E é avô do Banagher. E um dos primeiros newtype.
Você acha que o reset no UC com o Gundam the Origin,representa um nova rota que poderá ter mais liberdade criativa ou novamente o processo criativo será conturbado pelo financeiro?
Acho que eles já tem poder para ter autonomia e público cativo pra bancar qualquer loucura. Enquanto os fãs de Gundam não morrerem, a Sunrise pode lançar um Gundam que solta bolinhas de sabão contra seus inimigos e as pessoas irão acompanhar e comprar os produtos.