Mamoru Oshii se tornou mundialmente famoso por sua adaptação em longa metragem de Ghost in the Shell, de Masamune Shirow. Ele arriscou alguns filmes com atores e teve resultados muito longe do desejado, mas será que agora vai?
O negócio rolou num programa ao vivo via streaming na internet, no Nico Nico Douga. Se juntou uma trinca de peso. O produtor Toshio Suzuki, responsável por todos os filmes da Ghibli, de A Viagem de Chihiro à Nausicaa; o presidente da empresa de games para celulares Dwango, Nobuo Kawakami e o próprio diretor conversavam sobre vários assuntos, quando surgiu da boca de Suzuki: “E você vai fazer um filme com atores de Patlabor, não é?”
Depois de ficar sem jeito, tentar desmentir, Oshii admitiu. “Escondi por três anos de todo mundo e você falou aqui, assim?” Suzuki é famoso por suas trolladas, principalmente em grandes nomes, como em seu amigo de longa data, Hayao Miyazaki. Não podia acabar por ai…
“E você pretende fazer isso lá fora, né, conta aê!”
Oshii respondeu brevemente “Isso é outro papo…”
Depois disso, o papo voltou para outros assuntos, como o que deveria ser o mais interessante, o fato do presidente de uma empresa bem sucedida que entrou para o Estúdio Ghibli como aprendiz, sem salário, para aprender o know how de um dos mais tradicionais estúdios. Mas ficou o gostinho da bomba de Oshii.
Pra quem não é otaku e ainda tá aprendendo sobre o que é bom na vida, Mamoru Oshii é diretor de Ghost in the Shell, o aclamado filme que virou referência e abriu as portas do mundo, junto de Akira, para as animações japonesas. Respeitadíssimo no meio, ele tentou levar seu estilo perfeccionista e detalhista de vez para o cinema tradicional, com um ou outro filme, como Avalon, que não teve a recepção que suas animações tiveram.
Patlabor foi um de seus primeiros trabalhos grandes, em longa metragem, já apontando para o caminho que iria seguir. Criado por Oshii dentro do grupo chamado Headgear, a história mostrava um futuro próximo para a época, 1998, onde robôs eram usados para diversas atividades numa Tóquio próspera. A Segunda Divisão de Veículos Especiais da Polícia de Tòquio é o centro da história, onde seus oficiais cuidam de crimes envolvendo outros desses robôs, os Labors. A série foi um sucesso monstruoso, inclusive com o mangá de Masami Yuki, de Tetsuwan Birdy.
A perspectiva de um filme com essa temática bate com o Robocop do José Padilha, problema é que faz uns bons anos desde o último filme memorável de Oshii. Ainda assim, vale a pena esperar as notícias, afinal, por enquanto, ele parece só estar mexendo os pauzinhos por debaixo dos panos. Felizmente, temos sempre os trolls para jogar isso pro mundo dar a cortada!
fonte: Cinema Today