Short Peace – Katsuhiro Otomo junta grandes nomes para coletânea de curtas

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Yo!

Quem assistiu Akira levanta a mão! Quem assistiu mais de dez vezes levanta as duas mãos! Sim, Goku poderia ter feito isso pra aumentar a Genkidama!

“Eu curto anime” mas nunca assistiu Akira? Até quem não assiste animes já assistiu Akira! AI, QUE VERGONHA DE VOCÊ! Sugiro que mude isso e compre um DVD ou Bluray de Akira, que tá baratinho!! E pode me agradecer depois.

Pois é, Otomo tá todo serelepe. Não bastasse o ótimo resultado de sua exposição, ele agora está lançando uma coletânea de curta metragem, animados só pela nata da animação japonesa. Porque não basta ser bom, tem que ser uma lenda pra trabalhar com o Otomo. Saca só o naipe das figuras que animam a coisa!

Koji Morimoto

Animador veterano, trabalhou na outra compilação de curtas do Otomo, Memories (que também é uma obra de arte disfarçada de desenho) e acabou pegando uma vaga no projeto Animatrix, da Warner Bros, pra promover a trilogia Matrix na época. Ele tomará conta da animação de abertura.

Shuhei Morita

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Animador em CG, trabalhou com Otomo antes, em Memories Freedom (que não é tão obra prima assim), mas compensa sendo o diretor de Kakurenbo. Ele dirigirá a história chamada Tsukumo. Concept Design do artista 3D Keisuke Kishi.

Hiroaki Ando

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Também trabalha com CG, fez Tekkon Kincrete. Mas antes trabalhou em Steam Boy com seu chapa, Otomo.  Sua história será GAMBO. Character design de Yoshiyuki Sadamoto, de Evangelion (Ahá! Então é isso que vai atrasar o mangá de Eva!). Diretor de criação é Kazuhito Ishii.

Katoki Hajime

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Designer mecânico famoso por seu trabalho na franquia Gundam e reimaginando designs na revista Hobby Japan, Hajime é um dos mais requisitados designers de robôs e também já trabalhou animando e dirigindo um pouco. Ele vai trabalhar em cima de material de Otomo, na história Bukiyo Saraba. Design de personagens de Tatsuyuki Tanaka, que trampou com Otomo em Akira e assina como Cannabis quando trabalha de ilustrador.

Katsuhiro Otomo

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Elogiado por Tezuka, Miyazaki e quem mais aparecesse, Otomo é aquele tipo de cara que elevou o pop ao status de arte. Seus mangás são incríveis, suas animações são na maioria impressionantes e até suas ilustrações são ímpares. Ficou famoso mundialmente por Akira, a obra cyberpunk japonesa definitiva. Ele dirige Combustible (Hi no Youjin na versão japonesa), curta que estava na lista do Oscar, mas acabou não entrando. Se bem que era um ano difícil de ganhar, Paperman é… uou, né? Os designs de personagens são de Hidekazu Ohara, que trabalhou em Memories do Otomo, além do Nihon Mukashi Banashi (que eu citei algumas vezes no Fala OTAKU) e várias pérolas (achei até um Hobbit no Bouken no meio de suas obras. Tolkien??). Música por Makoto Kubota.

O tema da coletânea foi usar o Japão como palco para histórias sobre cultura, passado, presente e subcultura, tudo para gerar animações relevantes e atemporais que representem com orgulho a animação japonesa de alta qualidade. Não poderia esperar menos. É como fazer uma reunião pra escolher o novo papa e chamar Pedro, João, André, Tomé, Matias, Filipe, Paulo…

Otomo também lançou uma coletânea de histórias curtas na década de setenta com o mesmo nome, mas aparentemente, não tem muita ligação, já que os outros artistas estavam livres pra criar.

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No site oficial, temos poucas informações, mas vale a pena dar uma olhadinha. Versão em inglês e japonês, mas os japas tem um site um pouquinho melhor.

Estreia 20 de Julho, nos cinemas do Japão.

O que eu acho? Sabe, eu defendo que mangás e animes precisam ser pop, entretenimento de massa mesmo. Não curto muito aquelas cabeçadas de dizer que “tem que valorizar como arte”, sei lá, acho que é consequência. Mas tem gente que realmente consegue fazer isso, dando um nível maior de credibilidade à mídia. São os caras que a gente chama de gênio, que contribui de uma forma inestimável em algum sentido. Eu realmente bato palmas para gente desse nível, aprecio muito o trabalho. No caso do Otomo, o Tezuka, que era completamente contra essa visão de endurecer e dar status de arte ao mangá, disse que ele era a única pessoa que o fez se arrepender de não aprender a desenhar bem. Parece que Tezuka parabenizou Otomo pessoalmente por Akira. E isso não é pouca coisa, Tezuka não parabenizava nem seus ex-assistentes!

Mas é aquela coisa. Adoro apreciar, vejo com muito bons olhos, mas não é minha praia. Tô bem sendo mundano! Deixo o lado arte pra quem vale a categoria. Gênio? Não, obrigado!

 

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