Menos chance no ProAC, quadrinhistas

ProacMenorYo!

Notícia perturbante pra quem faz quadrinhos no Brasil. Diretamente do ótimo Blog do Paulo Ramos.

O ProAC, edital de cultura que financia projetos culturais, mantido pelo governo do Estado de São Paulo, cortou pela metade as vagas para os projetos de quadrinhos este ano. As dez vagas viraram cinco.

deb e espada closeBDando um migué, eles subiram a verba individual, de 25 mil reais para 40 mil. Mas reduziram os custos totais, de 250 mil para 200 mil. Um buraco que não foi explicado oficialmente, mas profissionais e curiosos do meio comentam que pode ser pela falta de comprometimento dos próprios artistas. Alguns projetos que levaram a ajuda anteriormente aparentemente ainda estão na gaveta. VERGONHA DE VOCÊS.

O que eu acho? Têm editoras que se especializaram em pegar artistas com o ProAC, mas mesmo com essa grana (que paga uma tiragem modesta) os álbuns continuam caros. Incontestávelmente, sairam coisas maravilhosas, como os que ilustram este texto, destaque pra Bando de Dois, uma das melhores coisas que já sairam de quadrinhos nacionais.

Outra é a palhaçada de ter artista que pega a grana do edital e não publica nada, fica enrolando mais de um ano. Isso tira o espaço de algum outro, ferra com a credibilidade dos artistas que estão nessa com SERIEDADE e alimentam o discurso de que temos um mercado sustentado em muletas, que despenca se tirarmos a ajuda. Coisas com a qualidade de Fade Out ou Jambocks sairiam normalmente em outros países, com um mercado mais saudável de quadrinhos, justificando sua publicação com vendas, não com dinheiro do governo.

O buraco é mais embaixo, então não dá nem pra culpar quem aproveita essa oportunidade, nem um governo que cria ela. A resposta disso tudo é cultural, mas muito mais entalada no fundo da lata da história do país.

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