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Historias antigas e personagens bons.

Yo!

Eu estava arrumando meu quarto, coisa que soh acontece em ano bissexto, e milagrosamente aconteceu esse ano. Entao, no meio da bagunca, achei algumas historias antigas, umas que me deixaram particularmente orgulhoso, outras, nem tanto.

Eu pretendo algum dia poder avaliar algumas delas aqui. Tenho varios capitulos de Dream Maker, uma comedia romantica que fiz no impulso de I”s e outros mangas que eu lia na epoca. Tem o meu primeiro fanzine publicado, Demon, que eu criei anos atras, aos dez, onze anos. Uma historia nada saudavel pra uma crianca escrever, sobre um cara que faz um pacto com o demonio e volta ao mundo dos vivos pra descobrir que toda sua vida jah andou sem ele. Logo em seguida, Todd McFarlane anunciou que seu titulo, na vindoura Image Comics, tinha a mesma ideia.

Pra mim, a historia era completamente diferente, apesar da mesma premissa. Voltando minha memoria, lembro de como fiquei revoltado quando soube disso, mas pensando bem, Spawn era bem diferente. Demon era humano, somente um grande feladaputa, sadico, mentiroso… Minha diversao na epoca era criar as torturas e ameacas mais estupidas, do tipo arrancar a pele com uma colher de pau, quebrar os dentes e fazer engolir… Meus amigos morriam de rir com essas ideias estupidas.

Alem de tudo, ainda tinha a mascara, que era uma copia clara da mascara do Wolverine. Na epoca, eu lia X-Men religiosamente, o que explica. Todo mundo tem um heroi copia de outro. Mais pra frente, me cansei dos meus colegas de zine chamando Demon de Wolverine de ferro e mudei o visual, tirando a mascara e colocando um tapa olho, pra fechar um olho que ele vaza no meio da historia.

Ele foi o meu xodoh por anos, ateh eu cansar de historias de heroi e comecar a tentar coisa diferentes. Foi ai que eu fiz Dream Maker. Eu comecei a ler manga, ainda em japa, mais ou menos nessa epoca. Trabalhava na Liberdade, entao, sempre dava uma olhada nas livrarias da regiao.

Dream Maker envolve algumas viagens minhas, algumas experiencias e meu gosto por comedias romanticas. Reler os capitulos me fez relembrar como eu me esforcava em fazer piadas. Vou ser sincero, nao nasci pra comedia. Meu senso de humor eh muito peculiar, nao eh facil fazer os outros rir assim. Mas em Dream Maker, eu arriscava historias inteiras disso, sem contar as passagens romanticas, que me enchem de vergonha.

Depois de Dream Maker, eu pensei em fazer uma historia que misturasse as comedias romanticas com acao e piadas diferentes. Foi quando eu criei Ace Spade, uma historia de espionagem e comedia, com um pouco de romance.

Relendo Ace Spade, eu percebi meu ponto alto nas piadas. Eu consegui rir delas, mesmo que as paginas ainda estivessem sem texto (eu parei na metade, desisti dela). Tambem foi uma epoca em que eu comecei a testar um traco mais leve, agil, com mais angulos ousados e comecando a usar um pouco de narrativa visual de verdade.

Meu proximo manga seria True Love, outra comedia romantica, com cupidos tentando acertar um triangulo amoroso para poderem subir de cargo. Foi meu primeiro trabalho feito pra teste na Shonen Jump. Hoje, soh guardo de boa lembranca, uma pagina onde eu testei um giro de camera, uma ideia muito legal, que eu uso ainda hoje.

True Love foi ainda meu primeiro manga em papel especifico pra manga. Ateh aqui, eu usava sulfitao. Foi um trabalhao pra aprender o que significava as marcacoes, e me inibiu muito na diagramacao. Nao sabia qual era a linha de corte, ateh onde eu podia desenhar, colocar baloes…

Chegamos entao em Cyberserk. Pra mim, foi o ponto alto. Finalmente um trabalho onde eu pude aplicar narrativa, uma historia bem pensada, planejada… Foi minha segunda historia para concursos da Jump e a primeira que saia do genero de comedia romantica. Era claramente uma historia de aventura. Nao que eu nao tivesse feito nada diferente disso antes, mas Cyberserk foi provavelmente a primeira vez que eu consegui algo realmente significativo.

Revendo essas historias antigas, eu pude ver muita coisa. O quanto minhas historias precisavam de narrativa, o quanto eu fugia do assunto principal que eu gostaria de abordar em cada historia. Nas primeiras, ateh a essencia fugia, por que eu pretendia somente me divertir com herois. Nao havia nada pra contar, eu somente fazia historias com coisas que eu achava legal.

Eh tao estranho voltar no tempo e ver o que mudou. Ver o quanto eu gostava de super heroi, depois, de comedia romantica. E apesar de tentar outras coisas, eu estava sempre centrado em fazer o que eu gostava. As vezes nem ao menos tinha algo pra contar, eram soh historias de porrada ou coisa assim. Mas ai eu percebi uma coisa que eh muito interessante pra mim hoje.

Meus personagens pareciam vibrar na historia. Eles tinham mais vida, eu via eles viverem na historia ao invez da historia os levar.

Isso me lembra o texto final do quarto volume de QP, manga de Hiroshi Takahashi, autor de Crows.

Takahashi agradece o pessoal que se voluntaria pra ser assistente dele e que sonha em ser mangaka. E depois dah umas dicas basicas do que fazer pra se tornar um. A primeira eh escolher o genero que quer fazer, mas nao do tipo “…entao, vou fazer um manga de esporte”. Tem que ser aquele que te escolhe, que voce nao tem como fugir, aquilo que voce gosta, entende e poderia falar por horas, dias, sem parar. A segunda eh criar um personagem principal cativante. Por que? Por que ter um personagem cativante e bem estruturado eh praticamente jah ter sua historia. Um personagem bom nao precisa de historia, mas a reciproca nao corresponde.

Isso me fez voltar aos mangas de Takahashi e lembrar o que torna ele tao bom.

Vou explicar. Eu comprei um volume de Worst, continuacao de Crows com outro protagonista, meio sem pretensao, soh por curiosidade. Afinal, existe um ar cult nesse manga que era inexplicavel pra mim. Serio, figuras da serie sao vendidos a 15, 30 mil ienes alguns (dah uns 300 dolares! Imagina agora, na alta do iene).

Lendo esse volume, numero um de Worst, eu entendi. A historia simplesmente nao existe. Eh somente o cotidiano do colegio Suzuran, lar dos maiores vandalos da cidade, que nunca tem o nome citado, mas parece ser algum lugar em Yokohama. Mas voce nao consegue parar de ler.

Os personagens arranjam brigas, lutam por territorio, jogam conversa fora, falam sobre seus sonhos pra depois de se formar, sobre o que gostam… E mais nada! Claro, tem uma coisa ou outra, sem relevancia alguma, muitas vezes esquecida, que poderia ser um fiapo de historia. Mas o mais interessante eh como os personagens te fazem acreditar na historia e muitas vezes, ateh sentir respeito e admiracao por eles.

E nao eh todo personagem que voce pode fazer isso. Eh dificil criar um personagem que atraia algum sentimento real, ainda mais o respeito. Po, eh um pedaco de papel! Mas quando a bidimensionalidade dah lugar a profundidade de um personagem, o mundo parece tomar forma.

Eh esse tipo de personagem que eu pretendo construir. Que qualquer um deveria pretender construir. Um personagem certo, com gosto, que odeia algo, que tem manias e que possa parecer humano. Eh uma coisa que eu sabia pela natureza, que eu fazia sozinho, mas que o tempo e a obcessao por tecnicas que o estudo trouxe matou.

O melhor de criar bons personagens eh que ele te indica o caminho. Um personagem bem construido te diz nao quando voce quer que ele faca alguma coisa indevida a personalidade dele. E muitas vezes, anda sozinho, decide dentro de sua cabeca o que vai ser da historia e como ela vai terminar.

Demon era sadico. Era doente de tao sadico. Mas ele seguia suas regras, gostava claramente de algumas coisas, respeitava algumas coisas e detestava outras. Lembro que isso definia a historia, depois, eu soh dava o rumo, deixando o personagem decidir.

O proprio Wolverine, hoje arroz de festa da Marvel, comecou a ser festejado por isso. Ele eh (ou era) um personagem simples e definido. Ele nao tinha neuras, traumas. Ele gostava de algo, nao gostava de outra coisa. Fumava, bebia e matava, mas tambem era o cara que segurava os personagens que passavam do limite. Nos viamos a personalidade dele e suas historias eram condizentes. Nao tinha como errar, o Wolverine era “o melhor no que faz” e ponto. Ateh os caras decidirem lah de cima que ele viraria o Emorine. Mataram a praticidade dele e assim, mataram as chances de boas historias.

E o que dizer de Naruto? As primeiras historias mostravam o lado mais interessante dele, o olhar certo, pra frente e que nao desiste nunca. Isso o tornava o personagem mais interessante, de longe. Mas ele tambem foi emotizado, ficou triste, raivoso, sei lah. A imagem que tinhamos dele, dando aquele sorriso malandro e gritando que iria se tornar o Hokage, morreu. E com isso, morreu a historia, que hoje eh uma vaca manca, tentando pastar. Se esforca, mas nunca consegue nenhum ponto alto.

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Manga, nao sei o que eh. Mas com certeza, investir nos personagens eh parte do manga. Todo manga investe em personagens coesos, simpaticos ou pelo menos, criveis. Me remete a Tezuka, que dizia que suas historias mudavam de acordo com o personagem que ele usava pra contar.

Nao estou encontrando um jeito bacana de fechar esse post, enorme… A cada linha me vem mais ideias, por isso… Fica pra um proximo post! (nao fechei!)

PS – O Hiroshi Takahashi continuou, com uma terceira regra. Criar nomes marcantes. Nomes legais ajudam a manter o personagem na memoria. Ele tem o costume de pegar o dicionario e escolher dois kanjis e completa-los pra formar um nome. Ou pega do meio de listas de resultado de concurso. O importante eh o nome bater com o personagem, por que eh como ele vai ser chamado sempre.

Historias marcantes

Yo!

Esses dias, eu tava esperando o banco abrir e fui numa livraria, procurar alguma coisa pra ler. Aqui, algumas livrarias fazem cartazes por conta propria pra vender livros que os donos recomendam. E foi muito legal ver um enorme cartaz, feito a mao, com imagens muito mal imprimidas em jato de tinta e recortadas, recomendando uma edicao de Doraemon.

Talvez voce, leitor, nao conheca ou nunca tenha se interessado por Doraemon, maior criacao de Fujiko F Fujiyo, nome de um dos artistas que assinavam como Fujiko Fujiyo. Mas no Japao, Doraemon eh um fenomeno, tradicional como o Mickey no ocidente. E nao por acaso.

A linha de historia de Doraemon eh bem simples. Nobita, que no futuro serah um grande inventor, se mete em enrascadas e usa a ajuda de Doraemon, um robo que sua versao futuristica mandou pra ajuda-lo. Pra isso, o robo-gato (auto-proclamado) usa invencoes tiradas de seu bolso magico.

No basico, eh isso. Mas vez ou outra, temos otimas historias, daquelas que ficam pro resto da vida em nossas memorias. Essa edicao que eu encontrei tem duas delas.

Sabe, eu sempre tive aversao por revistas que usam imagens de anime. Eh uma desgraca. Mas pela historia, valeu. E a montagem tambem nao estah ruim.

As historias em questao sao “A noite antes do casamento de Nobita” e “Lembrancas de minha avoh”. Sao duas historias classicas de Doraemon, tanto eh que nem foram adaptadas pro anime televisivo. Viraram longa metragem.

Em “A noite antes do casamento de Nobita” vemos os personagens jah crescidos, alguns dias antes do casamento de Nobita. A historia toda roda em torno da noiva, Shizuka, paixao do protagonista desde a infancia. Nobita duvida que ela possa realmente se casar com ele e vai pro futuro tirar a prova. Dai, vemos o motivo dela gostar de Nobita e na noite anterior ao casamento, ela conversa com seu pai, quase desistindo de casar. Uma simples historia que nao tem nenhum impacto, nem ao menos podemos dizer spoiler de tao obvia que eh a historia. Mas eh tao agradavel de ler, de ver, que ela sobra na cabeca.

Mas a cereja do bolo eh a historia em que Nobita vai rever sua avoh falecida. Pra ter uma ideia, essa historia figura entre as vinte historias mais lembradas dos animes japoneses.

Nessa historia, Nobita reencontra um antigo ursinho de pelucia, todo costurado, e relembra de sua avoh, que sempre cuidou dele quando ele era pequeno. Ele entao pede a Doraemon pra rever ela soh mais uma vez. Eles voltam ao passado, com a condicao de nao mexerem em nada.

A historia eh de cortar o coracao. A avoh de Nobita eh aquela tipica vovoh boazinha, que mima o neto e faz de tudo pra deixar ele feliz. E Nobita eh o tipico moleque mimado, faz birra, chora, e fala coisas duras pra avoh. O Nobita do presente chega a sentir odio de si mesmo por tratar tao mal a avoh que tanto se esforca pra fazer todas as vontades dele.

No final, Nobita acaba realizando o sonho de sua avoh, de ver ele ir pra escola. Ela faleceu antes dele ter idade pra isso, entao, o Nobita do presente eh quem veste a mochila.

Juntar essas duas historias em uma edicao eh quase covardia. Senti ateh vontade de procurar o DVD!

Essas historias eh que me fazem, as vezes, ver como estah tao dificil ver boas historias simples, que nao precisem de nenhuma grande reviravolta, nem nenhuma apelacao. Historias humanas, simples e que movimente desde as criancas, ateh os adultos.

O fim de Beck

OfimdeBeck

Yo!

Essa semana saiu o último volume de BECK, um dos meus must read. Comprei meio por impulso quando vi na loja de conveniência, esquecendo que saiu uma versão com a camiseta que o Koyuki usa no ultimo Greatful Sound. Vou ter que comprar mais dois volumes 34 de BECK…

Bem, mas o que eu queria no final das contas era falar sobre o poder narrativo de BECK. Afinal, quem nesse mundo iria se arriscar em fazer um manga sobre música onde não se escuta nada? Alias, vendo entre os detratores do manga, a maioria costuma trazer essa questão. Como um manga sobre rock pode ficar bom sem som?

E realmente, no começo  BECK não tem a técnica pra preencher esse espaço  Quem aqui leu o começo ou assistiu o anime, sabe que a historia quase não se apoia em seu lado musical, sendo uma especie de romance colegial com um background musical. E ele é bem competente nesse lado, ainda mais se pensarmos que o autor, Harold Sakuishi, vinha de dois mangas completamente diferentes.

Mais ou menos onde acaba o anime, começa uma nova fase de BECK, onde praticamente toda a trama pessoal dos personagens acaba ou é jogada em segundo plano pra que a historia se volte completamente para a banda e a carreira musical. É a partir desse ponto que vemos uma evolução grande no autor, na narrativa, na forma de colocar som em páginas mudas.

Em 20th Century Boys, Naoki Urasawa faz uma passagem onde Kenji canta uma musica. Essa musica é importantíssima pra trama, então  Urasawa teve a ideia de escrever a música e fazer a melodia, jogando nos quadros. Ele, nas horas vagas, tem uma banda de prog-rock, o que ajudou muito. É uma ideia…

Mas Harold Sakuishi nunca jogou nenhuma melodia em BECK. E todos que leram puderam sentir a música, inclusive perceber quando é uma balada e quando é uma musica mais agitada, quando a bateria explode, quando entra o solo de guitarra, tudo, só de acompanhar a leitura. E sem uma palavra, ninguém fala nada, nenhuma narrativa, às vezes, nem onomatopeias, só imagens. Isso é o que qualquer mangá com música busca, contar com imagens até mesmo o som.

Em uma passagem desse ultimo numero, logo no começo  temos uma sequencia que explora perfeitamente isso. Um quadro mostrando o vento forte soprando as árvores. As lojinhas sofrendo com a tempestade, e depois, um quadro mostrando o palco principal do Greatful Sound, com algum som entrando bem baixo, em onomatopeias discretas. O público vibra e o som parece aumentar. Em contraluz, Chiba aparece pulando, todo contraído  com o pessoal de fundo, fechando a página antes da virada. E ao abrir a seguinte, a gente dá de cara com um quadro em que Chiba se estica e começa a cantar. A página não tem um balão  até as onomatopeias somem. Mas dá pra sentir a explosão da música, o público gritando. O som corre as páginas como corre no ar, sem onomatopeias, sem imagem. Atravessa os olhos como atravessa os ouvidos, chegando dentro de nós.

Depois de BECK, muitos mangás com musica se deram bem de uma forma ou de outra. Porém, todos usam algum artificio para burlar os momentos musicais, emudecendo cenas onde deveria ter som. Não vou negar os méritos narrativos de Nana, Nodame Cantabile, Detroit Metal City e outros, eles são competentes, mas só usam a música como background. BECK ultrapassou esse limite, com dificuldade, em longos capítulos, mas esse último volume mostra o quanto Harold Sakuishi aprendeu a usar o som mudo de suas páginas. Quem iria fechar seu manga de maior sucesso com musica muda?

Comparando esses mangas que eu citei com BECK, a diferença se torna gritante no momento em que BECK perde os limites do shonen manga comum para ser o primeiro manga de música, de verdade. Como eu disse no final da minha auto-avaliação de TRUCO!, uma historia pode ser de qualquer coisa, mas sua essência é algo completamente à parte do assunto. Em Nana, temos como principal tema, a amizade e o relacionamento dos personagens. E isso é muito bem frisado e, claro, bem realizado. O background musical nunca sai do fundo, nem ao menos temos momentos musicais, paginas só de gente tocando. Nem ao menos sabemos que tipo de música as bandas de Nana tocam, tanto é que cada adaptação que Nana já teve tem um ritmo diferente, um tom diferente. Eu também leio Nana religiosamente, mas por outros motivos. Não pela música, mas pela aula de tratamento de personagens.

Nodame corre pelo mesmo caminho. Temos momentos onde até podemos ouvir a música, mas é porque a música clássica é quase natural, é fácil jogar som na imaginação de gente que já sabe como é o som. Fora isso, assim como Nana, Nodame Cantabile trata da relação dos personagens, como pede a cartilha dos mangas femininos. Sinceramente, lendo Nodame Cantabile, eu cansei. Gosto das piadas e o ritmo é bom, mas parece não levar a lugar nenhum. O anime empolga mais e as piadas de som ficam muito mais claras. Gosto da equipe que fez o anime, o mesmo de Hachimitsu to Clover. O desenho é simples, a animação é cuidadosa e o ritmo da direção é bom, não pesa, mas não deixa a peteca cair. Se pegasse historias com mais ação, não sei se funcionaria do mesmo jeito, mas neste tipo de história, é perfeito.

Detroit metal City… Bem, eu não gosto tanto. É engraçado às vezes, a ideia é perfeitamente idiota, como pede, mas não entendo… Até onde eu li, não sei bem o que pode salvar a historia de não cair na vala comum dos gag manga. Fiquei curioso por causa do hype em cima do manga, gente comentando na TV, altas recomendações em revistas… Talvez tenha pegado em algum ponto fraco do meu gosto, sei lá… Mas até filme isso virou, e com o Matsuken, o atual ídolo-maior-otaku-dos-cinemas, o cara que fez o L, do Death Note. E parece que o filme vai bem…

BECK se provou pra mim como não só um manga muito divertido sobre rock independente, mas como uma nova proposta de narrativa, um caminho novo pros mangas. Aguardo ansioso o próximo trabalho de Harold Sakuishi e espero poder falar bem. O cara eh talentoso!

Pra fechar, os meus atuais must read, depois do fim de Beck:

One Piece – Criativo, ritmo perfeito, engraçado e mesmo depois de mais de dez anos, não parece precisar de um fim.

Hunter x Hunter – Aula de manga, narrativa, criatividade, roteiro imprevisível,  inteligente. E completamente feito sem assistentes, só umas vezes que a mulher do Togashi, a Naoko Takeuchi, ajuda ele.

Zetman – Porque sou fan do Masakazu Katsura. E tenho motivos, ele tá ótimo, em todos os sentidos. Zetman não é pop, mas é bom sim! Ajudaria se tivesse menos texto e mais história.

Pluto – O último trabalho restante de Naoki Urasawa, meu mestre espiritual dos quadrinhos. A filosofia dele pros quadrinhos é perfeita, ser popular sem deixar de ser inteligente e tecnicamente ousado.

Worst – Continuação não continuada de Crows, que virou filme recentemente. Na verdade, só usa o mesmo cenário e alguns personagens. Engraçado como um manga sem linha de historia, sem destino e completamente sem sentido pode ser tao interessante.

Tiro Nana que caiu muito ultimamente, Eyeshield 21 tá acabando e Besharigurashi ainda tá mais ou menos…