Category Archives: Comportamento

Não entre em pânico…

No último dia 25 de maio o mundo celebrou o “Dia da Toalha”. A data foi instituída em homenagem ao escritor inglês Douglas Adams, responsável pela série “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, onde, segundo o próprio, a Toalha é a melhor companheira de um Mochileiro Galático. Porém, há algum tempo, a data, que também é a data de aniversário de Star Wars, tornou-se também o “Dia do Orgulho Nerd”. Mas qual o motivo de eu estar fazendo um post sobre isso? O fato é que quando comecei o Anikenkai, eu me propus a tratar meu hobby sobre uma ótica social e portanto acho válido fazer um post sobre esse tema já que ele engloba a grande maioria de visitantes desse querido blog.

Para começar a tratar do assunto, vamos definir o que é um nerd: Uma pessoa que gosta tanto de alguma coisa que quer buscar saber cada vez mais sobre ela e sobre coisas a ela atreladas. Essa é a definição que eu aceito como correta para um nerd. Porém, não é essa a definição que a sociedade usa para definir um nerd. Todos sabemos que junto a essa palavra vem uma enorme carga de pré-conceitos, como inabilidade social, exagero nos estudos, pouco senso de moda, e por aí vai.

A grande questão é que hoje em dia esse conceito de nerd tem mudado e chegamos a um ponto em que ser nerd é chique e está na moda. Mas aí vem o grande problema. O que está na moda é ser nerd? Sendo um ou outro, é algo para se ter orgulho? Vou tentar falar sobre isso aqui.

Quando eu era bem pequeno ser nerd não era algo “cool”. Na verdade, você era maltratado, as pessoas olhavam torto e a maioria dos amigos que você fazia eram iguais a você se muito. Afinal, o pessoal não gostava de um cara que ficava o dia inteiro no computador, ou jogava muito video-game, ou colecionava cards, brincava com bonecos, assistia desenho animado demais, lia gibi… isso não era algo que os caras “descolados” faziam. Claro que não. O legal era você sair para as boatezinhas (aquelas festinhas feitas para pré-adolescentes que querem ser gente grande), ir ao cinema com as meninas da turma, ir pra praia, ficar falando de relacionamentos e fazendo fofoca. Eu fico pensando o que aconteceu para isso ter mudado. Porque agora isso virou ao avesso?

Opa, peraí… não virou. Essas coisas ainda são consideradas criancice, caretice, coitadice, o que quiser chamar. Então vamos com calma… se o que a maioria dos nerds faz ainda é considerado idiotice, qual a parte dos nerds que está em alta? A resposta é o “visual”.

O conceito de “nerd-chic” nasceu para a moda. Óculos com armações em evidência. Camisas sociais xadres com calça de tecido. Tênis casual e um cinto estilizado. Magro. Uma leve barba mal cuidada (só na aparência). Isso é um “nerd-chic”. O “ser nerd” não é o que está na moda, mas sim o “parecer nerd” está na moda. Você ser apaixonado por algo a tal ponto de fazer certos sacrifícios incompreensíveis pela sociedade não é “cool”. Um fã gastar o salário em um busto do Homem de Ferro não faz sentido. Importar uma edição especial de um DVDs a 400 reais sendo que você tem uma edição “pobraiada” por 10 é inconcebível. Deixar de sair para uma noite para a boate porque vai sair um episódio da série que você mais gosta é coisa de doido. Ficar em casa num final de semana de sol pra assistir a uma série inteira de filmes que você adora é doidera.

É, queridos leitores, ser nerd não é chique. Parecer com um é.

Agora vem a questão do Dia do Orgulho Nerd. Se esse dia já não fosse uma besteira pelo ponto de vista deturpado que eu mostrei agora, é ainda mais idiota pelo conceito em si. Ser nerd é algo para se orgulhar? Eu digo que não. Porém, também não é algo para se ter vergonha. É algo que a pessoa simplesmente é. Não é motivo para orgulho nem vergonha. Eu não me sinto melhor que os outros por ser nerd e nem acho os outros melhores do que eu por não serem.

Quem leu esse texto até agora provavelmente se interessa pelo tema. Peço desculpas se o tratei de uma maneira inesperada, ou um tanto crua, mas esse é um tópico para ser discutido por muito e muito tempo, não em um único post. Sigo eu comemorando o Dia da Toalha em homenagem a um autor que admiro. Sigo também sendo nerd, pois sou e gosto de ser, mas não me orgulho, porque quem não é não é pior do que eu e muito menos deveria sentir vergonha de não ser.

Não deixem de ler também o texto feito pelo blog Gyabbo, parceiro do Anikenkai, sobre o assunto.

No último dia 25 de maio o mundo celebrou o […]

Como influenciar uma geração – Bakuman

Olá a todos. Antes de começar, não pretendo aqui criar uma coluna para falar semanalmente dos capítulos de Bakuman. O meu objetivo aqui é falar sobre algo que me chamou bastante a atenção no capítulo 130. Podem ficar tranquilos que também tentarei evitar ao máximo spoilers para quem só está acompanhando pelo anime.

Tendo dito isso, vamos a um panorama geral do capítulo: Mashiro acaba indo sem Takagi ao encontro de ex-alunos da sua turma. Ao chegar lá, ele se surpreende como todos sabem de seu trabalho como mangaka e se surpreende mais ainda quando vê a visão que eles tem do que é um mangaka.

Os amigos de Mashiro querem autógrafos, ficam venerando como é legal trabalhar com o que gosta e quanto dinheiro ele deve estar fazendo e como ele deve estar aproveitando a vida. Porém, Mashiro os mostra uma faceta não tão floreada do seu trabalho. E durante suas explicações ele lembra da conversa entre Nakai e Hiramaru sobre como é difícil ser um mangaka. Como é uma profissão sem segurança nenhuma, que não existe plano de futuro e onde se trabalha muito para tentar chegar onde poucos chegam, que é a publicação. Minhas observações começam nesse ponto, quando Mashiro está refletindo sobre sua profissão.

Muitos leitores de Bakuman com certeza sonham em um dia se tornarem mangakas profissionais. Não digo nós ocidentais, nem os adultos que leem a série, mas sim o público-alvo da Shonen Jum, as crianças. Muitos deles preenchem redações de escola com sonhos e mais sonhos de um dia se tornarem um Eiichiro Oda da vida. Porém um capítulo como esse mostra que nem tudo são flores. Que a vida de um mangaka é muito dura. É preciso muito trabalho e dedicação. Tal lição pode ser aplicada a qualquer profissão ou a qualquer objetivo. Se você quer muito uma coisa, você tem que brigar por ela. Nada cai de para-quedas na sua mão. Os grandes gênios são poucos, aqueles que sem muito esforço fazem coisas magnificas. Para a maioria das pessoas, as suas conquistas são frutos de muito trabalho.

O capítulo continua mostrando Mashiro indo embora enquanto seus amigos vão continuar festejando madrugada a dentro. Na volta, Mashiro encontra Takagi, que se lamenta por ter perdido a festa. E lá, Mashiro parte pra outra análise da situação. Eles entregaram a infância ao trabalho deles. Eles não saíram com amigos, não foram a inúmeras festas, não namoraram várias garotas, não viajaram para as montanhas ou para a praia. A juventude deles era o trabalho deles. E lá estava ele se indagando se aquilo foi o certo a fazer.

É aí então que Takagi pega um dialogo do mangá favorito de Mashiro, Ashita no Joe, que diz:

— “Jovens na sua idade estão indo para a praia, para as montanhas, saindo com suas namoradas, esbanjando sua juventude…”

— “Pode ser um pouco diferente do tipo de juventude que você está falando em esbanjar, mas eu senti muitas vezes uma boa dose de satisfação nesse ringue. Eu não fico o tempo todo no fogo em brasa como esses caras. Mesmo que seja por um momento, eu vou brilhar tão forte e num fogo tão vermelho que eu vou deslumbrar todo mundo. E tudo que sobrar depois serão apenas cinzas…”

Essa citação foi feita enquanto Mashiro olhava para suas mãos fortemente calejadas e sujas de tinta. E a conclusão que eles chegam é que valeu a pena seguir no sonho deles e chegarem aonde chegaram. Mesmo ainda faltando muito para alcançarem todos seus objetivos, eles estão orgulhosos e satisfeitos com o enorme esforço e os sacrifícios que fizeram. Se para mim, um jovem adulto, a cena da mão do Mashiro foi chocante e inesperada, para uma criança deve ter sido ainda mais impactante. O artista, Takeshi Obata, a desenhou com extremo detalhamento. Cheia de manchas e calos de tanto desenho.

Bakuman é acusado por alguns de ser muito leve e dar uma romantizada na vida dos mangakas. Porém, capítulos como esse mostram que as coisas não são bem assim. Que há muito sacrifício a ser feito e que os leitores, que o público-alvo, que as crianças devem saber que as coisas não são fáceis. Que no mundo de hoje as pessoas precisam lutar muito para alcançarem seus sonhos. Sejam eles se tornar um grande juiz, um jogador de futebol, astronauta, comprar um carro, ou quem sabe fazer mangá. Tudo tem seu preço, sua dose de sacrifício. Nada vem de graça.

Fico muito feliz que existam mangás assim ainda hoje em dia. Mangás que não estão ali só para entreter, mas para passar uma mensagem. Se Ashita no Joe foi tão importante na infância do personagem Mashiro, Bakuman está sendo muito importante para as crianças de hoje em dia. Tem diversão, tem brincadeira, mas também tem uma mensagem séria sendo passada.

Olá a todos. Antes de começar, não pretendo aqui criar […]

Não, não vou assistir ao final de Madoka Magica agora…

Olá, queridos leitores. Eu estive meio ausente nesse feriado, não nego. Infelizmente fiquei doente e isso atrasou tudo. Posts, podcast, um possível Aniekenkai TV, primeiras impressões, review da temporada e por aí vai. Sim, tinha planejado várias coisas para o feriado aqui no Anikenkai, mas foram todas por água abaixo.

Mas não deixei de ficar conectado e óbviamente acompanhei o assunto central da blogsfera animística mundial nesses últimos dias: o final do anime Mahou Shojo Madoka Magica.

Esse post no entanto, não é para comentar o final da série, como vocês podem deduzir através do título. Eu não assiti ao final e não pretendo fazê-lo tão cedo. O motivo? Quero esperar pelo blu-ray. O estúdio SHAFT tem tradição de mudar BASTANTE suas animações para seus lançamentos em home-video. Não mudança no conteúdo, mas na qualidade da animação, cenários, arte, etc.

Eu gostei muito de Madoka Magica, fiquei realmente interessado pela ambientação criada e pelas personagens e situações apresentadas. Quero poder conferir a série na melhor qualidade possível.

Cheguei a essa decisão graças aos atrasos na produção do anime. Com a temporada de primavera já tendo começado, cheia de animes novos para serem assistidos, meu foco não estaria voltado para Madoka da maneira que eu gostaria. Sendo assim, que tal deixar pra assistir Madoka de uma vez só quando sairem todos os blu-rays? É o que eu farei.

É um costume, de fato. Como eu costumo ver muitas séries quando elas estreiam, é impraticável acompanhá-las todas ao mesmo tempo. Algumas são simplesmente descartadas e eu muito provavelmente não irei vê-las novamente. Outras, no entando, eu deixo pra assistir depois, pois sei que aproveitarei mais assistindo numa tacada só do que num ritmo semanal. Ao final dessa triagem, poucas são as que eu realmente acompanho semana após semana.

Com Madoka aconteceu algo parecido. Eu parei de assistir por volta do episódio 5. Decidi que ia ver numa tacada só quando terminasse. Porém, com o atraso, adiei ainda mais essa assistida e agora verei só quando sair o blu-ray.

Estarei perdendo alguma coisa por fazer isso? De repente. Mas quero arriscar. Creio que ganharei algo no final. Assistindo em alta-qualidade, com boa animação, audio e tudo mais o que tiver direito. Creio que poderei aproveitar melhor a série dessa maneira.

Termino aqui esse post que foi mais um esclarecimento do que qualquer outra coisa. Espero que entendam que não estou aqui pregando para não assistirem ao final de Madoka agora (na verdade, acho que ninguém deveria fazer o que estou fazendo agora só porque eu disse que vou fazer). Assistam, comentem por aí a fora. Vários blogs parceiros do Anikenkai fizeram avaliações do final da série, vão lá, discutam! Só sei que eu vou esperar. O resultado vocês saberão em um futuro próximo quando eu vier aqui dar meu parecer sobre o final da série.

Olá, queridos leitores. Eu estive meio ausente nesse feriado, não […]

Nana na MTV… o que eu acho? Bem…

Se você gosta de animes, e não vive dentro de uma bolha, já deve saber que Nana vai estrear na MTV Brasil. Se pararmos para ver, foi uma ótima escolha. Apesar do mangá ser publicado aqui pela JBC, não é todo mundo que viu o anime. Digamos que podemos dizer que seria inédito para muitas pessoas. Outro fator favorável é que Nana tem a ver com o público que assiste o canal. Tem música, os personagens são jovens (mas não crianças)… coisas do tipo. Mas aí você me pergunta se eu gostei… e eu respondo que NÃO.

Eu sei que não sou maioria. Eu nem ia fazer um post sobre Nana na MTV. Outros blogs já o fizeram. Mas como eu tive uma discussão interessante ontem a respeito dessa estreia, e como eu até agora não li nenhum artigo com o mesmo ponto de vista que o meu, achei válido fazer esse post.

Eu gosto bastante de Nana. Ele figura a categoria de shojos que eu gosto. E muito disso se deve aos personagens, que são interessantes, e à maneira como eles acabaram juntos. Obviamente as relações e conflitos que se formam por causa disso também me chamaram a atenção. Então como fã, eu deveria ficar feliz de ver o anime estreando aqui no Brasil. Afinal, eu fiquei feliz quando anunciaram que o Animax iria de fato passar Nodame Cantabile (ainda que num horário pouco favorável).

Então qual seria a diferença entre as duas estréias? Por que eu gostei do anúncio de Nodame Cantabile e não gostei do anúncio de Nana? A resposta é mais estranha do que vocês podem estar pensando.

Legendas.

Não gostei de terem anunciado que o anime seria legendado e não dublado em português. Isso com certeza deve ter soado bem estranho para os que estão lendo esse post, muitos pararão de ler por aqui, mas eu tentarei explicar meus motivos.

A dublagem é um diferencial. O anime vir para o Brasil dublado me faz querer assisti-lo, nem que seja só para ver como ficou a dublagem. Infelizmente, eu reconheço que o nível da dublagem brasileira de animes tem decaído bastante, muito fruto da falta de investimento dos que trazem o material para cá. Afinal, nós temos bons exemplos de animes dublados por aqui, YuYu Hakusho, o filme de Cowboy Bebop, Sakura Card Captors, e isso só para citar alguns.

Eu sou daqueles que não digo sempre que na voz original é melhor. Claro que trazer um anime legendado para o Brasil é uma aposta muito mais segura. Se eles fizerem um trabalho fraco na legendagem, poucos realmente irão notar (afinal, convivemos numa cultura de fansubs onde o que muitas vezes não existe é qualidade real de legenda). Porém, ao trazer um anime legendado, você nada muda do material encontrado na internet. E sabe o que ainda é pior? Lá eles não tem que ver um episódio por semana, não se prendem a grades de horário e não tem que aturar comerciais.

Quando Nodame Cantabile estrear no Animax, meu aparelho da SKY já estará programado para gravar o episódio para eu assistir. Ou quem sabe até, na estréia, eu não fique acordado para assistir. Por causa da dublagem, será algo praticamente novo. Novo bom ou novo ruim, mas novo. Quanto à Nana, a única coisa a se comemorar é a chegada de mais um anime na TV brasileira. Se eu vou acompanhar por lá? Não… não vale a pena.

Se você gosta de animes, e não vive dentro de […]

Assim, na boa, o que seria Ecchi?

O que vocês consideram ecchi? Faço essa pergunta porque não é de hoje que vejo obras como Love Hina serem colocadas nessa categoria quando para mim elas não deveriam ter saído da comédia. Quer dizer que comédia não pode ter peitos balançando de vez em quando? Ou uma calcinha aparecendo de relance? Ou nem mesmo insinuações ao ato sexual? Se tiver essas coisas é ecchi? E aí entra numa categoria próxima ao Hentai? Meu Deus! Bakuman teve uma calcinha aparecendo… os peitos da Miyoshi balançaram várias vezes! E o Takagi ainda mencionou o fato falando que gostou! Deus! Bakuman é ecchi…

Não, não é.

Essa introdução acalorada e cheia de interrogações foi para mostrar quão incerta é essa categorização de animes e mangás. E o que me motivou a escrever esse post foi uma simples pergunta feita ao @Gyabbo através do formspring (um serviço de perguntas e respostas anônimas ou não):

Porque você odeia tanto o ecchi? Não gosta de ver garotas bonitas em situações interessantes?

Ele foi lá e humildemente respondeu a pergunta expondo sua opinião. E antes de irmos pra parte dois desse caso, acho válido expor a minha opinião a respeito do assunto.

Para começar, quero deixar claro que, para mim, ecchi é um sub-gênero. Dentro de comédia ou outros gêneros maiores, temos algumas com características ecchis, que posso caracterizar como uma certa exploração voluntária, descarada e constante de situações sexualmente estimulantes. Tendo colocado isso, vamos a alguns pontos.

Para começar, temos que ver a ambientação da história. Pegarei Love Hina como exemplo. Em Love Hina, o personagem principal, Keitaro, passa a morar e a trabalhar numa pensão onde só tem mulheres. Logo, se uma menina resolve andar de toalha pela casa, tomar banho sem trancar a porta, ou até mesmo ficar com a parte de cima do corpo descoberta sem preocupação, é algo esperado e normal para a situação. O estranho é ter o cara lá dentro e não as meninas agirem de tal maneira.

Entendendo esse ponto, vem o lance da idade. Peço que não levem a mal o que vou dizer, mas eu não sou contra histórias em quadrinhos com personagens adolescentes que discutem temas como a sexualidade dos mesmos. É importante a gente detalhar bastante isso para não dar margem a dupla interpretação. Sexo faz parte do universo adolescente. Você vá a uma roda onde adolescentes conversam e muito provável que eles falarão sobre sexo uma hora ou outra. É uma época de descobertas e o sexo está entre elas. Se uma história se propõe a tratar da vida adolescente, o sexo não pode ser encarado como algo fora de contexto. A grande questão é quando essa sexualidade é explorada de maneira gratuita, como acontece em hentais, onde o foco é o sexo e não a história.

Não há quem diga que mangás como Vitamin ou Life, de Keiko Suenobu, onde vemos cenas fortes e chocantes de sexo e até estupro envolvendo menores de idade, fazem uso gratuito de tais cenas e muito menos tem como objetivo excitar o leitor. Faz parte da realidade adolescente, pode acontecer, principalmente no Japão onde problemas de estupros são constantes.

A questão então é avaliar a ambientação da coisa. Não é simplesmente generalizar como “não gosto de mangás ou animes que envolvam menores de idade e sexo”. Tudo depende do contexto e da forma como é explorado. O grande problema, assim como eu relatei no meu post sobre moe, é o a comodidade que a exploração de cenas ecchis gera. Produtores e editores de animes e mangás não se preocupam mais com uma boa história pois sabem que se colocarem as personagens em cenas erotizadas terá um monte de gente assistindo, comprando o DVD, BluRay, figures, o que seja.

Não vejo problema em cenas “ecchi” contanto que sejam lógicas dentro de um contexto. Seja esse contexto um pé na realidade ou para gerar o fator cômico. Só não me falem para eu ver um anime só porque tem peitos e bunda balançando… enquanto a história do mesmo foi feita enquanto o escritor estava gentilmente defecando idéias.

Ah, eu mencionei que havia uma segunda parte, não é? Acho que não vale a pena comentá-la. Sério, é perda de tempo. Mas deixarei aqui no post a segunda “pergunta” feita ao @Gyabbo após ele responder a primeira.

Você e a Valeria Fernandes do Shoujo cafe são muito extremistas. Não acha que isso pode limitar a visão e entendimento de alguns mangas e animes? Por isso que animes assim não vem pro Brasil, acho que vcs estão matando a industria de animes no Brasil (sic)

Olha… nah… deixa pra lá…

Espero ter me feito entender. Se concordam ou discordam, não deixem de comentar. É um tema que necessita de discussão.

O que vocês consideram ecchi? Faço essa pergunta porque não […]

Otakus de 1985, Mebaetame, Comiket…

Estava eu fazendo minha visita sazonal ao Sankaku Complex, um site tendencioso, suspeito e que não prez nem um pouco pela moral e pelos bons costumes, mas que de vez em quando nos traz coisas boas, como os vídeos desse post. Algum otaku arqueólogo japonês achou as gravações de um programa de TV de 1985 falando sobre o “Comic Market 28”, o antepassado do que conhecemos como Comiket hoje, o grande evento otaku do Japão.

Porém, o que realmente me atraiu nesse achado foram alguns pontos: Primeiro, o fato deu ter bastante interesse no período dos anos 80, tanto no âmbito dos animes, mangás ou da própria cultura otaku japonesa da época; Segundo, 1985 pega a geração do Genshiken que publicou a primeira revista Mebaetame, em 1987. Sim, é sobre Genshiken e é fictício, mas dá uma ambientação bem legal pra ler a revista no databook ou entender a surpresa que o grupo de 2003 teve ao achar a primeira edição da revista. Se você não sabe o que é a Mebaetame, leia Genshiken ou espere eu fazer um artigo na Genshiken Wiki; Em terceiro tem o fato de 1985 ser o ano em que se passa a segunda parte de Otaku no Video, dois OVAs produzidos pela GAINAX e que muitos de nós assistimos e gostamos. Mais um que terá a experiência aprofundada depois desses vídeos.

Infelizmente, não há legendas. Mas mesmo para quem não sabe japonês, vale a pena ver umas partes e se ligar como eram os otakus da época, seus cosplays, a arte dos doujinshis ou só pelos cosplays de Lum Invader que aparecem. Espero que vocês gostem:

httpv://www.youtube.com/watch?v=e-rbyjCgLJ0

httpv://www.youtube.com/watch?v=-LGdTvipudI

Estava eu fazendo minha visita sazonal ao Sankaku Complex, um […]

Slice of Life: "Mas nesse anime não acontece nada…"

Você provavelmente já ouviu ou leu a frase acima. Se você for fã de animes no estilo slice of life então é quase certeza. Essa é uma crítica bem comum ao gênero e vem me chamando a atenção recentemente.

Slice of Life, que em português significa “Pedaço/Fatia/Porção de Vida”, é um gênero bem comum na animação japonesa que se caracteriza por estórias baseadas na realidade, com personagens mais verossímeis, geralmente no tempo presente e que normalmente exploram situações do dia-a-dia. Exemplos de animes e mangás slice of life são Genshiken, K-ON, Bakuman, Kuragehime e Kimagure Orange Road.

O me atrai nesse gênero é o potencial de explorar o desenvolvimento de personagens, característica que eu aprecio muito em um anime, série, filme, o que seja. O que se entende como desenvolvimento de personagem é o autor conseguir, durante a história, fazer o leitor/espectador conhecer e acompanhar a evolução emocional, intelectual, etc, do mesmo. Isso cria uma aproximação do espectador com a história e um envolvimento maior com ela.

Porém, venho ouvindo constantemente a afirmação do título: “Mas nesse anime não acontece nada…”. Comecei a me intrigar com ela quando comentava K-ON no fórum Multiverso Bate-Boc@ e essa crítica continuou agora quando comento Bakuman. Foi então que eu decidi realmente levar isso em consideração e ver se essa crítica é válida, se realmente não acontece nada nesse tipo de anime e eu que estou errado.

A conclusão em que cheguei foi bem simples. Tudo depende de sua expectativa para com o anime.

Se você assiste o anime para acompanhar a vida do personagem, de ver seus problemas, suas soluções, suas qualidades, seus defeitos, você não vai se decepcionar (se o autor for bom). Se o personagem decide fazer uma ação que irá afastá-lo momentaneamente de seu melhor amigo ou se outro desistiu de participar daquele show importante porque encontrou no backstage uma antiga inimiga do passado, significa que aconteceu alguma coisa para esse espectador. Ele ficou intrigado e curioso para saber como vai ser o futuro do personagem a partir daquilo. Mas nem todos pensam dessa maneira.

É bem comum, mais do que eu imaginava, pessoas que acham que animes tem que ter um ritmo frenético. Em que cenas épicas e que mudam o universo tem que acontecer a todo o episódio. Caso um anime “falhe” nesse quesito, já é considerado lento e potencialmente chato.

O que leva uma pessoa a pensar assim? Por que um anime não pode ter um episódio dedicado ao desenvolvimento de um de seus personagens sem que isso altere a vida de todos os outros personagens ou seja de extrema importância para o plot central? E eu não posso dizer que cheguei a uma resposta certa quanto a isso, mas uma teoria que chego a considerar bastante é a de que isso é culpa da própria indústria.

Os animes tem diminuído sua “longevidade”. Animes com mais de 13-14 episódios são exceção. Em um anime curto, ter um episódio em que pouca coisa acontece significa que o anime não irá chegar ao seu final, terá um “final aberto”, está “perdendo tempo com coisas irrelevantes para o plot central”. Ou seja, a indústria deu base a ideia de que a história é prioridade frente a bons personagens e não que os dois andam juntos, como deveria ser.

Esse assunto tem me deixado curioso. Vocês acham a mesma coisa? Que é necessário ter um desenvolvimento explícito do plot central ou o episódio é considerado “sem graça”? Gostaria de ouvir a opinião dos leitores. Não deixem de comentar.

Você provavelmente já ouviu ou leu a frase acima. Se […]

Meu parecer sobre a recém aprovada Lei de Censura em Tóquio

Era de se esperar que o anúncio e a aprovação de uma lei que irá restringir o conteúdo de animes e mangás distribuídos em Tóquio iria criar um certo rebuliço na blogsfera especializada brasileira. Apesar de nem todos terem feito posts sobre o assunto, muitos já comentaram o acontecimento através do twitter. @Gyabbo @Juba_Kun @LKMazaki @MaisdeOitoMil @Shoujofan… já dá pra considerar uma certa repercussão no acontecimento. Porém, o que todo esse rebuliço gerou foram opiniões diversas… inocentes, confiantes, indiferentes… o que não falta é opinião sobre o assunto.

Decidi escrever um post sobre o assunto para que as pessoas possam saber qual a minha posição ou não com relação a esse assunto. Farei questão de explicitar os porquês pois acho que isso ajuda a quem for ler meu post formar sua própria opinião sobre o assunto. Lembrando que todos estão livres para concordar ou discordar. E que se quiserem deixar um comentário argumentando pontos que vocês acharam incorretos, ou dando mais base a coisas que vocês acharam corretas, sintam-se a vontade.

Para começar, gostaria de deixar claro o que é essa nova lei:

O Governo de Tóquio, e entendam que essa é uma medida válida unicamente em Tóquio (por enquanto), aprovou um projeto de lei que visava restringir materiais que contivessem cenas ou insinuações de atos sexuais ou não socialmente condenáveis, como estupro, incesto, suicídio, comportamento criminoso, banalização da violência, etc. Tais materiais seriam colocados nas prateleiras “para adultos” dos estabelecimentos que atualmente vendem mangás.

Pois bem, para começar, gostaria que vocês prestassem atenção na palavra que eu usei acima: insinuações. Insinuar é dar a ideia de algo que não é na realidade, mas que é no plano subjetivo da coisa. Um exemplo é a relação de Kirino e seu irmão em Ore no Imouto. Em nenhum momento ela disse que gostava do irmão e nunca aconteceu nenhum contato romântico entre eles, mas quem assiste sabe que rola uma tensão sexual entre os dois. O grande problema disso é justamente “insinuar” ser algo subjetivo e por ser subjetivo está sujeito a interpretações. O que vocês me diriam se a justiça decidisse colocar One Piece na sessão 18+ pelo fato do Oda constantemente exagerar no tamanho do busto de algumas de suas personagens?

Outro ponto que eu gostaria de comentar é o caso do 18+. Algumas pessoas me falaram que não veem problema nisso. Que eles só vão colocar o material nas seções para adultos dos estabelecimentos, não vão parar de publicá-los. Aí eu peço que não sejam inocentes. O grande público consumidor de mangás no Japão ainda são as crianças, menores de 18 anos em geral. Mangás para esse público vendem (bem) mais que os voltados para um público adulto.

O primeiro efeito disso seria a fragmentação das antologias. A Shonen Jump, por exemplo, teria que se reestruturar, pois algumas de suas séries não seriam adequadas para o público-alvo, de acordo com a nova lei.

Depois, teríamos o problema com os tankobons (volumes encadernados). Ficando na categoria “adulta”, acabariam tendo uma queda na vendagem. O que isso causaria? Pense comigo: Você é um editor. Tem duas séries na sua frente pronta para serem serializadas. Uma estaria de acordo com a nova lei, a outra não. A que estaria de acordo com a lei teria previsão de venda para X, enquanto a outra teria Y, sendo X bem maior que Y. Em qual série você investiria? Acho que não preciso responder. Tal situação acabaria gerando um efeito bola-de-neve que culminaria com um número enorme de títulos politicamente corretos nas prateleiras enquanto os títulos “para adultos” seriam pouco divulgados.

Um terceiro problema seria o fato de que nem todos os estabelecimentos tem uma “seção para adultos”, o que faria a venda de materiais “impróprios” serem nulas.

Obviamente tudo isso vai depender de como a lei for aplicada e interpretada pelos governantes e, principalmente pelas distribuidoras e revendedoras. O primeiro-ministro do Japão já pediu cautela, como bem colocou a minha querida colega, Valéria Fernandes, a situação ainda não é tão calamitosa, como acredita a minha outra colega, Mara, mas é muita inocência acreditar que isso não se trata de uma forma de censura. Muito menos de que é uma decisão que não afetará em nada a industria. Se isso fosse verdade, as grandes editoras de mangá não teriam boicotado um dos principais eventos da industria, a Tokyo Anime Fair.

Eu sou contra todo e qualquer tipo de censura. Principalmente quando esta é imposta pelo Estado. Acredito que o que deveria haver no Japão é uma auto-regulação pelas próprias editoras e seus autores. Não é difícil de acreditar que mangás tão consagrados por nós hoje em dia se mostrassem contra essa nova lei. De cabeça me lembro logo de Death Note que, se já não tivesse tido muitos problemas dentro da própria Shueisha para ser publicado, ainda teriam que encarar problemas com a lei. Só de imaginar que por causa disso poderíamos não ter Bakuman hoje, fico extremamente receoso com essa lei. E caso resolvessem encrencar com as cenas do Goku apalpando inocentemente a Bulma no início de Dragonball?

O que eu quero dizer é que uma lei como essa, propositalmente escrita de maneira simples para motivar várias possíveis interpretações vai contra tudo que eu acredito e por isso insisto em dizer que não podemos dizer que ela não vai causar nada. Não estou dizendo para ficarmos nos lamentando, afinal nada podemos fazer no momento, mas eu sinceramente torço para que o governo federal japonês intervenha e que anule essa medida ou a deixe mais clara e prática. Se essa lei “pegar”, não vai demorar para um monte de lei que estava engavetada começar a ser votada e aprovada.

Bem, é isso aí. Acabei escrevendo demais, pra variar, mas fiz isso porque gostaria de deixar bem clara a minha postura quanto ao assunto. Agradeço se você tiver lido até aqui.

Era de se esperar que o anúncio e a aprovação […]

O status da moda em Kuragehime

Eu escrevi um post sobre Kuragehime apresentando a série para meus leitores. Porém, num post do tipo não dá para nos aprofundarmos muito em determinados assuntos e é por isso que eu decidi escrever esse novo post a respeito do anime.

Para quem não leu o post anterior, Kuragehime é sobre uma menina otaku que mora com outras otakus numa pensão em Tóquio. Em um belo dia, seu caminho cruza o de um cross-dresser que é o completo oposto da protagonista, principalmente na personalidade. O cross-dresser então passa a fazer parte da rotina da menina e das outras mulheres que moram na pensão.

Entre outros assuntos, como NEETs e sexo, um dos mais explorados em Kuragehime é sem dúvida a moda. Tóquio é a capital japonesa da moda e um dos principais pontos geradores de tendências do mundo. Como é de se esperar, as moradoras da pensão são completamente avessas à moda e mesmo morando em Tóquio tentam se manter longe de Shibuya (o bairro da moda em Tóquio) e das pessoas que andam por lá.

Porém, é justamente por eles morarem lá que eles acabam tendo que conviver e lidar com a pressão da beleza. Principalmente pelo fato de um dos principais motes da moda japonesa ser “não seja igual a todo mundo”. A pensão onde elas moram, Amamizukan, é seu refúgio. Elas sabem que são diferentes dos outros e por isso o prédio, com arquitetura tradicional, acaba sendo retratado como o único lugar onde elas realmente podem ser quem são. Isso acaba fazendo com que elas tentem manter aquele espaço completamente livre de mudanças. Isso é percebido nas constantes negações de propostas de novos possíveis moradores. E é aí que Kuranosuke entra. Ele é uma ameaça ao estilo de vida das otakus. Ele é a “ameaça externa” invadindo o ambiente interno da pensão.

Porém, essa discussão vai além disso. Por saberem que são diferentes, elas se mantém assim por opção, gerando assim uma resistência interna pela anti-moda. No episódio 3, Tsukimi recebe um tratamento de beleza pelas mãos de Kuranosuke. O resultado exalta toda a beleza reprimida e escondida pelo descuido proposital da personagem. O curioso no entanto é a reação de Tsukimi ao se ver daquela maneira. Ela simplesmente não aceita o fato de poder ser bonita. Mesmo ela desejando ser uma princesa quando criança, ela se realiza de sua situação atual, otaku, e abomina o fato de ser bela graças ao seu atual meio social. Ela logo se imagina sendo “deserdada” por suas amigas e sendo queimada viva em plena Otome Road.

Toda essa situação não é exclusiva de Tóquio, nós, brasileiros, também podemos nos enxergar facilmente na personagem. Eu moro na zona sul do Rio de Janeiro e sempre estudei e andei por lugares em que a maneira como você está vestido conta. Mesmo eu nunca tendo sido muito ligado em moda, eu sempre tive uma certa noção do que vestir e não vestir em certas ocasiões, mas ao mesmo tempo era bem comum ouvir coisas como “o quê? você já está há oito meses sem comprar uma roupa nova?”, ou “como é possível você usar sempre o mesmo casaco todo dia?” e por aí vai.

É comum essa aversão dos nerds à moda e também é comum quando “um dos nossos” aparece bem vestido, ou bem maquiado nós acabarmos tirando sarro. Não fazemos isso por mal mas, se pararmos para pensar, nós fazemos o mesmo que eles fazem conosco quando aparecemos desleixados com nosso visual.

Voltando à Kuragehime, a aversão das otakus à moda acaba gerando um certo preconceito com quem se importa com isso. É errado se preocupar com a maneira como nos vestimos? É errado às meninas dedicarem tempo à maquiagem, depilação, etc? Sinceramente, claro que não. Não é errado querer valorizar a beleza. Por mais que eu acredite que uma boa personalidade é mais importante que uma boa aparência, por raras vezes sem uma boa aparência a boa personalidade aparece. Moda muitas vezes é encarada como uma maneira de mascarar seus defeitos (e aí entram principalmente os defeitos de personalidade), mas a falta dela também pode ser encarada como uma maneira de esconder as suas qualidades.

Toda essa discussão ao redor do que é a moda, como os nerds encaram a moda e como a personagem principal reage a tudo isso só torna Kuragehime uma série ainda mais interessante de ser assistida. Vale ressaltar que qualquer coisa em exagero é ruim. Eu lembro de ter mencionado isso em um dos primeiros posts do Anikenkai e é a mais pura verdade. Por isso é sempre bom a gente estar se auto avaliando e vendo em que pontos estamos exagerando a ponto de prejudicarmos outro lado de nós mesmos.

Eu escrevi um post sobre Kuragehime apresentando a série para […]

Quando um plot é mal aproveitado… pode acabar gerando BOAS consequências…

O último episódio de Oreimo foi uma merda. Desculpem os meus leitores mais pudicos, mas não encontro outra palavra melhor para definir esse 5º episódio da série. Por causa de tamanha porcaria em forma de desenho, a blogsfera ficou em polvorosa e discussões a respeito do rumo da série no Brasil e no mundo. Mas por que tudo isso? Quantas séries horrorosas estreiam a cada temporada e nem valem menção? Por que Oreimo é especial a ponto de mexer tanto com a blogsfera e com o público em geral? A resposta é simples. Oreimo tem um ENORME potencial desperdiçado.

No início de outubro escrevi um post sobre como eu achei interessante o primeiro episódio de Oreimo. Como estava torcendo para o plot se desenvolver de uma maneira interessante e até cheguei a compará-lo com Genshiken. Porém, a cada episódio que se passou, eu vi todo esse maravilhoso plot ser destruído em cenas constrangedoras e mal desenvolvidas.

Simplesmente os responsáveis pela série estão querendo fazer o impossível. Tenta nos mostrar uma relação real entre irmão e irmã junto com uma crítica à sociedade quanto ao mundo otaku, mas não larga o osso de momentos “complexo de irmã mais nova”. Não dá, simplesmente não dá. Não tem como desenvolver essas duas linhas ao mesmo tempo. Uma hora ou outra eles vão ter que se render à maneira mais fácil e rápida de se conseguir publico… apelar pro lado ecchi da coisa.

É fácil perceber a diferença entre essas duas linhas. Quando temos cenas de interação entre a Kirino e as outras meninas otakus, parece que a coisa flui melhor. Não é forçada. Temos situações interessantes e bons diálogos. Porém, quando resolvem apelar para o ecchi, fica uma completa bosta, como pudemos ver no episódio 4.

O 5º episódio foi nada mais nada menos que o estopim dessa involução. Simplesmente os espectadores chegaram a um ponto em que consideraram o que está acontecendo além do tolerável. Nesse episódio tivemos uma tentativa de unir as duas linhas do anime em uma só, o que resultou num enorme fracasso. Fracasso esse que fez um monte de gente sair de suas tocas e escrever inúmeros textos de todos os tamanhos e estilos a respeito da série. Muitos falando mal. Poucos com bons argumentos. Alguns acabavam defendendo. Outros afirmavam que era só uma fase. E por aí vai.

Se tem uma coisa para a qual Oreimo serviu, foi mostrar que opiniões diferentes são importantes. Que a discussão saudável é extremamente válida e recomendada. Que a blogsfera animística, principalmente a nacional, ainda é muito individualista. Por isso, se você só lê o Anikenkai, passe a ler outros blogs. Comece pelos parceiros que estão ali à esquerda e siga conhecendo novos blogs e novos tipos de pensamento.

Graças a Oreimo e suas consequências, me senti obrigado a fazer um blogroll (um tipo de lista de blogs interessantes para se ler) para mostrar ao meu leitor que é válido ler algo além do que eu escrevo por aqui, principalmente sobre os mesmos assuntos. As discussões que presenciei, li e participei no Twitter mostraram que a discussão entre os blogueiros é FUNDAMENTAL! Por que poucos de nós respondemos uns aos outros (eu incluso)? Por que não criamos um post simplesmente para postar uma ideia contrária a de outro blogueiro deixando claro que é direcionada a ele?

Sinceramente, acho que quanto mais nós discutirmos entre nós, mais nossos leitores ficarão satisfeitos e mais conteúdo eles terão. Afinal, não é esse o nosso objetivo com nossos blogs. gerar conteúdo? Se você, aniblogueiro, está lendo isso aqui, sinta-se a vontade para discordar e concordar do que eu disse. Mas não faça isso só no Twitter. Faça no seu próprio blog. Crie posts com conteúdo. Mostre contra-argumentos. Isso só fará seu blog crescer em conteúdo.

Termino por aqui esse post de insatisfação com os rumos de uma série tão promissora, mas feliz com o que ela tem gerado de discussão e de interação entre a blogsfera. Espero que possamos aprender algo disso. Oreimo acabou gerando algo válido, mesmo com sua qualidade duvidosa.

O último episódio de Oreimo foi uma merda. Desculpem os […]