Assim, na boa, o que seria Ecchi?

O que vocês consideram ecchi? Faço essa pergunta porque não é de hoje que vejo obras como Love Hina serem colocadas nessa categoria quando para mim elas não deveriam ter saído da comédia. Quer dizer que comédia não pode ter peitos balançando de vez em quando? Ou uma calcinha aparecendo de relance? Ou nem mesmo insinuações ao ato sexual? Se tiver essas coisas é ecchi? E aí entra numa categoria próxima ao Hentai? Meu Deus! Bakuman teve uma calcinha aparecendo… os peitos da Miyoshi balançaram várias vezes! E o Takagi ainda mencionou o fato falando que gostou! Deus! Bakuman é ecchi…

Não, não é.

Essa introdução acalorada e cheia de interrogações foi para mostrar quão incerta é essa categorização de animes e mangás. E o que me motivou a escrever esse post foi uma simples pergunta feita ao @Gyabbo através do formspring (um serviço de perguntas e respostas anônimas ou não):

Porque você odeia tanto o ecchi? Não gosta de ver garotas bonitas em situações interessantes?

Ele foi lá e humildemente respondeu a pergunta expondo sua opinião. E antes de irmos pra parte dois desse caso, acho válido expor a minha opinião a respeito do assunto.

Para começar, quero deixar claro que, para mim, ecchi é um sub-gênero. Dentro de comédia ou outros gêneros maiores, temos algumas com características ecchis, que posso caracterizar como uma certa exploração voluntária, descarada e constante de situações sexualmente estimulantes. Tendo colocado isso, vamos a alguns pontos.

Para começar, temos que ver a ambientação da história. Pegarei Love Hina como exemplo. Em Love Hina, o personagem principal, Keitaro, passa a morar e a trabalhar numa pensão onde só tem mulheres. Logo, se uma menina resolve andar de toalha pela casa, tomar banho sem trancar a porta, ou até mesmo ficar com a parte de cima do corpo descoberta sem preocupação, é algo esperado e normal para a situação. O estranho é ter o cara lá dentro e não as meninas agirem de tal maneira.

Entendendo esse ponto, vem o lance da idade. Peço que não levem a mal o que vou dizer, mas eu não sou contra histórias em quadrinhos com personagens adolescentes que discutem temas como a sexualidade dos mesmos. É importante a gente detalhar bastante isso para não dar margem a dupla interpretação. Sexo faz parte do universo adolescente. Você vá a uma roda onde adolescentes conversam e muito provável que eles falarão sobre sexo uma hora ou outra. É uma época de descobertas e o sexo está entre elas. Se uma história se propõe a tratar da vida adolescente, o sexo não pode ser encarado como algo fora de contexto. A grande questão é quando essa sexualidade é explorada de maneira gratuita, como acontece em hentais, onde o foco é o sexo e não a história.

Não há quem diga que mangás como Vitamin ou Life, de Keiko Suenobu, onde vemos cenas fortes e chocantes de sexo e até estupro envolvendo menores de idade, fazem uso gratuito de tais cenas e muito menos tem como objetivo excitar o leitor. Faz parte da realidade adolescente, pode acontecer, principalmente no Japão onde problemas de estupros são constantes.

A questão então é avaliar a ambientação da coisa. Não é simplesmente generalizar como “não gosto de mangás ou animes que envolvam menores de idade e sexo”. Tudo depende do contexto e da forma como é explorado. O grande problema, assim como eu relatei no meu post sobre moe, é o a comodidade que a exploração de cenas ecchis gera. Produtores e editores de animes e mangás não se preocupam mais com uma boa história pois sabem que se colocarem as personagens em cenas erotizadas terá um monte de gente assistindo, comprando o DVD, BluRay, figures, o que seja.

Não vejo problema em cenas “ecchi” contanto que sejam lógicas dentro de um contexto. Seja esse contexto um pé na realidade ou para gerar o fator cômico. Só não me falem para eu ver um anime só porque tem peitos e bunda balançando… enquanto a história do mesmo foi feita enquanto o escritor estava gentilmente defecando idéias.

Ah, eu mencionei que havia uma segunda parte, não é? Acho que não vale a pena comentá-la. Sério, é perda de tempo. Mas deixarei aqui no post a segunda “pergunta” feita ao @Gyabbo após ele responder a primeira.

Você e a Valeria Fernandes do Shoujo cafe são muito extremistas. Não acha que isso pode limitar a visão e entendimento de alguns mangas e animes? Por isso que animes assim não vem pro Brasil, acho que vcs estão matando a industria de animes no Brasil (sic)

Olha… nah… deixa pra lá…

Espero ter me feito entender. Se concordam ou discordam, não deixem de comentar. É um tema que necessita de discussão.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

O que vocês consideram ecchi? Faço essa pergunta porque não […]

14 thoughts on “Assim, na boa, o que seria Ecchi?”

  1. Saudações

    Confesso que cheguei a cogitar em publicar algo sobre isso em meu blog, mas preferi não fazê-lo. Doravante, a sua opinião sobre o assunto é também bem acentuada, DidCart.

    Confesso que não me incomodo com o dito “fator ecchi” em animes ou mangás, desde ( é claro ) que os mesmos façam parte do contexto sobre o que está sendo narrado ou mostrado.

    O “ecchi” para mim seria algo mais apelativo, chegando aos extremos de poder ser considerado “fora do comum” ( ou melhor, do senso comum ). Um bom exemplo é “Kodomo no Jikan”, título este que passo tranqüilamente sem assistir ( bastou um episódio ).

    Até mais!

  2. Esse “ecchi” que tem na maioria dos animes que é um vento e uma calcinha ou uns seios grandes balançando não tem nada de mais é o fanservice que a maioria dos animes tem, assim como violencia exagerada é fanservice a calcinha também é.

    Oque acaba ficando ridículo é o fanservice exagerado (ecchi), como em Queen’s Blade e Seikon no Qwaser, sério, foram animes que eu assiti 1episódio e não mais que isso, me irritou profundamente a forma como as coisas giravam em torno do ecchi.

    Já animes como Ikkitousen me agradam muito mais, pois faz mais sentido durante uma luta as roupas dos lutadores resgarem então não foge totalmente do contexto e acaba dando uma “apimentada” no anime.

    Não sou de todo fã de romance/ecchi, como no caso de To-Love ru e etc, que acaba também ficando exagerado.

  3. Normalmente não sou um fã de séries que tem cenas ecchi como fator principal, mas existem série e série, por exemplo o plot de freezing me agradou enquanto o de seiko no qwaser não.

    Acredito que dizer se um anime é de um estilo ou de outro depende mais doq ue está mais em evidencia na série, por exemplo, é não só evidente, mas importante que um shounen de ação tenha cenas de comédia, mesmo assim não chamaria Reborn, Bleach, Bellzebub, Dragon Ball e outro de animes de comédia, enquanto não chamaria Hayate no Gotoku de anime ecchi, apesar de muitos serem os fanservices e cenas que se enquadram neste perfil, enquanto isso não consideraria Seikon no Qwaser ou Queens Blade animes puramente de ação, pois é totalmente visível que apresentar as cenas com teor erótico e ecchi (considero estes conceitos diferentes) são o ponto forte ou um dos focos destas séries, o mesmo ocorre com o Freezing que citei apesar de eu gostar mais da história dele do que destas cenas.

    Em sumo defendo a idéia que a categorizarão principal de uma série seja de anime ou mangá deve se dar pelo elemento ou pelos elementos em maior evidência na série e não por elementos importantes mais visivelmente secundários, como no caso de Love Hina em que o foco principal é a comédia e não as cenas ecchi que como o DidCart citou é um elemento plenamente aceitável no contexto da série.

  4. Categorizar algo é realmente complicado. Principalmente porque, dentro de uma mesma obra, pode-se encontrar vários gêneros e sub-gêneros diferentes. É por isso que eu não gosto de me prender a classificações.
    Mas, até alguns dias atrás, qualquer anime que tivesse calcinhas e peitões, seria considerado, por mim, como ecchi. Love Hina e Chobits, por exemplo.
    Hoje, acho que esses estão mais para comédias com cenas de fan service do que para um ecchi propriamente dito.
    Então, o que seria ecchi? Não sei dizer com clareza, mas diria ser um “meio termo” entre fan service e hentai, aquele anime que é erótico sem ser pornográfico, mas, ao mesmo tempo, sem ser inocente.
    Bem, é mais ou menos isso que eu tenho pensado.

  5. Ecchi? Hum… bem eu não curto nem um pouco esse estilo, primeiro peguemos To Love Ruu como exemplo:
    >O protagonista é gay, em diversas situações que garotas aparecem nua ou dormem nua com o cara e ele não faz nada.
    >Não acontece nada além de aparecer uma garota gostosa a cada novo volume roçando no cara.
    >Situações que só realçem os sérios problemas de inchaço na vulva das garotas.

    Eu não curto soft-porno desenhado…

  6. AHHHH DIDCART vc bem que poderia postar os TOC’s da jump…
    a akiba scan e aquela comunidade do orkut postam mas aqui é onde mais encaixa xD

  7. Classificar é algo natural e importante para se analisar as coisas que se conhece. Mas também pode ser prejudicial em alguns pontos ne.

    Peguemos o exemplo de Love Hina mesmo. Nossa, LH foi A comédia que me introduziu mais forte no gênero, afinal eu tenho a coleção e foi o material que mais li e reli naquela época. Pra mim LH sempre foi COMÉDIA.

    Mas advinha só, esses dias, depois de alguns anos sem ler os mangás, fui reler e rapidamente pensei algo como “Caramba, como isso tem fanservice!!!”.

    Óbvio que Love Hina é uma comédia cheia de fanservice, o grande problema é: se fosse hoje em dia, eu conhecendo LH, eu lhe daria uma chance sabendo desse fanservice?

    Classificar pode gerar preconceitos iniciais com as obras que pode nos afastar de coisas boas (Apesar de que ainda assim a grande maioria dos ecchis atuais não tem realmente relevância alguma por não terem história boa =9)

    É uma questão sempre complexa.

  8. mais um post sobre esse tema na boa todos aqui ja sabem o que significa isso não sei para quer ficar falando isso como se foste uma novidade.

    ecchi é so um termo relacionado a pervertido, é algo que faz apelo sexual, o cara falar dos seios ou do corpo da garota é so estar descobrindo sobre sexualidade, se foste ecchi como foi no caso de bakuman com os dois garotos yaoi a cena seria mostrada com um peitão, um barulho “boing” e o cara olhando para o lado rapidamente com pensamentos ocultos.

    bakuman nunca serie ecchi pelo fato de os dois personagens serem homo sexuais ou yaoi onde nenhum deles vai pegar mulher como sempre acontece nos shonens.

  9. Lí o post inteiro sobre o que ele escreveu sombre o assunto.
    E concordo com o termo extremista pelo seguinte fato curioso no fim do que ele escreveu, lá consta que ele não assiste infinite stratos por causa do fan-service.
    No meu caso eu assisto infinito stratos não porque quero ver personagens em em 2d em trajes colados, primeiro que a cena inicial da luta entre os robôs me despertou um interesse muito grande, e fiquei curioso para ver se vão explicar o motivo dele ser um único homem capaz de controlar um IS epor aí vai.
    Ecchi no meio de boa história não faz mal algum, o problema é a série que abusa desse artifício.
    Concordo que a utilização de crianças sendo abusadas por adultos seja algo repusivo, mas dizer que um cara vê isso e sai praticar, é um absurdo, ele já tinha vontade de fazer algo relacionado à pedofilia e aquele anime que ele viu só compõe todos os materias relacionados ao assunto que ele deve ter.
    Mas é um assunto muito delicado, mas ele na verdade só compõe essa coisa que eu odeio que se chama “politicamente correto”, discutido inclusive no último podcast no AFS, onde yuyu hakusho foi retalhado no cartoon network.
    Mas como todos desse meio de animes já sabem, os moralistas conseguiram uma vitória, acho que nem as transformações ERO do naruto vão escapar.

  10. não tem nada de errado em um pouco de fan-service, o escroto e fazer obras dedicadas exclusivamente a fazer putaria e usar todo o resto como plano de fundo.

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