Category Archives: Genshiken

A evolução da colorização digital em Genshiken

Quando li o mangá de Genshiken pela primeira vez uma das coisas que mais me chamaram atenção foi a qualidade de suas páginas coloridas. Porém, em 2010, quando resolveu retomar a série para uma segunda fase, ele optou por fazer tais páginas coloridas digitalmente e… bem… o resultado não foi tão bom assim. Agora, quase cinco anos depois, Kio Shimoku parece ter pegado o jeito da coisa e no último capítulo publicado, o de número 113, para referência, ele parece ter finalmente chegado a um nível comparável ao da primeira fase.

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Quando li o mangá de Genshiken pela primeira vez uma […]

Genshiken – Um review inspirado

Escrevo esse texto no exato momento em que acabo de ler pela segunda vez o volume 9 de Genshiken da JBC. Ao todo, já perdi as contas de quantas vezes já li esse volume, em papel, digital, em inglês, japonês, português… porém, a cada vez que eu leio, eu termino com um sorriso gratificante no rosto. O volume 9 chegou às bancas há alguns dias e senti uma profunda satisfação de ver que essa série que tanto gosto chegar ao seu volume final no meu país.

Se você acompanha o Anikenkai há algum tempo ou decidiu dar uma olhada nos meus posts passados, as chances são grandes de você ter esbarrado com um post específico ou alguma menção a Genshiken. Isso acontece pois essa foi a primeira obra que me despertou diversos interesses particulares do meu hobby, tanto no nível das temáticas apresentadas quanto além dela, motivou o início do blog e sem dúvida foi uma importante para mim.

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Escrevo esse texto no exato momento em que acabo de […]

Kio Shimoku – o autor de Genshiken em fotos!

Genshiken é meu mangá favorito e isso não é surpresa para ninguém. Seu autor, Kio Shimoku, é um dos mangakás que mais preso pela sua arte muito bonita, mas pela sua capacidade de contar histórias e de criar personagens verossímeis e com alma. Há anos eu tento procurar por mais detalhes sobre ele, o que é uma tarefa difícil vide que seu nome é um pseudônimo, como comentei anteriormente. No entanto, no capítulo 96, o autor comentou sobre um evento de autógrafos do qual participou e isso atiçou minha curiosidade por procurar mais a fundo.

E essa pesquisa deu frutos! Achei um site de Taiwan comentando sobre um evento de autógrafos que aconteceu em 2010, época em que Kio Shimoku ainda publicava Digo Puri. Procurei mais um pouco e achei fotos desse evento! E sim, em algumas dessas fotos eu pude ver pela primeira vez quem é, de fato, Kio Shimoku.

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Genshiken é meu mangá favorito e isso não é surpresa […]

Review Semanal: Genshiken Nidaime – Epi. 4 e 5

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E para tirar o atraso de mais uma série do review semanal, vamos fazer post duplo comentando os episódios 4 e 5 de Genshiken Nidaime! Comentaria com o episódio 6 junto, que já saiu, mas o post ficaria tão grande que ninguém leria. Então acomode-se aonde estiver e que comece o 5978º encontro “O Genshiken dessa semana foi interessante”!

Temos muito o que comentar nesse post, mas acho que dois focos se fazem necessários: o primeiro é a Ogiue e seu passado; e o segundo é o “arco” Hato X Mada X Angela. Vamos começar falando da Ogiue, então…

Além do episódio ter começado com uma cena bem fanservice, por assim dizer, onde nós vemos as novas protagonistas, além da Sue e da Ogiue fazendo cosplay (e posteriormente recebendo um esporro da Yoshitake por causa disso). Eu fiz um apanhado sobre o cosplay das outras meninas (e o Hato) quando comentei sobre o capítulo 62, mas o que pouca gente pode ter notado, e que eu só notei bastante tempo depois de ter lido, é quão interessante é a escolha de colocar a Ogiue como a Azusa de K-ON.

Há muitas coincidências entre as personagens. Para começar, ambas estão em clubes que, além de desviarem muito das suas funções originais, tem sérios problemas em conseguir novos membros. Mesmo assim, ambas foram as mais novas integrantes de seus respectivos clubes e se encaixaram muito bem neles no final das contas. Tanto Ogiue quanto Azusa tem a mesma atitude perante o “relaxamento” dos outros membros dos clubes, enquanto ambas também, apesar de parecerem duronas, são facilmente persuadidas. Por fim, vale lembrar o fato de que as duas herdaram a presidência de seus respectivos clubes quando os outros membros se formaram. Ainda acham que foi uma escolha ao acaso só pelo fanservice? Eu não… apesar de que o anime deu uma carregada nesse aspecto do que o mangá.

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Mas nem só de diversão e cosplay se fez a participação da Ogiue nesse episódio. Tivemos um momento tenso também, mas que me deixou extremamente curioso para saber como as pessoas que só acompanham o anime o perceberam.

Lembram daquela menina que apareceu no estande da Ogiue na Comiket perguntando por ela? Então… ela é a menina responsável pela traição que eu comentei no episódio 1. Aquela história do passado da Ogiue que o anime anterior não cobriu e que este simplesmente pulou. Por causa disso, eu vi muita gente em fóruns reclamando de não ter entendido o por quê daquela cena. Embora eu tenha gostado do anime estar seguindo fielmente o que o mangá mostra, a coisa realmente ficou um tanto desajustada.

Para os que conheciam a história por terem lido o mangá, a conversa soou superficial demais. Pode ter sido problema na tradução do Crunchyroll, mas vários elementos da conversa que apareceram no mangá ficaram de fora da versão em anime. Se eu me lembro bem, no momento em que a Yabusaki fala da “velha Ogiue”, ela diz que não se surpreende pelo fato dela ter feito o que fez e ter sofrido da maneira que sofreu e como que hoje tanto ela quanto o Sasahara, seu namorado, estão bem mais a vontade com este hobby e com o que aconteceu. E além disso, ainda tivemos um problema narrativo aqui, afinal, no mangá a aparição de Nakajima surge no final de um capítulo, como um gancho surpreendente, mas no anime, serve como praticamente um tapa-buraco do meio da segunda metade do episódio 4.

Acho, no entanto, que quem teve mais problema com essa cena foi quem não conhecia a personagem. Afinal, apesar de terem ficado sabendo um pouco do passado da Ogiue, não pareceu nada além de um teaser. Se a produção do anime resolver usar a personagem para, em um futuro próximo abordar o arco que foi pulado, sua presença terá se justificado. Caso ele não faça isso, era melhor nem ter mostrado essa cena, pois ela vai do nada a lugar nenhum. Se é pra pular todo um arco, que pule ele direito e não deixe a cabeça dos espectadores confusas.

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Mas como dito anteriormente, não só de Ogiue se fez esses episódios, a participação do Hato também foi bem expressiva… claro, motivado pela Angela que chegou com muito resPEITO e insinuações para cima daqueles meros otakus. Se vocês não lembram da personagem, Angela é a outra amiga americana da Ohno (junto da Sue) e sempre que tem Comifest ela vai para o Japão (haja dinheiro, ein…).

Acontece que a Angela desenvolveu um certo interesse no Madarame desde a última vez que ela o viu e ambos ficaram a sós na sala do clube lendo mangá. Ela só não tinha demonstrado nada porque na época a Kasukabe ainda era uma figura presente no grupo e na cabeça de Madarame. Agora que ela tinha o “caminho livre”, resolveu dar uma investida mais óbvia, para surpresa dele e para o incômodo de Hato, que tem desenvolvido “laços afetivos mais fortes” com seu veterano.

É engraçado como a cena começa com comentários sendo feitos sobre como há boatos de que as estrangeiras gostam de “caras japoneses”. Imediatamente eu consegui associar a várias situações da minha realidade enquanto fã de animes e mangás fora do Japão. Não sou do sexo feminino então não posso afirmar com toda a certeza, mas pelo que minha observação me diz, sim, meninas otakus de fora do Japão tem sim um “interesse” em caras japoneses (abre o olho Sakuda!).

gen_rev_sem_005De qualquer modo, todos os avanços de Angela para cima do Madarame fez o Hato começar a ficar claramente incomodado. Mas incomodado de maneira diferente dos outros. Embora a maioria estivesse constrangido pelo fator explicito das investidas, algo pouco comum para o padrão social do Japão, não passava disso. Hato foi o único que se incomodou a ponto de tomar uma atitude contra aquilo. O motivo? Ciúme.

Sim, é evidente que Hato desenvolveu alguma espécie de sentimento para com o Madarame. Seja ele motivado por suas fantasias yaoi ou por paixão homossexual propriamente dita, mas isso é um fato. Toda a situação emocionalmente frágil dele ainda colabora para a construção das fantasias de Hato. A coisa ainda piora quando Hato conhece Kousaka, namorado de Kasukabe, e percebe que as chances de Madarame com ela praticamente inexistem.

Em um dado momento ele não consegue se segurar e entra numa discussão com Angela. Ela reage, indagando o por quê de Hato não querer que ela fique com Madarame, colocando ele numa saia justa da qual ele só consegue sair dando um surto-fujoshi e alegando que é porque Madarame é totalmente passivo e etc etc etc, vocês viram o episódio. Até que ponto esse surto representa os reais sentimentos de Hato para com sua “relação” com Madarame, não temos como dizer, mas é fato de que ele só aconteceu porque ele queria evitar alguma outra resposta mais… lógica. Seja ela a tal paixão homossexual ou o fato dele saber que ele ainda gosta da Kasukabe.

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É engraçado como todo esse “atiramento” da Angela com relação a sua sexualidade e suas intenções para cima de Madarame parece deslocado do resto do grupo, mesmo a questão sexual sempre tendo estado presente em Genshiken. Afinal, desde a primeira série temos as dificuldades de Kasukabe em contornar o hobby de Kousaka, até mesmo o fato de que este próprio hobby gira em torno de ir a um evento enorme e comprar gibis para “usar” ou ainda as fantasias yaoi que estão se tornando cada vez mais comum na formação atual do clube. De todos os modos, uma personagem com sua sexualidade “livre” ainda causa estranheza para aqueles personagens.

Outra coisa interessante, para não ficar só falando do lado “das meninas”, é a reação do Madarame de negar a possibilidade da Angela realmente estar interessada nele. Ele acha que é brincadeira, que isso não pode ser verdade, que ela está tirando onda com ele. E mais uma vez pude reconhecer esse pensamento em minha realidade. Vocês com certeza já tiveram amigos(as), ou até mesmo vocês mesmos, que deixaram passar oportunidades de se relacionarem com alguma menina(o) pois acreditaram que ela estava brincando enquanto na verdade ela estava dando mole. Isso é mais comum do que parece, infelizmente. Claro que o Madarame ainda estava cego por sua paixão por Kasukabe ainda estar em sua cabeça, mas de qualquer modo…

Bem, já escrevi demais e vocês devem estar cansados. Vamos encerrando por aqui. O que acharam desses dois episódios? O que acharam da cena da Ogiue? E do “triangulo amoroso”? Não deixem de comentar! Ah, e caso queiram ver um apanhado das referências e cosplays que apareceram nesses episódios, confira o post do Ogiue Maniax (em inglês)! Aguarde também os comentários do episódio 6 de Genshiken Nidaime! Até lá!

E para tirar o atraso de mais uma série do […]

Review Semanal: Genshiken Nidaime – Ep. 03

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Olá, queridos leitores! Está na hora de mais um 2738º  “o episódio de Genshiken dessa semana foi interessante”! E, pauta temos a situação do Madarame atualmente tendo visto todos os seus amigos se graduarem e ficando ainda preso, de alguma forma ao Genshiken e a uma certa pessoa.

Mas antes disso, vamos falar novamente da roteirista Michiko Yokote que fez exatamente o que eu previ no episódio anterior, ela está, de fato, reorganizando a ordem em que acontecimentos são mostrados para melhorar a adaptação para a nova mídia.

Semana passada nós tivemos um episódio que cobriu ao mesmo tempo eventos do capítulo 58, 59 e 60. Nesse, nós temos o resto do importantíssimo capítulo 59 (a conversa do Madarame e da Keiko, irmã do Sasahara) assim como foi mostrado o que aconteceu no capítulo 61 (as cenas do Madarame com o Hato). Então até esse momento já foram cobertos seis capítulos em três episódios. Um excelente número, principalmente se considerarmos a fluidez com que tudo vem acontecendo.

Como dito, isso é mérito da Michiko Yokote e eu faço questão de frisar o excelente trabalho que ela vem fazendo pois é raro vermos  roteiristas tão comprometidos em adaptar tão bem uma obra. Ela busca manter a essência da história sabendo que é uma mídia diferente e que se comporta de maneira diferente no que tange a narrativa. Mas agora vamos falar de fato no que aconteceu nesse episódio…

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Mais uma vez a história se auto-referencia e leitores do mangá imediatamente conseguiram associar a cena de Keiko segurando a gravata de Madarame à cena no mangá que, por sua vez, também foi uma referência a algo que aconteceu na primeira série, como podem ver na imagem acima. Um easter-egg. Kio Shimoku adora fazer essas auto-referências e nesse início de segunda fase elas são mais presentes. Um mix de felicidade do autor por estar escrevendo aquilo de novo e um presente para os fãs por terem dado apoio a obra.

De qualquer forma, essa cena é extremamente relevante para a história. Temos aqui um momento em que Keiko assume um papel bastante ofensivo frente ao inatismo do Madarame. Ele claramente sente falta dos amigos, de como o clube era antes e dos momentos legais que passaram juntos, mas está acomodado em um trabalho que não o deixa feliz, mas o pior de tudo é que não faz nada para mudar. Ele continua preso ao Genshiken, só que ainda tem um motivo ainda maior por trás de tudo isso: Saki.

Ele gosta da Saki e todos sabem disso. Keiko faz questão de jogar isso na cara dele. Ao mesmo tempo que Madarame não tinha ideia de que os outros sabiam (tirando a Ohno que deu as fotos que aparecem ao final do episódio para ele). Esse momento de quebra da “zona de conforto” foi especialmente bem tratado no anime. Dava para ver como Madarame estava nervoso. Uma sensação que poderia passar despercebida dependendo da maneira como a pessoa lê a cena no mangá.

É interessante observar, no entanto, o que motivou a Keiko a falar tudo isso para o Madarame. Podemos pensar que foi para tentar ajudá-lo, de fato, por perceber quão miserável ele estava se tornando, mas eu não consigo ser tão “inocente”.

Para quem não conhece, a Keiko começou a andar mais com o pessoal do Genshiken depois que ela conheceu Kousaka, namorado da Saki. Ela adorou o garoto bonitinho e ficava se mostrando pra ele, logo recebendo um fora de Saki. Ela chegou, inclusive, a se matricular na faculdade e se afiliar ao clube só para ficar perto dele (por isso ela diz que é membro nesse episódio). Então, por mais que ela diga que já não tem interesse no Kousaka, que seguiu adiante, eu ainda acho que ela tem. E se Madarame roubasse a Saki pra ele, ela teria caminho livre para ficar com o Kousaka. Claro que isso pode não ser algo consciente, mas conhecendo a personagem e sabendo que de “inocente” ela não tem nada, não consigo deixar de pensar dessa forma.

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Porém, além de Madarame, outro personagem que passamos a conhecer melhor nesse episódio foi o Hato… mais precisamente, nós conhecemos o alter-ego feminino, peladão, flutuante e transparente de Hato. rs.

Acontece que, como ele mencionou no episódio anterior, ao fazer crossdressing ele pode ver sua situação “de fora”, de modo a criar toda uma fantasia fujoshi em torno dessa atividade. Esse hábito se “materializa” na forma desse “fantasminha”. Mas que fique claro que isso acontece apenas na cabeça dele, ou vai ter gente achando que Genshiken virou uma série de fantasia ou sobrenatural. rs.

O interessante dessas cenas foi ver como funciona, mais ou menos, a cabeça de Hato. É engraçado ver ele discutindo com seu alter-ego, principalmente no que tange a tomar algumas atitudes mais enfáticas para o lado yaoi da coisa. Sendo que muitas vezes é o alter-ego que ganha essas discussões, sendo uma pessoa bem mais extrovertida e ativa, em oposição ao lado mais introvertido e passivo do Hato.

Mas o mais curioso de tudo é que sim, cria-se uma tensão sexual entre Hato e Madarame, principalmente quando este o encontra vestido de mulher em seu apartamento. Madarame está num momento emocionalmente instável e quando Hato está vestido de mulher ele praticamente não consegue associá-lo a uma figura masculina. Situações constrangedoras são criadas em consequência disso, tanto que o próprio Madarame percebe e se pergunta o que diabos estava fazendo, quando Hato vai embora.

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É uma interação bem diferente de quando Madarame encontra Hato ainda vestido como homem em seu apartamento. É o momento da bro-talk entre os dois, sendo esta é a primeira vez que eles de fato puderam interagir de “homem para homem”. Madarame sente essa necessidade de conversar com “um dos poucos homens do grupo atual de membros”.

Engraçado como aqui ele trata o Hato como homem mesmo. É uma completa oposição à forma quando ele o trata vestido de mulher. É como se na cabeça do Madarame fossem duas pessoas completamente diferentes. Claro que as coisas não são tão simples assim. O próprio Hato decide tomar a liberdade e falar para Madarame que não é gay, apesar de que eu acho que isso ainda vai dar o que falar.

Só que é nesse momento que as fujoshis começam a surtar pois Madarame entende o fato de Hato não ser gay e ter o crossdressing como um hobby. O alter-ego de Hato surta e cria-se sim uma situação com forte tensão yaoi entre os dois em que fantasias dos mais diversos tipos começam a rolar na cabeça de Hato.

Porém, tudo isso termina com uma chamada de volta à realidade quando Hato descobre que Madarame gosta é da Saki, uma mulher, ao encontrar as fotos escondidas.

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Eu acho engraçado como tem pessoas que ficam incomodadas com os rumos que a série vem tomando e eu as entendo. Sim, Genshiken Nidaime tem um “clima” diferente da primeira fase. As temáticas são claramente diferentes e isso cria um certo desconforto. Mas eu já vejo isso de outro ângulo.

Para mim, Kio Shimoku encerrou a história de Genshiken com os nove volumes da série original. Ao retornar àquele universo, se fosse para ficar fazendo só mais do mesmo, não era necessário. Ele preferiu voltar trazendo toda uma nova turma de calouros bem diferentes daqueles da primeira fase. Com novos assuntos, novas personalidades e novos relacionamentos.

Porém, no fundo, Genshiken continua sendo uma história sobre um grupo de desajustados dentro dos desajustados.

Mas e vocês? O que estão achando dessa nova fase até agora? Não deixem de comentar!

Eu falo demais, né? rs

Extra: Repararam como o quarto do Madarame é cheio de coisa moe? Todo mundo sabia que ele gostava desse tipo de coisa, mas é engraçado tentar adivinhar as referências das figures. Tem várias de Lucky Star e K-ON (principalmente da Asuza).

Olá, queridos leitores! Está na hora de mais um 2738º […]

Review Semanal: Genshiken Nidaime – Ep. 02

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Vamos dar início ao 2481º encontro “O Genshiken Dessa Semana Foi Interessante”. Em pauta, temos quanto o hobby de crossdresser do Hato pode causar de problemas para o clube!

Mas antes disso, no episódio dessa semana, a roteirista Michiko Yokote mostrou sua competência. Eu sempre gostei muito do trabalho dela nas séries anteriores de Genshiken e, sem dúvida, chegam a acrescentar ao material original. No episódio dessa semana, não foi diferente. Yokote decidiu por não seguir a risca dois capítulos do mangá, mas ao contrário, cortou e recosturou em uma montagem interessante.

A reunião na casa da Yajima corresponde ao capítulo 58 do mangá enquanto a reunião na casa da Ogiue corresponde ao capítulo 60, sendo que no meio disso tudo há momentos do capítulo 59. E como pudemos ver pelo preview do próximo episódio, ela provavelmente retomará o restante do 59! Quem me dera todos os roteiristas tivessem o cuidado que ela tem em fazer uma boa adaptação da obra original.

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Vamos falar um pouco sobre o que aconteceu na casa da Yajima pois lá pudemos conhecer um pouco das novas personagens. Ah, e se não deu pra perceber, no original, ao invés de sucos, elas compram é bebidas alcoólicas mesmo para “calibrar”  a girls-night. Inclusive cria-se todo um caso sobre a suposta idade da Yoshitake. De qualquer forma, no anime eles provavelmente optaram por retirar a citação ao álcool justamente por uma questão legal quanto a idade das personagens. No Japão não se pode beber antes dos 20, faixa etária que inclui muitos calouros universitários. A única discrepância que isso causa é tentar entender porque elas ficaram tão soltinhas.

Mas vamos falar da Yoshitake pois ela rouba a cena num primeiro momento. Que a novata baixinha e viciada em história antiga era energética, nós já sabíamos, mas nesse episódio ela se mostra realmente expansiva e, em até bem inconveniente (como quando ela quer porque quer tocar na pele do Hato). Já deu para perceber que é uma pessoa pouco tímida e bem solta socialmente falando.

Quanto ao Hato, por outro lado, ele se mostrou cada vez mais tímido, ainda que (como o auxílio do álcool no original) tenha se soltado mais um pouco. Ele mostrou o quanto se esforça para manter a aparência feminina o mais perfeito possível e insistiu em dizer que se não fizer essas coisas ele não se sente “completo no papel de mulher”. Tal fato deixou a Yajima extremamente incomodada, e a ela vamos dedicar um pouco de atenção.

Yajima, pelo que já deu a perceber, será quem inicialmente vai fazer as coisas andarem nessa nova geração. Este papel, questionador do status quo era da Saki (aquela menina que descobriu que o Hato era homem logo de imediato no primeiro episódio, caso você não tenha visto/lido a fase anterior). Era ela que fazia os personagens saírem de suas zonas de conforto e, com isso, crescerem, evoluírem, etc. Se quiserem ver um exemplo disso, podem ler o post que eu fiz sobre a evolução do guarda-roupa da Ogiue.

Porém, o grande diferencial é que, diferentemente de sua antecessora, Yajima faz parte do meio otaku. Ela ao mesmo tempo que estranha certas atitudes e situações, ela entende e corrobora com várias outras. Isso cria uma dinâmica totalmente diferente a tudo! Comentarei um pouco mais sobre isso daqui a pouco, quando for falar da reunião na casa da Ogiue.

O que chamou atenção nessa primeira metade foi como a Yajima se vê enquanto otaku. Ela não achava que era preciso cuidar da beleza por ser uma, ou ainda, não precisava se cuidar no geral, usando roupas largas e masculinas, cabelo desgrenhado e etc. Não duvido que muitos nerds e otakus por aí também se sentem assim ou pensam dessa maneira. O engraçado é que ao entrar no Genshiken ela se depara com pessoas que não correspondem a esse esteriótipo, mesmo sendo considerados uma reunião de gente estranha (como a Ohno bem pontuou no episódio anterior). Ela chega até a duvidar de que Hato seja homem… até ter a constatação de que ele o é na engraçada cena da saia. hehehe.

O fato é que a Yajima é uma interessante personagem a se acompanhar. Espero muito por sua evolução. Para mim, ela é uma mistura de Saki, graças a seu papel questionador, e Sasahara, no que tange a sua evolução e quebra de pré-conceitos quanto ao seu hobby e a si mesmo! Gosto muito dela.

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Só que nesse episódio não foram só os novatos que brilharam. Ogiue também teve seu momento… e que momento. Quando eu li pela primeira vez a cena em que ela recebe o telefone da editora dizendo que foi aprovada para publicação, eu não conseguia tirar um sorriso no rosto. Era como ver todo o esforço da personagem durante SUA VIDA sendo recompensado. Mas além disso, a grande magia da cena deve-se ao autor, Kio Shimoku, e sua arte.

As expressões de felicidade serena da personagem foram muito bem passadas. A Ogiue é uma personagem mais fechada. Todos sabemos disso. Porém, nessa cena, você vê que ela fica claramente com um sorriso bobo, daqueles que não dá para controlar e que expressam uma felicidade real, que vem lá do fundo mesmo diante de algo que você não acreditava ser possível. E o anime conseguiu capturar certinho esse sentimento. Não é a toa. Afinal esta série é a que tem o traço mais fiel ao mangá dentre todas! O trabalho da Production I.G. tem se mostrado bem recompensador.

Inclusive, cabe acrescentar aqui que muito da carga emocional do momento se deveu à dubladora Nozomi Yamamoto, que assumiu a personagem no lugar de Kaori Mizuhashi. Nesse episódio ela me convenceu de que será uma boa substituta. Eu simplesmente ignorei que era uma nova pessoa e só aproveitei a cena. Excelente trabalho!

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Como consequência da notícia e a urgência do prazo de entrega do trabalho, os outros membros do Genshiken decidiram se reunir na casa da Ogiue para ajudá-la a finalizar o manuscrito. Nesse momento, temos o foco dado a dois personagens: Yajima, novamente, e Hato.

Para começar, é interessante ver a insegurança de Yajima aflorando. Embora externamente ela pareça uma pessoa durona, dá para ver que internamente ela tem pouquíssima confiança em si mesmo. Nesse momento aflora um certo sentimento de competitividade com Hato. Ela declara que “perdeu” em pele suave, em habilidade de desenho… mas vai ganhar na habilidade em fazer linhas retas… e falha.

Ela nesse ponto começa a pegar no pé do Hato, principalmente depois que um homem aleatório vem perguntar para ela e Yoshitake quem é “aquela garota que só aparece para atividades do clube e some depois”. Ela começa a se indagar por quê Hato se veste de mulher, afinal isso pode trazer muitos problemas para ele e para o próprio clube.

Assim que tem a oportunidade Yajima o questiona sobre o fato e ele prontamente conta sua história de como sofreu bullying nos tempos de colégio por ser um fudanshi (homem que gosta de yaoi) e logo Yajima o interrompe e pede desculpas por tê-lo inquerido sobre o assunto. E é aqui que se encaixa aquilo que eu mencionei antes sobre a Yajima ser diferente da Saki por fazer parte do meio otaku. Muito provavelmente a Saki continuaria a perguntar e questionar as escolhas e decisões de Hato, mas Yajima, ao sentir uma certa catarse pela situação de bullying, decidiu parar e se desculpar.

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Mas seu sentimento questionador aforou novamente logo em seguida quando ela percebeu que, se fosse por questão de bullying ele poderia parar de se vestir de mulher já que achou um grupo que o aceitava mesmo como homem. E é aí que viemos a conhecer um pouco mais do Hato. Apesar de sim, ele ter começado a se vestir como mulher por causa da repressão dos outros, ele agora o faz porque gosta, como bem constatou a Yoshitake. E ele ainda vai além, ele diz que ao se vestir de mulher, ele consegue observar sua situação “de fora”, como se estivesse vivendo dentro de um mangá BL!

Nesse instante nós podemos ver pela primeira vez o lado fudanshi/fujoshi do Hato falando mais alto, principalmente com sua mudança de atitude (vide imagem acima). É a primeira vez que vemos ele falando abertamente sobre isso, mesmo ele já tendo dado indícios quando entregou o desenho com temática Yaoi após o pedido de Ogiue. Apesar de tudo, Hato ainda não conseguiu convencer Yajima. Ela sempre irá vê-lo como homem e isso ainda provavelmente vai gerar muitas situações interessantes de se ver.

Por fim, foi ótimo rever o Tanaka e o Kugayama ao final do episódio. No entanto, eu estou cada vez mais incomodado com a nova dubladora da Ohno. Simplesmente não combina EM NADA com a personagem. Uma péssima escolha.

Só mais uma coisinha…

Eu adoro as referência de Kio Shimoku ao seu próprio trabalho e achei sensacional a cena, que o anime recriou direitinho, da Ogiue fechando a porta na cara da Ohno. É uma referência bem nostálgica ao passado da personagem, como podemos ver na comparação abaixo! Até semana que vem! Não deixem de comentar sobre o que acharam deste episódio e/ou sobre o que eu falei aqui!

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Vamos dar início ao 2481º encontro “O Genshiken Dessa Semana […]

Review Semanal: Genshiken Nidaime – Ep. 01

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E Genshiken Nidaime está entre nós! Como eu havia prometido, dou início à coluna “Review Semanal” onde irei fazer comentários episódio a episódio. O que eu busco com isso é criar um canal onde as pessoas poderão ler meus comentários e comentar em cima deles. A única coisa que peço a todos é que não deem spoilers do que vai acontecer futuramente, caso já tenham lido o mangá. Não vamos estragar a diversão de quem está assistindo pela primeira vez, não é? Essa série de posts servirá como um incremento à experiência de se assistir ao anime! Espero que vocês gostem e que me acompanhem nessa jornada de 13 semanas ao lado desses personagens!

Porém, fiquem atentos, como esse anime é baseado na segunda fase do mangá, certos eventos que aconteceram na primeira fase serão comentados e podem acabar sendo spoilers para quem ainda não leu o mangá e/ou só viu as primeiras duas temporadas do anime.

Sem mais delongas, é hora de falar sobre esse primeiro episódio!

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Vamos começar falando um pouco sobre os eventos que aconteceram entre a última temporada do anime (que terminou em 2007), Sasahara estava entrando em seu último ano de faculdade e a busca por um emprego na área em que ele queria (editor de mangás) parecia mais e mais distante. Ao mesmo tempo, Ogiue consegue superar seus medos e frustrações do passado e termina seu primeiro doujinshi, com a ajuda de Sasahara, a ser vendido na Comiket.

Enquanto ela consegue vender todas as cópias que imprimiu, ele só recebe não atrás de não em suas entrevistas de emprego. Para piorar a situação, Sue acaba mostrando o doujinshi de Ogiue para Sasahara, o que a faz ficar extremamente incomodada. Esse problema junto à um Sasahara cada vez mais frustrado acabam por botar os planos da Ohno de colocar os dois juntos por água a baixo. Porém, depois de muitas palavras de incentivo de seus colegas e especialmente de Ogiue, Sasahara finalmente consegue o emprego que tanto queria e o anime se encerra.

É um final bem bom, mostra toda a jornada de Sasahara desde que entrou no Genshiken, no primeiro capítulo do volume 1 até seu ápice, no final do volume 7, onde se torna um editor. Porém, ainda dois outros volumes foram publicados, pois para Kio Shimoku, autor da série, a história não havia terminado. Faltava Ogiue, faltava Sasahara e Ogiue!

O grupo decide por ir para as montanhas aproveitar as férias e o novo emprego de Sasahara. Lá, Saki e Ohno planejam dar um empurrãozinho para Ogiue e Sasahara voltarem a se falar e o interesse óbvio que os dois sentem um pelo outro aflore. Para isso elas precisam saber o que a torna tão teimosa e fechada.

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Durante uma noite em que Ogiue bebe demais, ela conta a história de seu passado quando ainda no ensino fundamental desenhou um doujinshi yaoi sobre o garoto de quem gostava e ele acabou descobrindo graças à traição de suas amigas, que participaram junto mas não assumiram a culpa. Desde então ela se sente culpada por ser otaku e ter estragado a vida de uma pessoa da qual ela gostava tanto.

No dia seguinte, Sasahara fica sozinho com Ogiue no chalé para ajudar na ressaca dela. Os dois acabam conversando e ele acaba se confessando, do mesmo modo que ela expõe seu passado e o fato dela ter feito doujinshis sobre ele e Madarame. Mas mesmo assim, Sasahara não se abala e diz que quer ver os desenhos. Quando eles voltam para a cidade, ele vê os desenhos e Ogiue finalmente se liberta daquele fantasma que a assombrava quando Sasahara compreende que aquilo é o que ela é e mesmo assim ainda gosta dela.

A primeira fase da série termina com o desenvolvimento do interesse de Madarame em Kasukabe, que namora Kousaka. Depois de um capítulo dedicado a mostrar que apesar dele gostar dela, eles estavam muito distantes e ela estava muito feliz namorando seu amigo, Saki descobre as fotos que Madarame tinha escondido de quando ela fez cosplay. A série termina com a graduação de Sasahara, Kasukabe e Kousaka.

Ogiue e Sasahara seguem namorando, assim como Kousaka e Kasukabe. Madarame está trabalhando num emprego comum em escritório e morando perto da faculdade enquanto ainda nutre uma paixão escondida por Kasukabe. Ohno fica para fazer um ano extra na faculdade, e mantem seu relacionamento com Tanaka. Sue decide não voltar para os EUA e se matricula na faculdade e no Genshiken, além de ir morar com Ogiue. E é assim que chegamos aos eventos de Genshiken Nidaime…

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E nesse primeiro episódio da nova fase, nós temos Ogiue, agora presidente do Genshiken, decidida a conseguir novos membros para que o clube não acabe, decepcionando assim Sasahara e todos os membros que vieram antes dela. Porém, ela não poderia esperar que todos os novatos fossem garotas e, ainda mais, fujoshis (garotas que gostam de yaoi).

A energética Yoshitake, fujoshi declarada e sem medo de falar suas fantasias; Yajima, também uma fujoshi, no entanto, bem mais calada e retraída, entrou no Genshiken por gostar do desenho da Ogiue; e Hato, uma mulher muito bonita e aparentemente “normal”, mas que se mostra também uma verdadeira fujoshi.. Mas pera lá… Hato não é bem uma garota, mas sim um trap, para usar o linguajar otaku. Ele é um homem que, por ter traços extremamente femininos, se veste de mulher.

O episódio então acaba dando um foco maior a essa situação incomum quando eles descobrem que Hato está se trocando no banheiro feminino, o que, de fato, é um crime. Apesar de toda a situação, as coisas se resolvem e Hato acaba se sentindo aceito no grupo. Mas nem todos estão aceitando com facilidade a presença de um crossdresser no clube.

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Ao assistir esse primeiro episódio, eu ficava me perguntando se eles não estavam aceitando fácil demais essa história do Hato. Tudo bem que, como a Ohno explicou, o Genshiken sempre foi cheio de gente estranha, mas isso estava indo um pouco além. Até que Yajima foi lá e mostrou justamente o lado incomodado com a coisa.

Um episódio simples e eficaz no trabalho de mostrar os novos personagens e suas personalidades ao espectador. Tanto aquele que já conhecia a série quanto aos novos. Extremamente fiel ao mangá, achei a animação e o design dos personagens muito bons, nada excepcional, mas a série não pede por nada além disso. O roteiro funcionou muito bem e trouxe conteúdo de dois capítulos inteiros do mangá nos 24min de episódio que passaram muito rápido.

A dublagem, no entanto, me deixou com sentimentos divergentes. Embora eu tenha gostado da escolha das vozes dos novos personagens (principalmente Yajima, que não tem uma voz cliché de gorda, mas uma mais feminina), certos detalhes me incomodaram. Para começar, as novas vozes da Ogiue e do Madarame não fizeram jus às antigas. Ogiue tá muito mais sem personalidade e Madarame não passa mais a imagem daquele otaku excêntrico que é. Ambos ficaram rasos demais. Claro que isso pode mudar nos próximos episódios, mas foi a impressão que passaram. Outra coisa que me incomodou foi a mudança de voz de Hato. Apesar da voz feminina ter ficado muito boa, até com certos deslizes fonéticos que dão mais a impressão de ser algo “forçado”, a transição para a voz masculina ficou abrupta demais. Foi uma mudança radical demais e sem meio termo, ficou extremamente artificial e foi difícil de engolir. Mas vá lá, só tivemos um breve momento em que isso aconteceu, não deu pra ter uma ideia tão ampla.

No geral, esse primeiro episódio foi eficiente e muito bem feito. Irá o Genshiken se transformar em um clube fujoshi de vez, perdendo suas raízes otaku? Irá Hato ainda causar muitos problemas para o grupo? Tem muita coisa para acontecer nessa série!

Como curiosidade, os cosplays que Sue e Ohno usam no início do episódio são, respectivamente, de Terryman Girl e Lady Robin, ambas personagens de Kinnikuman Lady. Além disso, tivemos uma breve referência a Bakemonogatari quando vemos o anime que Sue está assistindo na TV dentro da sala do clube. Por sinal, a maioria das citações que Sue faz vieram da Monogatari Series.

Fiquei bastante satisfeito com o que vi e cheguei até a me emocionar podendo ver Genshiken animado mais uma vez. Lembro deu entrando na minha primeira faculdade e conferindo os episódios finais da segunda temporada. Nossa… como faz tempo… E agora eu ainda posso fazer posts como esse para compartilhar com vocês! Estou realmente feliz com isso! Até semana que vem!

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E Genshiken Nidaime está entre nós! Como eu havia prometido, […]

Genshiken #01 (Editora JBC) – A Sociedade para o Estudo da Cultura Visual Moderna – ATUALIZADO

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Genshiken está para ganhar um novo anime na temporada de Verão e a JBC nos surpreende com o lançamento da versão em mangá nas bancas brasileiras. A série foi publicada no Japão na revista mensal Afternoon entre 2002 e 2006, com um total de 9 volumes encadernados. Durante esse período, o mangá recebeu duas temporadas de anime e uma mini-série de OVAs. Genshiken começou a ficar conhecido e a figurar no meio como um retrato da cultura otaku da época, fortemente influenciada pelo final dos anos 90 e vivendo o início do novo milênio.

Kanji Sasahara está entrando na faculdade e quer muito entrar em um clube otaku, mas está tentando buscar a coragem para tal. Saki Kasukabe, por outro lado, enfrenta um dilema. Será que ela vai conseguir transformar Makoto Kousaka, seu namorado otaku, em um cara “normal”? Seus objetivos parecem cada vez mais distantes quando ele e Sasahara entram na Sociedade para o Estudo da Cultura Visual Moderna, ou abreviando, o Genshiken. Começa então a jornada de Sasahara frente a auto-aceitação e de Saki frente a esse novo universo, ao mesmo tempo que todos os membros do clube também terão suas vidas chacoalhadas no processo.

Genshiken começa de maneira bem curiosa. Apesar de nós sermos apresentados a Sasahara como se ele fosse o personagem principal, nós temos grande participação da Saki nesse primeiro volume. E prestem atenção pois isso é extremamente importante para a série. Tanto Sasahara quanto Saki são personagens principais dessa história. Sim, em frentes diferentes, mas não menos importantes.

Sasahara vai nos guiar na introdução àquele universo e àquele grupo de personagens. Ele faz o papel de nós, leitores, que estamos conhecendo, assim como ele, aquele grupo. Sasahara é o personagem com o qual mais facilmente nos identificamos. Já Saki, por outro lado, faz o trabalho de fator entrópico dentro do grupo. Ela é aquela que questiona suas atitudes e costumes. Ela é quem os tira das suas zonas de conforto. Ela é a pessoa “normal” dentro do grupo de “estranhos”. É ela que faz toda a história andar. Vai contra a manutenção do status quo.

Para mim, esse é um fator fundamental para Genshiken ter a qualidade que tem. É um mangá onde o foco são os personagens e você consegue acompanhar a evolução de cada um ali como se fizesse parte do grupo. Enquanto os otakus começam a perceber que existe algo além do seu universo, Saki também começa a perceber que aquelas pessoas não são tão estranhas quanto ela pensa. Mérito total para o autor, Kio Shimoku, por conseguir construir tão bem esses personagens e torná-los figuras extremamente carismáticas e com as quais podemos nos apaixonar tão facilmente.

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Uma das coisas que eu achei muito legal na primeira vez que li Genshiken foi o choque de gerações que ele provoca. Certas coisas, que para nós são conhecimento comum e uma realidade, na época ainda era novidade ou nem existia ainda.

Por exemplo, o fato do Sasahara não ter um computador é algo bem difícil de se imaginar. Mas se olharmos para o contexto da época e a situação do personagem, é altamente compreensível. Outro exemplo seria o da imagem acima. Tanaka comenta sobre como o design das personagens femininas está mudando, se tornando mais arredondados. Hoje isso é padrão, mas na época era uma verdadeira novidade.

Então além de me apresentar ao universo otaku, ele ainda remete a uma outra época, uma época diferente à essa que estamos vivendo hoje em dia e que muitos de nós lembram com nostalgia, mesmo estando no outro lado do mundo. Genshiken nos apresentas situações com as quais é possível nos relacionarmos e sentirmos aquela catarse nostálgica, ao mesmo tempo que desperta o interesse do leitor mais novo para uma época diferente da sua.

Outra coisa que me surpreendi foi com o Comic Market, a maior feira de doujinshi do Japão e o grande evento semestral do universo otaku. Não conhecia nada daquilo e foi um verdadeiro choque. Como era grande e cheio de gente! Só conhecia, se muito, os eventos brasileiros que, nós sabemos, não são lá grandes coisas. Saber como era um evento para otakus lá no Japão sem dúvida me fez mais e mais interessado pela obra.

Mas não foi só isso, foram muitas as coisas que me atraíram nesse primeiro volume. Era a primeira vez que eu tinha um contato mais… próximo… com os costumes e o modo de vida dos otakus japoneses. Era como explorar um novo território, explorar uma nova cultura, explorar uma maneira diferente de se portar frente ao hobby que compartilhávamos em comum, o gosto por animes e mangás. Era como conhecer novos amigos. Imagino que muitos leitores novos também se sentirão dessa maneira.

E para não deixar de falar da parte técnica do mangá, reparem como a arte evolui bruscamente já nesse primeiro volume. Compare o primeiro capítulo com o último e já verá uma grande diferença na qualidade do traço. E essa melhora não para por aí. O autor não para de melhorar sua arte e hoje a considero uma das melhores que temos por aí. É aquele típico trabalho que você percebe a evolução do autor tanto na narrativa quanto no traço.

A Adaptação da JBC

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Gostei do trabalho geral que a editora fez com o mangá. Usou as capas internas do volume japonês nas contra-capas e usou a arte colorida interna na capa de trás, fazendo uma capa dupla. Espero que sigam assim nos próximos volumes. Achei uma ideia legal. E além de tudo isso, temos páginas coloridas nesse primeiro volume, seguindo o original! Ponto pra JBC! Posso dizer com segurança que sim, nossa edição é melhor que a edição americana. Temos uma tradução melhor e uma qualidade editorial melhor. Se perdemos em algo, seria no papel usado no miolo, mas a cada dia estou me despreocupando mais com esse quesito pois atingimos um nível satisfatório nesse quesito, embora não o ideal ainda.

Apesar deu ter gostado da tradução e adaptação de um modo geral, temos pontos bons e alguns pontos ruins.

Primeiro, achei legal a ideia de traduzir o nome das referências para os nomes reais. Acontece que, no original, elas recebem pseudônimos próximos ao nome real, por exemplo: “Street Master 2” no lugar de “Street Fighter 2”. A JBC optou por ir direto ao ponto e já entregar a referência. Uma escolha editorial interessante, que muda um pouco a brincadeira, mas mantém a ideia e facilita as coisas para o público geral. Afinal, se tem algo que Genshiken tem em grande quantidade é referências e citações. As 7 páginas de notas de tradução ao final do volume não me deixam mentir.

Apesar deu gostar dessas notas, achei que algumas coisas davam para adaptar. Por exemplo: eles colocaram “Manken” e “Aniken” como os nomes dos clubes de mangá e anime. Achei desnecessário. Podia colocar “clube de mangá” e “clube de anime” mesmo que o significado não seria alterado. Assim como chamar os clubes de “sociedades” fica muito estranho para o nosso contexto. Sim, eu sei que a tradução literal é essa e que no nome do Genshiken, “Sociedade para o Estudo da Cultura Visual Moderna”, fica legal pois dá uma ideia de ser algo importante e sério, o completo oposto da realidade, mas com o resto fica estranho. Minha opinião, não um erro, que fique claro.

As adaptações dos estilos de linguajar ficaram interessantes. A pegada mais jovem está presente, assim como o estilo “militar” do Madarame. Infelizmente temos alguns momentos estranhos, como o da imagem comparativa acima. A tradução do japonês seria algo como um imperativo do verbo “falar”, tipo… “Fala, Sasahara”, mas na versão brasileira ficou… “Chora, Sasahara”… e eu não entendi nada. Se alguém que entende mais de japonês do que eu entender o porquê dessa tradução estranha, eu adoraria saber também (para conferirem uma boa discussão sobre isso, chequem os comentários desse post).

Outro exemplo é a adaptação do termo “2D” para “2ª dimensão”, na página 99. “2D” seria uma gíria otaku para animes e mangás, em oposição ao “3D” como gíria para a realidade. Ao ser traduzida, pode gerar uma certa confusão. No original, usa-se “二次元”, que significa “duas dimensões” ou, de repente, em alguns contextos, “bidimensional” e não “2ª dimensão”, que pode chegar até a passar a ideia de um universo paralelo. Achei falha a escolha de palavras por parte do tradutor. Não passou a ideia original e criou uma confusão desnecessária.

Na página 98 também temos uma tradução complicada, quando o Madarame se refere à personagem do eroge e explica para a Saki que os jogadores não só despem a personagem como também fazem coisas “muito pior”, e na adaptação brasileira ele disse que “pega” a personagem. Pô, “pegar” e fazer coisas “muito pior” é bem diferente, né? A reação da Saki no quadro seguinte acaba sendo completamente exagerada frente a “pegar”, o que não seria frente a “coisas muito piores”.

De qualquer forma, são apenas casos isolados que não comprometem a tradução geral.

Vou terminando por aqui pois ainda tenho mais oito volumes para comentar nos próximos meses. Tentarei me ater à história e à adaptação da JBC, tentando trazer informações que complementem a leitura de vocês, como observações, comentários sobre o universo otaku, etc. Espero que vocês gostem!

Se você chegou até aqui, muito obrigado por ler tudo e até a próxima edição! Não deixem de comentar o que vocês acharam desse volume!

Genshiken está para ganhar um novo anime na temporada de […]

Elenco do novo anime de Genshiken revelado!

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O hype está crescendo cada vez mais para a volta do meu mangá favorito ao mundo dos animes. Apesar da incerteza em saber se eles irão dar a importância necessária ao final da primeira fase do mangá, que nunca foi para anime, eu acredito que será uma adaptação excelente. Genshiken Nidaime está nas mãos de um estúdio competente e boa parte da equipe criativa está de volta.

A mais nova informação é quanto ao elenco, revelado através de um streaming no NicoNico.

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Nozomi Yamamoto substituirá Kaori Mizuhashi no papel da, agora presidente do clube, Ogiue Chika.

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Sumire Uesaka será a energética caloura Yoshitake Rika.

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Yumi Uchiyama será a caloura mais introvertida Yajima Merei.

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E para interpretar o cross-dresser Hato Kenjiro, teremos Kazutomi Yamamoto (voz masculina) e Ai Kakuma (voz feminina).

Sinceramente fiquei receoso com a mudança de dubladora para o papel da Ogiue. Kaori casava muito bem com o papel e é a voz que eu tenho em minha cabeça quando penso na personagem. Sim, claro que a Ogiue dessa segunda fase tem uma personalidade bem diferente da primeira, vide seu crescimento enquanto pessoa, mas ainda assim a mudança não me agrada. Vendo os trabalhos da nova dubladora, no entanto, dá pra acreditar que teremos um bom trabalho sendo feito. Resta aguardar.

Quanto às dubladoras da Yoshitake e da Yajima, não há muito a dizer, só que, ao que parece, casarão bem com o papel.

Já a opção de colocar dois dubladores para fazerem as vozes masculina e feminina de Hato não me agrada 100%, mas é compreensível. Ainda preferia ter um dublador fazendo ambas as vozes e se esforçando tal qual o personagem.

No geral, o elenco está bom, mas só os vendo em ação para ter certeza. Fico no aguardo também para ver se teremos ou não mudanças no elenco antigo, que agora assumirá papeis mais secundários. Nessa segunda fase o foco são os novatos.

Genshiken Nidaime já estreia na Temporada de Verão, agora em Julho!

>> 夏アニメ「げんしけん 二代目」キャスト発表!山本希望、上坂すみれ、内山夕実、山本和臣、加隈亜衣

O hype está crescendo cada vez mais para a volta […]

Novo anime de Genshiken em Julho, diretor anunciado!

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Que Genshiken teria um novo anime nós já sabíamos, mas agora temos novos detalhes! Tsutomu Mizushima, que trabalhou na equipe da primeira série e dirigiu os OVAs, volta como diretor encarregado do novo anime. A série irá receber um upgrade no quesito estúdio, agora ela será produzida pelo Production I.G.. A roteirista das séries anteriores, Michiko Yokote, voltará ao cargo nessa nova etapa. Gosto muito do trabalho que ela fez, principalmente desenvolvendo alguns plots que foram deixados de lado no mangá.

O anime já tem data para estrear e é antes do que imaginávamos, em Julho, na temporada de verão! É, isso mesmo, daqui a pouco o anime estreia! Todas essas informações saíram na nova edição da Afternoon, revista onde o mangá é publicado. Mais informações foram prometidas para o mês que vem. Um novo box em blu-ray também foi anúnciado com arte original de Kio Shimoku! Vamos ficar no aguardo!

Genshiken conta as desventuras de um grupo de otakus em uma faculdade japonesa. A primeira fase do mangá foi publicada de 2002 a 2006 em 9 volumes e a segunda fase começou a ser publicada em 2010 e continua até hoje com 4 volumes atualmente. A série foi anunciada no Brasil pela editora JBC! Duas temporadas em anime forma produzidas, com 12 episódios cada e 3 OVAs.

Confira a GENSHIKEN WIKI!!!

>> Tsutomu Mizushima Directs New Genshiken Anime at I.G

Que Genshiken teria um novo anime nós já sabíamos, mas […]