Category Archives: Genshiken

Anikencast #016 – Introdução a Genshiken (SEM SPOILERS)

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E cá estamos com mais um Anikencast! No programa dessa semana Diogo Prado e Starro introduzem o mangá de Genshiken  frente ao recente anúncio de que a JBC o trará para o Brasil! Conheça mais sobre o autor e sobre o universo por ele criado, seus personagens e toda sua genialidade por trás do roteiro. E o melhor de tudo, SEM SPOILERS! Não deixem de comentar!

>> GENSHIKEN será publicado pela JBC! NOTÍCIA DA DÉCADA!

Depois de ouvir, não deixe de mandar um e-mail com seus comentários, críticas e sugestões para [email protected] ou deixe um comentário aqui mesmo nesse post! Eles são muito importantes para nós! E se gostou, divulgue! Se não gostou, divulgue também!

Sem mais delongas… o Anikencast 016… basta apertar o play!

E cá estamos com mais um Anikencast! No programa dessa […]

GENSHIKEN será publicado pela JBC! NOTÍCIA DA DÉCADA!

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PARA TUDO PARA TUDO PARA TUDO QUE EU TO PIRANDO!

GENSHIKEN foi oficialmente anunciado pela JBC

É isso mesmo, meninos e meninas!  O anúncio foi feito através do canal oficial no Youtube da editora!

Quem me conhece sabe que Genshiken é meu mangá favorito de todos os tempos e o mangá do qual a ideia do Anikenkai surgiu e do qual o nome do Anikenkai se originou. Se já não bastasse isso, meu maior sonho mangazeiro sempre foi o mangá chegar ao Brasil para que mais gente pudesse conhecer a série!

Inclusive, um dos meus objetivos com o Anikenkai era de alguma maneira, colaborar para que o mangá viesse para o Brasil. Não posso dizer que tive influencia direta nisso, mas não posso também deixar de sentir como se tivesse completado um grande objetivo em minha vida!

Genshiken, de Kio Shimoku, começou a ser publicado em 2002 na revista mensal Afternoon e terminou em 2006 com um total de 9 volumes encadernados. Um anime de 12 episódios foi feito em 2004 e ao final da série, em 2006 e 2007, três OVAs e mais uma série de 12 episódios foram produzidos. Apesar dos animes de qualidade um tanto duvidosa, a série estabeleceu uma forte base de fãs. Ao final de 2009 foi lançado um capítulo extra junto de um box de DVD. A reação positiva dos fãs foi tão incrível que o mangá voltou a ser publicado na Afternoon em 2010 e já conta com 4 volumes encadernados e sem data para acabar!

Genshiken se destaca primeiro pela qualidade do traço de seu autor, que evoluiu MUITO no decorrer da série (a diferença dentro do próprio volume 1 já é bem notável); segundo pelo cuidado que o autor tem com seus personagens e a grande habilidade que ele tem de desenvolver relações entre eles e fazê-los se desenvolver; terceiro pelos próprios personagens, que são incríveis!

Para quem não conhece, na história (da primeira fase)…

Na Universidade Shiiou existe um clube dedicado a atividades que misturam games, mangás e animes, o Genshiken. Kanji Sasahara é tímido e com baixa auto-estima. Ele está entrando agora na faculdade e decide se associar ao Genshiken, um clube com o qual ele verdadeiramente se identificou. Do outro lado temos Saki Kasukabe, também caloura, porém com uma personalidade completamente oposta a de Sasahara. Uma garota com personalidade forte e sem um único traço de otakuzice correndo em suas veias. Ela acaba de reencontrar seu amigo de infância, Makoto Kousaka, bem diferente e bem mais bonito. Ela logo fica interessada no velho amigo. O único problema é que ele é um otaku e também se juntou ao Genshiken.

Não vejo a hora da JBC dar mais detalhes sobre o lançamento, como data, formato, periodicidade, etc! Estou realmente feliz com esse anúncio! Espero que vocês gostem de Genshiken tanto quanto eu gosto! Um excelente mangá está para chegar às bancas, pessoal, preparem-se para recebê-lo!

Para saber mais sobre Genshiken, recomendo os seguintes posts aqui do Anikenkai:

>> O que é o Genshiken?
>> Anikencast #008 – Genshiken (Comentamos os primeiros volumes do mangá)
>> O Desenvolvimento de Kanji Sasahara (SPOILERS)
>> A transformação no guarda-roupa da Ogiue e os comentários da Saki (SPOILERS leves)

Confira também o meu projeto pessoal, a GENSHIKEN WIKI, como uma coletânea de informações e artes oficiais da série e de seu autor.

PARA TUDO PARA TUDO PARA TUDO QUE EU TO PIRANDO! […]

EXTRA EXTRA!!! GENSHIKEN GANHA NOVO ANIME!!!

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MENINOS E MENINAS QUE ACESSAM O ANIKENKAI,

sempre que temos uma nova notícia de Genshiken é motivo de alegria, muita alegria! Mas quando essa notícia é a de que teremos UM NOVO ANIME DA SÉRIE, multiplique essa alegria por MIL! Meu mangá do coração está fazendo sucesso, o suficiente para motivar um novo anime depois de já ter tido dois!

O anúncio foi feito na mais recente edição da revista Afternoon, onde Genshiken é publicado mensalmente. Ainda não há muitos detalhes disponíveis, como estúdio, diretor, etc, mas já há muito o que se comentar. Mas quero fazer isso com mais calma, sem tanta euforia!

AGORA É COMEMORAR, MEU POVO!!!!

Fonte:「げんしけん 二代目」アニメ化決定!

MENINOS E MENINAS QUE ACESSAM O ANIKENKAI, sempre que temos […]

A Monotonicidade do Fandom Contemporâneo

De repente esse lugar parece tão animado…
Será porquê a Kasukabe está aqui?
… eu imagino se é assim que o Genshiken era…
até o ano passado…

Essa passagem é do último capítulo publicado de Genshiken, 78. Nela Hato se surpreende com a vivacidade do grupo ao ver os antigos membros reunidos. A surpresa vem da comparação com o atual grupo de membros que, de certa forma, se parecem demais, o que deixa as coisas um tanto monótona.

Eu terminei o capítulo e essa cena ficou na minha cabeça. Claro que pela nostalgia de ver o antigo grupo (quase) todo reunido, mas também por quanto essa situação se parece com o mundo real. Há tempos eu venho percebendo uma certa monotonicidade pairando pelo nosso fandom.

Não faz muito tempo atrás, os grupos de fãs eram formados pelo interesse comum em animes e mangás, não importando quais esses eram. Já bastava o cara gostar de animes e mangás pra acontecer uma conexão. Isso gerava grupos bem heterogênicos que trocavam ideias e discutiam sobre vários e vários assuntos. Tal qual era o primeiro grupo do Genshiken.

Lá tínhamos um otaku viciado em mechas, outro em cosplay, outro em jogos de luta e por aí vai. O grupo atual, no entanto, está junto pelo único e simples motivo de serem todas(os) fujoshis (vamos excluir o kuchiki da brincadeira). A principio essa homogeneidade de gostos seria algo positivo. Os membros poderiam ficar bem a vontade e discutir sobre seu hobby sem restrições ou sem outros assuntos “atrapalhando”.

Porém, o que acaba acontecendo e é percebido por Hato na passagem acima retratada é que essa homogeneidade acaba gerando uma monotonicidade nas interações do grupo. As pessoas pensam igual demais para terem uma discussão mais profunda sobre o assunto ou para saírem da zona de conforto e abrirem seus horizontes.

Voltando à realidade, podemos facilmente perceber isso em alguns círculos sociais no fandom. Inúmeras pessoas se fecham em seus próprios gostos e não aceitam opiniões contrárias ou diferentes das suas. Se juntam tendo em vista esse gosto comum e não aceitam outros.

Quando passamos a interagir não por sermos fãs de animes e mangás, mas por acharmos, por exemplo, que Naruto é o maior mangá já feito na história do mundo? E pior ainda, quando paramos de aceitar interações com pessoas que não acham isso? Uma coisa é você se identificar com alguém por causa de um gosto em comum, a outra é você excluir outra pessoa que não partilhe desse gosto em específico (mas compartilha de um gosto ainda maior que são os animes e mangás).

Isso, infelizmente, é uma das maiores falhas do nosso fandom. Nós substituímos a discussão pelo comodismo. Ficamos confortáveis com nosso status quo comum e fechamos nossa cabeça para coisas novas, para novas opiniões, etc. Dessa forma acabamos por anular uma característica que exaltamos tanto quando fazemos propaganda de nosso hobby, a pluralidade de assuntos abordados pelos animes e mangás.

Gostaria de saber a opinião de vocês sobre isso pois eu sou adepto de uma boa discussão e de conhecer e aprender coisas novas. Então não se acanhe para comentar.

De repente esse lugar parece tão animado… Será porquê a […]

Genshiken Omnibus – Infelizmente eu esperava mais…

Depois de muita enrolação e diversos pedidos de leitores, trago para vocês a minha impressão de Genshiken Omnibus, a nova edição de Genshiken que está saindo nos EUA pela editora Kodansha (sim, ela atua nos EUA também agora).

Depois de ver o bom trabalho que foi feito tanto com Sakura Card Captors, Sailor Moon e outras reedições que sairam recentemente eu fiquei realmente feliz por anunciarem uma de Genshiken. Isso era sinal de duas coisas: 1 – A Kodansha não abandonou Genshiken no ocidente e que a nova fase do mangá chegará ao mercado norte-americano em breve; 2 – Uma nova geração de leitores poderá ter contato com Genshiken, um mangá que começou a ser publicado há 7 anos atrás por lá.

Como fã eu fiquei muito feliz. Eu gosto da antiga edição de Genshiken, pela Del Rey, tenho ela aqui e graças a ela que eu pude conhecer mais da série, mas ela tem suas falhas. Dentre elas temos a falta de (lindas) páginas coloridas e erros de tradução que algumas vezes comprometem bastante o sentido original.

O que eu esperava, então? Que pelo menos eles refizessem a tradução do original, mas isso não ocorreu. Eles simplesmente reimprimiram a edição antiga com mais páginas por volume (3 vol. antigos a cada vol. novo).

A falta de páginas coloridas eu já esperava, dificilmente eles colocariam então nem criei expectativas. O aspecto técnico geral está muito bom. O papel tem excelente gramatura e a impressão é impecável, mas não difere muito do que já era anteriormente. Claro que eles não estão vendendo essa edição como um “ed. especial” ou “ed. de colecionador”, é só um “omnibus”, mas ainda assim, como fã, eu queria mais do que isso.

Algumas imagens comparativas entre as duas edições:

Se você já tem a edição antiga, pode permanecer com ela. Não irá ganhar nada comprando a nova edição. Porém, se você não tem, mesmo com o problema da tradução, ainda é uma ótima maneira de se conhecer Genshiken, então comprem! Claro que se puderem ir direto na fonte, melhor ainda (páginas coloridas lindíssimas os aguardam).

Então esse é meu veredito final. “Genshiken Omnibus” nada mais é do que uma reimpressão da edição antiga com mais páginas por volume. Não há revisão da tradução nem páginas coloridas. É indicado para quem nunca leu a série ou para que quer ter ela em papel e não quer/pode comprar as edições japonesas. Vale lembrar que as edições antigas estão fora de estoque então se está querendo preparar sua coleção para a chegada da nova fase, terá que comprar os Omnibus.

PARA COMPRAR O VOL. 1 COM FRETE GRÁTIS PARA O BRASIL — AQUI.

Depois de muita enrolação e diversos pedidos de leitores, trago […]

Uma análise do nosso fandom tendo como base o último capítulo de Genshiken…

ATENÇÃO: Você PODE ler esse post mesmo sem acompanhar Genshiken.

O último capítulo de Genshiken (73), me abriu a cabeça para um assunto que há muito eu havia deixado de lado ao ler a série, os problemas do passado das personagens. Mas antes de entrar diretamente no assunto, um breve resumo da situação para os que não acompanham a série:

A presidente do Genshiken, Ogiue, decide fazer um mangá em parceria com seu calouro, Hato. Para tentar se adequar ao estilo de arte de seu parceiro, ela decide criar uma história de romance colegial. No entanto, a mesma não tem experiência no assunto por mal ter possuído amigos em seus tempos de escola, muito menos um romance. Ela então decide perguntar aos seus calouros sobre suas histórias, já que eles saíram há pouco tempo do ensino médio. É aí que ela descobre que, assim como ela, nenhum de seus calouro teve alguma experiência romântica.

Para começarmos a analisar a situação, é necessário pensar no por quê da Ogiue ter acreditado que seus calouros teriam história para contar…

Comecemos com a Yoshitake. Uma otaku hardcore, que não aparenta ter nenhum trauma quanto ao seu hobby, tem um temperamento explosivo e desinibido e é bonita (apesar de um tanto baixinha). Essas características fizeram a Ogiue acreditar que ela poderia ter algo a acrescentar para sua história. A Yoshitake era vista como muitos nerds modernos o são, pessoas que no exterior não aparentam ser o que realmente são. Algo que como naturalmente houvesse sido criada um escudo de força para evitar que essa pessoa fosse reconhecida como um nerd por uma simples olhada rápida. O que não significa que ela tenha feito isso de propósito porque se envergonha do que ela é. Mas justamente o contrário. Por ela não ter problema em ser o que é, ela acabou tendo a mente aberta para incluir em sua rotina, por exemplo, senso de moda, vida social, etc. Um fenômeno interessante que tem acontecido muito recentemente no fandom.

Mas ao mesmo tempo que todo seu exterior diga que ela é uma “civil” (não-nerd), ela é uma über-otaku. E sendo o que ela é, acabou que ela dava atenção demais ao seu hobby e se esquecia da parte social da vida, o que acontece com muitos no fandom. Ou seja, mesmo ela não aparentando, ela “sofre” dos mesmos “problemas” de qualquer nerd. Ela se dedicava demais aos seus estudos no Clube de História, que mais era um clube otaku que qualquer outra coisa, e não “tinha tempo” para a vida social escolar.

E que tal a Yajima? Uma menina que claramente é uma otaku (gordinha, não liga muito para o que veste ou para sua aparência, fala pouco…)? Por que a Ogiue acharia que ela teria algo para contar? É algo difícil de se perceber e me tomou algum tempo. O caso é que a Yajima sempre pareceu uma pessoa com “experiência”. Ela muitas vezes captava algumas coisas que os outros não. Parecia que ela tinha mais noção de “vida em sociedade” que seus colegas. Algo como o Sasahara no início da série (lembram dele roubando o celular do Kousaka pra dizer para a Kasukabe que eles já estavam de saída e que ela poderia ficar com o Kousaka a sós logo no volume 1?). Esse ar de pessoa experiente com certeza foi o que levou a Ogiue a crer que a Yajima já tinha tido algum romance nos tempos de colégio.

O curioso é que, de fato, ela teve… mas não teve. Explicando…

Apesar do seu ar de experiente, ela é muito inocente, na verdade. Sua “experiência” no colégio foi a de um outro menino de sua turma ficar enchendo o saco dela fazendo piadinhas com ela de vez em quando. O bullying praticado pelo rapaz foi encarado por ela como uma forma de afeto. Afinal, era um garoto que falava com ela e mesmo quando ele mudou de turma e o bullying acabou, ele ainda se lembrava dela. Isso é o que ela considerou como um “romance”. Totalmente unilateral. O rapaz provavelmente não dava bola nenhuma pra ela, mas pelo simples fato dele falar com ela já despertou algum sentimento do seu lado.

Essa é mais uma característica do nosso fandom. Nerds devem ser as pessoas que mais tem paixões platônicas no universo. É impressionante o número de pessoas que se apaixonam pelas mais mínimas das coisas, e muitas dessas vezes essa pequena parte das pessoas ofusca o todo fazendo-os não enxergar o óbvio. Yajima se apaixonou pelo menino porque ele falava com ela, era o único. Isso não deixou que ela percebesse que, de fato, ela estava sendo alvo de bullying.

E Hato? O fudanshi cross-dresser? Por que ele teria histórias para contar? Ora… essa é fácil. Porque ele é bonito e sempre andou rodeado de garotas no antigo Clube de Arte do colégio. Mas ele é um fudanshi, um garoto que gosta de yaoi. Tem que ter algo de podre nisso aí. Infelizmente, o autor não nos deu o gostinho de saber mais sobre o passado do personagem. Ficará para o próximo post.

Mas antes de terminar essa breve análise, tenho que falar do Kuchiki. Ele não é um calouro do Genshiken, mas ele aparece nesse capítulo sendo o único que teve um romance de fato. O mais doido dos otakus que já passaram pelo Genshiken,  o ser menos improvável do universo, teve uma experiência romântica.

No último ano de escola, uma menina se confessou para ele. É, assim, de bandeja. A questão é que o relacionamento terminou menos de um dia depois. E o que podemos tirar disso em paralelo com o nosso fandom? É simples. Como é constante a quantidade de vezes em que desperdiçamos oportunidades que caem de bandeja para nós. Kuchiki confessou que falou com a menina no máximo uns três minutos naquela noite. Claro que a menina iria dar um pé na bunda dele no dia seguinte. Oportunidades são perdidas ou porque acabamos não sabendo como lidar com elas ou porque não acreditamos que seja realmente conosco. “Uma menina como essa dar mole pra mim? Não, não pode ser… ela deve estar me sacaneando” é um pensamento comum no fandom, não?

Aqui tivemos quatro exemplos de personagens que serviram como base para analisarmos aspectos e comportamentos do fandom. A questão é que  apesar do que eu falei, cada um é cada um. Pode ser que você não se encaixe em anda que eu falei aqui, como também pode ser que você se encaixe em tudo que eu falei aqui. Independente disso, os pontos de vista aqui apresentados são comuns no fandom… tão comuns que foram representados na história.

É engraçado como isso contrasta com a ideia de nerd que muitos tem hoje em dia… nerd-chic… mas isso é um assunto para outra época do ano

Não deixem de comentar.

ATENÇÃO: Você PODE ler esse post mesmo sem acompanhar Genshiken. […]

Análise Comportamental no Capítulo 69 de Genshiken (aka "Yoshitake é uma intrometida?")

Nossa… há quanto tempo não falo dos capítulos atuais de Genshiken por aqui. Tava com saudades. Tivemos até uma nova personagem e nada de um postzinho a respeito. Bem, o post está aqui, mas não é sobre a nova personagem, sim sobre a Yoshitake (mais velha – se você está lendo entendeu porque eu especifiquei qual Yoshitake estamos falando sobre). A pequena e energética personagem teve um importante papel no recente capítulo 69 do mangá e rendeu uma boa discussão pelo fandom: Afinal, ela é ou não é uma intrometida?

Para um breve histórico para situar o leitor eventual na história: A irmã da Yoshitake, Risa, está com dúvidas sobre qual faculdade entrar. Como forma de ajudá-la nessa decisão, ela resolve levá-la em um tour pela universidade Shiou, onde fica o Genshiken (acontecimentos do capítulo 58). A grande questão é que na noite depois da visita, Yajima e Hato acabaram indo pra casa da Yoshitake e lá ficaram até de manhã. Ao acordarem, Risa, que sempre enfrentou problemas por parecer um garoto, pede para ver a “versão masculina” do Hato. Acaba que todos então decidem ir para a casa do Hato onde ele poderá se trocar tranquilamente… bem… não tão tranquilamente. Acontece que Hato decide tomar um banho, deixando as três meninas na sala esperando. Seguindo sua personalidade, Yoshitake resolve “explorar o ambiente”.

Aí começa a grande questão. Yajima logo se coloca contra essa intromissão na privacidade de Hato. Ela inclusive fica indignada com a atitude da amiga e diz que era algo que nunca imaginou esperar dela. Mas voltemos um pouco no tempo, mais precisamente para o capítulo 58, quando os então novatos resolveram se reunir na casa da Yajima para uma “festinha”. Naquela ocasião, a personagem não ficou nem um pouco incomodada com a intromissão de Yoshitake pra cima das suas coisas logo ao entrar. Por que agora, com outra pessoa, ela se incomodaria?

Há uma teoria que eu tenho como certa e que compartilho com outros “pensadores” do fandom: Yajima gosta do Hato. Gosta no sentido de sentir atração mesmo. Pode ser uma atração inconsciente ainda, mas que existe. Esse sentimento inconsciente é que fez ela reagir mais fortemente quando algo do Hato está em jogo do que quando algo dela própria está. Acrescente a isso o complexo de inferioridade da personagem e pronto, podemos compreender sua reação.

Mas o post não é sobre ela, e sim sobre a atitude da Yoshitake. Será que ela está sendo intrometida demais ao querer adentrar no submundo do quarto do Hato? Pessoalmente, digo-te não. Minha teoria é de que, assim como os outros membros do clube, excluindo a Yajima, a Yoshitake está encarando o Hato como uma das garotas. Se é assim que ele quer ser tratado, é assim que ela vai tratá-lo. Seguindo sua personalidade, ela gosta de ser bem próxima das pessoas. Próximas no sentido físico e no sentido de um relacionamento também. Ficar fuçando pra achar dojinshis é o que ela faria na casa de qualquer uma de suas amigas, por que não fazer na do Hato? Só porque ele é um menino? Mas ele não quer ser visto como tal.

Para mim, a Yoshitake não faz o que faz por mal, pelo contrário, ela trata o Hato tão como igual que não vê problema em chegar nesse nível de intimidade. Se isso é certo ou errado, só o tempo irá dizer. Agora, não achem que ela faz tudo isso inocentemente. É só ver seu discurso e suas feições pra saber que de inocente essa menina não tem nada. Fico curioso para os rumos que a personagem vai tomar. Espero que seja explorada cada vez mais pelo autor. Será que a Yoshitake será a Kasukabe dessa geração? Será ela a personagem entrópica que fará os outros membros se desenvolverem? Só Kio Shimoku sabe…

Nossa… há quanto tempo não falo dos capítulos atuais de […]

Questões a serem abordadas sobre o re-lançamento de Genshiken nos EUA

Como foi noticiado no ANN (em inglês) e no Chuva de Nanquim (em português), Genshiken retornará ao mercado norte-americano através de uma republicação em formato omnibus (dentre outras novidades que podem ser conferidas nos respectivos links). Para quem não sabe, esse é o nome dado quando em média três volumes são compilados e uma única edição. Genshiken tendo 9 edições no total, seriam somente 3 nessa republicação. Seguindo a lógica de publicação americana (de três em três meses), teríamos o Volume 1 em maio, o Volume 2 em julho e o Volume 3 em outubro de 2012. Uma excelente notícia, não há dúvida.

Genshiken é um excelente mangá e essa nova publicação com certeza vai atrair a atenção de novos leitores que não conseguiam encontrar certos volumes da publicação anterior pois estavam esgotados. Porém, como fã, tenho alguns pontos a colocar para reflexão:

1 – Preço

Bem, um volume tankobon nos EUA tem preço de capa médio de U$10.99. Se a Kodansha seguir o padrão da republicação de Love Hina (que será lançada amanhã e que eu já encomendei pra mim), o preço final da nova edição omnibus será de U$19.99, o que, em teoria, representaria menos de U$7.00 por volume. Uma bela economia. Porém, aí entra o segundo ponto…

2 – Qualidade

Eu estou importando a edição omnibus de Love Hina por dois motivos: O primeiro é para ter esse mangá em minha coleção, já que não comprei as edições publicadas pela JBC e que tive a engraçada surpresa de ver como “valorizaram” daquele tempo pra cá; O segundo motivo é para ter uma ideia de como ficará Genshiken e se valerá a pena re-comprar o mangá. Porém, minhas previsões não são muito boas. Todas as edições compiladas que vi até hoje (principalmente a Viz 3-in-1, formato em que One Piece está sendo republicado nos EUA) não me agradaram nem um pouco. O tamanho é desconfortável. Ler um volume de quase 600 páginas sem apoio deve ser um trabalho hercúleo de resistência muscular. Mas o maior problema é, sem dúvida, a qualidade do papel. Sempre falo que a qualidade do papel das edições americanas é muito superior à brasileira e que isso é um ENORME diferencial… não no caso dessas edições compiladas. O papel é de gramatura muito leve e eu colocaria no nível do papel da JBC ou até pior! Isso também acaba prejudicando a qualidade de impressão final. Ou seja, um fracasso.

Atualização: O leitor “Trunqs” postou nos comentários a informação que as edições Omnibus não tem uma redução drástica na qualidade do papel. Sendo assim, minha expectativa nesse ponto, para a republicação de Genshiken, aumentou.

3 – Padronização e o “Volume 10”

Genshiken foi publicado no tempo em que a Del Rey ainda era a responsável pelas publicações da Kodansha nos EUA. Sendo assim, ela acabou criando uma identidade estética própria, bem diferente das edições japonesas. O meu medo, no entanto, não é para com quem vai comprar pela primeira vez, mas sim porque a tendência é que eles lancem o Volume 10, lançado esse ano no Japão, durante ou após essa republicação. Se forem criar uma lombada nova, seguindo mais o padrão japonês (como é a edição francesa), é capaz do volume 10 vir nessa nova padronização, destoando do resto da coleção.

4 – Vale ou não vale comprar?

Sendo bem sincero, se você nunca leu Genshiken e quer ter acesso a ele por vias oficiais, eu recomendo. Recomendo pois vai ser uma maneira barata é, relativamente, rápida de se ler o material. Porém, encare como uma versão econômica. Não pense que terá a mesma qualidade de um volume de BAKUMAN importado, por exemplo. E esse relançamento é importante, não só para esses possíveis novos fãs mas para os antigos. Não para recomprarem a série, mas por esperarem o novo volume que, com certeza, virá.

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Querem saber o que realmente me surpreendeu na pesquisa para esse post? A Kodansha ofereceu para um grande número de blogs, edições de ‘Love Hina Omnibus Vol. 1’ para análise. Isso acabou gerando uma boa publicidade para a republicação que com certeza se reverterá em vendas. Quem me dera as editoras brasileiras resolvessem fazer algo parecido por aqui…

Se quiserem comprar a edição Omnibus de Love Hina com FRETE GRÁTIS, é só clicarem direto na imagem abaixo (não se preocupem com a mudança de capa no link):

Como foi noticiado no ANN (em inglês) e no Chuva […]

Colorização Manual X Colorização Digital

Eu adoro páginas coloridas. Sempre aprecio quando um artista consegue transformar sua arte em algo ainda melhor quando colocava cores. Por essas e outras que adoro a arte de Kio Shimoku. As páginas coloridas que ele fazia eram excelentes. Porém, quando a segunda fase de Genshiken começou a ser publicada (no final do ano passado), ele decidiu que iria começar a fazer suas pinturas digitalmente.

Isso por si só não é algo ruim. Vemos os exemplos dos gibis americanos que são praticamente todos colorizados digitalmente e são de extrema qualidade. Porém, esse não é o caso de Kio Shimoku e de vários outros mangakás. Eles simplesmente não sabem pintar digitalmente tão bem quanto pintam manualmente.

A arte digital é bem mais barata e produz resultados magníficos, mas é como qualquer outra ferramenta, para se fazer bem feito, tem que saber usá-la. A arte de Kio Shimoku perde muito quando é colorizada digitalmente por ele.

Abaixo vou colocar duas páginas coloridas feitas por ele. Uma do volume 9 (primeira fase) e outra do volume 10 (quando começa a segunda fase). Tirem suas próprias conclusões. Para mais artes coloridas de Kio Shimoku, vá na Genshiken Wiki!

E para vocês? Preferem arte digital ou manual? Quais artistas que mais gostam no quesito cores? Comentem!

Arte colorida do Volume 9

Arte colorida do Volume 10

Eu adoro páginas coloridas. Sempre aprecio quando um artista consegue […]

“Spotted Flower”: Um otaku recém casado com uma esposa ‘normal’… mas não é só isso…

No final de 2010, no 4º volume de uma antologia chamada Rakuen (Le Paradis), que só sai três vezes por ano, estreou uma série com singelas 6 páginas por capítulo. Com nome de Spotted Flower, nós somos apresentados a dois jovens recém-casados. O marido é um otaku, a esposa uma “civil” (não-otaku) e está gravida. A série se propõe então a acompanhar a vida do casal frente às novidades da vida a dois.

Para muitos passou desapercebido dentro da antologia. Afinal, tem tão poucas páginas e é um josei no meio de um monte de história yuri. Porém, um fato curioso chamou a minha atenção e a de muitos fãs de Genshiken ao redor do globo: Kio Shimoku é o autor.

O que estaria o autor de Genshiken fazendo em uma antologia diferente da tradicional Afternoon e, ainda mais, nume editora diferente da Kodansha?

Capas dos números 04, 05 e 06 da revista Rakuen (Le Paradis) , onde Spotted Flower é publicado.

Bem, há muito subjetividade em Spotted Flower do que poderia se pensar.
Eu li Spotted Flower pela primeira vez pouco depois de Genshiken Nidaime ter estreado. Achei curioso um mangá feito pelo mesmo autor em outra revista de outra editora. Porém, li rapidamente e só achei curioso a temática ser novamente envolvendo otakus.

Tempo passou e novamente acabei me deparando com a série, agora com três capítulos publicados. Só que dessa vez, esse encontro veio acompanhado de uma observação bem curiosa: Spotted em japonês seria Madara (斑), assim como em Madarame Harunobu. Florescer seria traduzido como Saki (咲), assim como em Kasukabe Saki. Ao ler isso, eu já comecei a surtar.
Como não percebi isso antes? Spotted Flower foi criado por Kio Shimoku como um futuro alternativo onde a Saki deixa o Kousaka e se casa com o Madarame. Quem já leu Genshiken sabe que a única paixão de carne e osso do Madarame é a Saki. Kio Shimoku resolveu lançar então um “easter egg” para os fãs de seu principal mangá. Um belo fanservice.

 

Ok, os personagens não são exatamente os mesmos de Genshiken, mas se fossem, o “extra” perderia metade da graça. Existem, no entanto, inúmeras referências a acontecimentos em Genshiken que nos permite fazer essa associação.

Seja o fato da esposa mencionar que já teve um romance com outro otaku antes do noivo e o fato desse outro otaku ser um amigo em comum com o noivo (Kousaka… cof… cof…); seja ela mencionando que o noivo tinha uns DVDs de sadomasoquismo escondidos (teve uma cena em que Madarame esconde as fotos da Saki colocando esses DVDs sobre elas numa gaveta); seja ela falando que já se vestiu como uma personagem de anime (a personagem a que ela se refere é a mesma que Saki fez cosplay em Genshiken); seja por qualquer outras das tantas referências… fica claro que Kio Shimoku não fez aquilo sem querer.

Isso só mostra quão genial esse autor é. Spotted Flower é um mangá interessante para qualquer leitor e mais interessante ainda para fãs de Genshiken.

 

No final de 2010, no 4º volume de uma antologia […]