Tag Archives: fandom

Crunchyroll e Funimation fecham acordo, excelente, mas com um porém…

Pegando a todos de surpresa, as duas maiores empresas de distribuição de animes nos EUA, Crunchyroll e Funimation, fecharam um acordo para que ambas possam compartilhar seus acervos de modo que a Funimation ficará responsável pelo conteúdo dublado e o Crunchyroll pelo legendado… e, para nós, isso é simplesmente excelente!

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Pegando a todos de surpresa, as duas maiores empresas de […]

Anikencast #003 – CG nos Animes

Nesse episódio do Anikencast, Diogo e Starro  falam sobre os animes que mais gostaram na temporada de Primavera 2015 e discutem o uso de CG nos Animes. Saiba quais são as vantagens de se usar CG, o que faz um CG ser bom ou ruim e por que tanta gente odeia quando ele está presente.

Espero que todos gostem do retorno do Anikencast e queremos ouvir o seu feedback, sugestões e comentários!

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Nesse episódio do Anikencast, Diogo e Starro  falam sobre os […]

Danna ga Nani o Itteiru ka Wakaranai Ken – Primeiras Impressões

Tirando a imediata identificação no fato desse ser um anime sobre um otaku que tem um blog de anime/mangá e sua esposa não-otaku, Danna ga Nani o Itteiru ka Wakaranai Ken (Eu Não Consigo Entender o que Meu Marido Está Falando, em tradução livre) agrada bastante ao apresentar um bom ritmo e um bom senso cômico nos pouquíssimos 3 minutos de seu episódio.

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Review Semanal: Genshiken Nidaime – Epi. 4 e 5

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E para tirar o atraso de mais uma série do review semanal, vamos fazer post duplo comentando os episódios 4 e 5 de Genshiken Nidaime! Comentaria com o episódio 6 junto, que já saiu, mas o post ficaria tão grande que ninguém leria. Então acomode-se aonde estiver e que comece o 5978º encontro “O Genshiken dessa semana foi interessante”!

Temos muito o que comentar nesse post, mas acho que dois focos se fazem necessários: o primeiro é a Ogiue e seu passado; e o segundo é o “arco” Hato X Mada X Angela. Vamos começar falando da Ogiue, então…

Além do episódio ter começado com uma cena bem fanservice, por assim dizer, onde nós vemos as novas protagonistas, além da Sue e da Ogiue fazendo cosplay (e posteriormente recebendo um esporro da Yoshitake por causa disso). Eu fiz um apanhado sobre o cosplay das outras meninas (e o Hato) quando comentei sobre o capítulo 62, mas o que pouca gente pode ter notado, e que eu só notei bastante tempo depois de ter lido, é quão interessante é a escolha de colocar a Ogiue como a Azusa de K-ON.

Há muitas coincidências entre as personagens. Para começar, ambas estão em clubes que, além de desviarem muito das suas funções originais, tem sérios problemas em conseguir novos membros. Mesmo assim, ambas foram as mais novas integrantes de seus respectivos clubes e se encaixaram muito bem neles no final das contas. Tanto Ogiue quanto Azusa tem a mesma atitude perante o “relaxamento” dos outros membros dos clubes, enquanto ambas também, apesar de parecerem duronas, são facilmente persuadidas. Por fim, vale lembrar o fato de que as duas herdaram a presidência de seus respectivos clubes quando os outros membros se formaram. Ainda acham que foi uma escolha ao acaso só pelo fanservice? Eu não… apesar de que o anime deu uma carregada nesse aspecto do que o mangá.

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Mas nem só de diversão e cosplay se fez a participação da Ogiue nesse episódio. Tivemos um momento tenso também, mas que me deixou extremamente curioso para saber como as pessoas que só acompanham o anime o perceberam.

Lembram daquela menina que apareceu no estande da Ogiue na Comiket perguntando por ela? Então… ela é a menina responsável pela traição que eu comentei no episódio 1. Aquela história do passado da Ogiue que o anime anterior não cobriu e que este simplesmente pulou. Por causa disso, eu vi muita gente em fóruns reclamando de não ter entendido o por quê daquela cena. Embora eu tenha gostado do anime estar seguindo fielmente o que o mangá mostra, a coisa realmente ficou um tanto desajustada.

Para os que conheciam a história por terem lido o mangá, a conversa soou superficial demais. Pode ter sido problema na tradução do Crunchyroll, mas vários elementos da conversa que apareceram no mangá ficaram de fora da versão em anime. Se eu me lembro bem, no momento em que a Yabusaki fala da “velha Ogiue”, ela diz que não se surpreende pelo fato dela ter feito o que fez e ter sofrido da maneira que sofreu e como que hoje tanto ela quanto o Sasahara, seu namorado, estão bem mais a vontade com este hobby e com o que aconteceu. E além disso, ainda tivemos um problema narrativo aqui, afinal, no mangá a aparição de Nakajima surge no final de um capítulo, como um gancho surpreendente, mas no anime, serve como praticamente um tapa-buraco do meio da segunda metade do episódio 4.

Acho, no entanto, que quem teve mais problema com essa cena foi quem não conhecia a personagem. Afinal, apesar de terem ficado sabendo um pouco do passado da Ogiue, não pareceu nada além de um teaser. Se a produção do anime resolver usar a personagem para, em um futuro próximo abordar o arco que foi pulado, sua presença terá se justificado. Caso ele não faça isso, era melhor nem ter mostrado essa cena, pois ela vai do nada a lugar nenhum. Se é pra pular todo um arco, que pule ele direito e não deixe a cabeça dos espectadores confusas.

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Mas como dito anteriormente, não só de Ogiue se fez esses episódios, a participação do Hato também foi bem expressiva… claro, motivado pela Angela que chegou com muito resPEITO e insinuações para cima daqueles meros otakus. Se vocês não lembram da personagem, Angela é a outra amiga americana da Ohno (junto da Sue) e sempre que tem Comifest ela vai para o Japão (haja dinheiro, ein…).

Acontece que a Angela desenvolveu um certo interesse no Madarame desde a última vez que ela o viu e ambos ficaram a sós na sala do clube lendo mangá. Ela só não tinha demonstrado nada porque na época a Kasukabe ainda era uma figura presente no grupo e na cabeça de Madarame. Agora que ela tinha o “caminho livre”, resolveu dar uma investida mais óbvia, para surpresa dele e para o incômodo de Hato, que tem desenvolvido “laços afetivos mais fortes” com seu veterano.

É engraçado como a cena começa com comentários sendo feitos sobre como há boatos de que as estrangeiras gostam de “caras japoneses”. Imediatamente eu consegui associar a várias situações da minha realidade enquanto fã de animes e mangás fora do Japão. Não sou do sexo feminino então não posso afirmar com toda a certeza, mas pelo que minha observação me diz, sim, meninas otakus de fora do Japão tem sim um “interesse” em caras japoneses (abre o olho Sakuda!).

gen_rev_sem_005De qualquer modo, todos os avanços de Angela para cima do Madarame fez o Hato começar a ficar claramente incomodado. Mas incomodado de maneira diferente dos outros. Embora a maioria estivesse constrangido pelo fator explicito das investidas, algo pouco comum para o padrão social do Japão, não passava disso. Hato foi o único que se incomodou a ponto de tomar uma atitude contra aquilo. O motivo? Ciúme.

Sim, é evidente que Hato desenvolveu alguma espécie de sentimento para com o Madarame. Seja ele motivado por suas fantasias yaoi ou por paixão homossexual propriamente dita, mas isso é um fato. Toda a situação emocionalmente frágil dele ainda colabora para a construção das fantasias de Hato. A coisa ainda piora quando Hato conhece Kousaka, namorado de Kasukabe, e percebe que as chances de Madarame com ela praticamente inexistem.

Em um dado momento ele não consegue se segurar e entra numa discussão com Angela. Ela reage, indagando o por quê de Hato não querer que ela fique com Madarame, colocando ele numa saia justa da qual ele só consegue sair dando um surto-fujoshi e alegando que é porque Madarame é totalmente passivo e etc etc etc, vocês viram o episódio. Até que ponto esse surto representa os reais sentimentos de Hato para com sua “relação” com Madarame, não temos como dizer, mas é fato de que ele só aconteceu porque ele queria evitar alguma outra resposta mais… lógica. Seja ela a tal paixão homossexual ou o fato dele saber que ele ainda gosta da Kasukabe.

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É engraçado como todo esse “atiramento” da Angela com relação a sua sexualidade e suas intenções para cima de Madarame parece deslocado do resto do grupo, mesmo a questão sexual sempre tendo estado presente em Genshiken. Afinal, desde a primeira série temos as dificuldades de Kasukabe em contornar o hobby de Kousaka, até mesmo o fato de que este próprio hobby gira em torno de ir a um evento enorme e comprar gibis para “usar” ou ainda as fantasias yaoi que estão se tornando cada vez mais comum na formação atual do clube. De todos os modos, uma personagem com sua sexualidade “livre” ainda causa estranheza para aqueles personagens.

Outra coisa interessante, para não ficar só falando do lado “das meninas”, é a reação do Madarame de negar a possibilidade da Angela realmente estar interessada nele. Ele acha que é brincadeira, que isso não pode ser verdade, que ela está tirando onda com ele. E mais uma vez pude reconhecer esse pensamento em minha realidade. Vocês com certeza já tiveram amigos(as), ou até mesmo vocês mesmos, que deixaram passar oportunidades de se relacionarem com alguma menina(o) pois acreditaram que ela estava brincando enquanto na verdade ela estava dando mole. Isso é mais comum do que parece, infelizmente. Claro que o Madarame ainda estava cego por sua paixão por Kasukabe ainda estar em sua cabeça, mas de qualquer modo…

Bem, já escrevi demais e vocês devem estar cansados. Vamos encerrando por aqui. O que acharam desses dois episódios? O que acharam da cena da Ogiue? E do “triangulo amoroso”? Não deixem de comentar! Ah, e caso queiram ver um apanhado das referências e cosplays que apareceram nesses episódios, confira o post do Ogiue Maniax (em inglês)! Aguarde também os comentários do episódio 6 de Genshiken Nidaime! Até lá!

E para tirar o atraso de mais uma série do […]

JBC traz livro de Densha Otoko para o Brasil!

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Sem nenhum indício prévio, a JBC pega a todos de surpresa com um novo livro nipônico: Densha Otoko. O anúncio foi feito através do blog Painel de Letras da Folha de São Paulo. O lançamento se dará na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, onde a editora também planeja lançar a volta dos Combo Rangers, de Fábio Yabu.

Para quem não conhece esse clássico moderno da era da internet no Japão, Densha Otoko foi publicado pela primeira vez em 2004 contando a história de um tremendo otaku que, após ver uma mulher ser assediada no metrô por um velho bêbado decide tomar coragem para ajudá-la. Um romance floresce, mas como um otaku como ele poderia conquistar uma mulher como ela, rica e muito bonita? Ele recorre então à única alternativa que conhece, o fórum online 2channel. É o começo de uma divertida e emocionante história de amor entre Densha Otoko, ele, e Hermés, ela.

Apesar do livro ter se tornado um best seller, inclusive em várias partes do mundo, ter sido adaptado em três séries de mangá e um filme, a maioria das pessoas tomou conhecimento da história pela série de TV feita em 2005. Inclusive eu! Sem dúvida uma das histórias de amor mais emocionantes que já tive o prazer de acompanhar. Recomendo fortemente que, caso ainda não tenham visto, vejam. A abertura até hoje ainda tem um forte impacto em mim.

Fico muito feliz da JBC ter decidido trazer o livro original para o Brasil. Vou poder revisitar essa história que tanto gosto, agora numa mídia diferente. Não vejo a hora de poder comprar e ler! Espero que a JBC entre de maneira regular no mercado de livros trazendo cada vez mais títulos interessantes para nós!

Atualização:

A editora já havia mencionado que iria trazer Densha Otoko para o Brasil em 2008, mas além de parecer se tratar do mangá (que nunca chegou), fazer esse lançamento cinco anos depois foi uma verdadeira surpresa!

Sem nenhum indício prévio, a JBC pega a todos de […]

Watamote – Primeiras Impressões

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Sabem aquela sensação de quando você acaba de assistir a um primeiro episódio e sabe que está diante de uma excelente série? Então, foi assim que eu me senti com Watamote, ou, para os que curtem títulos gigantes, Watashi ga Motenai no wa Dou Kangaete mo Omaera ga Warui!

Kuroki Tomoko é uma garota tímida e reclusa que gastou boa parte do seu ensino fundamental com otome games, jogos de simulação de relacionamento para garotas. Porém, agora que ela está entrando no ensino médio, está decidida a passar sua popularidade dos jogos para a vida real. Um objetivo nada fácil de se alcançar.

Mas apesar de difícil, será bem engraçado de se acompanhar.

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Se vocês leram meu guia de sugestões e apostas da temporada, sabem que eu sugeri Watamote porque ele tratava do fandom e, como eu tenho sempre interesse em ver como as histórias retratam esse público, era assistida certa. Porém, eu sabia que poderia existir algo além. A fama de Watamote era muito grande nos diversos meios com os quais eu interajo. Mas para variar, eu nunca fui a fundo no material original para buscar um pouco mais sobre (maldita falta de tempo).

Porém, ao assistir ao anime, eu fico grato de ter esperado. Primeiro poque eu pude finalmente conhecer essa sensacional personagem que é a Kuroki. Cara, se pararmos para pensar na situação dela, é algo bem triste. Na verdade bem triste mesmo! Uma menina reclusa que tem um forte fobia social e que não consegue nem falar um “oi/tchau” para outras pessoas devido a tanto tempo só interagindo digitalmente. Mas o anime usa isso como uma espécie de humor negro.

Afinal, Kuroki é uma das pessoas mais loser que vocês jamais viram. E é sobre os olhos dela que vamos acompanhar a história. É nesse ponto que entra o excelente trabalho da equipe técnica, o segundo motivo pelo qual eu fico grato de ter esperado.

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A produção do anime conseguiu fazer um trabalho impecável na criação desse universo em que somos jogados. Ele é caótico e energético. Muitas pessoas não tem rostos pois não é isso que importa para a personagem principal, só o que eles dizem, ou a parte que ela considera importante do que eles dizem… afinal, por todo lado que ela anda as pessoas só falam de relacionamento, namoro, beijo, karaokê, etc.

A fantasia criada por Tomoki ao seu redor, seja nos seus momentos de viagem mental, se imaginando uma linda mulher, até desabar ao encarar a dura realidade no espelho, ou até mesmo em situações comuns, gerando momentos que deixariam Light e suas potato chips intrigado, tomam proporções ainda maiores sob a direção de Shin Oonuma (que não a toa dirigiu Baka to Test, outro anime que faz excelente uso de recursos visuais).

Em resumo, para não me estender demais, Watamote é um anime denso e pesado, tratando de uma temática bem delicada, como a depressão e fobia social, mas ao mesmo tempo, é leve e divertido. Competência do diretor e do material original. Para mim, uma das melhores adaptações de 4-koma (mangá feito por tirinhas de 4 quadros) que eu já vi. Espero fortemente que mantenha o nível até o final. Uma das melhores estreias da temporada e, com certeza, uma das mais interessantes.

Obs: Abertura e Encerramento SENSACIONAIS nesse anime.

Leia também:

Primeiras Impressões de Watamote no XIL

Confira o ÍNDICE DE PRIMEIRAS IMPRESSÕES VERÃO 2013

Confira o GUIA ANIKENKAI VERÃO 2013 para sugestões e apostas

Sabem aquela sensação de quando você acaba de assistir a […]

Animes, Mangás, Arte e Preconceito

Recentemente venho estudando um pouco sobre arte no geral e me deparei com o seguinte dizer que motivou todo um pensamento dando origem a esse post: “arte não tem sentido, se alguém tenta forçar um sentido à arte, ela deixa de ser arte”.

Brevemente essa afirmativa se baseia na noção de que a arte existe justamente para representar o mundo como ele é: caótico e sem sentido. É ela que irá mostrar para os seres humanos que tentam a todo momento racionalizar a realidade de que as coisas não são tão certinhas como queremos imaginar. Seria através da arte que o indivíduo veria a verdade e essa verdade é a de que não existe verdade.

Esse paradoxo pode ser um tanto confuso mas se desdobra em sentidos muito mais palpáveis para nós. Como por exemplo o que seria arte e o que não seria arte. Não existe um conceito fechado e único justamente pois isso iria contra o princípio exposto antes. Sendo assim, arte é algo individual. Algo que eu posso considerar como arte outros podem dizer o oposto. Arte não é uma coisa, mas sim um evento, um momento, uma situação. O instante com o qual você se conecta com uma obra, seja ela qual for, é nesse momento que se estabelece a arte… ou não.

Explicando de forma mais prática: quando eu leio um mangá como Monster, para mim aquilo é tão profundo e lindo que não tenho como defini-lo de outra forma a não ser como arte. Ao mesmo tempo quando eu assisto Queen’s Blade eu posso ter todo tipo de definição para aquilo… tudo menos arte. Porém, outra pessoa ao assistir às mesmas obras pode ter uma opinião totalmente contrária à minha. Podem existir pessoas que considerem Queen’s Blade como arte.

Isso acontece pois cada um de nós é um indivíduo que teve suas próprias experiências de vida, tem seus próprios pensamentos, expectativas, necessidades, etc. E ao entrarmos em contato com uma obra de arte, tentamos buscar sentido naquilo de forma a satisfazer esses aspectos de nós mesmos. Desse modo, cada experiência artística é única e nunca pode ser repetida… nem por nós mesmos. A arte que eu via em Pokémon hoje não existe mais. Eu posso ver o mesmo episódio que vi quando era criança e minha conexão com essa obra será diferente do que era no passado. Aquilo para mim era arte, hoje não é mais.

Dessa forma, chegamos ao ponto final deste post um tanto teórico, de que por ter este caráter individualista e momentâneo, a arte no geral é carregada de preconceitos. O que define um anime como bom ou como ruim? O que define um mangá como bom ou como ruim? Nós acabamos estabelecendo padrões técnicos como parâmetros para justificar essas escolhas mas todos sabemos que na verdade o que importa mesmo é nossa opinião pessoal, nosso momento, nosso contexto, nossas expectativas.

É curioso como esse conceito acaba fazendo-nos entender que nossa vida é recheada de pré-conceitos de tudo que nos cerca. Eu duvido que qualquer um de vocês nunca tenha julgado os gostos de ninguém como “fulano só vê anime de bosta de garotinhas” e por aí vai. Por que seu gosto é melhor do que o dele? Já parou para pensar que na cabeça dele o seu gosto é que é estranho? E quem está certo? Ambos!

Por essas e outras que nunca se deve apenas ver um lado de uma história. Quando você estiver procurando um anime para assistir ou um mangá para ler você não pode simplesmente jogar no Google e ler a primeira opinião que aparecer na sua frente. No mínimo leia duas ou três opiniões sobre a obra e comparando-as tire suas próprias conclusões. E se possível, leia regularmente blogs ou fóruns de animes e mangás. Você provavelmente vai encontrar alguém com um gosto parecido com o seu e dessa forma terá um parâmetro bem estabelecido para ponderar melhor as opiniões daquela pessoa.

Mas isso é assunto para um outro post que deve estar saindo em breve. Encerro este por aqui e gostaria muito de saber a opinião dos leitores sobre esse assunto tão… conceitual.

Recentemente venho estudando um pouco sobre arte no geral e […]

A Monotonicidade do Fandom Contemporâneo

De repente esse lugar parece tão animado…
Será porquê a Kasukabe está aqui?
… eu imagino se é assim que o Genshiken era…
até o ano passado…

Essa passagem é do último capítulo publicado de Genshiken, 78. Nela Hato se surpreende com a vivacidade do grupo ao ver os antigos membros reunidos. A surpresa vem da comparação com o atual grupo de membros que, de certa forma, se parecem demais, o que deixa as coisas um tanto monótona.

Eu terminei o capítulo e essa cena ficou na minha cabeça. Claro que pela nostalgia de ver o antigo grupo (quase) todo reunido, mas também por quanto essa situação se parece com o mundo real. Há tempos eu venho percebendo uma certa monotonicidade pairando pelo nosso fandom.

Não faz muito tempo atrás, os grupos de fãs eram formados pelo interesse comum em animes e mangás, não importando quais esses eram. Já bastava o cara gostar de animes e mangás pra acontecer uma conexão. Isso gerava grupos bem heterogênicos que trocavam ideias e discutiam sobre vários e vários assuntos. Tal qual era o primeiro grupo do Genshiken.

Lá tínhamos um otaku viciado em mechas, outro em cosplay, outro em jogos de luta e por aí vai. O grupo atual, no entanto, está junto pelo único e simples motivo de serem todas(os) fujoshis (vamos excluir o kuchiki da brincadeira). A principio essa homogeneidade de gostos seria algo positivo. Os membros poderiam ficar bem a vontade e discutir sobre seu hobby sem restrições ou sem outros assuntos “atrapalhando”.

Porém, o que acaba acontecendo e é percebido por Hato na passagem acima retratada é que essa homogeneidade acaba gerando uma monotonicidade nas interações do grupo. As pessoas pensam igual demais para terem uma discussão mais profunda sobre o assunto ou para saírem da zona de conforto e abrirem seus horizontes.

Voltando à realidade, podemos facilmente perceber isso em alguns círculos sociais no fandom. Inúmeras pessoas se fecham em seus próprios gostos e não aceitam opiniões contrárias ou diferentes das suas. Se juntam tendo em vista esse gosto comum e não aceitam outros.

Quando passamos a interagir não por sermos fãs de animes e mangás, mas por acharmos, por exemplo, que Naruto é o maior mangá já feito na história do mundo? E pior ainda, quando paramos de aceitar interações com pessoas que não acham isso? Uma coisa é você se identificar com alguém por causa de um gosto em comum, a outra é você excluir outra pessoa que não partilhe desse gosto em específico (mas compartilha de um gosto ainda maior que são os animes e mangás).

Isso, infelizmente, é uma das maiores falhas do nosso fandom. Nós substituímos a discussão pelo comodismo. Ficamos confortáveis com nosso status quo comum e fechamos nossa cabeça para coisas novas, para novas opiniões, etc. Dessa forma acabamos por anular uma característica que exaltamos tanto quando fazemos propaganda de nosso hobby, a pluralidade de assuntos abordados pelos animes e mangás.

Gostaria de saber a opinião de vocês sobre isso pois eu sou adepto de uma boa discussão e de conhecer e aprender coisas novas. Então não se acanhe para comentar.

De repente esse lugar parece tão animado… Será porquê a […]

O que é e para que serve o ‘anime blogging’? – Um breve retrato da nossa blogsfera.

Semana passada, navegando pela internet, me deparei com um blogueiro americano fazendo a seguinte pergunta: “Por que você começou a blogar sobre animes?”. Fiquei pensando e achei que esse seria um bom assunto para abordar aqui no Anikenkai. Só que para melhorar a coisa ainda mais, eu resolvi fazer um pequeno questionário para meus colegas blogueiros, que foi respondido prontamente por todos (obrigado pessoal). O resultado de tudo isso você confere agora.

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Eu lembro que comecei a blogar sobre animes por um motivo simples: queria ter um lugar onde eu pudesse expor minha opinião de forma livre, porém organizada. Esse desejo veio da minha vontade própria de explorar mais esse universo e a decisão pelo formato se deu graças às minhas desventuras pela blogsfera americana.

Boa parte dos principais blogueiros do fandom compartilham dessa mesma motivação com poucas variações. Tanto o Qwerty (Nahel Argama) quanto o Leo Kusanagi (Mithril) estavam incomodados com as ferramentas limitadas de fóruns e orkut, queriam um lugar para suas opiniões não se perderem. Outros, como o Denys (Gyabbo) e a Roberta (Elfen Lied Brasil) queriam simplesmente um lugar para poder expor suas opiniões para as pessoas. Outros ainda começaram para aliviar o stress, como o Dih (Chuva de Nanquim), por hobby, como a Mary (Across the Starlight) ou até para ter um exercício regular de escrita, como a Mara (Mais de Oito Mil).

Independente da motivação de cada um, todos estão lá, blogando sobre animes e mangás, cada um de sua própria maneira. E aí que vem aquela questão básica: as pessoas blogam para si ou para seus visitantes?

Para mim é simples: uma mistura dos dois. No início é muito comum a gente escrever o que as pessoas querem ler, mas com o tempo, passa a ser mais comum as pessoas lerem o que nós queremos escrever sobre. Isso acontece por vários motivos, dentre eles a seleção de público. Se uma pessoa continua visitando seu blog depois da primeira visita é porque ela simpatizou com o que você fala e como você fala. Sendo assim seu público começa a ficar selecionado e começa a exigir que você seja você mesmo mais do que qualquer coisa.

Apesar disso, algumas pessoas, como o Walter (Mangás Cult), decidem falar do que querem desde o começo, arriscando um começo de poucos acessos mas um público bem fiel no futuro. Outros, como o Leo Kusanagi e o Carlírio (Netoin!) tendem a falar sobre coisas tão exclusivas e de nicho que muitas vezes acabam “remando” contra a maré da blogsfera no geral. Ainda tem aqueles que por causa do foco acaba escrevendo tanto sobre o que gosta quanto sobre o que não gosta tendo em vista seu público, como a Valéria (Shoujo Café). E ainda tem aqueles que assumem sua veia de pluralidade de público, como é o caso do Chuva de Nanquim.

Mas não há um blogueiro que nãos e preocupe com seu público. Seja ele o público geral, público de nicho, etc. Isso acaba gerando uma pressão de responsabilidade para com esse público. Pessoalmente, minha responsabilidade é sempre de trazer conteúdo de qualidade e uma opinião que os meus leitores possam identificar facilmente como minha. Isso soma-se à responsabilidade natural de formador de opinião pois é muita ingenuidade acreditarmos que nós não influenciamos na opinião de ninguém. Não que isso seja algo para se gabar (não é), mas é uma realidade.

O Qwerty tende a se colocar alguns objetivos pessoais quanto a número de views e posts por semana. Temos também aqueles que por terem um público mais amplo e variado acabam tendo responsabilidades maiores com o que falam, como o Shoujo Café e o Chuva de Nanquim. O Denys aproveita a pergunta e coloca em pauta algo bem relevante, a exigência do próprio público do blogueiro estar antenado com tudo que está acontecendo na industria. Se você não sabe que o anime X foi anunciado para a temporada Y você não tem credibilidade. Infelizmente é verdade e muitos leitores pensam dessa forma. Mas apesar dessa pressão externa, a maior de todas é mesmo a pressão interna do blogueiro, como bem falou a Lilian (Mundo Mazaki).

Mas afinal, o que é e para que serve o anime blogging?

Essa é a pergunta que deu nome ao post e que me motivou a fazer esse post. E depois de ler a resposta de cada um de meus colegas blogueiros, a resposta é simples: Anime blogging é gerar conteúdo, motivar discussões e formar opiniões sobre animes e mangás. É esse o papel de um blogueiro. No entanto, é impossível um único blogueiro fazer tudo isso. Tem aqueles que se focam em fazer reviews das séries, outros que se focam em falar de séries underground, outros falam das séries populares, outros dão notícias do que está acontecendo, outros falam do fandom, outros de uma obra específica, outros criam sátiras em cima desse universo. Quanto mais variedade de assuntos e abordagens, melhor. A blogsfera brasileira ainda é muito nova nesse quesito, mas estamos crescendo e a ideia é melhorar cada vez mais.

E para que serve o anime blogging?

Eu discordo da Mara que respondeu “para nada”. Para mim a utilidade da blogsfera é fazer o fandom se desenvolver. Dar a ele a oportunidade de ter mais conteúdo além das obras para ele poder apreciar e discutir. E quanto maior e mais diversa, o ato de se blogar sobre animes gera senso crítico nos leitores. Mas sabem qual é a maior utilidade do anime blogging para nós, blogueiros? A diversão. É divertido pra caramba falar sobre o que a gente gosta, interagir com outros fãs, discutir, etc. Sendo a interação o que eu, pessoalmente, destaco. Adoro conhecer gente nova através do Anikenkai.

Gostaria de fechar esse post com essa citação ao que o Fábio (Video Quest) disse sobre a utilidade do anime blogging:

Somos (os blogueiros) um pouco o velho da fogueira que conta historias e entretém o público como também somos umas das poucas formas que esse público tem de conhecer mais sobre si e a mídia a qual são fans.

Não podia dizer melhor. É bem isso aí. E o que vocês, leitores, tem a dizer sobre isso? Não deixem de comentar!

Agradeço pessoalmente ao Wagner, Qwerty, Leo Kusanagi, Carlírio, O Judeu Ateu, Roberta, Dih, Denys, Lilian, Kuroi, Se-chan, Valéria, Fábio, Mara e Mary por terem respondido ao questionário.

Semana passada, navegando pela internet, me deparei com um blogueiro […]