Tag Archives: Mangás

Censo Genkidama – Vamos responder e ajudar, pessoal?!

O portal Genkidama já é um sucesso e isso não se discute. Porém, para conseguir crescer mais e fazer um trabalho ainda melhor para os que visitam nossos blogs diariamente, é preciso conhecer VOCÊ. Isso mesmo. É importante para nós saber quem é você, quem é a pessoa que nos visita! Para ajudar, é simples…

BASTA CLICAR AQUI E RESPONDER AO CENSO GENKIDAMA!

Você gasta menos de 3 minutinhos do seu dia e nos ajuda MUITO! Por isso, vá lá, responda o censo e claro dê uma nota máxima pro Anikenkai (rs)! Desde já eu, junto aos outros blogueiros do portal e o pessoal que atua na parte técnica agradecemos sua colaboração! \o/

O portal Genkidama já é um sucesso e isso não […]

Plantão Samurai X: JBC confirma republicação do mangá ainda em 2012

A Editora JBC confirmou em um release enviado à imprensa que irá relançar o mangá de Samurai X seguindo agora o formato tankohon e com o nome original, Rurouni Kenshin. A republicação será feita em 28 volumes, metade da publicação anterior por aqui, em 56 volumes.

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A Editora JBC confirmou em um release enviado à imprensa […]

Animes, Mangás, Arte e Preconceito

Recentemente venho estudando um pouco sobre arte no geral e me deparei com o seguinte dizer que motivou todo um pensamento dando origem a esse post: “arte não tem sentido, se alguém tenta forçar um sentido à arte, ela deixa de ser arte”.

Brevemente essa afirmativa se baseia na noção de que a arte existe justamente para representar o mundo como ele é: caótico e sem sentido. É ela que irá mostrar para os seres humanos que tentam a todo momento racionalizar a realidade de que as coisas não são tão certinhas como queremos imaginar. Seria através da arte que o indivíduo veria a verdade e essa verdade é a de que não existe verdade.

Esse paradoxo pode ser um tanto confuso mas se desdobra em sentidos muito mais palpáveis para nós. Como por exemplo o que seria arte e o que não seria arte. Não existe um conceito fechado e único justamente pois isso iria contra o princípio exposto antes. Sendo assim, arte é algo individual. Algo que eu posso considerar como arte outros podem dizer o oposto. Arte não é uma coisa, mas sim um evento, um momento, uma situação. O instante com o qual você se conecta com uma obra, seja ela qual for, é nesse momento que se estabelece a arte… ou não.

Explicando de forma mais prática: quando eu leio um mangá como Monster, para mim aquilo é tão profundo e lindo que não tenho como defini-lo de outra forma a não ser como arte. Ao mesmo tempo quando eu assisto Queen’s Blade eu posso ter todo tipo de definição para aquilo… tudo menos arte. Porém, outra pessoa ao assistir às mesmas obras pode ter uma opinião totalmente contrária à minha. Podem existir pessoas que considerem Queen’s Blade como arte.

Isso acontece pois cada um de nós é um indivíduo que teve suas próprias experiências de vida, tem seus próprios pensamentos, expectativas, necessidades, etc. E ao entrarmos em contato com uma obra de arte, tentamos buscar sentido naquilo de forma a satisfazer esses aspectos de nós mesmos. Desse modo, cada experiência artística é única e nunca pode ser repetida… nem por nós mesmos. A arte que eu via em Pokémon hoje não existe mais. Eu posso ver o mesmo episódio que vi quando era criança e minha conexão com essa obra será diferente do que era no passado. Aquilo para mim era arte, hoje não é mais.

Dessa forma, chegamos ao ponto final deste post um tanto teórico, de que por ter este caráter individualista e momentâneo, a arte no geral é carregada de preconceitos. O que define um anime como bom ou como ruim? O que define um mangá como bom ou como ruim? Nós acabamos estabelecendo padrões técnicos como parâmetros para justificar essas escolhas mas todos sabemos que na verdade o que importa mesmo é nossa opinião pessoal, nosso momento, nosso contexto, nossas expectativas.

É curioso como esse conceito acaba fazendo-nos entender que nossa vida é recheada de pré-conceitos de tudo que nos cerca. Eu duvido que qualquer um de vocês nunca tenha julgado os gostos de ninguém como “fulano só vê anime de bosta de garotinhas” e por aí vai. Por que seu gosto é melhor do que o dele? Já parou para pensar que na cabeça dele o seu gosto é que é estranho? E quem está certo? Ambos!

Por essas e outras que nunca se deve apenas ver um lado de uma história. Quando você estiver procurando um anime para assistir ou um mangá para ler você não pode simplesmente jogar no Google e ler a primeira opinião que aparecer na sua frente. No mínimo leia duas ou três opiniões sobre a obra e comparando-as tire suas próprias conclusões. E se possível, leia regularmente blogs ou fóruns de animes e mangás. Você provavelmente vai encontrar alguém com um gosto parecido com o seu e dessa forma terá um parâmetro bem estabelecido para ponderar melhor as opiniões daquela pessoa.

Mas isso é assunto para um outro post que deve estar saindo em breve. Encerro este por aqui e gostaria muito de saber a opinião dos leitores sobre esse assunto tão… conceitual.

Recentemente venho estudando um pouco sobre arte no geral e […]

Uma breve percepção do sexo nos animes e mangás

Eu sempre achei curioso a forma como o sexo é tratado na grande maioria dos animes e mangás. Há dois aspectos bem interessantes sobre o assunto que eu gostaria de compartilhar brevemente com vocês.

O primeiro seria onde a maioria dos animes e mangás (que chegam até nós, seja por vias oficiais ou não oficiais) se encaixam: a de esquecer que o sexo existe.

Já repararam como em várias obras parece que os personagens simplesmente ignoram o lado sexual de suas vidas? Até mesmo quando demonstram interesse em alguma menina ou chegamos ao ponto de realmente vermos dois personagens namorando ou saindo juntos o sexo é completamente excluído. Chegamos a pontos em que personagens casados não tem um momento sequer de intimidade no decorrer de toda uma série.

E aqueles animes e mangás que exploram calcinhas, peitos, insinuações sexuais, mas nunca chegam nos finalmentes? Esse é o segundo aspecto. Fico pensando que se essas obras mostrassem de fato os personagens em atos sexuais seriam menos taxadas de “perversões” do que fazendo da maneira que fazem. Porque uma coisa é um fanservice aqui e ali, outra é fazer animes inteiros sobre isso como Queen’s Blade ou Manyuu Hikenchou. Já repararam como esses não tem sexo? Mas muito peito, bunda, calcinha, etc?

Talvez esse seja o motivo de conforme os leitores vão amadurecendo eles vão tendendo a desgostar mais e mais desse tipo de material e de animes e mangás mais voltados ao público infantil. Afinal, sexo faz parte da vida e esquecê-lo completamente soa como algo errado, não-natural. Daí a migração para títulos mais “adultos”, seinen e josei, que tratam o sexo de maneira mais “real”.

Para fechar esse breve post, uma coisa para pensarmos: em uma sociedade que reprime tanto a sexualidade feminina, é nas obras voltadas pra elas, shoujo e josei, que vemos o sexo ser tratado da forma mais natural e real.

Eu sempre achei curioso a forma como o sexo é […]

Genshiken Omnibus – Infelizmente eu esperava mais…

Depois de muita enrolação e diversos pedidos de leitores, trago para vocês a minha impressão de Genshiken Omnibus, a nova edição de Genshiken que está saindo nos EUA pela editora Kodansha (sim, ela atua nos EUA também agora).

Depois de ver o bom trabalho que foi feito tanto com Sakura Card Captors, Sailor Moon e outras reedições que sairam recentemente eu fiquei realmente feliz por anunciarem uma de Genshiken. Isso era sinal de duas coisas: 1 – A Kodansha não abandonou Genshiken no ocidente e que a nova fase do mangá chegará ao mercado norte-americano em breve; 2 – Uma nova geração de leitores poderá ter contato com Genshiken, um mangá que começou a ser publicado há 7 anos atrás por lá.

Como fã eu fiquei muito feliz. Eu gosto da antiga edição de Genshiken, pela Del Rey, tenho ela aqui e graças a ela que eu pude conhecer mais da série, mas ela tem suas falhas. Dentre elas temos a falta de (lindas) páginas coloridas e erros de tradução que algumas vezes comprometem bastante o sentido original.

O que eu esperava, então? Que pelo menos eles refizessem a tradução do original, mas isso não ocorreu. Eles simplesmente reimprimiram a edição antiga com mais páginas por volume (3 vol. antigos a cada vol. novo).

A falta de páginas coloridas eu já esperava, dificilmente eles colocariam então nem criei expectativas. O aspecto técnico geral está muito bom. O papel tem excelente gramatura e a impressão é impecável, mas não difere muito do que já era anteriormente. Claro que eles não estão vendendo essa edição como um “ed. especial” ou “ed. de colecionador”, é só um “omnibus”, mas ainda assim, como fã, eu queria mais do que isso.

Algumas imagens comparativas entre as duas edições:

Se você já tem a edição antiga, pode permanecer com ela. Não irá ganhar nada comprando a nova edição. Porém, se você não tem, mesmo com o problema da tradução, ainda é uma ótima maneira de se conhecer Genshiken, então comprem! Claro que se puderem ir direto na fonte, melhor ainda (páginas coloridas lindíssimas os aguardam).

Então esse é meu veredito final. “Genshiken Omnibus” nada mais é do que uma reimpressão da edição antiga com mais páginas por volume. Não há revisão da tradução nem páginas coloridas. É indicado para quem nunca leu a série ou para que quer ter ela em papel e não quer/pode comprar as edições japonesas. Vale lembrar que as edições antigas estão fora de estoque então se está querendo preparar sua coleção para a chegada da nova fase, terá que comprar os Omnibus.

PARA COMPRAR O VOL. 1 COM FRETE GRÁTIS PARA O BRASIL — AQUI.

Depois de muita enrolação e diversos pedidos de leitores, trago […]

A trajetória de um fã de animes e mangás…

Há algum tempo eu me deparei com a seguinte pergunta feita ao @cnetoin pelo formspring:

Qual foi a sua trajetória no mundo animístico da internet? Por quais círculos você passou até chegar onde está hoje (sites, redes sociais, fóruns, blogues…)?

A resposta dele até que foi bem simples, mas a pergunta ficou ecoando na minha cabeça e eu fiquei pensando sobre minha própria trajetória no mundo animístico. Como tudo começou até onde eu estou agora. O resultado dessa recapitulação eu coloco nesse post.

De fato será um post bem pessoal, mas, como os outros do tipo, serve para incitar a discussão sobre o tema. Desse modo, ao final da leitura, se puderem, compartilhem um pouco das suas trajetórias no mundo animístico!

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Minha primeira memória consciente como fã de cultura pop remete aos meus 6-7 anos quando assisti Star Wars pela primeira vez. Minha mãe alugou o VHS e enquanto ela recebia umas amigas na sala eu fiquei vendo no quarto com a filha de uma das amigas. Foi tiro e queda. Me apaixonei. No dia seguinte, pedi para minha mãe alugar os outros dois filmes da série (só tinham os três originais naquela época) e assisti um atrás do outro. Nascia um nerd.

O próximo passo foi comprar meus primeiros gibis. Lembro até hoje o primeiro que fui comprar na banca sozinho, sem meu pai. Homem Aranha #196 da Editora Abril, primeira parte da Temporada de Caça. Desde então, estava iniciada a vertente quadrinhística da minha vida nerd.

A próxima vertente a ser despertada foi a do RPG. Foi quando tinha 9-10 anos em uma aula especial no colégio onde líamos e discutíamos histórias. Em uma das aulas, a professora contou a história de um grupo de meninos que jogava RPG. Eu e um grupo de amigos nos interessamos e ela emprestou pra gente material que o filho dela tinha de AD&D. Fico triste por hoje em dia não jogar mais tanto quanto gostaria, sempre me diverti jogando RPG.

Claro que além de todas essas vertentes que estavam sendo despertadas aos poucos, os games sempre se fizeram presentes. Dias e dias jogando, reuniões com os amigos nos finais de semana para uns multi-player… era tudo uma grande curtição.

Mas e os animes e mangás? Onde que eles entram?

Meu primeiro contato com animes foi com Cavaleiros do Zodíaco, como grande parte das pessoas na minha faixa etária. Depois tivemos YuYu Hakusho, Shurato e por aí vai… porém, não fui cria só da TV Manchete. Na época em que comecei a me interessar pelos desenhos japoneses, um amigo meu tinha um pai que morava em SP e trazia algumas fitas pra ele da Liberdade com os mais variados desenhos. Ele era aquele tipo de menino mimado cujos pais faziam tudo para agradá-lo. Apesar de não verem sentido em trazer um monte de fita em japonês pro filho ver, eles o faziam porque o moleque pedia.

Como eu falava bastante com ele, foram várias as vezes que assisti aos desenhos com ele. Em específico lembro da vez que vi meu primeiro anime de mecha, a série original de Gundam. Tinham pouquíssimos episódios no VHS e era tudo em japonês, mas eu estava encantado! Imaginem como foi anos depois para mim ver uma série Gundam (Wing) estreando no Cartoon Network… Desde aquela época meu interesse nos animes foi só crescendo e eu queria cada vez saber mais sobre esse universo.

Com mangás a coisa não foi tão hardcore desde o princípio. O primeiro que li foi Ranma 1/2 que na época era publicado pela editora Animangá. Nunca cheguei a completar a coleção, mas havia gostado bastante de ver o estilo que via nos desenhos agora em quadrinhos, uma mídia que sempre adorei.

Só fui realmente entrar no mundo dos mangás quando a Conrad trouxe Dragon Ball para o Brasil, em 1999, se não me falha a memória. Depois veio a Editora JBC com Samurai X e a Panini com o mangá de Gundam Wing (que apesar de ser um lixo e ter tido um tratamento muito porco, era de encher meus olhos de emoção). Com o lançamento de One Piece pela mesma Conrad alguns anos depois eu já estava fisgado pelos quadrinhos japoneses. A cada ano que se passava eles tomavam mais e mais espaço no meu interesse frente aos quadrinhos de super-herói.

O tempo passou e a internet se tornou uma realidade. Lembro até hoje como era legal desbravar com um amigo meu as redes P2P e descobrir animes em AVI que, para a época, representavam uma qualidade ESTUPIDAMENTE BOA! Nosso parâmetro eram os RMVBs toscos então algo em AVI era praticamente ir ao cinema. A primeira série que assisti em AVI foi Chobits, seguido de Noir

Nesses primórdios da internet, eu sempre me interessei em entrar em contato com outros fãs e participei de diversos sites como um de distribuição de animes, o Animes Forever (se não me engano esse era o nome), e outro específico sobre Pokémon, o Suicune’s Temple. Em ambos eu tive a oportunidade de conhecer e conversar com muita gente. Tempos mais simples aqueles.

Em 2003 eu conheci o fórum Multiverso Bate-Boc@ através de um amigo e apesar da má fama que ele tinha, dava pra ver que muitas pessoas ali sabiam bastante do que estavam falando. Tempo passou e estou lá até hoje.

Ao entrar no MBB, acabei levando meu hobby mais a sério, graças às discussões sobre os mais variados assuntos. Foi lá pra 2005 mais ou menos que os animes e mangás começaram a praticamente dominar minha vida nérdica. Eu queria explorar cada vez mais séries, tanto em anime quanto em mangá e saber mais sobre esse universo. Eu já estudava bastante sobre cultura japonesa geral (para uma criança), mas queria saber mais sobre essa cultura pop moderna de lá.

Desde então meu interesse nunca parou de crescer, só aumentou e aumentou. O resultado de tudo isso vocês estão lendo agora, o Anikenkai.

O Anikenkai é o meu projeto de maior satisfação até hoje. Eu sempre tive a ideia de ter um site/blog onde eu pudesse livremente falar sobre meus gostos e compartilhar ideias, opiniões e experiências com outros fãs de animes e mangás e, com isso, aprender cada vez mais. E eu consegui.

Graças ao Anikenkai, criei um network de pessoas interessadas na cultura pop não só como meio de entretenimento, mas como algo a mais, uma manifestação cultural, um pedaço da cultura japonesa, um foco de interesse.

Acho que posso parar minhas lembranças por aqui, chegamos no presente. Com certeza eu deixei muita coisa passar, mas isso aqui é um post, não uma auto-biografia. Espero que vocês tenham gostado de saber um pouco mais sobre minha trajetória até onde estou hoje.

E vocês? Como vocês chegaram até aqui? Como viraram fãs de animes e mangás?

Há algum tempo eu me deparei com a seguinte pergunta […]

Conhecendo A Blogsfera 003: Fábio Sakuda (XIL)

Continuando com a nossa série de entrevistas com os membros da nossa querida blogsfera animística brasileira, trago até vocês o papo que tive com Fábio Sakuda, autor do blog XIL, além de editor e escritor. Na conversa nós falamos sobre vários assuntos, dentre eles a vida profissional, vida de blogueiro, sua experiência no Japão e muito mais! Confira logo abaixo!

Anikenkai: Olá, Fábio. Fico muito feliz de você ter aceitado fazer essa entrevista para o Anikenkai. Como é de costume, diz pra gente um pouco sobre você.

Fabio: Valeu, DiEgo! Hehe! Tamos junto. Meu nome é Fabio, tenho 30 anos, sou editor e escritor, e ultimamente meu hobby é meu trabalho mesmo. Quando tenho algum outro tempo, jogo algum game que possa ser jogado rápido, tipo Call of Duty.

Anikenkai: O nome dessa coluna é “conhecendo a blogsfera” e apesar de seu trabalho ser mais como escritor e editor, você possui um blog pessoal que já existe há bastante tempo, não é?

Fabio: Sim, eu montei o meu blog pra voltar a escrever, depois de passar um tempo distante de tudo, de toda nerdice. Mas não deu pra ficar sem escrever, desenvolver ideias. Fiz primeiramente pra isso, tanto é que só passei link para amigos e usei o mesmo nome de uma lista de discussão que eu tinha no Yahoo! Groups.

Anikenkai: Qual o motivo do seu afastamento das nerdices de cada dia?

Fabio: Hm… Não lembro tão bem, acho que só cansei. Trabalhava muito, tinha namorada, tinha as baladas, viajava muito… E tava meio decepcionado com tudo, com quadrinhos, com a minha vontade de trabalhar nessa área. Eu ainda lia mangá, bem pouco mas lia. E jogava um ou outro jogo. Mas fui fazer outras coisas. Eu tava no Japão na época. Trabalhava muito, às vezes sábado e domingo também. Junta isso com uma certa incerteza com tudo e acho que todo mundo fica com a dúvida. Duvida do que fazer. Porque eu fui pra lá pra juntar grana pra poder fazer quadrinhos. Depois, pensei em tentar os concursos de lá. E eu percebi o quanto eu não estava pronto, o quanto eu tinha que estudar e no Brasil, eu nunca nem havia imaginado que teria que estudar tanto pra isso. Meu foco nunca foi exatamente falar de hobbies, criticar mangás, etc. Sempre foi o lado de ser criativo, quadrinhos pra mim nunca foi só um hobby, foi um sonho, uma meta de vida.

Anikenkai: É comum que muitos de nossos leitores queiram ir para o Japão, seja como meros turistas ou como eventuais quadrinhistas (como foi o seu caso). Conta um pouco como foi sua experiência por lá, o que você aprendeu, o lado positivo, o negativo…

Fabio: O Japão é um país incrível e com uma cultura muito interessante. Esse lado cultural bate muito com o dos brasileiros. O respeito às escolhas individuais, aos estilos, o lado extremamente honrado e o sentimento de formiga, de engolir o individualismo em prol de um bem coletivo é uma coisa que impressiona num primeiro momento. Cada japonês sabe o seu lugar e respeita o dos outros. Mas tem os lados perversos disso. A frieza. Aquele sentimento de manter as aparências a todo custo. O Japão tem muito aspecto ruim também na cultura. Pra visitar, eu indico. É um país maravilhoso, cheio de lugar pra visitar, pra todos os gostos, cheio de belezas naturais, limpo, seguro. Mas pra morar, não indico. Entre os brasileiros lá até existe uma certa compreensão de que viver lá 15 anos direto é danoso, psicologicamente falando.

Anikenkai: Você mencionou que tentou escrever quadrinhos por lá. Como foi essa experiência e o que você aprendeu com ela?

Fabio: Eu conto disso no meu blog com mais detalhes, mas o que eu posso falar é que eu fui pro Japão com um pensamento imaturo, de que eu era genial, ou pelo menos acima da média. E lá, eu nem arranhava a canela dos piores. Era visível. Depois que eu desisti e depois voltei a desenhar e escrever, eu conheci um grande amigo, que foi quem me ensinou muito coisa lá, que a gente chamava de Obo. Ele era japa, mas trampou muito tempo com brasileiros e já havia até viajdado pelo Brasil, conhecia mais lugares daqui do que eu. E no passado, ele tinha tentado a carreira de mangaká também. Ele que direcionou melhor o que eu deveria ou não estudar, me emprestou livros que não existiam mais, outros ele me indicou o nome e era a única pessoa, NO MUNDO, com quem eu podia ter aquele nível de conversa. E eu conhecia muita gente. Ele até tentou voltar a fazer mangá também, incentivado quando me via mostrando o que eu tava fazendo. Ele é uma figura chave no que eu sei sobre quadrinhos.

Anikenkai: O fato de você ter os quadrinhos como profissão e não só como hobby te dá um conteúdo bem diferenciado da maioria dos blogs. Mas ao mesmo tempo isso pode acabar segmentando demais os seus leitores. Qual sua visão sobre tudo isso?

Fabio: Bem, eu acho que tem espaço pra todo mundo, ainda mais nesse meio. Minha visão é mesmo de algo mais arquitetado, textos sobre técnica, analises que vão além de falar que tal ideia é boa ou ruim, acho que como eu sentia falta disso, outras pessoas também devem sentir. Já pensei e até tentei postar notícias e comentar acontecimentos. Mas minha praia mesmo é fazer um lance mais meditado, calculado.

Anikenkai: Como leitor do seu blog, tenho que perguntar… não pretende atualizá-lo com mais frequencia não? (risos)

Fabio: Ah, eu penso sim! Hehehe!  Oque acontece é que com a Ação, eu acumulei cargos. Eu respodia e-mails, moderava todas as redes sociais, preparava ações de divulgação, organizava muita coisa e ainda fazia o cargo que fui oficialmente chamado pra exercer, que era de editor de conteúdo. E não era pouca coisa, eu respondia a maior parte dos e-mails, coisa de 150 e-mails POR DIA em épocas quentes. Mesmo nos piores dias, a gente recebia pelo menos uns 20. Isso por seis meses. Agora que eu tô fora, eu pretendo voltar a escrever coisas, mas a verdade é que eu recebi a proposta de fazer um livro com o conteúdo do blog, então, eu também tenho que gerar conteúdo exclusivo pro livro e fico sem assunto pro blog. E tem o Twitter, que tem me estragado! Começo a escrever no Twitter e depois penso “Putz, devia fazer isso no meu blog!”.

 Anikenkai: Já que estamos falando de blogs, vou fazer aquela pergunta que faço a todos os entrevistados aqui: Quais os blogs (nacioanais de anime e mangá) que você lê com mais frequência?

Fabio: Eu leio pouco, leio mais os dos amigos e um ou outro artigo que se destaca por ai. Assisto o Video Quest sempre que sai, o Anikenkai, Gyabbo, JWave, Troca Equivalente… Gosto do Chuva de Nanquim e já li muita coisa boa do Otakismo. Eu gosto de blog que se leva mais a sério, não no sentido de “eu sou um profissional” mas de saber o que quer e fazer direito isso. Todos os que eu citei eu acho que vão pra frente, só param com algum desastre.

Anikenkai: Vamos para o bate-bola então?

Fabio: Vamos lá!

Mangás

Fabio: Masakazu Katsura, Naoki Urasawa, Inoue Takehiko.

Literatura Infanto-Juvenil

Fabio: Não leio muitos livros, só técnicos.

Bonecos

Fabio: Hm… Acho que dá dinheiro, trouxe um monte do Japão pra vender e tá tudo parado aqui no meu quarto. Que tenho pra mim mesmo, só um Luffy, um Alphonse Elric, coleção de guitarras de Beck, uns slimes. Fora esses, só guardo uns que eu ganhei.

Curry

Fabio: É o sabor da mamãe japonesa. Eu gosto. De preferência, mais forte, menos doce, com fukujinzuke e rakyô.

Hajime Saitou

Fabio: … Quem era?

(Fábio depois disse que deve ter sido um dos poucos que não gosta de Samurai X)

Gundam

Fabio: Gosto muito, fui no dia de abertura do modelo em tamanho real, passei na frente da fábrica de modelos em Kyoto… Gosto muito de UC, principalmente Zeta e Stardust Memories. Mas gosto dos mechas de Gundam W, do filme Endless Waltz, tinha os principais em HG, mesmo sem ter assistido a série ainda, na época. Aliás, eu montava um todo final de ano lá no Japão.

Anikenkai: Muito obrigado pela sua participação, Fábio! Pra terminar, deixe uma mensagem para os nossos leitores!

Fabio: Valeu, Diogo! Muito legal essa iniciativa sua! Espero que o pessoal se interesse em ir dar uma olhada lá no XIL (que se pronuncia  xil mesmo, não é Ecsil) e em breve eu devo postar mais alguma coisa, sempre pingado, mas, espero, sempre interessante!

Continuando com a nossa série de entrevistas com os membros […]

Editorial 004: Decisão de colecionador, mangás no Kindle e Anime Clubs.

Ontem o volume 2 de ST&RS chegou ao QG do Anikenkai e eu realizei que, além de provavelmente eu ser o único latino-americano a comprar esse mangá, o número de edições japonesas que eu comprei nos últimos tempos foi significantemente maior que o de edições americanas. Isso me levou a considerar um monte de coisas como colecionador. Há muito eu compro as edições americanas dos meus mangás favoritos por elas terem uma qualidade bem superior às nacionais. Começou com Genshiken e minha mais recente coleção é Bakuman. Mas por que eu comprava as edições americanas e não as originais japonesas então? A resposta era simples: Por que eu não sei japonês.

Bem, devido às mudanças recentes nas minhas escolhas acadêmicas, essa resposta não mais se aplica. Sendo assim, a partir de hoje, eu não mais comprarei edições americanas de nenhum mangá. Irei focar somente nas edições japonesas. Pode demorar algum tempo para que eu seja 100% capaz de ler um volume completo, mas não vejo mais sentido em gastar com edições americanas.

A minha primeira coleção de mangás japoneses foi Genshiken, depois foi Ring (mangá de Mitsutoshi Shimabukuro, autor de Toriko, que eu comprei por módicos 3 reais por edição em SP) e a mais recente foi ST&RS. Bakuman irá entrar nesse bolo e, provavelmente, Nisekoi também. Vamos ver como as minhas finanças vão aceitar isso, já que um volume japonês sai, mais ou menos pelo dobro de um americano. Acho que vou ter que dar uma segurada na minha compra de figures até me estabilizar nessa nova empreitada colecionável.

Mas mudando de assunto um pouco, decidi fazer os primeiros testes em ler mangás no meu recém comprado Kindle. O resultado final foi positivo.

Para começar, você precisa de um programa que converta os arquivos em formatos que o Kindle lê (como .pdf e .mobi). O Calibre deve dar conta disso.

Quando você iniciar o mangá em seu aparelho irá notar que ele estará menor do que você está acostuamdo. Afinal você sai do seu grande monitor para um aparelho que é menor que uma edição japonesa. Apesar de muitos provavelmente reclamarem disso e dizerem que não vale ler um mangá assim, eu discordo.

Primeiro porque a tela do Kindle tem uma excelente resolução e um excelente contraste. Isso significa que todos os detalhes do mangá estarão bem “impressos” lá, mesmo na tela reduzida. E segundo porque a tela do Kindle dá um conforto enorme para a leitura. Não existe iluminação interna, ou seja, sua vista não cansa. Terceiro, o aparelho é levíssimo. Posso levar uma quantidade ENORME de mangás para onde eu quiser e ter acesso a eles de forma rápida, fácil e leve. Posso ler onde quiser e quando quiser com uma bateria que dura dias.

O único ponto negativo é mesmo o tamanho, todo o resto é positivo e isso me deixou feliz. Se já não tivesse sido uma ótima compra, agora era ainda melhor. Eu pagaria feliz se houvesse um serviço oficial de distribuição de mangás para o Kindle… infelizmente o foco tem sido só para o iPad nesse quesito.

Por sinal, fiquem de olho que há rumores de que a Amazon estaria pensando em fabricar o Kindle no Brasil e oferecê-lo a um preço bem convidativo. Recomendo fortemente. E lembrem-se! Tudo que eu falei aqui é para o Kindle. Não posso opinar na performance de outros ebook readers pois não os usei.

Terminando os tópicos do editoral de hoje, quero falar sobre o próximo post que farei aqui no Anikenkai, sobre Anime Clubs. Eu não tinha pensado em fazer esse post por aqui, mas a reação de algumas pessoas ao post sobre a MegaCon 2012 me fizeram escrevê-lo. Ao que parece uma boa quantidade de gente por aqui não sabe como funcionam os clubes de anime, o que eles fazem, como funcionam, etc. Espero que meu post ajude vocês a compreende-los melhor e, quem sabe, não lançamos essa prática aqui no Brasil também? Eu sei que existem focos de Anime Clubs em alguns lugares do Brasil, mas a ideia é popularizar mesmo. Aguardem.

Para fechar, recomendo a vocês, fãs de One Piece, que visitem o recém-re-aberto blog do meu amigo Felipe Dios, Romance Dawn. Desde 2003 ele vem trazendo um monte de informações sobre a série de Eiichiro Oda para nós, brasileiros, e sempre com um grande cuidado aos detalhes. O site meio que passou por um “timeskip” há algum tempo e voltou recentemente no formato de blog, com uma nova proposta de postagens, mas com o mesmo cuidado por parte do seu autor. Se eu tivesse que destacar algo, seriam as traduções feitas diretas do japonês das SBS dos volumes japoneses. A última que ele fez foi a do Vol. 65. Para quem não conhece, as SBS são perguntas feitas ao Oda pelos fãs e que são respondidas nas páginas dos volumes encadernados. Se você acompanha em scans não tem a possibilidade de lê-las e tem muita informação legal!

Ontem o volume 2 de ST&RS chegou ao QG do […]

Anikenkai foi à MegaCon 2012 – Impressões de um evento fora do Brasil

No fandom brasileiro de animes e mangás existem muitas pessoas que gostam de ir a eventos de anime e muitas pessoas que não suportam a ideia de pisar em um. Eu me encaixo no segundo já tem um bom tempo. Os motivos são vários, mas o principal, na minha humilde opinião, é que os nossos eventos não me oferecem o que eu procuro, que é um ambiente para discutir e conhecer mais sobre animes e mangás. Mas não condeno os fãs que vão a eventos por aqui pois, como eu disse nesse post sobre o assunto, cada um vive seu hobby da maneira que mais gostar.

Mas a grande questão é que outra coisa muito comum em nosso fandom é o fato de falarmos como os eventos lá de fora são superiores, sensacionais, valem a pena de verdade, etc. Eu acompanho alguns eventos dos EUA há algum tempo mas nunca havia ido a nenhum. Bem, não até o último dia 18 de Fevereiro quando pude visitar a MegaCon 2012, o maior evento de cultura pop do sudeste dos EUA. Pude ver com meus próprios olhos como era um evento grande por lá e fui com o intuito de esmiuçar tudo para trazer a vocês como, de fato é um evento por lá. E se vocês estão aqui para uma resposta, sim, eles são MUITO melhores que os nossos… mas também tem seus problemas.

Vamos aos poucos…

Para começar, é válido contar como descobri sobre esse evento.

Na sexta, dia 17, estava indo fazer umas compras e peguei um ônibus lá em Orlando. No caminho para o shopping, reparei que estavam entrando no ônibus umas figuras peculiares que, claramente, meu radar-nerd logo identificou como típicos nerds norte-americanos. Em seguida, comecei a ver pessoas fantasiadas andando pela rua. Logo pensei que devia estar rolando um eventozinho de anime pela região. Foi então que ao se aproximar co Orange County Convention Center (foto) que eu reparei que não era qualquer eventinho.

O lugar era enorme! Um enorme centro de convenções estava sediando um evento de cultura pop. Mudei de emergência minha agenda de viagem e no dia seguinte fui ao local com uma câmera na mão, uma mochila nas costas e muita curiosidade para saber o que eu iria encontrar por lá.

O fato do evento estar sendo realizado num lugar próprio para isso já me agradou muito. Nada de escolas, pátios de universidades, nada disso. Era um centro de convenções, como deveria ser e, principalmente, com um belo ar condicionado em todos os lugares que você ia.

Chegando lá, a primeira surpresa, o preço do evento. Foram salgados 25 dólares (+- 45 reais) para entrar no lugar. Mas apesar da fila honesta para comprar na hora, tudo era MUITO organizado, as compras fluiam rápido, as filas andavam e em cerca de poucos minutos eu já tinha comprado meu ingresso e entrado no evento. Eram cerca de 10h da manhã quando as portas abriram para o galpão principal onde ficavam os estandes. Fui para lá para ver o tamanho da coisa em que eu estava me metendo.

O lugar era enorme. Essa foto não dá nem a ideia de quão grande era o lugar. Maior que qualquer galpão de estandes que eu já vi por aqui no Brasil. Uma coisa muito legal era como eles dividiam esse grande espaço.

Primeiro havia um espaço onde convidados da industria dos quadrinhos, TV, cinema, etc, teriam para distribuir autógrafos e tirar fotos com os visitantes, outra parte com os estandes de vendas de quadrinhos, outro com as vendas de bugigangas variadas (que iam de roupas nerds, até recriação de vestimentas célticas, armas, fantasias, o que quer que fosse era muito provável que você encontraria lá), uma área para a exibição de artigos de Star Wars (muitas replicas sensacionais) e uma área para artistas.

Essa área para artistas merece destaque pois era sensacional. Nós tinhamos desde grandes escolas de arte divulgando seus trabalhos de altíssima qualidade, até belos desenhistas que publicam seu material de forma independente ou online, ou simplesmente artistas de rua que fazem caricaturas, etc. Mas o que me surpreendeu mesmo foi a qualidade do material geral. Dos mais novos aos mais velhos, tanto a qualidade dos desenhos quanto das publicações que eles estavam vendendo, muitas vezes a preços modestos vide a qualidade do material.

Um espaço desse aqui no Brasil era algo que eu queria muito. Incentivar a produção local e dar uma chance a artistas locais mostrarem seu talento.

Outra coisa legal que eu vi por lá foi essa mesa aí. Reparem que tem bastante gente interessada nela. Era interessante pois ela ficava logo na entrada e estava lotada de panfletos das mais variadas coisas. Tinha comic-shop, outros eventos menores, escolas de arte… mas o que mais me chamou a atenção eram os clubes, principalmente os clubes de anime. Qualquer pessoa do evento podia colocar panfletos ali então alguns clubes de anime pequenos iam lá e colocavam o anúncio de sua existência nessa mesa e as pessoas davam atenção. Uma ideia sensacional. Um espaço aberto onde os visitantes poderiam anunciar o que quisessem através de panfletos. Eu anunciaria o Anikenkai por exemplo.

Obviamente que tínhamos cosplayers. E dos mais variados tipos e qualidades. Existia um galpão bem vazio que era usado basicamente para os cosplayers poderem ser fotografados tranquilamente, sem terem que se espremer no meio da multidão para fotos. Tinha de tudo… até um GUNDAM extremamente bem feito andando por entre os visitantes. E se estar em um evento internacional já não fosse uma realização de um sonho antigo meu, vários outros pequenos (e outros nem tanto) sonhos iriam se realizar naquele dia. O primeiro deles foi finalmente ter encontrado uma cosplayer de Slave Leia (foto)! E acreditem, ela não era a única no recinto! O nerd dentro de mim sorriu pelo resto da semana por essa.

Acontece que eu não estava ali só para ver estandes e tirar fotos de cosplayers. Eu queria saber das palestras, dos painéis, perguntas-e-respostas, etc. Mas não conseguia encontrar informações quanto a isso. Foi ai que perguntei a um outro visitante e ele me perguntou porque eu não tinha pegado o guia do evento. E eu perguntei onde poderia encontrar um para mim. Para minha surpresa, era uma enorme mesa na entrada com uma sacola que dentro você recebia um poster e um guia bem grande (imagem ao lado, clique para ampliar), de 30 páginas mais ou menos, contendo tudo que eu precisava saber sobre a MegaCon 2012. Achei sensacional.

Fiquei perguntando por que isso também não é feito aqui? Muitas pessoas não tem a menor noção do que tem em muitos eventos por aqui além da programação principal. Muitas salas temáticas, etc, ficam desconhecidas por falta de informação ou falta de direções. Um guia do evento ajudaria muito numa hora dessas. Um mapa com as salas, um guia com as programações e por aí vai. Claro que isso iria exigir um profissionalismo muito maior dos organizadores do evento e das salas. Será que eles estariam dispostos? Mas continuando…

Com a programação das palestras em mãos, a primeira que fui foi a da DC (a editora responsável por Batman, Superman, etc, para quem não conhece) sobre a THE NEW 52, o reboot total de suas revistas. Como eu estou curioso sobre todo esse reboot, resolvi ouvir da boca dos responsáveis pro aquilo, o que eles estavam achando de toda aquela coisa.

Foi uma excelente escolha de palestra. O editor-chefe da DC, Dan DiDio (o da foto comigo, odiado por muitos) estava presente e respondeu francamente a todas as perguntas dos leitores e ouviu todas as críticas muito bem. Depois do painel, eles foram muito solícitos com o público. Eu ainda pude bater um papo mais informal com ele depois do fim e tirar essa foto que vocês veem aí em cima.

Mas o mais incrível de tudo foi poder estar cara a cara discutindo as coisas que você está lendo com os caras que as fazem. Isso que é incrível. Tira a passividade do ato de simplesmente ler. Você lê e discute diretamente com os criadores aquilo. É algo que, infelizmente, é difícil de se aplicar por aqui, mas que é muito gratificante. Cria uma conexão do leitor com a editora muito maior do que um mero consumidor. Achei a experiência sensacional.

Decidi então deixar o mundo dos quadrinhos americanos de lado um pouco e ir para o painel da Funimation. Na descrição do painel estava escrito “Industry Panel”, logo acreditei que seria uma discussão sobre a industria americana e me interessei muito. Porém, me decepcionei, pois, apesar de ter sido legal, foi basicamente uma apresentação de lançamentos futuros dos DVDs/BDs da empresa. Só isso.

Foi interessante poder ter acesso a isso e acho que para o público americano (que ficou bem animado com alguns lançamentos) é algo bem legal pois o salão estava cheio e eles vibravam com muitos anúncios e, principalmente para com anúncios de dubladores. Achei curioso.

Mas uma coisa que me chamou a atenção nesse painel foi o comentário do representante da Funimation para com o lançamento de Kuragehime (ou como eles chamam por lá, Princess Jellyfish). Ele disse que aquele era um lançamento incomum pois não continha uma quantidade significativa de peitos e bundas balançando na tela. Fiquei pensando sobre o assunto e de fato. O mercado americano tende muito para essa área, principalmente os lançamentos da Funimation. E eles não tem medo de assumir isso.

Em seguida, eu fui a uma palestra sobre o trabalho de Go Nagai. Era palestra de fãs para fãs. No caso, membros de um clube de anime para o público do evento. Algo que eu defendo há muito tempo para os eventos do Brasil. Deixem os fãs falarem. Se nós podemos fazer posts em dezenas de blogs, podemos muito bem falar sobre o assunto também. Eu adoraria apresentar Genshiken para uma platéia, por exemplo.

Mas, outra decepção, apesar de ter tido bastante conteúdo, foi basicamente uma apresentação das obras de Go Nagai sem muito aprofundamento sobre o assunto. O que é válido, mas que para alguém que já conhecia o assunto (eu) não acrescentou muita coisa. A grande surpresa viria a seguir…

Eu tinha um horário vago e estava cansado de andar, então resolvi entrar em um painel chamado MANIME!. Eu não tinha a menor ideia do que significava até os responsáveis chegarem. Infelizmente não tirei nenhuma foto do painel, mas vamos ver se vocês conseguem entender.

MANIME é uma sigla para “The Manly Anime Panel”, que traduzindo significa “O Painel de Animes de Macho”. É uma mistura de The Man Show com Epic Meal Time, mas ao invés de cerveja e comida eles falam de animes e mangás. O espírito do lugar é sensacional e o público, que já conhece o MANIME entra na onda e se diverte junto. É engraçado e com conteúdo. Naquele dia eles estavam falando de Hokuto no Ken e foi uma excelente apresentação para o pouco tempo que tinham. Os apresentadores são bons, sabem levar o show e entendem do que estão falando. Foi a maior surpresa do evento.

E nenhum deles é profissional em nada. São fãs querendo fazer um bom painel para fãs. A declaração “E nós finalmente conseguimos nos livrar dos cosplayers e daqueles que vem vestidos com roupa de bichinho esse ano” descreve bem o clima do painel. “Eles até vinham no começo, mas pararam de vir naturalmente… não sei por quê?”.

Eu ainda tinha um outro painel de animes para ver. Sobre a adoção da palavra “otaku” no ocidente. Mas como eu duvidei BASTANTE da autoridade dos palestrantes no assunto logo no começo do painel, preferi sair e entrar na fila para o perguntas e respostas com ninguém menos que a LENDA VIVA, STAN LEE! O criador de Homem-Aranha, Hulk, Vingadores, dentre outros, estava no evento e iria das uma palestra para os fãs.

Foi a melhor coisa que fiz pois o lugar lotou muito. Era o maior salão do evento e TODAS as cadeiras ficaram preenchidas e um monte de gente ainda ficou em pé. Fácil umas 3.000 pessoas sentadas naquela sala. Ou mais.

A questão é que, observado por um excelente cosplay de Tony Stark (foto acima), lá vinha Stan Lee…

Mais um sonho realizado. Eu consegui ficar BEM perto de Stan Lee, ouvir o cara falar e poder ter uma experiência como essa. Um cara que eu admiro desde criança estava lá na minha frente. E o cara é sensacional, para falar pouco.

Suas respostas são sagazes, diretas e sem papas na língua. O fã perguntava “Sr. Lee, em que a conjuntura da época influenciou na criação do Homem-Aranha ou de outros heróis?” e ele respondia “Meu filho, eu era um empregado como outro qualquer. Eu pensava num herói muito legal, um vilão melhor ainda, um problema que os leitores achariam impossível de resolver e eu resolvia. Simples assim. Tudo mais foram coincidências”. Gênio.

E ao falar do filme d’Os Vingadores, o público foi à loucura. O velho Stan só jogou ainda mais hype para a galera. Eu não perdi a oportunidade e tive que falar pro cara que tava do meu lado que eu iria assistir ao filme uma semana antes dele (estreia no Brasil antes dos EUA).

Foi um dia sensacional que nunca esquecerei. E olha que ainda fui sozinho. Ir com um grupo deve ser ainda mais legal.

A moral da história é que, sim, os eventos de lá são muito melhores do que os daqui, mas se teve uma coisa que eu percebi foi que isso se dá, basicamente, por relaxamento dos organizadores. Tudo que eu vi lá poderia ser feito aqui. Não precisa ser numa escala tão grande, mas ainda assim dava pra fazer. Nós temos brasileiros trabalhando com quadrinhos, nós temos uma enorme quantidade de pessoas que pesquisa e escreve sobre animes e mangás por hobby que topariam falar sobre o assunto em eventos… basta querer.

Hoje em dia, se eu for a um Anime Friends sozinho, como fui para a MegaCon, eu não teria NADA para fazer. Eu entraria e sairia sem fazer praticamente nada. Teria produtos super-valorizados e com pouca variedade. Num ambiente impróprio para eventos e mal organizado. O Brasil não tem centros de convenções? Até onde eu sei tem, e muitos. Como eu disse, basta querer.

Espero que vocês tenham gostado. Não deixem de comentar e fazer perguntas! E, se um dia, tiverem a oportunidade de ir a um evento fora do país, o façam. É uma experiência muito legal de se ter como fã.

No fandom brasileiro de animes e mangás existem muitas pessoas […]

Arquivo Otaku 1 – Madarame Harunobu

Nome: Madarame, Harunobu (斑目 晴信)
Relacionamento: Solteiro
Origem: Genshiken (2002 – 2006, 2010 – …)

Informações:

Madarame foi o segundo presidente da Sociedade Para o Estudo Da Cultura Visual Moderna, ou Genshiken, da Universidade Shiou em Tóquio, indicado pessoalmente pelo presidente anterior graças às suas características de liderança. Apesar de dizer que não sente atração por pessoas 3D (de carne e osso), só as 2D (animes, mangás, games, etc), ele acabou desenvolvendo uma paixão pela namorada de um colega de clube, e ex-arqui-inimiga sua, Kasukabe Saki. Porém, ele nunca revelou esse sentimento a ninguém, muito menos para a própria Saki, pensando que isso poderia acabar com sua amizade com ela. Apesar de sua personalidade explosiva, ele é bem tímido. Madarame atualmente já está formado e trabalha como um típico salaryman.

Otakuzice:

Madarame é conhecido por ser um “otaku-militar”. O motivo desse apelido vem do fato da preferencia dele por Gundam, mas também por sua personalidade de “militante otaku”, facilmente observadas em suas aulas sobre hentai para Kasukabe. Seu nível de otakuzice é extremo e isso reflete muito em sua vida pessoal. Ele compra doujinshis sem olhar o preço, essa prática comumente o deixa sem dinheiro para as despesas básicas como alimentação e vestimentas. Sua magreza vem provavelmente da falta de alimentação e da baixa qualidade da mesma, já que atividade física não é o seu forte.  Mesmo depois de sua graduação, ele não consegue se desvincilhar do Genshiken e continua a aparecer na sala do clube na hora do almoço de seu trabalho e em outras ocasiões.

Nome: Madarame, Harunobu (斑目 晴信) Relacionamento: Solteiro Origem: Genshiken (2002 […]