Editorial 004: Decisão de colecionador, mangás no Kindle e Anime Clubs.

Ontem o volume 2 de ST&RS chegou ao QG do Anikenkai e eu realizei que, além de provavelmente eu ser o único latino-americano a comprar esse mangá, o número de edições japonesas que eu comprei nos últimos tempos foi significantemente maior que o de edições americanas. Isso me levou a considerar um monte de coisas como colecionador. Há muito eu compro as edições americanas dos meus mangás favoritos por elas terem uma qualidade bem superior às nacionais. Começou com Genshiken e minha mais recente coleção é Bakuman. Mas por que eu comprava as edições americanas e não as originais japonesas então? A resposta era simples: Por que eu não sei japonês.

Bem, devido às mudanças recentes nas minhas escolhas acadêmicas, essa resposta não mais se aplica. Sendo assim, a partir de hoje, eu não mais comprarei edições americanas de nenhum mangá. Irei focar somente nas edições japonesas. Pode demorar algum tempo para que eu seja 100% capaz de ler um volume completo, mas não vejo mais sentido em gastar com edições americanas.

A minha primeira coleção de mangás japoneses foi Genshiken, depois foi Ring (mangá de Mitsutoshi Shimabukuro, autor de Toriko, que eu comprei por módicos 3 reais por edição em SP) e a mais recente foi ST&RS. Bakuman irá entrar nesse bolo e, provavelmente, Nisekoi também. Vamos ver como as minhas finanças vão aceitar isso, já que um volume japonês sai, mais ou menos pelo dobro de um americano. Acho que vou ter que dar uma segurada na minha compra de figures até me estabilizar nessa nova empreitada colecionável.

Mas mudando de assunto um pouco, decidi fazer os primeiros testes em ler mangás no meu recém comprado Kindle. O resultado final foi positivo.

Para começar, você precisa de um programa que converta os arquivos em formatos que o Kindle lê (como .pdf e .mobi). O Calibre deve dar conta disso.

Quando você iniciar o mangá em seu aparelho irá notar que ele estará menor do que você está acostuamdo. Afinal você sai do seu grande monitor para um aparelho que é menor que uma edição japonesa. Apesar de muitos provavelmente reclamarem disso e dizerem que não vale ler um mangá assim, eu discordo.

Primeiro porque a tela do Kindle tem uma excelente resolução e um excelente contraste. Isso significa que todos os detalhes do mangá estarão bem “impressos” lá, mesmo na tela reduzida. E segundo porque a tela do Kindle dá um conforto enorme para a leitura. Não existe iluminação interna, ou seja, sua vista não cansa. Terceiro, o aparelho é levíssimo. Posso levar uma quantidade ENORME de mangás para onde eu quiser e ter acesso a eles de forma rápida, fácil e leve. Posso ler onde quiser e quando quiser com uma bateria que dura dias.

O único ponto negativo é mesmo o tamanho, todo o resto é positivo e isso me deixou feliz. Se já não tivesse sido uma ótima compra, agora era ainda melhor. Eu pagaria feliz se houvesse um serviço oficial de distribuição de mangás para o Kindle… infelizmente o foco tem sido só para o iPad nesse quesito.

Por sinal, fiquem de olho que há rumores de que a Amazon estaria pensando em fabricar o Kindle no Brasil e oferecê-lo a um preço bem convidativo. Recomendo fortemente. E lembrem-se! Tudo que eu falei aqui é para o Kindle. Não posso opinar na performance de outros ebook readers pois não os usei.

Terminando os tópicos do editoral de hoje, quero falar sobre o próximo post que farei aqui no Anikenkai, sobre Anime Clubs. Eu não tinha pensado em fazer esse post por aqui, mas a reação de algumas pessoas ao post sobre a MegaCon 2012 me fizeram escrevê-lo. Ao que parece uma boa quantidade de gente por aqui não sabe como funcionam os clubes de anime, o que eles fazem, como funcionam, etc. Espero que meu post ajude vocês a compreende-los melhor e, quem sabe, não lançamos essa prática aqui no Brasil também? Eu sei que existem focos de Anime Clubs em alguns lugares do Brasil, mas a ideia é popularizar mesmo. Aguardem.

Para fechar, recomendo a vocês, fãs de One Piece, que visitem o recém-re-aberto blog do meu amigo Felipe Dios, Romance Dawn. Desde 2003 ele vem trazendo um monte de informações sobre a série de Eiichiro Oda para nós, brasileiros, e sempre com um grande cuidado aos detalhes. O site meio que passou por um “timeskip” há algum tempo e voltou recentemente no formato de blog, com uma nova proposta de postagens, mas com o mesmo cuidado por parte do seu autor. Se eu tivesse que destacar algo, seriam as traduções feitas diretas do japonês das SBS dos volumes japoneses. A última que ele fez foi a do Vol. 65. Para quem não conhece, as SBS são perguntas feitas ao Oda pelos fãs e que são respondidas nas páginas dos volumes encadernados. Se você acompanha em scans não tem a possibilidade de lê-las e tem muita informação legal!

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

Ontem o volume 2 de ST&RS chegou ao QG do […]

6 thoughts on “Editorial 004: Decisão de colecionador, mangás no Kindle e Anime Clubs.”

  1. Eu só fui ter animo para aprender japonês depois que eu comprei o meu primeiro volume original. Aí fui treinando os alfabetos e um o básico da gramática. Com o pouco que eu sei, consigo ler alguns shoujos (aqueles bem infantis) sem muita dificuldade, mas ainda sim apanho.
    Agora eu estou no curso para aprender de vez :3

    Agora que você vai fazer faculdade de letras, vai aprender rapidinho! É muito melhor comprar mangás originais do que os americanos. Não consigo nem comparar. A edição de GATE7 nos EUA é tão podrinha, e a japonesa é um luxo, com direito a pôster e tudo!

    Espero que o Kindle venha mesmo oficialmente para cá. Sempre quis um *—*

    Belo post!
    Boa sorte com as aulas na faculdade!

  2. Pretendo terminar meu inglês para começar a fazer o japonês. Tenho acesso à algumas edições japonesas em tankobon e da Shonen JUMP graças a Gibiteca que tem em minha cidade onde vou lá quase toda semana.
    Realmente, para adotar um novo modo de colecionar (apenas mangás originais), tem que se ter tal conhecimento para ler e ter condições para adquiri-las.

  3. Passar a ler os mangás originais japoneses vai ser foda, mas… se sua vida fosse um rpg eu diria que você está subindo de nível…. hahahaha.

    No meu caso estou tentando deixar os mangás em português e partindo para os americanos. Primeiro, porque preciso melhorar minha leitura em inglês e segundo pois alguns títulos que gosto NUNCA serão lançados aqui (GUNNM Last Order e Akira que já estou adquirindo aos poucos).

  4. Realmente, ler o original em japonês é outra coisa. Faço japonês há um ano e tenho 4 edições da Shonen Jump em casa, mas as leio mais para treinar – ainda não tenho tanto domínio do idioma =P

    Infelizmente ainda não comprei nenhum tanko em japonês (e alguns poucos em inglês), mas estou namorando os Kanzenban de Shaman King e Rurouni Kenshin há bastante tempo… Um dia crio coragem :3

    Também tenho um Kindle, e adorei ler meus mangás nele (inclusive foi nele que li Tetsuwan Atom)! É sem dúvida meu gadget favorito, e já recomendei pra muita gente =D

  5. Ah-ha!
    Eu tb quero muito ST&RS em japonês, (meu mangá favorito da Jump, e que espero, não seja AINDA cancelado), mas por enquanto, ainda não comecei a trampar, não posso comprar os 2 tankoobons.
    Torça por mim amigo, e seremos os 2 unicos latinos a comprar este mangá. huhu
    Tenho apenas dois volumes japoneses, o resto é americano, tenho Reborn e Sket Dance.

  6. Bom post.

    Eu também comprei um Kindle exclusivamente para ler mangás e eu me surpreendi com a qualidade da tela e da praticidade do aparelho.

    Agora sobre converter as imagens para o formato do Kindle eu uso e recomendo o Mangle,nunca usei o calibre vou até pesquisar agora,mas é melhor do que o Mangle?

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