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22º encontro "O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante"

Olá, queridos leitores! Sentiram saudades? MAS NÃO SE PREOCUPEM! CÁ ESTAMOS COM MAIS UM ENCONTRO “O BAKUMAN DESSA SEMANA FOI INTERESSANTE”!

Desde nosso último encontro, tivemos mais 3 episódios exibidos de Bakuman e a ameaça de um hiato para a dupla Ashirogi Muto se tornou realidade. O editor-chefe anunciou que eles não teriam que entrar em hiato só até Mashiro melhorar, mas sim até se formarem no colégio. Isso veio como um grande choque, tanto para eles quanto para todos os seus amigos e até mesmo os editores da Shonen Jump. Diante de tanta determinação de Mashiro, o editor-chefe não só se nega a deixá-los continuar como aumenta o prazo do hiato.

O Time Fukuda decide então entrar em ação e arma um boicote contra a Shonen Jump até que eles autorizem Mashiro e Takagi a continuarem com TRAP. Fukuda, Eiji, Hiramaru, Aoki e Nakai se juntam para um hiato coletivo. A coisa começa a ficar feia. Porém, quando Mashiro descobre o que seus colegas estão fazendo, ele mesmo pede para que parem, que a culpa disso estar acontecendo é unicamente dele.

Após algum tempo, Mashiro recebe alta e decide enfrentar ele mesmo o editor-chefe, junto de Takagi e Miura. O trio consegue convencer o editor-chefe a suspender o hiato, já que Mashiro tem material suficiente arquivado (ele não parou de desenhar no hospital) para cobrir o período de tempo até sua formatura.

Apesar de tudo ter se resolvido, o maior choque ainda estava por vir. Além do fato de CROW, de Eiji, ter ganhado um anime antes deles (assim como Otters 11 de Hiramaru), a dupla enfrenta uma enorme queda na popularidade de TRAP depois do retorno. Outros mangás do mesmo gênero começaram a surgir em outras revistas e as histórias de Takagi não estão mais conseguindo elevar a posição de TRAP nos rankings. O inevitável acontece e o primeiro mangá da dupla é cancelado.

Temos até o momento 9 episódios exibidos nessa segunda temporada do anime de Bakuman e o ritmo continua muito mais intenso que o da temporada passada. O 9º episódio fechou os acontecimentos do volume 6 do mangá e já entrou no volume 7. Ou seja, temos uma média de 4,5 episódios por volume! Na temporada passada essa média era de 6,25!

Ainda falando do mangá, eu achei interessante a escolha da direção do anime em não finalizar o 9º episódio no momento em que o volume 6 termina. O gancho deixado ao final do volume é quando o editor-chefe diz que Hideout Door será cancelada e… isso mesmo, fica um suspense no ar, que é respondido no início do volume 7. No anime, a dupla recebe a notícia do cancelamento e o episódio segue, mostrando que eles não vão desistir ali, que vão lutar e conseguir emplacar um novo mangá. O final do episódio 9 é bem mais “pra cima” do que o do volume 6.

Outra observação que eu tenho a fazer é quanto à participação do Hiramaru no anime. Apesar dele não estar tão ruim quanto eu achava que estaria, o timming de suas participações funciona MUITO melhor no mangá que no anime. Para funcionar tão bem no anime, iriamos precisar de um dublador mais energético e não um tão calmo quanto esse que escolheram. Mas ainda assim, consigo me divertir bastante com o Hiramaru.

Continuando…

Eu lembro também que desde que anunciaram a adaptação animada de Bakuman, eu fiquei animado em poder ver os meta-mangás e meta-animes da série ganharem vida. O anime logo me brindou com a abertura do primeiro episódio sendo a abertura do meta-anime de Chou Hero Densetsu, mangá do falecido tio de Mashiro. Depois, tivemos mais alguns meta-mangás ganhando vida, mas só recentemente tivemos uma visão “animada” e “colorida”, com TRAP. E no último episódio, voltaram os meta-animes, agora com CROW! Não vejo a hora de assistir à Otters 11 animado!

Temos aí um novo arco começando. Outros núcleos de personagens também estarão no centro das atenções. Aoki irá ganhar um novo editor, Nakai havia dito que aquele seria sua última tentativa de implantar uma carreira como mangaka. E, de acordo com o preview do próximo episódio, um personagem do passado da dupla voltará! Comecem a se acostumar com isso pois é algo que Ohba Tsugumi gosta bastante de fazer.

Por hoje é só, não deixem de comentar e até o próximo encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”!

Olá, queridos leitores! Sentiram saudades? MAS NÃO SE PREOCUPEM! CÁ […]

Morre a Shonen Jump… nasce a Shonen Jump Alpha… nos EUA

Quem acompanha o perfil do ex-editor-chefe da Shonen Jump e atual vice-diretor do grupo shonen da SHUEISHA.Inc, Sasaki Hisashi sabe que ele vem falando bastante sobre planos para o ocidente. Planos, que se observados nas entrelinhas, visam evitar o monopólio dos scans. Apesar do mercado americano de mangás ser bem desenvolvido, ele ainda peca em atender aos leitores que querem acompanhar as séries mais rapidamente. Todo esse público consome scans e isso é algo que a SHUEISHA quer tentar minimizar (pois apagar completamente é impossível).

Em novembro de 2002 eles deram o primeiro passo rumo a essa iniciativa lançando a revista Shonen Jump nos EUA em parceria com a editora Viz. Não era uma simples cópia traduzida da revista japonesa (o que de certo modo não agradou alguns fãs mais puristas), mas sim uma revista própria, lançada mensalmente, com séries escolhidas pelos próprios americanos de acordo com o mercado americano. A revista chegou às bancas e os planos iniciais era que ela chegasse a uma circulação de 1 milhão de exemplares. Por diversos fatores esse número nunca foi alcançado. A reivsta manteve uma média de 250.000 exemplares em circulação.

Apesar de ser uma boa revista, a Shonen Jump americana não estava atendendo plenamente às expectativas da SHUEISHA em combater os scans. Com o declínio nas vendas, a Viz também se interessou em buscar novas formas de melhorar e, depois de conversarem bastante, pelo visto, decidiram cancelar a revista mensal e vão a partir de Janeiro  de 2012 publicar uma nova revista: Shonen Jump Alpha. A grande questão é que o que antes era MENSAL e EM PAPEL, vai virar SEMANAL e DIGITAL.

Exatamente! Uma investida clara ao monopólio dos scans. A Viz irá oferecer aos assinantes seis séries (One Piece, Bleach, Naruto, Nurarihyon no Mago, Toriko e Bakuman) que estarão disponíveis em inglês pouquíssimo tempo depois do lançamento japonês. Ou seja, um esquema bem parecido com o que o Crunchyroll faz com animes.

A grande questão aqui é a eficácia. Vamos avaliar os prós e contras…

Para começar, é excelente termos um meio oficial de distribuição rápida de mangás no ocidente (ainda que momentaneamente limitado aos EUA e Canada). Mas o grande problema é que quem acompanha essas séries escolhidas está acostumado a ler os scans ANTES do lançamento japonês. Se você não sabia, os scans traduzidos saem antes dos capítulos chegarem às “bancas” japonesas. Sendo assim, será que esse público vai pagar pra ler depois? Há razão prática para isso (tirando os valores morais)?

Sim, há. Para alguns pode parecer bobagem (já que tem gente que não se importa em ler mangá no papel podre da #VergonhaJBC), mas a questão é que apesar do trabalho de alguns grupos de scans ser impecável na hora de limpar as imagens, elas serão certamente inferiores à versão digital oficial, que certamente será a usada pela Viz na SJ Alpha.

Sendo assim, o leitor terá um material com uma arte em melhor qualidade e com tradução feita pelo próprio pessoal da Viz, pouco tempo depois do mangá ter saído no Japão e em diversas plataformas a um clique de distância (certo que a Viz vai utilizar pelo menos PC, iPad, iPhone e Android).

Infelizmente, isso tudo só está disponível nos EUA e Canada, mas, se até o Crunchyroll está vindo para o Brasil, por que não uma Shonen Jump Alpha pode aportar em terras nacionais? O que vocês acham de tudo isso? Assinariam um serviço desses se pudessem ter seus mangás em português pouquíssimo tempo depois dos japoneses em boa qualidade? Comentem.

Quem acompanha o perfil do ex-editor-chefe da Shonen Jump e […]

Como perceber uma mudança nas decisões editorias

Algumas considerações sobre esse post antes de começarmos:

1 – Ele contém spoilers de capítulos recentes de Bakuman. Leia se você não se importa com spoilers ou não lê Bakuman.
2 – O conteúdo desse post é fruto da minha observação, logo não reflete exatamente o que os autores/editores pensaram.
3 – O intuito desse post é exemplificar de forma clara como as decisões editoriais para uma história serializada estão sempre em mutação e que isso é bem comum de se perceber.
4 – Esse não é um post só para quem lê/leu Bakuman. É um post sobre “mangá”. O exemplo usado foi Bakuman, mas poderia ter sido qualquer outro.
5 – Quando eu digo “decisões editoriais” eu me refiro à vida real, não à história de Bakuman (para evitar mal-entendidos).

Bem, a dupla fictícia Ashirogi Muto está com um novo mangá em mente. Reversi foi um one-shot feito pelos autores e que atraiu uma grande atenção dos fãs ficando a frente do one-shot do novo mangá de Eiji Niizuma, o grande rival e gênio dos mangás. Era de se esperar que o mangá fosse serializado. Porém, o departamento editorial estava receoso por deixá-los com duas séries semanais rolando ao mesmo tempo na revista, afinal, PCP ainda era popular e eles não queriam que a qualidade caísse. Foi decidido então que Reversi seria publicado numa nova revista (fictícia) da Shueisha chamada Hisshou Jump, mensal e com um público mais velho.

Legal. Uma boa solução para o arco da disputa de one-shots. Porém, aí que está o “pulo do gato”. Um capítulo depois, temos uma situação em que o editor de PCP, Akira Hattori, claramente se sente triste por não poder ser o editor de Reversi, já que ele trabalha para a Shonen Jump, não pra Hisshou Jump. No decorrer do capítulo é desenvolvida a ideia, por Yujiro Hattori, outro editor, agora capitão da equipe de Akira, que sabe da vontade do colega e decide ajudá-lo. No fim das contas, na reunião de serialização, tudo muda. PCP vai pra Hisshou Jump e Reversi vai para a Shonen Jump.

Ok… isso foi o que aconteceu. Mas vamos pensar no por quê disso ter acontecido. A mudança foi muito drástica. Tem que ter um motivo para os autores terem decidido mudar isso da maneira como foi mudado. De um capítulo para o outro.

A resposta, é até bem simples.

O one-shot de Reversi ganhou do one-shot de Zombie/Gun novo mangá de Eiji. Esse por sua vez ficou incomodado com a derrota e decidiu colocar seus planos de “conquistar o mundo” para melhorar sua história e vencer seu maior rival, Ashirogi Muto. Temos aí um grande plot para um bom arco de rivalidade. Algo do tipo sempre atrai a atenção dos leitores e, normalmente, temos boas histórias no decorrer do arco.

No entanto, ao mesmo tempo que esse plot foi apresentado, um outro plot, também interessante, o foi. A Hisshou Jump. É a primeira vez que vemos um autor em Bakuman sem serializado de forma mensal. Apesar da maioria não achar, há uma enorme diferença em como é ser serializado mensalmente e semanalmente. Além de mostrar para o leitor um universo totalmente novo, eles tem que criar do zero esse universo. É uma revista nova, que só existe na série, com um público-alvo diferente da Shonen Jump, com editores diferentes, autores diferentes… é um berço de novas ideias que pode crescer muito bem. Alguns arriscam dizer que Bakuman está precisando de uma reformulação como essa urgentemente.

Temos aí então dois plots interessantes para serem desenvolvidos. Maravilha. Quem sai ganhando é o leitor. Porém, a coisa não foi pensada corretamente. Se colocamos Reversi e Zombie/Gun para competir em revistas diferentes e em ritmos diferentes de publicação, não existe competição real. A rivalidade não estaria presente de fato. Jogar um plot no ar para jogá-lo fora em seguida é um problema narrativo.

Foi então que, muito provavelmente, o editor ou os autores (os da vida real) perceberam esse “problema” e decidiram dar um retcon no que fizeram. Da maneira rápida que foi feita, ficou claro que foi uma decisão imediata, mas uma decisão acertada. Vamos aos motivos…

1 – Um novo meta-mangá atrai naturalmente a atenção do leitor. Se ele fosse pra Hisshou Jump, o desenvolvimento das ideias para ele seriam, inevitavelmente, colocadas como secundário já que, querendo ou não, o centro de Bakuman ainda é a Shonen Jump e lá Ashirogi Muto estaria trabalhando em PCP.

2 – A rivalidade está estabelecida de fato. Cara a cara. Duas séries começando juntas. Uma briga de igual pra igual. Clássica rivalidade shonen. Os leitores gostam.

3 – O plot da Hisshou Jump ainda se mantém. Eles ainda irão ser serializados mensalmente, ainda teremos uma nova revista pra desenvolver, novos personagens, novos rivais, novos problemas e, principalmente…

4 – Teremos ainda mais um novo plot a ser explorado, que é o fato deles terem um mangá saindo de uma revista semanal e indo parar numa revista mensal. Algo que acontece na vida real. Um exemplo é o que estamos comentando sobre Nurarihyon no Mago estar contando os dias para pular da Shonen Jump para a Jump SQ. Essas coisas acontecem e é legal ver como os autores (no mangá) irão lidar com a adaptação da série para o novo formato.

Ao final de tudo, apesar de ter ficado uma coisa exageradamente rápida, essa mudança foi para o melhor. Editores e autores perceberam o erro e o corrigiram a tempo de trazer ao leitor uma boa história. Como foi dito no início do post, isso é algo muito comum de acontecer e é válido você começar a tentar perceber essas mudanças. Comece por se indagar “por que isso aconteceu da maneira que aconteceu?” e você estará mais perto de perceber essas mudanças. É algo que gosto de fazer e dá a você um bom entendimento sobre o manga making.

Algumas considerações sobre esse post antes de começarmos: 1 – […]

Primeiras impressões de "Nisekoi", nova série da Shonen Jump

No final do ano passado recebemos a notícia de que o autor Naoshi Komi teria um one-shot publicado na JUMP NEXT! (edição especial da Shonen Jump que sai duas vezes por ano e trás one-shots de novos e velhos autores) de inverno. Seria sua primeira publicação desde Personant, outro one-shot que fez para a Jump SQ (revista mensal shonen da Shueisha), publicado logo depois do fim da sua mais famosa série Double Arts (serializada na Shonen Jump semanal). O nome desse one-shot seria Nisekoi. Quando autores veteranos tem one-shots publicados na NEXT! (antiga Akamaru Jump), é indicativo certo de que é um teste para uma vindoura serialização na revista principal.

E, quase um ano depois, a serialização veio, na edição 48/2011. Irei evitar, nesse post, comparações com o one-shot. Se você já leu o one-shot e gostou, irá perceber as diferenças no decorrer do texto e, se não leu, irá encarar como uma série inteiramente nova para você.

Raku queria ter uma vida escolar normal, mas o fato dele ser filho de uma poderosa família da Yakuza (a máfia japonesa) nunca o permitiu realizar esse desejo. Mas mesmo assim, ele almeja ser um cara normal, se casar com uma mulher normal, ter um emprego normal e viver em uma casa normal. Por se dedicar muito aos estudos, ele nunca teve tempo para ter uma namorada, mas tem uma queda pela colega de classe, Onodera, um menina “normal” de cabelos pretos. No passado, quando ainda era bem criança, fez uma promessa para uma garota, que no futuro eles iriam abrir a fechadura de um pingente e nesse momento eles iriam se casar. O pingente ficou com ele e a chave com ela. O tempo passou e Raku não lembra mais do rosto da garota, mas guarda muito bem a promessa e o pingente.

Sua vida, que já não era tranquila, promete ficar ainda mais agitada quando Kirisa Chitoge, uma aluna transferida dos EUA, chega na escola. Sua personalidade forte entra em choque com a de Raku e ambos são obrigados a conviver já que a professora os colocou lado a lado na sala de aula e para fazer atividades extra-classe juntos. Eles claramente não se deram bem, principalmente depois de Chitoge debochar da promessa do pingente.

Mas tudo que está ruim pode piorar e ao chegar em casa, Raku descobre que será obrigado a namorar a herdeira de uma outra família de gangsters para firmar a paz entre eles e a Yakuza. Se só isso já não fosse atrapalhar seus planos com a amiga Onodera, ele ainda descobre que a tal herdeira é ninguém menos que a própria Chitoge.

Isso foi o apresentado nas 54 páginas desse primeiro capítulo, que contou com páginas coloridas e a capa da edição, como segue a tradição.

Para começar, tenho que destacar a qualidade do autor. Seu trabalho em Double Arts foi muito elogiado e o cancelamento da série até hoje é considerado como um dos maiores erros da história do departamento editorial da Shonen Jump. Os fãs aguardavam o retorno do autor com muito afinco e agora que ele está de volta, não decepcionou.

Sua arte continua muito boa e evoluiu bastante nesses três anos. Temos aqui uma série com personagens muito bem desenhados e meninas muito bonitas, sem abusar do fanservice. Para falar a verdade, não há fanservice nesse primeiro capítulo. Simplesmente não é necessário. Você sente simpatia e acha as personagens uma graça sem precisar apelar para esses artifícios.

Num quesito de construção de personagens, além de bem desenhados, suas personalidades estão bem definidas. Raku é um garoto bem inteligente, perfeccionista e paciente, descontente com a situação que sua vida familiar o coloca. Além disso, é fraco fisicamente e sem habilidade para lutas, o que o coloca sua capacidade na sucessão como chefe da Yakuza em cheque. Onodera não apareceu tanto nesse capítulo, mas nós já sabemos que ela é a tal garota que fez a promessa a Raku na infância, só que nunca revelou isso para ele. Pelo menos é isso que o autor quer que acreditemos nesse momento. É bom sempre desconfiar de algo que é jogado na cara assim. Chitoge tem uma personalidade bem oposta à de Raku. Ela não é tão boa nos estudos (pelo menos pareceu que não), tem grande habilidade e força física e não é muito agitada.

Juntar essa galera num triangulo amoroso tem potencial para gerar várias situações interessantes. Para começar, temos o fato da obrigação da relação entre Raku e Chitoge. Isso não é algo que pode ser contornado facilmente devido às circunstâncias que a instalaram. Será que Raku vai acabar desenvolvendo sentimentos por ela? Mas será que ele vai deixar a Onodera de lado já que ele acha que sua “paixãozinha” por ela é unilateral? E a própria Onodera, será que vai deixar de revelar ao Raku que ela é a menina que fez a promessa e que ainda guarda a chave consigo? Tem muita coisa pra acontecer aí.

Claro que é sempre possível o leitor não gostar da série por não gostar de romance, mas se você gosta, essa parece uma boa série para acompanhar. Há também elementos fortes de comédia na série que a tornam bem agradável de ler. A narrativa é muito bem feita e você consegue acompanhar bem o correr dos quadros e o que acontece neles.

É bom lembrar que esse é um romance shonen, voltado para jovens garotos. Por isso, se você é uma menina lendo essa série, não espere um romance shojo sair daí. A história será claramente focada no personagem masculina e contada sob sua visão. No entanto, isso não é motivo para vocês não acompanharem a série. Romances shonen podem ser muito legais. Exemplos são séries como Suzuka, Love Hina, Ichigo 100%, Video Girl Ai, dentre outros.

Nisekoi tem elementos que claramente o colocam como um possível sucesso. Seu autor é competente e já conta com uma fanbase forte. É torcer para a série agradar o leitor médio da Jump e se manter com uma boa colocação no ranking. Temos em mãos uma série que pode ser a de maior sucesso na classe de 2011. Desejo todo o sucesso a Naoshi Komi nessa nova série e que dure uns bons anos. Eu irei acompanhar Nisekoi e recomendo aos interessados por um bom romance shonen.

No final do ano passado recebemos a notícia de que […]

Lhes apresento a (fracassada) classe de 2010 da Shonen Jump

Em 2010 tivemos um total de oito séries estreando nas páginas da maior revista de mangás do Japão, a Shonen Jump Semanal. A questão é que, dessa turma, todos foram cancelados. Enigma, de Kenji Sakaki, foi o último a se segurar, mas caiu como todos os seus colegas na edição 48/2011 com um total de 55 capítulos.  O último capítulo da série, provavelmente será publicado na próxima Jump NEXT (outra revista da Shueisha).

Essa não é a primeira vez que todo um ano é cancelado, porém, o que torna 2010 um verdadeiro fracasso, é que sua maior série terminou com cerca de 7 volumes. É a pior performance de um ano em toda a história da Shonen Jump. Isso significa que as séries de 2010 foram as que menos agradaram os fãs ou, se preferirem, a que menos motivou os fãs a votarem nelas.

Fico pensando qual o motivo desse fracasso e não consigo chegar a uma teoria única.

Obviamente pensaríamos na questão da qualidade desses mangás. Se não receberam votos é porque não eram boas. Mas isso não é verdade. O próprio Enigma não era um mangá ruim, nem Oumagadoki Doubutsuen… nem SWOT! Esse último poderia ter sido o próximo Sket Dance! Vai saber…

Um pensamento a que me vi apegado após a constatação sobre o ano de 2010 é que a Shonen Jump pode estar caminhando para um estado de estagnação. Digo isso porque um cara que lê One Piece há 15 anos não vai deixar de votar no último capítulo da série para votar em uma série nova. Sendo assim, a Jump está se dirigindo para algo que ela mesma sempre abominou, a falta de renovação. Não haverão novos mangás. Ou melhor, haverão, mas tão poucos e com tão pouca relevancia ao dividir as mesmas edições com One Pieces, Narutos, Torikos, etc, que será praticamente nada.

Claro que ela ainda está longe disso e tudo não passa de uma pequena suposição minha, mas não tenho como deixar de compartilhar isso.

Deixo aqui agora o nome de todas as séries que estrearam ano passado, quando começaram e com quantos capítulos foram canceladas. Em referencia à imagem no topo do post, as séries serão colocadas de cima pra baixo, da esquerda pra direita, tirando Enigma (a imagem do centro) que ficará em último:

Lock On! – Edição 12/2010 – 17 capítulos
Kiben Gakuha, Yotsuya-senpai no Kaidan – Edição 13/2010 – 17 capítulos
Metallica Metalluca – Edição 24/2010 – 16 capítulos
Shounen Shikku – Edição 25/2010 – 14 capítulos
SWOT – Edição 31/2010 – 14 capítulos
Oumagadoki Doubutsuen – Edição 32/2010 – 35 capítulos
Light Wing – Edição 42/2010 – 20 capítulos
Enigma – Edição 41/2010 – 55 capítulos

Em 2010 tivemos um total de oito séries estreando nas […]

Resultados da ‘Gold Future Cup 2011’ da Shonen Jump

Na Shonen Jump 32/2011, em julho, começou a edição desse ano do concurso anual de one-shots da Shonen Jump, a Gold Future Cup. Seis autores fizeram one-shots que foram publicados nas edições 32, 33, 34, 35-36, 37 E 38. Depois de 3 meses de espera, na edição 46/2011, o resultado finalmente saiu e o grande vencedor foi HUNGRY JOKER, de Yuuki Tabata. Infelizmente essa história ainda não foi traduzida nem por vias oficiais nem por vias “alternativas”. De todas as concorrentes, dois foram traduzido: -SINS- e MURAHAGANE (que ficaram em 2º e 4º lugares respectivamente). É comum o vencedor da GFC se transformar numa série, então é questão de tempo até vermos HUNGRY JOKER estreando nas páginas da revista.

Vamos ao resto dos resultados em ordem:

1º LUGAR

Nome: Hungry Joker

Autor: Yuuki Tabata

História: No futuro, um vírus transforma animais e plantas selvagens em terríveis monstros. Nesse novo “ecossistema” os seres humanos foram deixados para trás e sua única esperança de sobrevivência está num grupo de cientistas do governo, os White Jokers. Alice e sua irmã mais nova moram em uma pequena cidade que não está no “plano de salvamento” dos White Jokers, apesar de seus esforços para sobreviver, um par de pistolas não será suficiente por muito tempo. Sua sorte muda quando um estranho garoto aparece vestindo um jaleco e com um cronômetro flutuando sobre sua cabeça.

Arte: Extremamente bem desenhado, com um preenchimento de quadro que lembra muito o usado em One Piece. A arte, sem dúvida, é excelente e o autor tem muito futuro se continuar assim.

2º LUGAR

Nome: -SINS-

Autor: Masataka Miura

História: Sara Tanjuro é um menino que acabou de chegar na escola e sai se declarando para todas as meninas possíveis. Essa “facilidade” atraiu a atenção do tímido Eruma. Porém, Eruma descobre que Tanjuro, apelidado de ‘Satan’, faz parte de um grupo chamado Michaela, que mistura tecnologia e exorcismo para livrar o mundo dos anjos que trazem o caos para a sociedade. Tanjuro é um especialista no que faz, ele usa a escola como disfarce para seu arsenal anti-anjo. Derrotá-los é fácil… quem dera conquistar garotas fosse tão fácil assim.

Arte: Aqui temos uma arte bem mais cartunesca. Existem poucos quadros abertos e com muita gente neles. Normalmente uma pessoa ocupa um quadro. Isso pode não ser ideal para um mangá de ação. Talvez isso possa ter custado o primeiro lugar a -SINS-, porque é uma série que tinha tudo para se dar bem na Shonen Jump.

3º LUGAR

Nome: Tsukimi no Soba

Autor: Yuuya Okura

História: O jovem Kasugai Tenka não esperava receber uma declaração de amor de Tsukimi, mas era tudo que ele queria. Tsukimi é, literalmente, uma garota de outro mundo. Ela era uma general na Lua, só que foi exilada por causar muita destruição. Sua punição foi ter a memória apagada e ser transformada num coelho. Ela lembra-se de Tenka pois ele lhe deu um prato de macarrão um ano antes quando ela passou pelo restaurante do pai dele. Agora, transformada em uma bela mulher e com seus poderes de volta, ela que ele para ela.

Arte: Uma arte mais “arredondada” se faz presente nesse one-shot. Menos detalhista, mas cheia de caras e bocas, olhares, etc. Uma arte, de certo modo, genérica, mas cheia de emoção. Não consigo ver o porque dela ter ficado rankeada acima das outras… pelo menos não pela arte.

4º LUGAR

Nome: Murahagane

Autor: Manabu Yashiro

História: Violentos crimes envolvendo “Kaijins”, superhumanos criados tecnologicamente, tem aumentado de número em Tóquio. Ken Shibasaki e Reiji Momoyama foram encarregados de acabar com essa palhaçada. Suas habilidades se completam. Um é um excelente detetive, o outro é excelente no combate. Porém, a personalidade de ambos não combinam em nada. Ken só quer saber de mulheres e nada de trabalho, Reiji por outro lado é super concentrado em seu trabalho. Será que essa dupla vai conseguir resolver o problema?

Arte: Uma arte cartunesca e surrealista, mas densa. Forte uso de tons de cinza e linhas. Cenários e objetos bem realistas, contrastando com os personagens. Sem dúvida esse foi o one-shot mais comentado pela internet, mas não conseguiu garantir mais do que o 4º lugar.

5º LUGAR

Nome: Takamagahara

Autor: Juuzou Kawai

História: Dentro de cada ser humano tem um poder adormecido. Quando esses poderes são despertados, alguns os usam para o mal. Outros, usam esse poder para combater esses com intenções maléficas. Hiruko sempre usou seu poder para se dar bem na escola. Todos o temiam. Até um aluno recentemente transferido e com um braço envolvido engessado decide chega para pará-lo.

Arte: Um one-shot com muito sangue, violência e mulheres seminuas amarradas, amordaçadas, etc… um mangá pesado. A arte em si não tem nada demais. É decente, mas me pareceu muito travada. O autor deve ter vindo da escola “Kurumada”, já que apesar da arte, a maneira como ela é narrada visualmente é boa. E se aquela suposição de que a Shonen Jump publica primeiro os one-shots que o departamento editorial acha que vão ganhar, ela não poderia ter se enganado mais com Takamagahara. Ele foi o primeiro a ser publicado e ficou em penúltimo lugar.

6º LUGAR

Nome: WOLFxRED

Autor: Hideki Takahashi

História: A cidade Belle Epoque é muito perigosa, está recheada de monstros. Os moradores da cidade estão preocupados pois o número de monstros não para de crescer. Foi criada então a agência “Black Grims” que usa monstros capturados para lutarem contra os criminosos. A história acompanha um menino-lobo e sua vigia, a garota Ayane, lutando para proteger os inocentes.

Arte: Parece que o autor quis dar um ar ao estilo de Reborn para esse mangá. Aproveitou e colocou uma protagonista mulher que é o clone versão psicótica da Mio, de K-ON. O resultado, apesar de não ofender, parece não funcionar. A arte é bem explosiva, mas nem isso parece ter agradado os leitores japoneses. Tente da próxima vez, Hideki Takahashi.

Na Shonen Jump 32/2011, em julho, começou a edição desse […]

Resultados da 'Gold Future Cup 2011' da Shonen Jump

Na Shonen Jump 32/2011, em julho, começou a edição desse ano do concurso anual de one-shots da Shonen Jump, a Gold Future Cup. Seis autores fizeram one-shots que foram publicados nas edições 32, 33, 34, 35-36, 37 E 38. Depois de 3 meses de espera, na edição 46/2011, o resultado finalmente saiu e o grande vencedor foi HUNGRY JOKER, de Yuuki Tabata. Infelizmente essa história ainda não foi traduzida nem por vias oficiais nem por vias “alternativas”. De todas as concorrentes, dois foram traduzido: -SINS- e MURAHAGANE (que ficaram em 2º e 4º lugares respectivamente). É comum o vencedor da GFC se transformar numa série, então é questão de tempo até vermos HUNGRY JOKER estreando nas páginas da revista.

Vamos ao resto dos resultados em ordem:

1º LUGAR

Nome: Hungry Joker

Autor: Yuuki Tabata

História: No futuro, um vírus transforma animais e plantas selvagens em terríveis monstros. Nesse novo “ecossistema” os seres humanos foram deixados para trás e sua única esperança de sobrevivência está num grupo de cientistas do governo, os White Jokers. Alice e sua irmã mais nova moram em uma pequena cidade que não está no “plano de salvamento” dos White Jokers, apesar de seus esforços para sobreviver, um par de pistolas não será suficiente por muito tempo. Sua sorte muda quando um estranho garoto aparece vestindo um jaleco e com um cronômetro flutuando sobre sua cabeça.

Arte: Extremamente bem desenhado, com um preenchimento de quadro que lembra muito o usado em One Piece. A arte, sem dúvida, é excelente e o autor tem muito futuro se continuar assim.

2º LUGAR

Nome: -SINS-

Autor: Masataka Miura

História: Sara Tanjuro é um menino que acabou de chegar na escola e sai se declarando para todas as meninas possíveis. Essa “facilidade” atraiu a atenção do tímido Eruma. Porém, Eruma descobre que Tanjuro, apelidado de ‘Satan’, faz parte de um grupo chamado Michaela, que mistura tecnologia e exorcismo para livrar o mundo dos anjos que trazem o caos para a sociedade. Tanjuro é um especialista no que faz, ele usa a escola como disfarce para seu arsenal anti-anjo. Derrotá-los é fácil… quem dera conquistar garotas fosse tão fácil assim.

Arte: Aqui temos uma arte bem mais cartunesca. Existem poucos quadros abertos e com muita gente neles. Normalmente uma pessoa ocupa um quadro. Isso pode não ser ideal para um mangá de ação. Talvez isso possa ter custado o primeiro lugar a -SINS-, porque é uma série que tinha tudo para se dar bem na Shonen Jump.

3º LUGAR

Nome: Tsukimi no Soba

Autor: Yuuya Okura

História: O jovem Kasugai Tenka não esperava receber uma declaração de amor de Tsukimi, mas era tudo que ele queria. Tsukimi é, literalmente, uma garota de outro mundo. Ela era uma general na Lua, só que foi exilada por causar muita destruição. Sua punição foi ter a memória apagada e ser transformada num coelho. Ela lembra-se de Tenka pois ele lhe deu um prato de macarrão um ano antes quando ela passou pelo restaurante do pai dele. Agora, transformada em uma bela mulher e com seus poderes de volta, ela que ele para ela.

Arte: Uma arte mais “arredondada” se faz presente nesse one-shot. Menos detalhista, mas cheia de caras e bocas, olhares, etc. Uma arte, de certo modo, genérica, mas cheia de emoção. Não consigo ver o porque dela ter ficado rankeada acima das outras… pelo menos não pela arte.

4º LUGAR

Nome: Murahagane

Autor: Manabu Yashiro

História: Violentos crimes envolvendo “Kaijins”, superhumanos criados tecnologicamente, tem aumentado de número em Tóquio. Ken Shibasaki e Reiji Momoyama foram encarregados de acabar com essa palhaçada. Suas habilidades se completam. Um é um excelente detetive, o outro é excelente no combate. Porém, a personalidade de ambos não combinam em nada. Ken só quer saber de mulheres e nada de trabalho, Reiji por outro lado é super concentrado em seu trabalho. Será que essa dupla vai conseguir resolver o problema?

Arte: Uma arte cartunesca e surrealista, mas densa. Forte uso de tons de cinza e linhas. Cenários e objetos bem realistas, contrastando com os personagens. Sem dúvida esse foi o one-shot mais comentado pela internet, mas não conseguiu garantir mais do que o 4º lugar.

5º LUGAR

Nome: Takamagahara

Autor: Juuzou Kawai

História: Dentro de cada ser humano tem um poder adormecido. Quando esses poderes são despertados, alguns os usam para o mal. Outros, usam esse poder para combater esses com intenções maléficas. Hiruko sempre usou seu poder para se dar bem na escola. Todos o temiam. Até um aluno recentemente transferido e com um braço envolvido engessado decide chega para pará-lo.

Arte: Um one-shot com muito sangue, violência e mulheres seminuas amarradas, amordaçadas, etc… um mangá pesado. A arte em si não tem nada demais. É decente, mas me pareceu muito travada. O autor deve ter vindo da escola “Kurumada”, já que apesar da arte, a maneira como ela é narrada visualmente é boa. E se aquela suposição de que a Shonen Jump publica primeiro os one-shots que o departamento editorial acha que vão ganhar, ela não poderia ter se enganado mais com Takamagahara. Ele foi o primeiro a ser publicado e ficou em penúltimo lugar.

6º LUGAR

Nome: WOLFxRED

Autor: Hideki Takahashi

História: A cidade Belle Epoque é muito perigosa, está recheada de monstros. Os moradores da cidade estão preocupados pois o número de monstros não para de crescer. Foi criada então a agência “Black Grims” que usa monstros capturados para lutarem contra os criminosos. A história acompanha um menino-lobo e sua vigia, a garota Ayane, lutando para proteger os inocentes.

Arte: Parece que o autor quis dar um ar ao estilo de Reborn para esse mangá. Aproveitou e colocou uma protagonista mulher que é o clone versão psicótica da Mio, de K-ON. O resultado, apesar de não ofender, parece não funcionar. A arte é bem explosiva, mas nem isso parece ter agradado os leitores japoneses. Tente da próxima vez, Hideki Takahashi.

Na Shonen Jump 32/2011, em julho, começou a edição desse […]

20º encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”

Olá, queridos leitores do Anikenkai! Já fazem seis meses desde o último encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”. Como o tempo passa rápido! Infelizmente, ao verificar o arquivo do Anikenkai não encontrei o post do 19º encontro, onde falei sobre o final da temporada. Não consigo entender o que aconteceu para ele sumir. Então, para tentar contornar um pouco esse “problema”, vamos a um apanhado básico sobre o final da temporada passada:

A primeira temporada de BAKUMAN acabou nos eventos do final do volume 4 do mangá. Mashiro e Takagi venceram a Gold Future Cup com seu one-shot de “Detetive Trap”, derrotando o mala do Koogy. Na reunião do departamento editorial, ficou decidido que o trabalho dos garotos seria serializado, era um sonho sendo realizado para a dupla. No entanto, os outros membros do Time Fukuda não tiveram muita sorte. Nem o trabalho do próprio Fukuda, nem o da Aoki com o Nakai, foram serializados. Ao fim do episódio, Mashiro e Takagi descobrem que Hattori não será mais seu editor, o substituto é Miura, um jovem demasiadamente energético e empolgado.

A segunda temporada começa exatamente onde a anterior deixou, com a dupla conhecendo seu novo editor. Vendo a empolgação do novo editor em trabalhar com eles, cria-se uma dúvida de se isso será realmente bom para eles ou não. Hattori os ajudou muito, mas a vida segue e não há nada que eles possam fazer quanto a isso. E é interessante ver nesse ponto que Hattori foi transferido para trabalhar em One Piece, um cargo bem importante, mostrando a confiança que o editor-chefe tem nele e em seu trabalho.

E eu quero destacar a escolha para o dublador do Miura. Ficou exatamente como eu imaginava que seria. Um cara barulhento, agitado, que fala alto, energético. Muito boa a escolha e casa bem com a personalidade do personagem.

E como o Miura é irritante. Mas eu acho que isso vem da minha experiência com o mangá. Não gosto do Miura e nunca gostei. Mas eu quero congratular a produção do anime. Eles deram ao Miura uma nova faceta, uma faceta cômica. Isso provavelmente fará os espectadores que não tiveram contato com o mangá a gostar do personagem. É incrível como colocar uma trilha sonora adequada em alguns momentos pode mudar tanto. Gostei. Miura se tornou mais tolerável. Um alívio cômico. Evitam-se assim comparações diretas com o trabalho do Hattori. É tudo levado como piada.

Por outro lado, como esse episódio condensou 3 capítulos do mangá, praticamente, algumas coisas ficaram um tanto corridas demais, como a relação do Mashiro com os assistentes e dos próprios assistentes entre si. Há um certo desenvolvimento disso nos capítulos do mangá que foi esquecido no anime.

E teve também o dublador do Hiramaru. Não aprovo. Para os diálogos normais não influencia tanto, mas na hora dos surtos, a voz parece ser completamente deslocada do personagem e de sua expressão. Tinham que ter colocado uma voz mais grave e que na hora dos surtos ficasse bem doida, algo como a do Eiji, só que mais grossa. O dublador que escolheram deixou o personagem com um ar mais jovem do que deveria ser, menos depressivo do que deveria ser e menos engraçado do que deveria ser. Prevejo que a popularidade dele para com os fãs do anime não será tão grande quanto entre os leitores do mangá.

Não posso esquecer de falar também da “abertura” de “Detetive Trap” que o Mashiro ficou imaginando no início do episódio. Esse desenvolvimento dos meta-mangás do universo de Bakuman continua sendo um dos pontos fortes do anime de Bakuman e um excelente motivo para os fãs do mangá o acompanharem.

Para terminar, vale comentarmos a participação de Kazuhiko Torishima no anime. Para quem não sabe, Kazuhiko Torishima foi o editor de Akira Toriyama quando ele trabalhou com Dr. Slump e Dragonball e é figura carimbada na indústria de mangás. Mashiro e Takagi o reconhecem por uma paródia feita pelo tio de Mashiro e por Mashirito, paródia feita por Toriyama em Dr. Slump. Confiram a imagem abaixo que eu fiz para mostrar o Torishima…

Bem, esse foi o nosso primeiro encontro da temporada, espero que vocês tenham gostado. Não deixem de comentar e até semana que vem!

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Para quem não acompanhou na temporada passada, o encontro “O Bakuman Dessa Semana Foi Interessante”, acontece toda semana ou a cada duas semanas e é onde comento sobre os últimos episódios do anime de Bakuman. Busco trazer curiosidades, observações e comparações para quem quer saber um pouco mais sobre o que viu. Espero que gostem.

Olá, queridos leitores do Anikenkai! Já fazem seis meses desde […]

BAKUMAN Vol. 2 – Começando a carreira profissional

Conforme estabelecido no post sobre o volume 1, eu irei avaliar cada volume de BAKUMAN individualmente conforme eles forem saindo aqui no Brasil pela editora JBC. Sendo assim, o Volume 2 chegou às bancas já tem um tempinho, mas vamos a ele agora.

Logo no início do volume, temos a dupla Saiko e Takagi em seu caminho para o prédio da editora Shueisha apresentar o manuscrito de “As Duas Terras” para o editor. Eles estão adiantados e decidem matar um pouco de tempo para não parecerem muito afobados. Na conversa, descobrimos as motivações de Takagi para se tornar um mangaká. Gostaria de destacar nesse ponto que acho curioso a forma como o Ohba trata isso. Nos quadros em flashback ele nos mostra um cenário extremamente pesado e tenso em que o Takagi se revolta contra os projetos desenhados por sua mãe para seu futuro em “vingança” da demissão injusta do pai, mas logo depois os dois aparecem fazendo piada a respeito do ocorrido mostrando que isso não parece ser um trauma na vida do Takagi, só algo que aconteceu, nada demais.

Chega então a hora deles apresentarem seu trabalho. Ao entrarem no prédio da Shueisha, temos um panorama geral da recepção e dos procedimentos que um novato adota para poder mostrar seu trabalho. E para os que se perguntam se é realmente assim por lá, sim, é. Exatamente igual. Essa parte do mangá foi retratada com extremo realismo. Até o formulário que eles preenchem é o mesmo entregue na Shueisha “real”. Para adiantar, todo o visual do prédio da Shueisha, do departamento editorial, corredores, etc, que aparecem nesse volume são extremamente realistas. Quase “fotografias” do que eles são na realidade.

Nesse ponto somos apresentados a um personagem deveras importante para a série, Hattori Akira, o editor que aceitou dar uma olhada no trabalho dos meninos. Quando ele entra em cena, nós temos a impressão de que ele é um cara excêntrico e provavelmente doido, mas logo ele nos mostra ser muito competente no que faz e que está ali realmente para ajudar a dupla, já que ele vê futuro no trabalho deles. É interessante nesse momento do volume como Mashiro avalia Hattori com base nas informações que o tio passava para ele de como identificar um bom e um mau editor. No fim, o editor ganha a confiança de Mashiro e diz que o trabalho deles ainda precisa de tratamento, mas vai tentar inscrevê-lo no premio mensal da revista para ver o que outras pessoas acham dele.

Em seguida somos apresentados ao rival da dupla, que já havia sido mencionado na edição anterior, Niizuma Eiji. Ele sim aparenta ser muito excêntrico e não faz questão de mudar essa imagem. Um menino extremamente apaixonado por mangás e que não consegue parar um segundo de desenhar. Tem ideias fluindo em sua cabeça a todo momento e elas precisam ir para o papel. Alguns podem até considerar o Eiji orgulhoso e convencido demais nessa primeira fase do mangá. Uma figura, de fato, curiosa. Ele está pronto para ser serializado na Jump e está de mudança para Tóquio. A briga entre ele e a dupla principal está perto de começar.

De volta aos protagonistas, eles receberam a notícia de que “As Duas Terras” não ficou nem entre os finalistas, isso os deixou motivados para trabalhar em conjunto para criar uma história nova o quanto antes e tentar ganhar o grande prêmio anual da Shonen Jump, o Prêmio Tezuka. É daí que sai a ideia de “Um Milionésimo”. Hattori fica tão satisfeito com o novo trabalho que deixa os meninos com altas expectativas… mas infelizmente eles não conseguem receber nem uma menção honrosa.

Todo esse cenário é criado para uma das cenas que eu acho mais memoráveis no mangá até hoje, o soco de Takagi em Ishizawa. Eu decorei o nome desse personagem BEM secundário só por causa dessa cena que me marcou bastante pois coloca em evidência tudo que BAKUMAN “prega”. O colega de Mashiro e Takagi, Ishizawa, vê o nome dos dois na Shonen Jump e vai até Takagi dizer que o grande problema do mangá deles foi a arte de Mashiro. Em seguida ele mostra umas ilustrações feitas por ele dizendo que seu traço é muito superior ao de Mashiro. Takagi fica tão irritado que parte pra cima de Ishizawa derrubando-o com um soco.

A questão aqui é o Ishizawa representa a “exploração do moe” que a indústria de animes e mangás tem se direcionado para nos últimos tempos. Esse tipo de coisa é completamente abominada tanto por Takagi quanto por Mashiro e eles deixaram isso bem claro logo no volume 1. Ishizawa nunca desenhou um mangá na vida. Só ilustrações de lolis bonitinhas. Quando ele mostrou para o Takagi aquelas ilustrações dizendo que aquilo ali era muito melhor que a arte realista do Mashiro e que venderia muito mais, foi a gota d’água e acabou da maneira que acabou. Foi uma forma de mostra para o leitor o próprio ponto de vista dos autores de BAKUMAN sobre essa “onda moe”.

Por volta do meio do mangá, a dupla se encontra com Hattori para analisarem o que deu errado em “Um Milionésimo” segundo as avaliações do juri. O que se constatou era que o problema não era a arte nem o roteiro, mas sim a temática. A temática não era apropriada para a Jump. Principalmente um personagem que seja mais adequado à Shonen Jump. Ele diz então que vão trabalhar juntos para que isso aconteça e que tem um plano para eles superarem até mesmo o Eiji em 3 anos. Esse plano deixa Mashiro descontente. Para ele, o importante é conseguir uma série o quanto antes e ficar na mão de alguém que tem planos a longo prazo é doloroso. Ao confrontar Hattori sobre caso eles tivessem um excelente mangás em mãos agora ele ainda iria insistir em publicá-los só quando se formassem daqui a 3 anos, vem o editor-chefe e interfere na conversa.

“UM MANGÁ SÓ PRECISA SER BOM. SE FOR BOM, É NATURAL QUE SEJA PUBLICADO.”

Essas foram as palavras usadas pelo editor-chefe para interferir na discussão e diz que essas palavras vieram da boca de Karo Kawaguchi, tio de Mashiro. Tomamos conhecimento aqui que o editor-chefe foi editor do Karo Kawaguchi no passado e que foi ele que teve que “despedi-lo” da Jump. Todo esse contexto serviu como uma incrível motivação para Takagi, mas principalmente para Mashiro. Ele, mais do que nunca agora, quer ser publicado.

No encontro seguinte com Hattori, a dupla mostra os personagens e storyboards mais “ao estilo Jump”… mas para a surpresa geral, todos são horríveis na opinião do editor. Ele decide então mudar a estratégia e voltar com as temáticas e personagens mais “adultos” pois esse é o estilo dos meninos e pode ser um bom diferencial para a atrair leitores. É na conversa que Mashiro e Takagi apresentam uma ideia que havia sido descartada pela dupla, “Dinheiro e Inteligência” (que na edição da JBC foi traduzido para “Grana e Inteligência”). O plot atrai bastante a atenção de Hattori e ele decide investir nessa ideia. Pede para os meninos trazerem um storyboard com objetivo de publicarem na Akamaru Jump, uma revista agregada à Shonen Jump que trás one-shots de autores novatos e sai três vezes por ano. Hoje em dia a Akamaru Jump não existe mais, ela foi substituida pela Jump Next, mas a ideia continua a mesma.

Daí até quase o final do mangá, temos o trabalho de elaboração de “Dinheiro e Inteligência” e é interessante vermos como é o trabalho de um editor com os autores para a criação de um mangá. Essa relação é um dos pilares em que se apoia BAKUMAN e em diversas situações no futuro da série ela é abordada.

Por fim, eles conseguem fazer com que “Dinheiro e Inteligência” seja publicado na Akamaru Jump. Somos também apresentados ao pseudônimo que será adotado pela dupla, Ashirogi Muto, uma mistura dos nomes do Takagi e do Mashiro. Porém, nem tudo são flores. Eiji também publicou seu one-shot de “Crow” na mesma revista que a dupla. Ele ficou em 1º na pesquisa de opinião do público enquanto “Dinheiro e Inteligência” ficou em 3º. A dupla fica arrasada e temos início à bela rivalidade entre Niizuma Eiji e Ashirogi Muto.

Mais uma vez temos uma análise relativamente longa, mas bem detalhada desse volume. Espero que vocês estejam gostando e que continuem lendo tanto BAKUMAN quando estas análises. Não deixe de deixar sua opinião sobre essa edição nos comentários!

Conforme estabelecido no post sobre o volume 1, eu irei […]