Tag Archives: otaku

Genshiken – Um review inspirado

Escrevo esse texto no exato momento em que acabo de ler pela segunda vez o volume 9 de Genshiken da JBC. Ao todo, já perdi as contas de quantas vezes já li esse volume, em papel, digital, em inglês, japonês, português… porém, a cada vez que eu leio, eu termino com um sorriso gratificante no rosto. O volume 9 chegou às bancas há alguns dias e senti uma profunda satisfação de ver que essa série que tanto gosto chegar ao seu volume final no meu país.

Se você acompanha o Anikenkai há algum tempo ou decidiu dar uma olhada nos meus posts passados, as chances são grandes de você ter esbarrado com um post específico ou alguma menção a Genshiken. Isso acontece pois essa foi a primeira obra que me despertou diversos interesses particulares do meu hobby, tanto no nível das temáticas apresentadas quanto além dela, motivou o início do blog e sem dúvida foi uma importante para mim.

Continue lendo…

Escrevo esse texto no exato momento em que acabo de […]

Vale a pena ver tanto anime?

mal_2

Dia desses eu me peguei pensando sobre a quantidade de anime que as pessoas tem assistido ultimamente. Tem gente que acompanha dezenas de séries ao mesmo tempo a cada temporada. Com serviços como o Crunchyroll disponíveis agora para o Brasil, isso nunca foi mais fácil. Mas até que ponto assistir a tantos animes é realmente proveitoso? Até que ponto a pessoa realmente aproveita o que está assistindo e não apenas o faz para completar mais uma série no MyAnimeList?

Continue lendo…

Dia desses eu me peguei pensando sobre a quantidade de […]

Fanservice, uma discussão interminável…

fanservice_gunbuster

Essa semana o pessoal do Manga² resolveu lançar em sua edição #69 (sugestivo, não?) uma discussão sobre fanservice. A discussão foi muito boa, como é costumeiro, e me motivou a tirar esse post da pasta de Rascunhos.

Fanservice, é um termo em inglês originado entre o fandom de animes e mangás que em sua essência serve para nomear os elementos de uma série que estão ali com o claro intuito de agradar quem está assistindo. No entanto, é comumente associado unicamente ao uso excessivo de situações “sexualmente estimulantes” como calcinhas aparecendo, peitos balançando, personagens perdendo a roupa em batalha, poses erotizadas e por aí vai. É sobre esse tipo de fanservice que estarei falando sobre.

fanservice_heroesVale ressaltar que o fanservice não está presente apenas nos animes e mangás, é um costume difundido em diversas mídias pelo mundo todo. Observemos o caso da personagem de Hayden Panettiere em Heroes (2006), a líder de torcida. Seu personagem foi claramente construído para tentar extrair alguma reação dos espectadores do sexo masculino. A beleza da personagem, seu uniforme, seus trejeitos. Ainda assim, percebe-se uma tentativa de deixar estes elementos um tanto implícitos.

Um outro exemplo mais explicito que podemos usar é a personagem Poderosa, da DC Comics, conhecida pela sua força, mas também pelo seu massivo par de peitos. É engraçado ver como os autores que trabalham a personagem ficam sempre divididos em explorar a sexualidade ou fazer uma história sem sexualidade alguma, com alguns, inclusive, cobrindo o decote da personagem para não dar nenhuma margem mesmo. É engraçado como um meio-termo é raramente encontrado.

Nos animes e mangás, a grande questão do fanservice, é que, em muitos casos, com o passar do tempo, ele deixou seu caráter de “bônus” para se tornar o todo de uma obra. As pessoas não deixam de ver um Gunbuster (imagem que abre esse post, final da década de 80) porque as meninas tinham uniformes mais reveladores. Não caracterizam Cutie Honey (mangá de Go Nagai na década de 70) como uma obra inferior só por causa da cena de nudez e a super-exploração da sexualidade da protagonista. Mas por que então desprezam obras como Queen’s Blade, Kampfer, a série Monogatari, dentre outros?

fanservice_poderosA maneira de se lidar com o fanservice mudou. Os produtores perceberam que fanservice vende. Então, por que não fazer uma série inteira dedicada à isso?

— Ah, mas como fazer fanservice para uma série que não tem fãs ainda?

— Ora, se considerarmos que todo mundo é fã de ver meninas de biquíni fazendo qualquer coisa que seja, acho que podemos dizer que estamos fazendo um serviço a esses fãs, não?

— Claro! Faz todo o sentido.

Pode parecer coisa de maluco pensar assim, mas não creio que a realidade seja muito diferente disso.

O grande problema dessa questão para mim é que animes criados unicamente para explorar esse lado sexualizado da coisa raramente investem em contar uma boa história ou ter bons personagens. Eles se apoiam no fato de que só por ter um par de peitos balançando na tela ele já vai vender o suficiente para dar lucro, o que tá bom. Perde-se todo e qualquer valor atrelado aquelas obras se não o de agradar a imaginação de adolescentes babões (ou adultos babões, vá lá).

Peguemos o exemplo de Kill la Kill, um anime que tem causado uma certa polêmica recentemente por causa de seu fanservice. Você percebe que, apesar dele estar ali a todo momento, ele está integrado com a história e com aquele universo. Não é uma coisa aleatória jogada SÓ para satisfazer a otakaiada. Tem uma motivação por trás e todo aquele papo de aceitação e por ai vai. A questão é que o fanservice não controla a história, mas a história o controla.

fanservice_killlakill

Mas vou ser sincero com vocês. Não me importo muito quando vejo séries se dedicando inteiramente ao fanservice. Eu não as assisto pois não quero perder meu tempo com elas tendo tantas outras séries que me interessam muito mais na lista de espera. Entretanto, eu não as condeno. Elas são séries feitas com o claro propósito de explorar o lado do fanservice. Quem vai assistir uma série dessa só o faz porque sabe o que vai receber. High School of the Dead, High School DxD, Queen’s Blade, Kampfer, etc… todos sabem o que vão encontrar. Acontece, inclusive, situações em que certas séries que a principio seriam puro fanservice se mostrando até bem legais, como foi o caso de Mayo Chiki para mim. Uma série recheada de conteúdo sugestivo, mas que se destaca por ter um desenvolvimento de personagens interessante e uma boa dinâmica entre eles.

O tipo que me incomoda mesmo é aquele inserido de maneira abrupta numa série qualquer sem ter nenhum motivo aparente e que prejudica a mesma. Nessa categoria existem dois tipos:

1) Fanservice que aparece, comumente num episódio dedicado só a isso,  entre dois momentos importantes e mais dramáticos do plot de uma série.

2) Fanservice que aparece justamente no meio de uma cena bem dramática no climax do episódio ou da série.

Infelizmente, nesse quesito, mais do que qualquer outra coisa, a discussão entre qual é o “menos pior” é realmente interminável. Pessoalmente eu acredito que o que menos me incomoda é o 1º caso. Ele serve muitas vezes ao seu propósito de “desestressar” antes de situações mais dramáticas que estão por vir ou que acabaram de terminar. Ainda assim, não dá para condenar quem prefere o 2º caso, já que era um recurso muito usado por Osamu Tezuka, que no ápice de seus dramas colocava uma piadinha aqui, uma careta alí e que funcionavam da mesma forma que os peitos surgindo do nada nos clímaxes de Fairy Tail.

fanservice_hsotd

E aí é que vem a questão chave de toda essa discussão que dá pra preencher horas e horas e horas de discussão na mesa do otakubar: o maior problema do fanservice não é ele existir, ou existirem séries dedicadas só a isso, e etc, mas ao simples fato da indústria como um todo estar “investindo” nesse tipo de material com garantia de “lucro certo” e deixando de lado conteúdos mais interessante, porém mais arriscados. Ainda tem o fato de que a maioria das séries que foca nesse aspecto, esquece praticamente todos os outros. Poucas tem uma boa história e menos ainda tem personagens bem desenvolvidos. Tudo se resume a peitos e bundas e é isso que eles vão mostrar.

Obviamente existem exceções. Kill la Kill é uma delas, Shokugeki no Soma está cada vez mais legal e fazendo cada vez mais sucesso, One Piece também tem lá sua dose (ou a Nami ficar agora 24h de biquíni foi uma “progressão natural”, rs),  Macross Frontier também sofreu um pouco por causa de seu fanservice, mas logo foi assimilado e até colocado como bom exemplo de uso do mesmo…

Se já não bastasse tudo isso que eu falei aqui e o fato de existirem ainda uma infinidade de coisas para se comentar (que deixariam esse post tão intragável como uma tese de mestrado), a percepção do fanservice como aceitável ou não vai muito do pessoal de cada um. Para alguns, se é uma série com fanservice, já é imediatamente ruim. Para outros, pode ter um pouquinho aqui e ali que não tem problema se não incomodar. E tem aqueles que só veem séries com fanservice.

Fanservice é algo que sempre esteve e acredito que sempre estará presente nos animes e mangás. Cabe a cada um de nós aceitá-lo de uma maneira ou de outra. Mas eu já cansei de escrever. Provavelmente nunca mais farei um post onde eu escrevi tanto a palavra “fanservice” como esse. Quero saber a opinião de vocês sobre o tema. O que acham? Como encaram o assunto? Deixem suas opiniões nos comentários! Pois esse assunto nunca acaba…

Essa semana o pessoal do Manga² resolveu lançar em sua […]

JBC traz livro de Densha Otoko para o Brasil!

densha_otoko_book

Sem nenhum indício prévio, a JBC pega a todos de surpresa com um novo livro nipônico: Densha Otoko. O anúncio foi feito através do blog Painel de Letras da Folha de São Paulo. O lançamento se dará na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, onde a editora também planeja lançar a volta dos Combo Rangers, de Fábio Yabu.

Para quem não conhece esse clássico moderno da era da internet no Japão, Densha Otoko foi publicado pela primeira vez em 2004 contando a história de um tremendo otaku que, após ver uma mulher ser assediada no metrô por um velho bêbado decide tomar coragem para ajudá-la. Um romance floresce, mas como um otaku como ele poderia conquistar uma mulher como ela, rica e muito bonita? Ele recorre então à única alternativa que conhece, o fórum online 2channel. É o começo de uma divertida e emocionante história de amor entre Densha Otoko, ele, e Hermés, ela.

Apesar do livro ter se tornado um best seller, inclusive em várias partes do mundo, ter sido adaptado em três séries de mangá e um filme, a maioria das pessoas tomou conhecimento da história pela série de TV feita em 2005. Inclusive eu! Sem dúvida uma das histórias de amor mais emocionantes que já tive o prazer de acompanhar. Recomendo fortemente que, caso ainda não tenham visto, vejam. A abertura até hoje ainda tem um forte impacto em mim.

Fico muito feliz da JBC ter decidido trazer o livro original para o Brasil. Vou poder revisitar essa história que tanto gosto, agora numa mídia diferente. Não vejo a hora de poder comprar e ler! Espero que a JBC entre de maneira regular no mercado de livros trazendo cada vez mais títulos interessantes para nós!

Atualização:

A editora já havia mencionado que iria trazer Densha Otoko para o Brasil em 2008, mas além de parecer se tratar do mangá (que nunca chegou), fazer esse lançamento cinco anos depois foi uma verdadeira surpresa!

Sem nenhum indício prévio, a JBC pega a todos de […]

Watamote – Primeiras Impressões

watamote_01_001

Sabem aquela sensação de quando você acaba de assistir a um primeiro episódio e sabe que está diante de uma excelente série? Então, foi assim que eu me senti com Watamote, ou, para os que curtem títulos gigantes, Watashi ga Motenai no wa Dou Kangaete mo Omaera ga Warui!

Kuroki Tomoko é uma garota tímida e reclusa que gastou boa parte do seu ensino fundamental com otome games, jogos de simulação de relacionamento para garotas. Porém, agora que ela está entrando no ensino médio, está decidida a passar sua popularidade dos jogos para a vida real. Um objetivo nada fácil de se alcançar.

Mas apesar de difícil, será bem engraçado de se acompanhar.

watamote_01_002

Se vocês leram meu guia de sugestões e apostas da temporada, sabem que eu sugeri Watamote porque ele tratava do fandom e, como eu tenho sempre interesse em ver como as histórias retratam esse público, era assistida certa. Porém, eu sabia que poderia existir algo além. A fama de Watamote era muito grande nos diversos meios com os quais eu interajo. Mas para variar, eu nunca fui a fundo no material original para buscar um pouco mais sobre (maldita falta de tempo).

Porém, ao assistir ao anime, eu fico grato de ter esperado. Primeiro poque eu pude finalmente conhecer essa sensacional personagem que é a Kuroki. Cara, se pararmos para pensar na situação dela, é algo bem triste. Na verdade bem triste mesmo! Uma menina reclusa que tem um forte fobia social e que não consegue nem falar um “oi/tchau” para outras pessoas devido a tanto tempo só interagindo digitalmente. Mas o anime usa isso como uma espécie de humor negro.

Afinal, Kuroki é uma das pessoas mais loser que vocês jamais viram. E é sobre os olhos dela que vamos acompanhar a história. É nesse ponto que entra o excelente trabalho da equipe técnica, o segundo motivo pelo qual eu fico grato de ter esperado.

watamote_01_003

A produção do anime conseguiu fazer um trabalho impecável na criação desse universo em que somos jogados. Ele é caótico e energético. Muitas pessoas não tem rostos pois não é isso que importa para a personagem principal, só o que eles dizem, ou a parte que ela considera importante do que eles dizem… afinal, por todo lado que ela anda as pessoas só falam de relacionamento, namoro, beijo, karaokê, etc.

A fantasia criada por Tomoki ao seu redor, seja nos seus momentos de viagem mental, se imaginando uma linda mulher, até desabar ao encarar a dura realidade no espelho, ou até mesmo em situações comuns, gerando momentos que deixariam Light e suas potato chips intrigado, tomam proporções ainda maiores sob a direção de Shin Oonuma (que não a toa dirigiu Baka to Test, outro anime que faz excelente uso de recursos visuais).

Em resumo, para não me estender demais, Watamote é um anime denso e pesado, tratando de uma temática bem delicada, como a depressão e fobia social, mas ao mesmo tempo, é leve e divertido. Competência do diretor e do material original. Para mim, uma das melhores adaptações de 4-koma (mangá feito por tirinhas de 4 quadros) que eu já vi. Espero fortemente que mantenha o nível até o final. Uma das melhores estreias da temporada e, com certeza, uma das mais interessantes.

Obs: Abertura e Encerramento SENSACIONAIS nesse anime.

Leia também:

Primeiras Impressões de Watamote no XIL

Confira o ÍNDICE DE PRIMEIRAS IMPRESSÕES VERÃO 2013

Confira o GUIA ANIKENKAI VERÃO 2013 para sugestões e apostas

Sabem aquela sensação de quando você acaba de assistir a […]

Kuroko no Basket Volta a Ser Autorizado em Eventos

kuroko no basket de volta

A administração do Tokyo Big Sight, o mais famoso pavilhão de eventos otakus do Japão e lar da enorme Comiket, divulgou um pronunciamento dizendo que irá autorizar que eventos relacionados ao mangá/anime Kuroko no Basket voltem a fazer parte de seu calendário a partir de Maio.

A proibição começou quando ameaças ao autor começaram a atingir níveis preocupante com líquidos e pós-brancos sendo enviados a ele e a outras locações relacionadas a Kuroko no Basket. A comunidade de fãs e os organizadores de grande eventos entraram em estado de alerta prevendo um possível ataque em massa, mas a proibição foi a solução encontrada.

Hoje, cerca de seis meses Os fãs podem finalmente respirar um pouco frente a essa nova decisão do Tokyo Big Sight, que deverá ser seguida por todos os outros centros de convenções. Nada mais de risco de cancelamento e mesas vazias na Comiket ou eventos cancelados na Jump Festa. Kuroko está de volta… isso se o maluco revoltadinho não resolver atacar de novo.

>> 【黒子のバスケ:脅迫事案】東京ビッグサイト、5月以降のイベントについて何も無ければ通常開催へ

A administração do Tokyo Big Sight, o mais famoso pavilhão […]

Lucky Star comemora 10 anos e volta com Spin-off!

e7696b18-s

“AAAHH!! Era tudo que eu estava desejando!!! Depois de 10 anos Lucky Star voltar chutando bundas”
– desejo de Konata Izumi

Lucky Star está para completar 10 anos desde seu lançamento em mangá! A série foi um verdadeiro fenômeno e pegou o universo otaku de jeito popularizando, e muito, animes moe (em geral, garotas fofinhas fazendo coisas fofinhas). Para comemorar esse 10º aniversário, um spin-off foi produzido e já está previsto para estrear na temporada de Primavera desse ano: Myakawake no Kuufuku (A fome da família Myakawa)!

Continue lendo

“AAAHH!! Era tudo que eu estava desejando!!! Depois de 10 […]

Eu queria que fizessem um anime/mangá sobre otakus ocidentais…

otaku1

“Otakus são o orgulho da cultura Japonesa!”

Uma das temáticas que mais me chama a atenção nos animes/mangás/etc é a de retratar o próprio universo de fãs de cultura pop japonesa. Me chama a atenção ver como os japoneses enxergam a si mesmos nesse contexto. Meu mangá favorito, Genshiken, trata muito bem esse assunto dando uma pegada menos fantasiosa e mais verossímil. Há muito tempo vem crescendo uma vontade de poder assistir a alguma obra que tratasse sobre esse universo, mas fora do Japão. Algum anime/mangá que botasse o foco nos otakus ocidentais.

Continue lendo

“Otakus são o orgulho da cultura Japonesa!” Uma das temáticas […]

Comic Market 83 pode ser cancelado devido a AMEAÇA!

Os organizadores do Comic Market, maior evento de doujinshis (mangás feitos por fãs e amadores, na maioria das vezes com cunho sexual) do mundo, receberam uma carta contendo ameaças caso o evento de fato aconteça. Estas ameaças provavelmente estão ligadas às feitas ao autor de e a coisas relacionadas a Kuroko no Basket nos últimos tempos. O motivo para tudo isso é que o Comiket 83 (abreviação de Comic Market), marcado para 29 a 31 de Dezembro no Tokyo Big Sight (foto)  receberia muitos círculos (grupos de fãs que publicam juntos um doujinshi) com temáticas de Kuroko no Basket.

A Comiket é um evento importantíssimo para a comunidade otaku do Japão. Não só por eles poderem comprar mangás com suas personagens em situações um tanto “incomuns”, para dizer o mínimo, mas por quê muitos mangakás de respeito hoje começaram fazendo doujinshis. O principal exemplo é Ken Akamatsu, autor de Love Hina e Negima que assumidamente diz ter começado fazendo doujinshis com seu clube da faculdade. Outro, que dizem ter saído dos doujinshis, é Ohba Tsugumi, autor de Death Note e Bakuman.

Vamos acompanhar com afinco o desenrolar dessa história pois o evento está com risco de ser cancelado caso a segurança dos presentes não seja garantida. Radicalismos nunca são bons e dessa vez os fãs de Kuroko no Basket, infelizmente, estão tendo esse exemplo em seu próprio meio… e que agora está ameaçando um público bem mais geral.

Eu raramente posto notícias aqui no Anikenkai, como vocês sabem, mas as vezes elas se fazem necessárias, afinal, é sempre bom manter os leitores informados sobre o que está acontecendo dentro desse nosso “universo”. Então é capaz de mais e mais notícias como essa chegarem por aqui.

Os organizadores do Comic Market, maior evento de doujinshis (mangás […]

A Monotonicidade do Fandom Contemporâneo

De repente esse lugar parece tão animado…
Será porquê a Kasukabe está aqui?
… eu imagino se é assim que o Genshiken era…
até o ano passado…

Essa passagem é do último capítulo publicado de Genshiken, 78. Nela Hato se surpreende com a vivacidade do grupo ao ver os antigos membros reunidos. A surpresa vem da comparação com o atual grupo de membros que, de certa forma, se parecem demais, o que deixa as coisas um tanto monótona.

Eu terminei o capítulo e essa cena ficou na minha cabeça. Claro que pela nostalgia de ver o antigo grupo (quase) todo reunido, mas também por quanto essa situação se parece com o mundo real. Há tempos eu venho percebendo uma certa monotonicidade pairando pelo nosso fandom.

Não faz muito tempo atrás, os grupos de fãs eram formados pelo interesse comum em animes e mangás, não importando quais esses eram. Já bastava o cara gostar de animes e mangás pra acontecer uma conexão. Isso gerava grupos bem heterogênicos que trocavam ideias e discutiam sobre vários e vários assuntos. Tal qual era o primeiro grupo do Genshiken.

Lá tínhamos um otaku viciado em mechas, outro em cosplay, outro em jogos de luta e por aí vai. O grupo atual, no entanto, está junto pelo único e simples motivo de serem todas(os) fujoshis (vamos excluir o kuchiki da brincadeira). A principio essa homogeneidade de gostos seria algo positivo. Os membros poderiam ficar bem a vontade e discutir sobre seu hobby sem restrições ou sem outros assuntos “atrapalhando”.

Porém, o que acaba acontecendo e é percebido por Hato na passagem acima retratada é que essa homogeneidade acaba gerando uma monotonicidade nas interações do grupo. As pessoas pensam igual demais para terem uma discussão mais profunda sobre o assunto ou para saírem da zona de conforto e abrirem seus horizontes.

Voltando à realidade, podemos facilmente perceber isso em alguns círculos sociais no fandom. Inúmeras pessoas se fecham em seus próprios gostos e não aceitam opiniões contrárias ou diferentes das suas. Se juntam tendo em vista esse gosto comum e não aceitam outros.

Quando passamos a interagir não por sermos fãs de animes e mangás, mas por acharmos, por exemplo, que Naruto é o maior mangá já feito na história do mundo? E pior ainda, quando paramos de aceitar interações com pessoas que não acham isso? Uma coisa é você se identificar com alguém por causa de um gosto em comum, a outra é você excluir outra pessoa que não partilhe desse gosto em específico (mas compartilha de um gosto ainda maior que são os animes e mangás).

Isso, infelizmente, é uma das maiores falhas do nosso fandom. Nós substituímos a discussão pelo comodismo. Ficamos confortáveis com nosso status quo comum e fechamos nossa cabeça para coisas novas, para novas opiniões, etc. Dessa forma acabamos por anular uma característica que exaltamos tanto quando fazemos propaganda de nosso hobby, a pluralidade de assuntos abordados pelos animes e mangás.

Gostaria de saber a opinião de vocês sobre isso pois eu sou adepto de uma boa discussão e de conhecer e aprender coisas novas. Então não se acanhe para comentar.

De repente esse lugar parece tão animado… Será porquê a […]