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Uma análise mais calma do anúncio de “Genshiken Nidaime”…

Há cinco dias li a notícia mais inesperada de toda a minha vida (depois da morte do Michael Jackson), Genshiken receberá uma continuação. Claro que fiquei muito feliz e logo vim aqui para o blog postar a notícia e dizer ao mundo como eu era grato por Kio Shimoku ter atendido a meus pedidos (desde o fim da série original e reforçada com o lançamento do capítulo extra no final de 2009).

Porém, tendo passado esse tempo e com ele o choque inicial, me sinto melhor para analisar a notícia da década.

Após o final de Genshiken, Kio Shimoku partiu numa nova jornada… escrever um mangá sobre uma mãe jovem e solteira que acaba de ter seu filho. O assunto por si só já é bem alternativo e a maneira ultra-realista que Kio Shimoku tratou do recém-nascido, tanto no traço quanto na abordagem, acabou não atraindo tantos leitores mesmo tendo uma boa qualidade. O mangá se chama Jigopuri e só teve dois volumes publicados.

Com o final prematuro do mangá, já era sabido que Kio estava a procura de outro projeto, mas o que ninguém esperava era que este seria Genshiken Nidaime (ou Genshiken 2º). Parece que a recepção dos fãs ao Capítulo 56 (cap. especial que saiu junto do box da 2ª Temporada da série animada no Japão) foi boa o suficiente para motivar Kio a dar continuidade à série. Mas como ela seria? A “fórmula” será a mesma? Os novos personagens agradarão? Não é só mais um caça-níquel porque as contas chegaram e Kio-sensei não tem como pagar? É a algumas dessas perguntas que tentarei responder nesse texto.

Quanto a história, cabe a nós analisar baseado no que vimos no Capítulo 56. E desde já coloco que a formula original não será seguida. A explicação é simples. Para começar, se compararmos o c.1 com o c.56 a maior diferença é o fato de que no começo da série, o clube era composto de uma maioria masculina, enquanto que no final ele é de maioria feminina. Essa mudança por si só já irá render situações completamente novas e não exploradas na série anterior.

Outro fato interessante é que durante os 55 capítulos da série original, os personagens se desenvolveram de tal forma que não podem mais ser taxados como otakus padrão. Muita gente gosta de dizer que isso acabou afastando o publico original da série que não consegue mais se identificar com os personagens. Apesar deu discordar de algumas coisas, é realmente visível a mudança nos personagens, porém há de se ver também que isso não aconteceu do nada. O grupo evoluiu durante  a série. Os membros antigos foram influenciados e influenciaram os novos. O fator entrópico que era a Kasukabe acabou acelerando essa reação e de fato no final da série os personagens são muito mais auto-confiantes e não ficam amarrados nas diferenças entre otakus e não-otakus. Não são mais pessoas que não conseguem falar com mulheres por causa de seu estilo de vida. Essa divisória social ficou pra trás no decorrer da série.

No entanto, os membros se formaram, estão trabalhando, provavelmente só aparecerão de vez em quando e não todo capítulo. Novos membros apareceram no c.56, membros crús que não participaram do desenvolvimento conjunto que aconteceu desde que Sasahara abriu a porta do clube até a sua graduação. Sendo assim, caberá à Ogiue, remanescente da “geração” anterior, liderar esse novo grupo de membros ao lado da Ohno. Ela irá ser o Sasahara da nova série. Mas ao mesmo tempo que ela assumirá o papel do seu namorado, ela o fará de maneira diferente, pois eles são diferentes.

Quero amarrar uns pontos quanto aos novos personagens aqui. Muitos comentaram que não irão estar familiarizados com os novos personagens. Que não terão a mesma empatia que tinham com o grupo anterior. Nesse ponto, eu só posso deixar um lembrete “o grupo anterior um dia também já foi algo novo”…

Genshiken Nidaime pode ou não ser uma consequência da falta de sucesso de Jigopuri, nunca saberemos ao certo, mas temos que confiar na habilidade de Kio Shimoku em lidar com os personagens de Genshiken. Eu acredito plenamente que ele não embarcaria nesse novo projeto se não tivesse algo em mente preparado para nós. Minhas expectativas são as melhores para esse mangá.

Há cinco dias li a notícia mais inesperada de toda […]

MBB Anikenkai LIVE! #03

É com muito prazer que eu trago o 3º programa do MBB Anikenkai LIVE!. O programa dessa semana me agradou bastante. Tanto em forma como conteúdo. Espero que vocês também gostem e não deixem de comentar.

httpv://www.youtube.com/watch?v=8A9DrcRN8oc

Programa semanal sobre animes, mangás e nerdíces nipônicas em geral. O programa é apresentado por Diogo Prado, autor do blog MBB Anikenkai ( http://www.mbbanikenkai.com )

Nesse programa:

– Heartcatch Precure
– Nana Mizuki
– Anime Records
– Nerdcast sobre “Autores”

Anime Records #1 – http://gyabbo.wordpress.com/2010/06/2…
Vídeo de um show da Nana Mizuki – http://www.youtube.com/watch?v=oUydAM…
– Nerdcast “Profissão: Autor” – http://jovemnerd.ig.com.br/nerdcast/n…

Até o próximo programa!

É com muito prazer que eu trago o 3º programa […]

"The Melancholy of Haruhi-chan" e "Nyorōn Churuya-san"

Vocês provavelmente conhecem Suzumiya Haruhi no Yuutsu, ou A Melancolia de Haruhi Suzumiya, um anime um tanto quanto excêntrico porém bem divertido. Você provavelmente assistiu a primeira temporada e sofreu assistindo a segunda e seu “Endless Eight”. Contudo, poucos conhecem dois spin-offs que foram exibidos entre as temporadas.

Ao final da primeira, ninguém sabia que haviam planos para uma segunda e, para acalmar os ânimos dos fãs, foram produzidas dois ONAs (Original Net Animation, como se fossem OVAs, só que na internet) spin-offs da série principal e que não fazem parte da sua já confusa cronologia. Ambos foram exibidos em japonês e com legendas em inglês através do Youtube.

O primeiro deles foi The Melancholy of Haruhi-chan que trazia todos os personagens da série em versões menores, porém com personalidades ainda mais exageradas. Para acrescentar mais pimenta na mistura, a Yuki agora joga eroges (jogos hentai), a Mikuru está ainda mais emotiva, a Haruhi ainda mais impulsiva e explosiva, o Koizumi nutre uma certa paixão interior pelo Kyon, que aparentemente é o único que se manteve o mesmo.

Ao todo tivemos um total de 25 episódios com duração média de 5 minutos cada. Pessoalmente eu acho a série muito divertida e a taxa de otakuzice por episódio atinge nível altíssimos. Confira abaixo o primeiro episódio:

httpv://www.youtube.com/watch?v=aD7NcCRG6_o

Porém, como dito, não foi feito só um spin-off, mas sim dois. Se em The Melancholy of Haruhi-chan a taxa de otakuzice por episódio era alta, em Nyorōn Churuya-san ela chega a níveis PERIGOSOS!

Dessa vez, a história é focada na Churuya-san, versão reduzida da energética Tsuruia, da série original. Churuya adora queijo defumado e o resto dos personagens da série, que agora aparecem como coadjuvantes, se aproveitam disso pra brincar com a coitada da menina. E ela, facilmente enganável, não vai desistir de lutar pelo seu amado queijo defumado.

Você leu a sinopse, não? Então assista o primeiro episódio, e os subsequentes, por sua própria conta e risco. Eu, novamente, os considero episódios divertidos e completamente nonsense. Assista abaixo o 1º de um total de 13 episódios.

httpv://www.youtube.com/watch?v=iGWn4cnJXU4

O resto dos episódios pode ser encontrado no canal watchanime100. Se ainda não conheciam, espero que gostem dos ONAs ou, pelo menos, que acrescentem um pouco mais de conhecimento animístico ao seu repertório.

Até o próximo post.

Kyoto Animation

Vocês provavelmente conhecem Suzumiya Haruhi no Yuutsu, ou A Melancolia […]

“The Melancholy of Haruhi-chan” e “Nyorōn Churuya-san”

Vocês provavelmente conhecem Suzumiya Haruhi no Yuutsu, ou A Melancolia de Haruhi Suzumiya, um anime um tanto quanto excêntrico porém bem divertido. Você provavelmente assistiu a primeira temporada e sofreu assistindo a segunda e seu “Endless Eight”. Contudo, poucos conhecem dois spin-offs que foram exibidos entre as temporadas.

Ao final da primeira, ninguém sabia que haviam planos para uma segunda e, para acalmar os ânimos dos fãs, foram produzidas dois ONAs (Original Net Animation, como se fossem OVAs, só que na internet) spin-offs da série principal e que não fazem parte da sua já confusa cronologia. Ambos foram exibidos em japonês e com legendas em inglês através do Youtube.

O primeiro deles foi The Melancholy of Haruhi-chan que trazia todos os personagens da série em versões menores, porém com personalidades ainda mais exageradas. Para acrescentar mais pimenta na mistura, a Yuki agora joga eroges (jogos hentai), a Mikuru está ainda mais emotiva, a Haruhi ainda mais impulsiva e explosiva, o Koizumi nutre uma certa paixão interior pelo Kyon, que aparentemente é o único que se manteve o mesmo.

Ao todo tivemos um total de 25 episódios com duração média de 5 minutos cada. Pessoalmente eu acho a série muito divertida e a taxa de otakuzice por episódio atinge nível altíssimos. Confira abaixo o primeiro episódio:

httpv://www.youtube.com/watch?v=aD7NcCRG6_o

Porém, como dito, não foi feito só um spin-off, mas sim dois. Se em The Melancholy of Haruhi-chan a taxa de otakuzice por episódio era alta, em Nyorōn Churuya-san ela chega a níveis PERIGOSOS!

Dessa vez, a história é focada na Churuya-san, versão reduzida da energética Tsuruia, da série original. Churuya adora queijo defumado e o resto dos personagens da série, que agora aparecem como coadjuvantes, se aproveitam disso pra brincar com a coitada da menina. E ela, facilmente enganável, não vai desistir de lutar pelo seu amado queijo defumado.

Você leu a sinopse, não? Então assista o primeiro episódio, e os subsequentes, por sua própria conta e risco. Eu, novamente, os considero episódios divertidos e completamente nonsense. Assista abaixo o 1º de um total de 13 episódios.

httpv://www.youtube.com/watch?v=iGWn4cnJXU4

O resto dos episódios pode ser encontrado no canal watchanime100. Se ainda não conheciam, espero que gostem dos ONAs ou, pelo menos, que acrescentem um pouco mais de conhecimento animístico ao seu repertório.

Até o próximo post.

Kyoto Animation

Vocês provavelmente conhecem Suzumiya Haruhi no Yuutsu, ou A Melancolia […]

O desenvolvimento de Kanji Sasahara

Depois do post inicial sobre Genshiken, achei que seria legal começar uma sequência de análises de alguns dos principais personagens. A idéia me veio à cabeça pois vi que, através do estudo, se é que posso chamar assim, em cima desses personagens os leitores poderiam fazer uma análise de si mesmos e de sua relação com seu hobby.

Kanji Sasahara, antes de entrar na universidade, vivia longe dos grandes centros do Japão. Seu acesso a animes, mangás e otakuzices em geral era limitado. Ele nunca havia visitado Tóquio, tido um computador próprio ou comprado um dojinshi. Quanto a sua relação com outros otakus, apesar do mangá não deixar claro, há a idéia de que ele era isolado em seu hobby e não compartilhava seus gostos com seus colegas. Esse pode ter sido um dos motivos de Sasahara ter se tornado um garoto muito reservado e calado.

Quando entra na faculdade e visita a Feira de Clubes (onde os clubes da universidade se apresentam para os calouros), Sasahara hesita bastante antes de dar uma olhada no Genshiken e, mesmo depois de visitar o estande do clube, demora algumas semanas para efetivamente visitar a sala do grupo. Tal atitude só mostra como o personagem era inseguro com relação a si mesmo.

No decorrer da série, no entanto, após começar a frequentar o Genshiken, Sasahara passa a ficar mais confiante e se aceitar como otaku. Porém, a mudança não ocorre de imediato, ela é gradual e a cada capítulo podemos observar seu desenvolvimento. Em pontos como esse que percebemos a excepcional competência narrativa de Kio Shimoku (autor de Genshiken).

No início de sua convivência com os outros membros, ele sempre se via em situações que tinha que optar ou por continuar calado e fechado  ou por aproveitar as oportunidades do momento. Essas constantes indagações começaram a fazer com que ele percebesse que não precisava se esconder dos outros pois eles não passavam de otakus como ele. Essa epifania já ocorre logo no primeiro volume e dá início a uma série de mudanças que se potencializam quando Sasahara se torna o 3º presidente do Genshiken.

Quando Sasahara aceita a proposta de se tornar presidente vinda de Madarame, ele passa para uma segunda fase de sua vida onde não só vai ganhar mais confiança, mas como também desenvolverá uma força de vontade que nem ele sabia possuir.

No decorrer da série, Sasahara acaba conseguindo um emprego como editor de mangás, fruto de seu empenho na produção do primeiro dojinshi do clube durante sua presidência, e também consegue estabelecer um relacionamento amoroso com Ogiue. Nesse ponto, vale observar que Sasahara já não é mais o mesmo personagem do início do mangá. Autoconfiante, entusiasmado, ativo, responsável, sua relação com a Ogiue é a maior prova disso. Sua maturidade em relação a si mesmo faz com que ele consiga lidar com os problemas dela e entendê-la de uma maneira que só ele conseguiria.

Os capítulos finais, focados no relacionamento entre os dois, são uma das melhores sequências que eu já vi em um mangá. Durante toda a série, Sasahara é o personagem com que o leitor acaba tendo mais intimidade. É através do olhar dele que a história se desenvolve, nos permitindo acompanhar de perto esse desenvolvimento.

Esse é só um dos pontos que fazem Genshiken ser uma das minhas séries favoritas e uma das minhas maiores influencias na maneira como penso a respeito do meu hobby. A relação de seus personagens com nós, otakus da realidade, é inevitável e isso só torna a história ainda mais interessante.

Não deixem de comentar e até o próximo post!

Depois do post inicial sobre Genshiken, achei que seria legal […]

O que é o Genshiken?

Para começar essa série de posts, achei prudente explicar o que é o Genshiken. Não estou falando da obra Genshiken, mas sim do clube da fictícia Universidade Shiiou em Tóquio. O nome é uma abreviação para Gendai Shikaku Kenkyuukai que significa Sociedade para o Estudo da Cultura Visual Moderna. Basicamente um clube de nerds que tinha como intuito  trazer para um só lugar conteúdo de animes, mangás e video-games.

Porém, com o tempo, outros clubes passaram a fazer o mesmo, pois as diferenças entre essas áreas estavam diminuindo. O Genshiken acabou por se tornar um local onde os membros usavam para passar tempo e não mais se empenhavam em realizar atividades com seu objetivo inicial. Acabou se tornando um clube onde iam parar os nerds que não conseguiam se encaixar nos outros.

Apesar de sua história vanguardista, o Genshiken perdeu importância e respeito. Seus membros eram vistos como meros otakus preguiçosos que não faziam nada o dia inteiro. E de fato o era. Pelo menos até o ponto em que começa o mangá, na primavera de 2002 (as datas são referencias dentro da história e não do mundo real). Foi nesse ano que o Genshiken, antes composto por Harunobu Madarame, Souichiro Tanaka, Mitsunori Kugayama e o Presidente (o nome dele nunca foi revelado), recebeu três novos membros: Makoto Kousaka, Saki Kasukabe (até o momento só acompanhando o namorado Kousaka) e o personagem principal da série, Kanji Sasahara.

O mangá começa nesse ponto pois, além dele ser a entrada do protagonista no clube, foi a época em que o Genshiken começou a sofrer mudanças que afetariam a vida de todos aqueles otakus que estavam confortáveis com sua posição a par da própria sociedade otaku. O clube recuperaria uma identidade própria. Da mesma forma como antes os membros do clube tinham liberdade para escolher que mídia se dedicar e compartilhar com os colegas, o Genshiken agora seria mais que isso. Seria um lugar onde os membros poderiam discutir abertamente sobre seus hobbies. Sem preconceitos, sem imposições. Liberdade para serem o que são e não o que outros acham que eles devem ser.

Para falar como isso acontece temos que analisar muitos pontos dessa série que me agradou por ser uma história quase tangível. Quase uma extensão da realidade em que muitos de nós vivemos. Por isso, espero que vocês continuem a acompanhar essa série de posts que, repito, não será interessante só para leitores e fãs de Genshiken, mas para todo o fandom.

Até o próximo post.

Para começar essa série de posts, achei prudente explicar o […]

A Sociedade Para o Estudo da Cultura Visual Moderna

Comecei esse post com o intuito de falar sobre a nova temporada de K-ON. Porém, antes do final do primeiro parágrafo, me peguei olhando para minha coleção do mangá Genshiken que fica perto do meu computador. Peguei o volume 4 japonês para dar uma folheada e comecei a rir revendo as situações ali presentes. Foi daí que me toquei que o MBB Anikenkai começou há quase 2 meses e eu nunca fiz um post dedicado a Genshiken, meu mangá favorito e um dos motivadores para a criação do MBB Anime Kenkyuukai que, para quem não leu a página “Sobre Nós”, significa Sociedade para o Estudo de Animes do MBB. Viram a semelhança?

Pois bem. Comecei então a pensar no que escrever e as idéias foram tantas que percebi que não caberia em um único post. Por isso, decidi que a partir dessa semana, começarei a escrever alguns posts sobre Genshiken em meio aos posts normais do MBB Anikenkai.

E é importante ressaltar que não estou fugindo do tema principal do blog, muito menos escrevendo para um público específico, fã do mangá e do anime. Genshiken trata sobre o mundo otaku. É um slice of life dos mais sinceros e verossímeis que eu já li. Os assuntos que serão tratados por mim nesses futuros posts não irão ficar presos à Genshiken e a seus personagens, mas sim se expandirão para todo o fandom de animes e mangás podendo inclusive entrar na categoria “comportamento”.

Espero que vocês gostem desses posts e que comentem. Mas não se preocupem. Os outros posts continuarão a aparecer no blog. Inclusive este de K-ON que eu estava planejando escrever.

Até o próximo post.

Comecei esse post com o intuito de falar sobre a […]

Os Dez Mandamentos dos Otakus (por Madarame)

Para quem ainda não sabe, eu sou fã de Genshiken e recentemente adquiri a versão americana do databook da série. Dentre um monte de curiosidades interessantes destaca-se um capítulo chamado Os Dez Mandamentos dos Otakus (por Madarame). Nesse capítulo o uber-otaku Madarame nos mostra as diretrizes de com ser um verdadeiro otaku. Enquanto eu lia e me divertia lembrando dos momentos citados percebi que muitos ali poderiam ser aplicados a nós, Otakus ocidentais.

Um dos motivos pelos quais criei o MBB Anikenkai foi justamente para ter um lugar onde poderia construir uma análise do fandom ocidental, traçar seu perfil e entender sua dinâmica enquanto grupo. Sendo assim, não podia deixar passar essa oportunidade e daí surgiu a idéia para esse post. Analisar esses “10 mandamentos” de uma perspectiva ocidental e não oriental como no databook.

01. Quando estiver comprando fanzines, não olhe para o preço.

Bem, nós raramente compramos fanzines. Sejam eles fanzines adultos ou não. Porém, a idéia desse mandamento é a de que quando estiver comprando algo relacionado a seu hobby, não se importe com o preço. Nem que lhe sobre pouco para o resto, o seu hobby merece prioridade. Digo por experiência própria que já deixei de sair a noite ou comer fora pois tinha gastado meu dinheiro com gibis, video-games, DVDs/BluRays e coisas do gênero. Sei que muitos otakus ocidentais fazem o mesmo pois é uma simples questão de prioridades. O que é mais importante pra você? Sair todo fim de semana ou comprar o blu-ray importado do último filme de Evangelion?

02. Eu não tenho um único exemplar de pornô normal.

Esse mandamento veio da célebre frase de Madarame quando perguntado se ele tinha algo além de hentais. Nesse ponto nem temos como comparar. Os otakus japoneses levam tão a sério seu hobby que deixam de enxergar o mundo a sua volta chegando a casos extremos de só sentirem atração por personagens 2D (como gostam de chamar as personagens de animes e mangás).

03. Aquele é o salão principal. Lá é o nosso campo de batalha.

Apesar de não termos eventos como a Comic Fest e termos que brigar pelos fanzines mais populares, todo otaku/nerd/geek que se preze sente-se realizado por conquistar um item raro para sua coleção ou até mesmo estar na fila para ser um dos primeiros a por as mãos em um novo jogo. Novamente por experiência própria, posso afirmar isso. Lembro detalhadamente de como foi estar em Nova York no dia de lançamento de Street Fighter IV, ter ficado na fila e poder dizer que fui um dos primeiros a colocar as mãos no jogo.

04. Certo… eu tenho que fazer o que eu tenho que fazer.

Um complemento do mandamento anterior. Nossas coleções são uma extensão de nós mesmos, por isso damos valor e lutamos por novos itens. Passamos frio, fome, sono… tudo para ter aquele gostinho de conseguir o que queríamos.

05. Compre agora, pense depois.

Uma verdade universal. Quantas vezes já não fizemos aquela compra online que quando chegou a fatura do cartão ficamos desesperados para arranjar um meio para pagar? Perdi a conta. Nesse ponto não somos nada diferentes dos otakus japoneses. É melhor ter que lutar pra conseguir pagar a fatura do cartão do que se arrepender de ter perdido uma ótima compra.

06. Se eu não fizer, vou sentir como se tivesse fracassado.

Esse é um mandamento bem específico da série. Quando Madarame percebe um pêlo saindo do nariz de Kasukabe ele tem que superar todos os seus medos e se comunicar normalmente com uma garota. Apesar de sermos otakus muito mais sociáveis que nossos companheiros nipônicos, ainda encaramos muitos problemas por causa de nosso hobby como por exemplo explicar para a namorada que não irá sair com ela pois vai ficar jogando video-game online com seus amigos, ou explicar o porque de você comprar gibis com mulheres peitudas se você tem ela alí disponível pra você. Coisas que em qualquer lugar do mundo parece super-normal para nós mas que nunca entrarão na cabeça de nossas mulheres.

07. Ele não para quando está falando sobre isso.

Algum amigo civil (não-nerd/não-otaku) já te perguntou sobre animes, ou games, ou mangás, ou seja lá o que for parte da cultura pop? Você acabou se empolgando mais do que devia e falando mais do que seu amigo esperava ouvir? Pois saiba que isso é normal. Nós gostamos de falar de nosso hobby. Seja aqui ou seja no Japão, é normal nós nos empolgarmos quando falamos do que gostamos. Um surfista adora falar sobre surf. Um skatista adora falar sobre skate. Um otaku adora falar sobre otakuzices, oras.

08. Eu ficarei tão envergonhado se aparecer na Comic-Fest bronzeado.

Aqui não tem como fazer um paralelo. É realmente um mandamento japonês. Trata sobre o fato dos otakus viverem tanto para seu hobby que dedicar tempo para cuidar de sua aparência chega a ser motivo de piada entre os outros otakus. Por aqui nunca vi isso acontecer e espero nunca ver. Amigos otakus e leitores deste blog, cuidem bem de sua saúde e de sua aparência.

09. Você não pode tentar ser um otaku. Você simplesmente acorda um dia e percebe que é um.

A verdade universal dos otakus. Nerds de verdade são aqueles que não fizeram nada para serem, apenas o são. Você não escolhe ser um otaku, você simplesmente é um. Com essa nova onda nerd-chic que vem aparecendo no mundo ocidental, onde ser nerd tá na moda, acaba por atrair pessoas interessadas em “se tornar” um. Um pecado. Nerds são nerds porque são nerds. Vários acontecimentos em nossas vidas nos transformaram no que somos hoje. Por isso não adianta tentar ser uma coisa que não é. Fica a mensagem.

10. O ar aqui está rarefeito demais para um otaku como eu. Eu vou ficar maluco! Vou morrer por falta de oxigênio.

A frase acima foi dita por Madarame quando este estava fazendo compras em Shibuya e Harajuko, centros da moda japonesa. Lugar proibido para um otaku como ele… e como nós também! Se tem uma coisa que eu não suporto são lojas de roupa! Seja a falsidade das vendedoras ou os preços exorbitantes, eu não consigo ficar muito tempo em uma delas. Quando vou comprar uma roupa, entro na loja, dou uma olhada eu mesmo, se eu gostar de algo peço pro vendedor pegar meu número, experimento, se gostar eu compro se não devolvo. Nada mais que isso. Sou só eu? Acho que não.

Pois bem, esses são os Dez Mandamentos presentes no databook de Genshiken e aqui comentados por mim. O post já está gigantesco por isso vou parando por aqui. Comentários são sempre bem vindos.

Até o próximo post.

Para quem ainda não sabe, eu sou fã de Genshiken […]

Quando As Coisas Passam Do Limite

Todos sabemos que os animes nunca estiveram tão presentes em todo o mundo como estão hoje em dia e que é um hobby muito divertido e recompensador de se manter. Porém, infelizmente sabemos também que é um hobby que, em seu país de origem, acaba por ser visto como algo doentio e socialmente repulsivo. Muito desse sentimento é por puro preconceito e falta de conhecimento, mas certos comportamentos de certos otakus japoneses não ajudam na melhoria dessa imagem.

Um exemplo foram os motivos que levaram a Hyogo Kenritsu Nishinomiya Kita High School a postar uma nota em seu site alertando que a invasão da propriedade da escola é crime e que a escola vai começar a registrar queixa na polícia sobre os invasores.

Para quem ainda não entendeu, a escola mencionada acima foi usada como base para a produção do anime Suzumiya Haruhi no Yuutsu do estúdio Kyoto Animation (aka KyoAni). Sim, é exatamente essa escola que é frequentada pelos membros do SOS-Dan. Imagens comparativas como as acima podem ser encontradas no Kanai Sōja@rNote blog.

A escola ainda diz que tirar fotos de seu exterior é uma prática tolerável, mas quando certas pessoas começam a invadi-la em busca de fotos de suas instalações internas, isso se torna crime. Invasão de propriedade privada para ser mais exato, passível de prisão.

Estando em todo o seu direito, é impressionante a escola ter que chegar a esse ponto para os otakus perceberem que estão fazendo algo errado. Não nego que, se eu estivesse no Japão e perto do local também gostaria de conhecer como fã do anime, mas nunca pensaria em entrar na escola sem permissão.

Temos que tomar cuidado com o modo como levamos os nossos hobbys. Sejam eles animes ou qualquer outra coisa. Eles são uma parte importante das nossas vidas sem dúvida, mas nunca devemos exagerar.

Para fechar o post, fiquem com um clip feito pela dubladora da Yuki, Minori Chirara, usando como locação a escola de verdade:

Todos sabemos que os animes nunca estiveram tão presentes em […]