BAKUMAN pela JBC – Uma Avaliação e Comparação Com a Edição Americana

E finalmente BAKUMAN aportou em terras brasileiras. A editora responsável foi a JBC, a mesma que trouxe Death Note, outro mangá da dupla Tsumugi Ohba e Takeshi Obata, para o Brasil.

Eu como fã que sou da série, não poderia de deixar de comprar e dizer minha opinião para vocês, leitores que já conhecem ou ainda vão conhecer as peripécias de Mashiro e Takagi rumo ao sucesso no mundo dos mangakás.

Rapidamente, para quem não conhece, BAKUMAN conta a história de Mashiro Moritaka e Takagi Akito. Dois jovens amigos que decidiram trilhar um rumo diferente dos garotos de sua idade. Eles decidem se tornar mangakás. Mas não qualquer tipo de mangaká. Eles querem publicar na maior revista de mangás no Japão. A Shonen Jump.

BAKUMAN já conta com 14 volumes publicados no Japão. A JBC traz a série no formato tankobon, com 209 páginas e custando R$10,90.

Nesse post, pretendo comparar a nossa edição nacional com a edição americana do mangá. O objetivo disso é avaliar a qualidade do material que veio para o Brasil comparando-o com uma edição que considero de altíssima qualidade. Em busca sempre da melhoria do mercado nacional.

*cliquem nas imagens para aumentar

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Apresentação – Capa e Contracapa

Para começar, vamos falar dos aspectos externos da edição. A capa já foi comentada por mim em um post anterior, mas ao ter a edição brasileira em mãos, vi que os tons usados para imprimir a capa estão saturados demais. Isso fez com que as cores quentes se destacassem demais deixando o contraste com as cores frias exagerado. BAKUMAN tem excelentes capas desenhadas por Takeshi Obata, gostaria que tivessem um cuidado melhor nas futuras edições.

A contracapa, infelizmente, é a padrão da JBC: capa com a mesma arte da contracapa só que com uma tarja com informações como código de barras, preço, faixa etária e logos. Diferentemente, a edição americana traz uma pequena sinopse do que se trata o mangá e um visual diferente da capa.

Páginas Coloridas

Antes de alguém reclamar da falta de páginas coloridas na edição brasileira, elas também não estão presentes nem na americana e nem na japonesa. É padrão aos mangás da Shonen Jump manter as páginas coloridas só para a antologia semanal (onde os capítulos das várias séries saem semanalmente) ou para futuras edições especiais de luxo, conhecidas como kanzenban.

Sendo assim, antes de crucificar a edição brasileira, é bom um pouco de pesquisa.

Impressão e Papel

Nessa categoria, vou ter que falar separadamente de alguns aspectos.

Para começar, vou fazer um elogio à edição nacional e dizer que a impressão está com uma definição muito boa. Gostei de ver como conseguiram evitar o efeito moiré, aqueles quadriculados que ficam quando se redimensiona uma imagem com retícula (diferente da edição de K-ON nacional, infelizmente), como visto na imagem acima.

Porem, nem tudo são flores. Apesar da impressão ter me surpreendido nesse ponto, ela ainda peca pela falta de contraste. Diferente da capa onde o contraste foi acentuado demais, aqui temos o contrário: os pretos e os brancos ficaram mais acinzentados do que deviam. E em alguns momentos, há falhas de impressão, como visto na imagem abaixo, que deveriam ter sido evitadas pelo controle de qualidade.

Concordo que nessa edição esse problema com o contraste até que não incomoda e pode até passar desapercebido se você não tem com o que comparar. Porém, algo que não passa desapercebido é a qualidade do papel usado pela JBC em seus mangás. Papel de gramatura extremamente baixa, basicamente o “bom” e velho papel-jornal. A arte do mangá nesse caso é a maior prejudicada, principalmente com a tonalidade mais acinzentada do papel e também pelo fato dele ser quase transparente, fazendo com que o leitor veja a página de trás ao ler.

Fico feliz que esse cenário parece estar mudando, não pela JBC, mas pela Panini, que trouxe dois mangás muito bem impressos e mostrou que com um leve aumento na gramatura do papel rende um grande aumento na qualidade.

Tradução

Nesse quesito eu tenho que bater palmas para a JBC e para o tradutor Edward Kondo. Fico muito feliz da editora ter dado o tratamento que BAKUMAN merece nesse quesito. Todas as referências estão lá, com respectivas notas de rodapé explicando para os leitores, não há erros de português, regionalismos nem um discurso forçadamente informal. Gostei mesmo. Parabéns JBC e Edward Kondo pelo trabalho.

Conclusão

Provavelmente muitos de vocês já pularam para essa parte da comparação. Mas independente se leram o post todo ou não, deixo aqui explicitamente que recomendo a edição nacional de BAKUMAN. O trabalho de tradução está exemplar e a qualidade gráfica não compromete. Porém, se você realmente gosta de Bakuman e se importa em ter um material com uma qualidade técnica melhor, daí eu diria para você comprar a edição americana ou até mesmo a japonesa.

O Anikenkai aprova e edição nacional de BAKUMAN. Aprova com ressalvas, mas aprova.

E vocês? Gostaram da edição nacional? Ainda preferem comprar a edição americana ou japonesa? Deixe seu comentário!

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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29 thoughts on “BAKUMAN pela JBC – Uma Avaliação e Comparação Com a Edição Americana”

  1. Sem desculpas! Quero cores! Cadê as cores!

    A pergunta que não quer calar agora: eu REALMENTE devo ler Bakuman? Minha vida série menos feliz e completa se eu deixar de ler essa série?

  2. Já que não tenho muita grana pra comprar a edição americana (e também não leio japonês),vou ficar com a brasileira mesmo.
    Sobre o comentário acima: eu acredito que esse post seja para os fãs da série. Não, para os que querem um bom motivo para acompanhá-la (e a desconhecem).

  3. Foi falado no Final sobre dois mangas da panini..quais ?e quando que vai chegar no resto do Brasil..esse negoço de distribuição setorizada é uma bosta

    1. @Igor

      Amiche, os dois mangás em questão são Basilisk e Air Gear. A Panini deu um tratamento melhor às edições desses dos títulos. Temos páginas coloridas e um papel de gramatura um pouco maior.

  4. A diferencia de qualidade entre a edição americana e nacional é claramente visível 🙁 Quem poder compre a americana o/ Mas fico feliz em ver Bakuman em terra nossa 😀

    Sobre a Panini acredito que um desses dois mangás é o Air Gear o//

  5. / Então é por isso que são mais caros XD
    Diferença de 1 real apenas,e mais qualidade é válido ‘-‘

  6. Imaginei…Basilisk eu já tenho e tou indo comprar meu air gear daqui a pouco…só que ninguem ai tem noção de quando vai chegar no resto do BRasil não ?

  7. Não estou com meus volumes de Air Gear e Basilisk da Panini em mãos, mas a gramatura do papel jornal desses títulos me parece ser a mesma dos outros títulos da Panini.

    1. @Panino_Manino

      O pior é que você tem certa razão nesse caso. Se o papel melhorasse já seria uma ENORME melhoria. Porque pelo que eu vi nessa edição de Bakuman, parece que a gráfica quis fazer um bom trabalho com a tinta, mas o papel não aguentou o tranco.

  8. Alguem pode me responder…se vc’s pelo menos tiverem uma noçao me digar quando vai chegar no resto do Brasil ?

  9. Então Did, todos esses mangás publicados aqui sempre tem suas páginas e desenhos borrados e ocasionalmente amassados. O papel não é “cinza” apenas por não ser branquinho, é porque ele se mancha. Fica tudo manchado, então por mais que a gráfica se esforce para deixar a impressão bem definida, com os contrastes certos, ao juntar as folhas e fechar o volume vai tudo por água abaixo.

    Não tem jeito.

  10. Vou comprar a JBC ta fazendo um trabalho mediano com Fairy Tail mas ta dando para leragora Bakuman vou comprar sem duvida nenhuma gosto muitoo Parabens pelo site

  11. Pois é, no ano em que chegar aqui onde moro, eu compro o mangá. Distribuição setorizada é realmente uma droga. Muito boa a matéria! Não vejo a hora de conferir eu mesmo o trabalho de tradução da JBC e fazer uma resenha também. Mas é visível a diferença de qualidade de impressão dos mangás da Panini em relação a JBC (Basilisk está espetacular nesse sentido). Queria muito as páginas coloridas… mas pelo que eu vi, nem mesmo a edição americana possui essa regalia. Uma pena.

  12. Tenho as 2 edições já de bakuman, e achei excelente o trabalho da JBC, diferente de Death Note, que nem precio falar, mas já falando, minhas edições 1,2,3,5 e 13 estão com as páginas todas caindo. E depois de death note tenho trauma em abrir muito qualquer mangá hahaha

  13. eu compro a brasileira, ate assinei ate o volume 12 🙂 mas queria comprar dos eua tb. Em que site eu posso comprar mangas dos EUA? mas quero um site brasiliero… se alguem souber me envia a resposta por e-mail [email protected]

    1. @hirako

      Amiche, site brasileiro eu não conheço, mas a Book Depository (do banner aí ao lado) vende mangás americanos a um excelente preço e com frete grátis para todo o brasil! Recomendo que compre lá. Paga por paypal e tá tudo resolvido. Se só servir loja brasileira mesmo, receio que não serei de muita ajuda.

  14. Ah… Eu não achei a impressão de Bakuman ruim… Se comparar com Death Note (que é difícil encontrar um volume que não tenha páginas soltas) a qualidade esta muito boa. Agora, se não gostarem, eu sinceramente sugiro a japonesa… Pra quê pegar a americana se a parada vem do Japão? =/ Eu também preferiria que a comparação tivesse sido feita com a edição japonesa, para vermos o que tem realmente de diferente entre elas. Quanto à quem não sabe japonês, bem, não é difícil, basta dedicação =) Fica aí um bom motivo para aprender uma nova língua ;D

  15. Eu achei a edição bem legal,e… a série é ótima,agora fica estas pessoas defamando bakuman,este post fala sobre comparações,e não sobre o mangá ser bom ou ruim,antes de reclamar façam um melhor e nos apresentem,caso contrário vão procurar serem mais gentis e respeitar tanto os fans como a editora Jbc!

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