Tokyo Ghoul – Primeiras Impressões

Eu não ia ver Tokyo Ghoul. A sinopse não tinha me atraído o suficiente. Porém, decidi dar uma chance com tanta gente botando fé no anime. Não me arrependi. Tokyo Ghoul teve um primeiro episódio muito bem dirigido, com um roteiro bem desenvolvido e  uma animação acima da média. Teria tudo pra ser um dos destaques da temporada, se não tivesse tão censurado.

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O episódio começa nos apresentando o cenário, Tóquio, onde alguns “ghoul”, monstros que se alimentam de humanos, estão causando problemas ao atacarem em série. O protagonista, Kaneki, entra na história ao conseguir um encontro com uma menina que ele estava interessado, só para descobrir que ela era uma “ghoul” e que o atraiu para uma armadilha. Ele é atacado e quase morre. Porém, graças a um acidente, a menina é morta e médicos tem a genial ideia de usar os órgãos dela como transplante para salvar a vida dele… é, é isso mesmo que você está pensando: o Kaneki se transformou em um “ghoul” após o transplante e agora tem que lidar com a agoniante vontade de devorar carne humana.

Confesso que fui pego de surpresa. Sabia que o anime ia ser pesado, no sentido de ter alta carga de drama, monstros, sangue, etc, mas o que eu recebi nesse episódio foi um roteiro muito bem construído que desenvolveu bem o personagem até ele chegar ao seu status final. Não foi algo simplesmente jogado. Ele só se transforma num “ghoul” depois da metade do episódio e ainda assim nós temos toda uma progressão do seu terror ao descobrir o que havia se tornado. O clímax encerra esse primeiro episódio muito bem.

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Outra coisa que me pareceu interessante foi o fato de que existem diversas facções dentro dos “ghoul” e que elas tem visões diferentes sobre a sua convivência com humanos. Eu sou fã de histórias clássicas de vampiros e o cenário mostrado aqui tem muita inspiração nelas. Os próprios “ghoul” são praticamente vampiros que também comem a carne de suas vítimas, não só o sangue. Sem dúvida há potencial aí para ser explorado.

No aspecto técnico, não há o que reclamar. A animação está acima da média, a narrativa visual acompanha muito bem o roteiro e o design dos personagens está bem feito. O que realmente me incomodou, no entanto, foi a censura. Não é como se ver gente sendo comida por monstros fosse algo que eu gostaria de ver, mas é que em um anime onde o grande foco está no sofrimento do protagonista ao enfrentar o horror da necessidade de comer carne humana, a censura nas cenas mais gore tira muito do impacto. Não é como se você não entendesse o que está acontecendo, mas deixa a desejar.

Claro que esse problema provavelmente vai ser sanado quando o anime chegar em Blu-Ray, então minha sugestão seria esperar até lá. Afinal, ver um anime de terror onde o terror não é mostrado me parece meio sem sentido. Por melhor que ele seja, acho que esperar é a solução.

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Para muitos esse vai ser um dos grandes destaques da temporada. Para mim, não vale assisti-lo com tanta censura assim, então, se eu acabar querendo assisti-lo até o final, vou esperar pelo Blu-Ray. Apesar disso, não tem como negar a qualidade desse primeiro episódio. Se os outros se mantiverem nesse nível, será sim um excelente anime.

Sobre Diogo Prado

Tradutor, professor, host do Anikencast, apaixonado por quadrinhos, apreciador de jogos eletrônicos e precoce entendedor de animação japonesa.

Você pode me achar no twitter em @didcart.

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14 thoughts on “Tokyo Ghoul – Primeiras Impressões”

  1. Bom texto , concordo a censura no anime o estraga um pouco. Como ja conhecia a obra pelo manga me irritei um pouco com os primeiros seg. que entregam claramente que a Rize era um Ghoul poderia ter deixado para introduzi-la no restaurante criando assim uma situação de surpresa quando ela se revelasse .

    Ate a proxima …o/

    1. Fala isso sr. pq já viu…Eu nem associei a garota do começo à ela. Eu fiquei de cara qdo a cena rolou haha. Só desconfiei qdo entraram no beco.

  2. Achei que vocês iam cair em cima com críticas à Tokyo Ghoul, fiquei surpresa com esse review tão positivo!
    Muitos dos fãs reclamaram com as cenas inesperadas do começo, porque não é assim que foi no original. Eu realmente não me incomodei, achei que ficou um link legal com os acontecimentos que ainda estão por vir (que no mangá demoram um pouco para acontecer, mas não sei como será no anime).

    Também gostei da cor berrante de vermelho que foi usado para o sangue e afins, mas acho que teria sido mais legal se o resto das cores fossem mais escurecidas, sombrias. Porque é essa a sensação que o mangá passa.
    Quero só ver na cena da [spoiler] tortura do Kaneki [fim do spoiler]. Há cenas que são ao mesmo tempo muito legais e perturbadoras, e se colocarem censura demais e/ou cores “alegrinhas” demais… Sei lá, não vai passar o mesmo feeling.

    Até,
    @M_Blue_Rose

  3. Eu achei essa adaptação pra animê simplesmente horrível, o primeiro episódio cobriu os 5 primeiros capítulos do mangá, ou seja, foi extremamente acelerado e atropelado. Perdeu-se muito a sensação do protagonista enfrentando gradativamente o problema de ter se tornado um ghoul e os níveis de sanidade ficando cada vez menores por conta disso. É sério, não julguem a obra por esse trabalho ridículo do Pierrot, leiam o mangá, será uma experiência muito mais completa.

  4. Eu achei essa adaptação pra animê simplesmente horrível, o primeiro episódio cobriu os 5 primeiros capítulos do mangá, ou seja, foi extremamente acelerado e atropelado. Perdeu-se muito a sensação do protagonista enfrentando gradativamente o problema de ter se tornado um ghoul e os níveis de sanidade ficando cada vez menores por conta disso, além de outros trechos variados que foram cortados. É sério, não julguem a obra por esse trabalho ridículo do Pierrot, leiam o mangá, será uma experiência muito mais completa.

    1. O anime de JoJo fez o mesmo no primeiro episódio, e funcionou muito bem. Eu acho que o anime funcionou, e não notei estar tão corrido. Provavelmente é um problema que só quem leu pega, portanto eu não criticaria isso

      1. O animê de JoJo tirou a cena dos Astecas com a máscara de pedra e talz, mas nem fez falta, tanto é que a Parte 2 complementa a Parte 1 mostrando como ela surgiu, e na verdade funcionou porque eles deixaram aquele episódio em específico como uma unidade, onde a abordado foi aparição do DIO. Mas em Tokyo Ghoul foi totalmente diferente, pois a proposta é mostrar o processo de aceitação do protagonista, e em 1 único episódio isso foi introduzido de maneira que perdeu-se a sensação de estar acompanhando esse mesmo processo. Isso foi o que os produtores cagaram, na minha opinião.

        1. O primeiro episódio de JoJo foi bem corrido. A pacing ficou esquisita, mas deu certo no fim. Em Tokyo Ghoul eu não li o mangá (falam muito bem, mas to co uns 20 mangás pra ler na frente desse), mas o episódio funcionou bem, pelo menos pra mim. Sinceramente, o que funciona em uma mídia pode não funcionar em outra. Eu não sei se curtiria mais duas semanas do cara enlouquecendo antes de notar que sim, ele tem que comer carne humana

    2. Verdade, senti falta do drama psicológico inicial. Sendo que o anime tá seguindo a ordem cronológica das eventos, enquanto o mangá mexeu com flashbacks… De qualquer forma, eles devem ter pressa querendo ir beeem longe na história(não sei se é tão interessante). Mas não desqualifico completamente o trabalho.

  5. Bem..o anime foi bem corrido,mas acho que se for somente nesse primeiro ep já está bom,cortaram umas cenas,no mangá ele foi se desesperando aos poucos até chegar ao limite.Não que o anime seja ruim,pelo ao contrario está foda demais,mas o mangá é superior,pelo menos por enquanto né,foi mostrado somente o primeiro episódio,as lutas que virão se for nessa mesma qualidade de animação vão ficar massas demais!

    Meu único medo é alteração na história =3

  6. Assim, entendo quem reclama que o início foi corrido, pois comparado ao mangá que explora MUITO o drama psicológico dele com a carne, realmente “falta algo” entretanto, para uma série de TV onde o primeiro episódio precisa comprar o espectador, eu acredito que a decisão foi muito acertada. Se fosse num rítmo mais lento, mal daria pra ver ele descobrindo que não gosta de carne humana.

    Eu diria que para um primeiro episódio, a decisão foi muito acertada, e se nos próximos episódios eles diminuirem o ritmo, melhor.

    Ainda assim, a série tem cenas fortes, mas não gosto de considerar “Horror”.

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