Charles Emmanuel e Luísa Horta falam sobre dublagem

Durante o evento Anime Buzz, os dubladores Luísa Horta e Charles Emmanuel falaram um pouco sobre suas experiências. No dia 16 de abril, eles participaram de um painel sobre dublagem, onde contaram como é trabalhar com algo que se gosta. 

 

“MENTIRA QUE É DEATH NOTE”

As vezes acontece de dubladores trabalharem com algo que eles assistiam. É o caso do Charles com Death Note (o anime está disponível na Crunchyroll). 

O dublador conta que um dia estava no Cinevídeo, estúdio de dublagem no Rio de Janeiro, para fazer uma outra coisa, mas acabou sendo chamado para um trabalho de dublagem depois. Um técnico falou que tinha um teste para um desenho. Chegando na sala, Charles foi surpreendido. “Mentira que é death note”, pensou ele, pois Charles já conhecia Death Note quando fez um teste para o anime. O dublador fez teste para dois personagens do anime, o Mello e o Near e acabou sendo aceito no papel de Near. 

Near, de Death Note

Charles começou a dublar quando criança, com 8 anos de idade. Ele iniciou em uma época que havia uma procura maior por crianças. “Eu entrei numa época que estavam precisando de crianças para dublar crianças, geralmente eram adultos, especialmente mulheres” conta ele sobre o início da carreira. Desde então ele já fez diversos trabalhos, dublando personagens como Ben (Ben 10), Akaza (Demon Slayer), Mutano (Jovens Titãs) e vários outros. 

 

“TU É MUITO A CARA DA URARAKA”

Além do Charles, Luísa também já pegou papéis em que era fã da obra. No seu caso,  Luísa não era apenas fã da obra, mas também da personagem. Por isso, quando fez o teste para a personagem Uraraka Ochaco, de My Hero Academia (disponível na Crunchyroll), ela ficou muito feliz. “Ela já era minha personagem favorita. Eu já fazia cosplay dela muito antes de começar a dublar” diz ela. 

Segundo a dubladora, o pessoal falava que ela era muito parecida com a personagem. “Tu é muito a cara da Uraraka”, diziam. Assim, sua personalidade e talento garantiram à ela o papel.

Uraraka Ochaco, de Boku no Hero Academia

Luísa sempre foi muito fã da cultura otaku. Ela frequenta eventos de animes desde os 12 anos, onde ficava na fila para ver os dubladores. Então, depois de se formar no teatro, imaginava em quais áreas ela poderia atuar. Lembrou daqueles dubladores que via nos eventos. “Puts, tem essa galera massa aí que dá voz à personagens de animes”, lembrou. 

Então, se mudou para São Paulo e iniciou um curso de dublagem. Na época, a Funimation tinha se instalado no Brasil, abrindo muitas oportunidades para dublar personagens de animes. “Então cara, dei uma sorte do caramba. Tanto que o meu primeiro trabalho com anime foi a Uraraka Ochaco de My Hero Academia”, relata. Para ela, é muito especial poder trabalhar com animes, principalmente por ser otaku também. 

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PROFISSIONALIZAÇÃO É IMPORTANTE 

Muita gente se pergunta se é importante fazer um curso de teatro. A resposta é “sim”. Segundo Charles Emmanuel e Luísa Horta, ter um registro de ator é essencial para melhores resultados. 

Além disso, é importante fazer um curso de dublagem também, de preferência algo presencial e não online. “Eu indico muito um curso de dublagem para aprender o ofício, que é muito específico e tem sua própria linguagem”, aconselha Luísa. 

Mas, além de aprender o ofício, o curso de dublagem é importante para conhecer as pessoas. Ali tem diretores de dublagem que dão aula, assim fica mais fácil conseguir trabalho. “Precisam lembrar de ti para te chamar pros trabalhos”, diz Luísa. Portanto, esse trabalho de network também é essencial.