Semantic Error (vol 1): “com você tudo fica mais quente”

Semantic Error, publicado pela editora Newpop e escrito por J Soori, é um intenso e delicioso romance cheio de tensão sexual entre os personagens. A história gira em torno de dois jovens universitários, o programador Chu Sang-woo e o designer Jang Jae-young, que vão criar um jogo juntos até que percebem que algo mais especial está rolando entre eles. 

Em um certo dia, Sang-woo, por ser muito certinho, acaba dedurando os colegas que não ajudaram no trabalho da faculdade. Com a consciência limpa e sem sentir nenhuma culpa, o programador logo esquece os colegas e procura se concentrar na criação de seu jogo. Porém, a designer parceira dele teve que desistir desse projeto, então ela acaba recomendando um outro colega, o Jang Jae-young.

Eles se encontram na biblioteca e, apesar de o colega chegar atrasado, algo que deixa o Sang-woo irritado, Jae-young consegue impressionar o programador com suas habilidades e o convence a trabalharem juntos. Tudo parecia dar certo até que aquilo aconteceu. 

Quando Jae-young pegou o celular de Sang-woo para salvar seu contato, seu número já estava salvo como “Folgado 3”! A verdade é que Jae-young era um dos colegas que não contribuiu com aquele trabalho e acabou sendo exposto pelo programador. Como Jae-young nunca veio às aulas, Sang-woo também não sabia como ele era. Sem saber seu nome e seu rosto, ele topou conhecer o designer, mas se soubesse quem ele era, jamais teria aceitado se encontrar com ele na biblioteca. 

Enfim, depois desse encontro, Jae-young começa a perseguir e provocar Sang-woo. Pois graças a ele, Jae-young teve que repetir aquela disciplina e não conseguiu se formar. É divertido ver Jae-young implicar com o programador de várias formas criativas, enquanto as tentativas de Sang-woo de impedi-lo eram sempre frustradas pela imprevisibilidade do designer e por sua própria incapacidade de entender o outro.

O relacionamento dos dois começou como uma rivalidade boba até que algo mais especial começou a rolar entre eles. E as coisas ficam mais intensas quando, em um certo dia, Jae-young sussurra no ouvido de Sang-woo para irem ao cinema juntos. 

 

Amor e Desejo 

Uma discussão muito presente na obra é sobre a relação entre “amor” e “desejo sexual”. Os personagens pensam constantemente se o que sentem pelo parceiro é só atração sexual ou um amor mais profundo. 

Os dois sempre querem tocar no corpo do outro. Cada movimento do parceiro é um motivo para sentir um desejo forte de querer despi-lo. Cada ação do outro é sensual e sexy. Ver o outro manobrar o carro é excitante. Só olhar para seu pescoço já estimula o libido. Por sentirem esse desejo ardente, eles tem muitas dúvidas sobre quais seriam suas intenções com o outro. 

Em Semantic Error, estar apaixonado é sentir um forte desejo de querer tocar no parceiro. Porém, em algumas ocasiões, os personagens também sentem uma necessidade de saber um pouco mais sobre o outro, como quando Sang-woo fica olhando o perfil da rede social de Jae-young ou quando Jae-young enrola para desligar o telefone e faz um monte de perguntas para o programador, até mesmo qual o tamanho do seu pé! Esses detalhes revelam que existe certa curiosidade em conhecer melhor o companheiro, demonstrando interesse no parceiro para além da atração sexual. 

Aqui “desejo” e “curiosidade” parece ser a fórmula para o “amor”. Eles se encontram várias vezes para trabalharem no jogo juntos, às vezes fazem outras atividades como ir ao cinema, jogar basquete ou ir ao shopping comprar roupa. Aos poucos eles vão se conhecendo e sua relação vai evoluindo para algo mais. Segundo uma matéria da Revista Galileu, fazer coisas legais juntos pode construir amor entre os dois. Além disso, quando se ama alguém, você gosta de conversar e procura saber mais sobre a outra pessoa. É nisso que J Soori parece acreditar também.

 

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Porém, apesar de gostar das sacanagens e dos pensamentos “obscenos” que um tem pelo outro, eu senti que em alguns momentos não precisava disso. Um desses momentos, por exemplo, foi na cena em que Jae-young faz cócegas em Sang-woo. Mais uma vez, o designer pensa em sacanagem. Também tem alguns momentos em que os dois estão trabalhando no jogo e um deles tem pensamentos “impuros” sobre o outro. Enfim, o que quero dizer é que, em algumas cenas, poderiam ter pensamentos mais inocentes ou ser uma simples admiração pelo parceiro, sem que todo movimento ou ação do companheiro levasse o outro personagem a pensar em sacanagem.

Em suma, Semantic Error apresenta o amor de forma bastante intensa (e deliciosa 😏), com alguns excessos em enfatizar o desejo sexual, mas que não chegam a atrapalhar a história por completo. 

Além disso, a obra conta com três cenas de sexo muito boas, com bastante descrição dos toques e das sensações e poucos diálogos durante o ato. 

Falando em diálogos, eles são engraçados sem serem constrangedores. Não são comentários como “olha como você fica lindo com minha porra em você”, que mais parece ter sido escrito por um(a) amador(a). Se tem uma coisa que eu não gosto é desses comentários que tentam ser engraçado ou erótico, mas só causam constrangimento.  

Porém, felizmente, em Semantic Error existem poucos diálogos durante a cena de sexo, e os que têm são bem divertidos. Alguns ainda servem para aquecer ainda mais aquele momento, geralmente ditos por Jae-young para excitar o outro. 

Então quando estes dois estão juntos, tudo fica mais quente ♨️