Durante a live de 16 anos da editora, a NewPOP convidou três quadrinistas para participarem do bloco sobre quadrinhos nacionais, que aconteceu no dia 26 de janeiro. Os artistas Alec (Lebre & Coelho), Jefferson Ferreira (Rei de Lata) e Yuri Landim (Pirates!) falaram um pouco sobre as suas experiências como quadrinistas. 

Histórias de um passado  

Quando Alec, autor do quadrinho “Lebre & Coelho”, tomou conhecimento da existência dos mangás, um desejo acendeu nele. Aos 13 anos começou a ter vontade de desenhar histórias em quadrinhos. “Eu vou ser um mangaká quando crescer”, pensava ele. Assim, começou a participar de fóruns de desenhos e a desenhar. 

Um dia, tomou coragem para publicar seus trabalhos na internet. Postava, no Facebook, tirinhas que eram bem recebidas pelo público. Percebendo que o pessoal gostava, se sentiu motivado a publicar aquela história que tinha guardado e que mais tarde viria a ser um dos quadrinhos de maior sucesso de Alec: Lebre & Coelho. A hq bombou, deixando ele muito surpreso. “Eu fiquei, o quê?, como assim?’”, conta Alec, simulando um rosto surpreso. A partir daí, muitos outros trabalhos vieram a ser publicados. Alec chegou até mesmo a imprimir e vender, por conta própria, suas revistas na escola.

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Além dele, Jefferson Ferreira, autor de “Rei de Lata”, e Yuri Landim, autor de “Pirates!”, também já publicaram suas histórias de forma independente, mantendo uma periodicidade para ter sempre um material pronto para o leitor. “Eu costumava dizer que era um hobby que eu levava a sério”, comenta Yuri, pois estava toda semana publicando capítulos de Pirates! na internet. 

Além disso, Jefferson lembra da vez em que chegou a publicar, durante um ano, em uma revista que reunia em torno de 20 autores independentes que publicavam semanalmente suas histórias. “A gente já estava simulando o que os mangakás japoneses faziam”, diz ele.

Mas o que nenhum deles esperava é que mais tarde eles viriam a trabalhar na NewPOP Editora.

O trabalho na NewPOP Editora

Jefferson adora fazer quadrinhos e interagir com o público, mas ultimamente se sentia um pouco desanimado. “Eu estava fazendo por hobby e chegou uma hora que não dava pra continuar”, relata ele. Resolveu então, no final de 2020, tentar entrar em contato com uma editora e propor a publicação de Rei de Lata. Então, em casa, se preparando para mandar o material para a NewPOP Editora, Jefferson recebe um e-mail. Era uma mensagem da própria editora, com uma proposta de trabalho. Aquilo reacendeu seu desejo de fazer quadrinhos.

Assim, Jefferson voltou a se divertir. Para ele, é muito bom poder desenhar e criar uma história. Atualmente, o quadrinista está trabalhando só com Rei de Lata, portanto o tempo dedicado ao mangá aumentou e, por consequência, a qualidade do material melhorou. 

E quem também está curtindo muito trabalhar na editora é o Alec. “Publicar pela NewPOP foi umas das melhores coisas que me aconteceu. Acho que a experiência está sendo muito boa”, diz ele. 

Além disso, Alec conta que mudou um pouco a sua rotina. Até o ano passado, ele tentava fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Então percebeu que não era uma boa ideia, pois ficava muito desgastado e cansado. Também não conseguia se dedicar aos trabalhos da NewPOP. “Então eu to tentando pegar toda minha energia e focar numa coisa, do que atirar pra todo lado e ver onde que dá”, relata Alec, que acredita estar sendo um aprendizado trabalhar com uma editora.

Mas não são só esses dois artistas que estão trabalhando com a NewPOP. Yuri também trouxe algumas curiosidades sobre Pirates. O artista contou que já está trabalhando no primeiro volume e que houveram algumas mudanças na introdução da história a fim de melhorar a obra. Ainda disse que terão capítulos extras. “Ficou uma coisa muito legal! Vai ter uns extras muito bacanas. Eu pessoalmente to animadíssimo! Acho que vocês vão gostar muito.”, afirma.

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Além disso, os quadrinistas relataram que tem bastante liberdade para criar, que acontecem apenas pequenas mudanças na história para dar uma melhorada na obra. Segundo o diretors da NewPOP Editora, Junior Fonseca, a ideia é interferir o mínimo possível. Para ele, o que chama a atenção são as histórias que os artistas fizeram e mudar isso seria mudar os próprios quadrinistas, o que não faz sentido algum.

Dicas para quem quer ser quadrinista

Sempre tem gente que faz várias vezes o primeiro capítulo e nunca publica. É normal ser um pouco inseguro quando se está começando a fazer quadrinhos, Yuri mesmo já passou por essa fase. Mas a dica dele é: publique! 

Yuri acredita que hoje tem muitas plataformas que são destinadas à publicação de webtoon e de quadrinhos que já tem, inclusive, um público. Para ele, essas plataformas seriam o melhor lugar para começar. Ainda, Alec comenta que essas plataformas ajudam a dar visibilidade aos artistas, levando editoras a se interessarem por quadrinistas “underground” e a publicarem suas obras. Consequentemente, isso tem incentivado o pessoal a continuar fazendo e consumindo quadrinhos nacionais. 

Entretanto, Jefferson acredita que é necessário começar a fazer quadrinhos sem criar expectativas de publicar em uma grande editora, mas fazer por amor. “O que a gente (Alec, Jeff e Yuri) tem em comum é que quando começamos a fazer nossas histórias, não pensávamos assim ‘vou publicar em uma editora’, a gente fez por amor e diversão”, diz ele.

Você pode assistir a live completa neste LINK