Pokémon é uma franquia difícil de se definir. Tantos jogos, mangás, animes, filmes animados, filmes live action, spin-offs, jogos de cartas; e cada um contendo um cânone próprio e uma estrutura narrativa muito diferente do outro. Mas, o que define todos esses produtos como Pokémon?

Existem franquias com a mesma temática de Pokémon que também são multimídia, como Yu-Gui- Oh! e Digimon, mas a diferença está que, embora existam mundos diferentes e interpretações diferentes sobre essa franquia, elas vivem em um multiverso. O multiverso é a ideia de que embora autores diferentes toquem em um trabalho a sua maneira, ainda existe uma forma de juntar todos esse produtos. Um exemplo disso são os crossovers entre os universos de Yu-Gi-Oh! e os crossovers entre os filmes da Marvel.

O Multiverso é uma excelente estratégia para gerar a constante ideia no consumidor de que ele está consumindo um produto incompleto, levando subconscientemente a necessidade de comprar o máximo de produtos relacionados a essa franquia para suprir esse sentimento, mantendo claro, liberdades criativas aos produtores de conteúdo. Porém, Pokémon segue um caminho diferente…

A franquia desde seus princípios tem como foco de atingir o público infantil e, embora existam algumas exceções, continua com essa filosofia até os dias de hoje. Mas, como se focar no público infantil e continuar lucrando? Afinal as crianças crescem.

Existem diferentes estratégias que a franquia usa:

• Em seus jogos, o protagonista troca em cada novo lançamento;
• Em seu anime, o protagonista nunca cresce, mas sua personalidade vai se adaptando ao que significa “ser criança” de cada época;
• Em outros produtos, o foco será nos animaizinhos Pokémon, figuras não humanas e adoráveis e fáceis de simpatizar com qualquer criança.

Não existem conexões entre esses produtos, porque eles não foram criados com a intenção de serem comprados pelo mesmo tipo de pessoa, mas sim de chegar em um mesmo tipo de público, portanto, não existe necessidade de consumir todos os produtos de Pokémon. Podemos definir que Pokémon é uma franquia que não quer cresce junto com os seus fãs, pois o caminho de renovar o público acaba sendo melhor.

Então eu o que define esses produtos como Pokémon?

Eu poderia dizer que o foco de Pokémon seria monstros fofinhos brigando ou sendo adoráveis, mas se eu desse uma resposta dessas eu estaria muito errado. Existe um produto derivado que, embora segue as principais regras da franquia, também quebra suas principais regras… Paradoxo, não é?

Pokémon Aventures: o ponto fora da curva

Pokémon Aventures é uma série de mangás de Pokémon bem peculiar. O foco ainda continua sendo o público infantil, como outros produtos da franquia, mas dessa vez os personagens crescem com você! Não só os personagens como o tipo de narrativa. E apesar dos protagonistas ainda mudaram em cada arco, os antigos fazem aparições! Além disso, o foco não são os bichinhos lutando, nem as batalhas, mas sim os personagens e a narrativPor conta disso, Pokémon Aventures acaba atingindo um público diferente do que a franquia está acostumada a ter, que não é composto só pela fanbase da franquia Pokémon apenas. Na verdade, eu tenho que admitir que eu nem sou um grande fã da franquia Pokémon em geral…

O que era para ser só mais um produto de uma franquia muito maior conseguiu atingir um espaço próprio de forma independente. Basta ver a fanbase cheia de fanarts, fan animações, fandublagens de personagens, fangames e até fanmúsicas.

Não estou dizendo que é o melhor que a franquia tem a oferecer e sim que é algo que merece ter seu próprio espaço, porque não tem nada a ver com o anime de Pokémon no qual acaba sendo o produto mais reconhecido da franquia. O mangá tenta atingir um público completamente diferente e se passa em um multiverso diferente e próprio.

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É um série que não só recebeu reconhecimento do público em uma enquete japonesa como foi o segundo mais votado na categoria “Mangás que o público mais queria uma adaptação animada”, como também recebeu uma fan animação feita por um dos animadores principais do anime de Pokémon, recebendo reconhecimento de Satoshi Taijiri, um dos principais criadores da franquia, em suas palavras: “Este é o mangá que mais se parece com o mundo que eu estava tentando transmitir”.

Bem, como forma de fazer o público geral se interessar pela franquia, vou fazer uma série de postagens fazendo reviews de cada arco de Pokémon lançado pela editora Panini. Como de costume nas minhas postagens, embora tenha minha opinião pessoal,  vou deixar alguns elementos principais observados bem claros e organizados para que o leitor possa tirar suas próprias conclusões e formar sua opinião própria.

Afinal, para mim a discussão é mais importante do que a conclusão desde que, claro, seja feita sem agressividade ou ignorância. Esse é o fim desse primeiro post esperem por mais.

Fontes:

• https://web.archive.org/web/20000622095516/http://www.vizkids.com/pokemon/adventures/characters.html
• https://www.youtube.com/watch?v=KfKQTnx9T34