2013, o ano que Initial D acabou

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Caaaaara, na boa. Essa me pegou. 2013 já viu o final de Deadman Wonderland, Soul Eater… Até Evangelion! Não dá pra dizer que foi um ano sem emoções e finais vergonhosos e ridículos, mas nesse meio um se destaca: Initial D.

Initial D estava em publicação só ha dezoito anos. Dezoito anos de corridas, rachas, batidas e dramas juvenis que renderam várias séries, ovas e até um filme com atores reais (lançado aqui com o nome de RACHA – VELOCIDADE SEM LIMITES — BASEADO NA HQ: MANGÁ). Initial D era não só uma série de sucesso, era A série pra quem se interessava por carros. Era o Slam Dunk das corridas. Eu nunca fui fã de carros, mas não dá pra não se emocionar vendo as batalhas de Takumi e seu Trueno 86 contra os outros carros na descida de Akina.

E agora… Acabou? Como? Bem…

Antes de falar sobre o final, vou botar minha situação na mesa. Eu adoro Initial D. Tenho eurobeats no meu celular até hoje. Acho que move é a única banda japonesa que presta e me derroto todo lembrando de como o Takumi venceu o Keisuke Takahashi. Initial D é simplesmente demais.

Eu conheci a série mesmo vendo no Animax, que passou as duas primeiras temporadas, que também são as melhores, e de lá não larguei mão. Joguei os jogos de PS2, PS3 até o arcade eu já tive a oportunidade de jogar (o que recomendo a qualquer um). Running in the 90’s!

Agora, o mangá era bem ruim de ler. Foi aí que meu amor pela série morreu um pouco. Initial D mangá era arrastado e modorrento a vida toda. Os capítulos tinham 8 páginas, muitas vezes nada acontecia. Você via um carro, outro carro, uma virada, fim. É difícil acompanhar algo assim. Honestamente, os japoneses que curtiram desde o começo são santos. Eu amo mangá, mas Initial D se beneficia demais da animação.

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Junte-se a isso o fato de que o anime perde muito do pique quando o Takumi termina a escola e entra na equipe do Ryosuke pra formar o Project D. Muito do drama e conflitos entre os personagens se vai e as corridas passam a ser as estrelas totais. Não que as corridas não sejam legais, mas… É legal se importar com quem corre.

Enfim, moral da história: Eu larguei de mão e não olhei pra trás. Recentemente me falaram que tinha acabado e fui correr pra ver como havia sido isso. Olha, devia ter ficado só com as lembranças boas mesmo…

Mangá terminar de forma inconclusiva é normal até. Quem espera muito de final só pode se decepcionar. Ainda assim, o final é terrível. Basicamente, Takumi ganha mais uma vez de uma forma inacreditável contra alguém que era MELHOR que ele, seu carro quebra DE NOVO, todo mundo desde o começo da série aparece pra falar sobre nada, o D, presente no título, nada mais era que o sonho (Dream) do Ryosuke de lapidar corredores até se tornarem diamantes e que ele pretende continuar, mesmo depois do fim do Project. Takumi e Keisuke recebem convites pra virarem profissionais, mas Takumi, agora com o Impreza, larga de mão e volta a entregar tofu. Assim, o mangá termina, com um “Rumo a novas aventuras!”

Basicamente, uma versão um pouco mais completa do “NEVER END”.

Okay, existem finais ruins e finais que não são finais. Esse é o típico final que não acrescenta nada. Takumi é o melhor, mas não ganha nada com isso na vida. Nenhum dos outros personagens tem alguma resolução. Tudo fica na mesma. Onde está o Rage your dream?

Honestamente, pra quem acompanhou 18 anos de um mangá de 8 páginas semanais de nada, isso tá mais pra uma brincadeira de mau gosto.

É complicado. Quando você publica um mangá muito famoso é difícil de alcançar as expectativas. Quando o final da série foi anunciado, vi que muita gente se surpreendeu pensando “mas como vai terminar agora?” Parecia que seria um final abrupto pra caramba… E foi.

Vendo finais como esse, ou de Deadman Wonderland, faz parecer que os mangakás começam obras sem sequer ter uma idéia do final. É natural que idéias mudem com o tempo, mas finais assim realmente dão a sensação de que nada foi planejado. Que seguiram a história até onde dava e quando encheu o saco terminaram como se nada tivesse rolado. Isso dá uma sensação ainda pior pra mangás como Berserk e Bastard. Como essas porras vão acabar? Se é que vão…

Takumi Fujiwara merecia mais. Ao menos no movie final vai ter uma musiquinha do move no fim, um eurobeat na corrida que ele ganhar de ré e uma animação maior na hora que terminar tudo. Pior do que tá não fica mesmo…

Sobre Fred

I'm a very twisted person. Gosto de animes e mangás por boa parte da minha vida e comentar sobre isso é sempre um prazer... Desde que eu tenha algo útil pra falar. Afinal, Dirac já dizia: "Eu não começo uma frase sem saber como ela vai terminar". Sou também um quimicuzinho que sabe falar bobagem o suficiente pra parecer inteligente.

Caaaaara, na boa. Essa me pegou. 2013 já viu o […]

6 thoughts on “2013, o ano que Initial D acabou”

  1. Bom saber! Passarei longe do mangá e de qualquer coisa relacionada ao final da série. Prefiro minhas lembranças da primeira temporada do anime.

  2. Minha esperança é que o OVA FInal Stage melhore muito o final da história, mostrando o que cada um dos coadjuvantes vai fazer da vida agora que eles não têm mais o Project D para ficar punhetando. Se incluírem uma mísera cena com Iketani e Mako juntos, eu vou pessoalmente ao Japão beijar os pés do roteirista e do diretor.

    Na verdade, eu nem lia o mangá de Initial D, que eu só acompanhava pelo anime. Porém, depois do final broxante do Fifth Stage, que acaba justo quando a corrida final de Takumi está prestes a começar, comecei a acompanhar um tópico do fórum Initial D World em que postavam os raws dos capítulos mais recentes e traduções de qualidade duvidosa dos diálogos.

    Eu só queria que a corrida acabasse logo para que ela pudesse ser adaptada pelo anime, e embora ela não vá ter a mesma graça agora que eu sei como ela termina, talvez eu me emocione dependendo da música que colocarem no finalzinho. Pena que o move se separou, mas não me importo se reaproveitarem um tema das séries anteriores.

    Quanto ao filme, parece que ele vai ser um remake do começo da história, pois o teaser mostra Takumi correndo contra Keisuke em Gunma com uma animação muito foda. Se fizer sucesso, talvez continuem produzindo novos filmes adaptando o resto do mangá.

  3. Eu não li nem assisti initial d, mas tenho que concordar com voce no fato de muitos mangakas não planejarem sobre o final de seus mangas, principalmente aqueles mais classicos. eu acho que eles só se concentram em mater a sua historia o mais longo possivel e quando a criatividade acaba, eles terminam de qualquer jeito.
    Não é ser fanboy nem nada, mas eu ainda acredito no echiiro oda. ele sabe o que está fazendo da sua obra e (na minha opinião) ele sabe até aonde ela vai. (espero não me decepcionar com o final de one piece)

  4. O mangá tem capítulos curtos sim de 8-12 páginas mas isso lá pra frente dos capitulos 200+, antes disso era na média de 18 pags. E até gostei do que li no mangá, li até a 4th season do anime mais ou menos. Vai do gosto…

  5. Desculpem…mas eu estou lendo o mangá e não o acho tão ruim…das animações eu só conheço algumas músicas e até fiquei convencido a acompanhar o anime.

    Mas eu realmente estou gostando do mangá, ainda que eu tenha tido a mesma sensação que vc no momento em que acabaram as aulas do Takumi…

    Vamos ver se no final ficarei tão decepcionado assim também…

  6. Bem… queria deixar algumas coisas ditas aqui: o anime na primeira e segunda temporada giram em torno da VIDA de Takumi, e não nas corridas de rua (por incrível que pareça). O que mais me cativou nas duas primeiras temporadas (e aquele resumão do filme que, em tese, seria a terceira temporada) é como o protagonista consciliava a rotina dele com várias obrigações: acordava de madrugada para fazer entregas para o pai, estudava de manhã na escola e trabalhava meio período com os colegas em um posto de gasolina. O que mais me chamava a atenção era que o protagonista não corria por gostar, mas porque era para defender um de seus amigos, a honra do monte Akina ou porque ele simplesmente foi convidado e seria covardia recusar um desafio, com um carro “velho” e ultrapassado, praticamente sem modificações e, ademais, vencia sempre de carros “super” e tunados porque ele era melhor piloto que os outros, principalmente no trajeto que fazia todos os dias nos últimos 5 anos. Quando eu comecei a assistir a terceira temporada (que foi ontem, de madrugada hehehe) pensei que o autor iria dividir os episódios na jornada do Projeto D e flashbacks para explicar o que aconteceu com os personagens, mas ele não fez isso. Basicamente tudo o que se decorreu no final da segunda temporada me parece ter sido empurrado, forçado de uma vez, para que o anime tomasse outro rumo. Irei assistir nessa semana os outros episódios, mas sem muita esperança, para vez se a história entre os amigos do protagonista, namorada, pai, a vida dele mesmo foi explicada. Para finalizar, vi que o Takumi trocou de carro, o que foi o que me “matou”; a primeira facada foi ver o carro antigo tunado (o Hachi-Roku com um motor totalmente novo e de corrida), depois foi saber que ele simplesmente arranjou outro carro. O personagem termina a escola, larga o emprego por um ano para correr, larga amigos, família e namorada simplesmente por nada, só para mostrar que é o melhor corredor, nem ao menos aceita a proposta de ser profissional, ou seja, para mim, foi mais um tiro no pé do autor do mangá, que queria arrastar a história ao invés de um desfecho mais sucinto, porém coerente. Triste para caramba!

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