Análise – Usagi Drop

Quando escrevi minha primeira impressão sobre Usagi Drop disse que torcia por um final feliz, naquele primeiro momento eu não consegui perceber que estava diante de uma obra que pode ser considerada uma parábola sobre a felicidade.


Daikichi Kawachi é um solteiro de 30 anos que decide adotar Rin depois de descobrir que essa é rejeitada pela mãe, uma mangaká famosa. Muda radicalmente sua vida na tentativa de fazer o melhor para Rin.

Com o passar dos episódios vi que o final não seria feliz, porque não é o final que importa, a felicidade esteve presente em todos os momentos do anime, era só isso que ele se propunha a mostrar e era isso que eu estava disposto a encontrar.

Animação de qualidade

No quesito animação Usagi Drop se sobressai muito em relação à maioria das produções recentes para TV. O visual é singelo, mas ao mesmo tempo muito bem executado, é um anime que consegue se fazer entender apenas com imagens.


Rin Kaga é uma alegre menina de apenas 6 anos que se vê perdida após o falecimento do pai (o avô de Daikichi). Tem ótima habilidade para desenho e sempre ajuda Daikichi nos afazeres domésticos.

Adorei a ideia do começo de cada episódio ter um estilo de pintura diferenciado do restante da animação, essas cenas demonstram o capricho e a vontade da produtora em querer sair do “lugar comum” que a animação japonesa se colocou nos últimos anos.

A parte lúdica – abertura e encerramento

Considero de muito bom gosto a escolha da abertura e do encerramento, as animações casam perfeitamente com as músicas. Sweet Drop é bem agitada e feliz, enquanto High High High consegue nos acalmar após o fim de cada episódio.

A história e suas pontas soltas

Logo no primeiro episódio de Usagi Drop somos apresentados ao solteirão Daikichi que vê sua vida mudar ao decidir morar com a recém-órfã Rin. Cada episódio seguinte aprofunda um pouco mais a relação entre os dois personagens principais, todos os problemas são superados rapidamente, fica evidente que o anime não se importa em mostrar uma visão idealizada de como é ser pai.


Usagi Drop é uma anime feito pela Production i.G baseado no mangá de mesmo nome. Foi exibido entre 07 de julho à 15 de setembro no bloco Noitamina da TV Fuji.

E justamente por isso se engana quem acha que o anime também irá mostrar as dificuldades de criar um filho hoje em dia. Apesar dessas dificuldades até estarem presentes o foco da história está em mostrar que mesmo assim vale a pena esse sacrifício.


O mangá de Usagi Drop também ganhou uma adaptação para os cinemas. O filme estreou dia 20 de Agosto no Japão.

Ao mostrar essa visão idealizada o público acaba relevando algumas pontas soltas na história, como a personagem da mãe da Rin que é pouco explorada, a relação de Daikichi com a Yukari que não engrena e até o mistério sobre o verdadeiro pai da menina. Em Usagi Drop tudo passa a ser secundário, queremos apenas apreciar o afeto mútuo entre Daikichi e Rin.

Em busca da Felicidade

Para mim Usagi Drop é sobre um rapaz de trinta e poucos anos que por uma ajuda do destino começa a descobrir o caminho para a felicidade, nesse caso representada por uma jovem e simpática garotinha.

O que mais gostei no anime é como ele consegue ser deliciosamente despretensioso, cada arco de história tem sua resolução dentro do próprio episódio e sempre de maneira positiva. Assistir a cada novo acontecimento é sempre algo prazeroso, você sabe que serão 20 minutos de muitas coisas boas e esse é o grande mérito da série.

A história em nenhum momento tenta levar quem está assistindo ao choro fácil, o que seria realmente fácil nesse caso devido a todos os elementos da trama. É muito legal ver que mesmo em uma época onde várias produções apelam para situações tristes, Usagi Drop faz totalmente o contrário e prefere focar no que o ser humano tem de melhor.

E você leitor o que achou do anime Usagi Drop?

Sobre Wagner

Wagner é o manda chuva do Troca Equivalente. Formando em algo sem relação alguma com o universo dos animes e mangás, está sempre por aqui dando seus pitacos. Pelo nome do blog já dá para imaginar qual é o seu mangá/anime favorito.

Quando escrevi minha primeira impressão sobre Usagi Drop disse que […]

8 thoughts on “Análise – Usagi Drop”

  1. Foda-se o final que o resto do manga fez.
    Pra mim final foi em aberto depois do anime.

    Ou seja.. Para mim Dai cuidou dela como filha, ficou com a mãe do Kousuke anos depois e a historia acabou nessa fofura.
    Mostrando o que é ser um pai!

    Essa visão linda que tenho da serie nem a própria escritora me tira.

  2. Aff… então é esse o desfecho da história, eles acabam dse casando… Estragou mesmo!!! Não curtir!!!! Bizarro…

    Mas o anime é lindo, ficou perfeito, uma história encatadora e sua resenha também, pensei ter comentado antes, mas vi que meu comentário acabou não sendo publicado, aff!!!

  3. você por acaso já leu o manga de onde saiu o anime?
    pois eu já lie,e acho arriscado falar de usagi drop ser uma perfeição depois do que foi mostrado no manga.

    a criadora dessa história fez uma bela história apenas no começo,pois depois de 10 anos se passarem no manga.EIS QUE A MANGAKA FAZ DESSA RELAÇÃO DE PAI E FILHA NUMA COISA SEM LOGICA.a rin quando cresce fica chata .o pior de tudo é que a relação que era pra ser de pai e filha se torna numa coisa complicada chamada FETICHE BIZARRO..POIS A RIN PASSA A GOSTAR DO CARA DE UMA FORMA DIFERENTE.ESSE PAPO DE PAI E FILHA FOI SÓ PRA ENGANAR A TROUXA QUE FICOU COM CARA DE BESTA NO FINAL DO MANGA…O CARA SE CASA COM A GAROTA E THE END.

    é triste mais essa é a realidade da história…o anime só será bom até o momento em que a história é totalmente estragada por sua propria criadora….

    1. Oi Jessica,

      Eu não li o mangá, mas sei que a história toma rumos diferentes, mostra a Rin crescida e ela e o Daikichi acabam tendo um relacionamento. Também acho isso bizarro.
      A diferença é que o anime não mostrou isso (e eu estou analisando o anime), ele focou apenas na infância dela, foi uma outra visão em cima da história do mangá, muito mais bonita e sem esse lado tosco do envolvimento dos dois.

      ^^

    2. So eu não entendo porque tanta prisão nessa parte. O daikichi se casou com a rin, (bem o que você esta prestes a ler esta sendo digitado por alguém que gostou do casal final de ore no imoutou, e não gostou do anime ter cortado fora o fim), nos temos ali na segunda parte algo completamente diferente da primeira, a autora colocou ali algo que todos já pensavam antes: “E quando a rin crescer”, já era obvio que com o kouki ela não iria ficar,e o daikichi seria solteiro eternamente, mesmo que colocasse varias mulheres ao redor da historia ele não ficaria com elas, quase que o modo de proteção que ele arrumou. E ficava isso como seria, ai que vem esse treco de deixarem a relação pai/filha pra trás e passar para algo a fundo disso, você pega ali os dois e coloca a rin apaixonada pelo daikichi enquanto lia o manga eu pensei, logo o sentimento some e acaba e volta tudo do zero, com um fim aonde tiram outro garoto e a rin fica com ele, e todos terminam comendo embaixo daquelas mesas com aquecedor e sorrindo lembrando do passado e a visão vai se afastando ate sair da casa. Era isso que eu pensava e considerava que ocorreria, mas logo depois foi colocando mais força nesse amor, e você nota que na segunda parte não tinha outro fim, colocar outro fim poderia resultar e mais embolo na historia ou voltar atras novamente embolando os fios, eu achei que para de acordo com a segunda parte e seu contexto e bem aceitável seu fim. Pois era o que a historia estava permitindo eu achei ate bom toda a historia de usagi drop do inicio ao fim, mas antes de aceitar a segunda parte, eu separei tudo e coloquei a parte 1 como uma historia de paternidade e a parte 2 como um shoujo estilo ore no imoutou. (fora que tem muita gente que não gostou, pois queria que a rin ficasse com o kouki e seus ships do anime ficassem completo)

    3. Foda-se o final que o resto do manga fez.
      Pra mim final foi em aberto depois do anime.

      Ou seja.. Para mim Dai cuidou dela como filha, ficou com a mãe do Kousuke anos depois e a historia acabou nessa fofura.
      Mostrando o que é ser um pai!

      Essa visão linda que tenho da serie nem a própria escritora me tira. Que ela estrague sua historia, mas na minha mente ela nunca será estragada, pois desdo inicio o que achei belo nesse anime foi essa visão de laços de família mesmo sem sangue.

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