Análise – anime Mitsudomoe

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Sim, o nome desse anime não engana e ele possui uma alta dose de moe, mas uma alta dose de zoação para com o gênero também, tudo vira piada quando essas três menininhas estão em cena.

O passado a limpo

Mitsudomoe é um mangá criado por Norio Sakurai (essa japa bonitinha da foto) em 2006 e ainda é publicado na revista Akita Shoten semanalmente. Com o sucesso crescente do mangá no ano de 2010 o pequeno estúdio Bridge conseguiu os direitos para adaptá-lo em um anime para TV com 13 episódios + 1 especial em DVD que posteriormente ganhou uma segunda temporada com mais 8 episódios. O diretor encarregado de levar as peripécias das garotinhas para TV foi Masahiko Ohta (YuriYuri) sendo até hoje um dos seus trabalhos mais reconhecidos.

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Historinha bem “inha”

O anime possui muita influência do gênero Slice of Life já que conta o dia a dia das três irmãs, mas também acaba puxando bastante para a temática de “garotinhas e o seu professor’. Logo no começo somos apresentados às irmãs Mitsuba, Futaba e Hitoha e ao jovem Satoshi Yabe. A maioria das loucuras da série é causada por Yabe ter virado o novo professor da sala onde as pequenas garotinhas estudam já que elas dominam a sala e os colegas fazendo o que bem entendem, não demonstrando um pingo de respeito pelo novato professor.

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Paralelo às histórias envolvendo o Yabe em situações constrangedoras causadas pelas três irmãs temos esquetes bem divertidas, como a do pai delas, o bonachão Soujirou Marui que muitas vezes é confundido com um molestador de crianças e acaba preso (as cenas que envolvem ele são muito boas).

É importante frisar que o foco em mitsudomoe não é trabalhar uma unidade de roteiro, não existem grandes blocos de desenvolvimento de história ou personagens, o esforço da equipe que produziu o anime está em manter os pequenos esquetes cômicos que a autora Sakurai já empregava com qualidade no mangá. E isso funciona bem, pois não deixa a série cansativa mesmo com piadas e situações muitas vezes semelhantes.

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Estereótipos engraçados

Se por um lado a história é boba (apesar de engraçada) por outro os personagens são muito bem definidos, apesar de não terem um grande desenvolvimento em suas histórias. Futaba é a mais ingênua das três, possui bastante energia e adora lutar, já Hitoha é mais depressiva e possui fama de tarada por sempre estar lendo um livro que parece conter imagens de pessoas peladas, enquanto Mitsuba tenta sempre se dar bem em cima dos outros colegas.

Até os personagens secundários são interessantes: temos o diretor que acha a relação do professor com as alunas bem suspeita, a garotinha que adora ser superior aos colegas e a menina que parece bem mais velha que o restante da sala, claro que cada estereótipo é pensado para causar cenas hilárias e elas são muitas ao longo do anime.

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Visual fofinho até o extremo!

Como para mim a ideia de Mitsudomoe é também tirar um sarro com o gênero moe¹ o visual faz todo o sentido. Eles pegam as meninhas fofinhas e as tornam ainda mais fofinhas em uma alusão do tipo “vamos ver em que nível podemos chegar”, já que apesar delas terem 11 anos o design delas remete muito a crianças bem menores. Justamente por isso acredito que a parte visual seja muito do sucesso e da graça de Mitsudomoe, o anime não seria engraçado se não tivemos crianças com aparência de crianças menores ainda se metendo em situações que remetem ao mundo adulto.

¹ …o termo indica um sentimento protetivo direcionado a um personagem feminino. Também pode ser usado para referir-se  a personagens inocentes, fofas, com uma personalidade adorável. [http://en.wikipedia.org/wiki/Moe_(slang)]

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Síndrome do mal entendido

Com certeza Mitsudomoe não é uma unanimidade e provavelmente você que está lendo esse texto fique com o pé atrás com o anime, mas a verdade é que ele tem qualidades que superam seus defeitos. Não é uma obra de arte, não é pra qualquer pessoa (muitos podem achar de mal gosto), mas se você estiver disposto a assistir sem preconceitos conseguirá rir bastante com as situações em que as trigêmeas se metem.

O grande problema do anime está em todas as situações serem geradas devido a um mal entendido, tudo, mas tudo mesmo acaba sendo ocasionado por isso. Não li o mangá que originou o anime, mas acredito que esse problema já venha da obra original, o que é uma pena, existem tantos tipos de situações que podem vir a serem engraçadas e eles acabam focando em um único tipo de argumento para isso.

Mas como já disse essa falha apesar de grande não estraga a diversão da obra, ainda dá para se divertir com esse moe pouco convencional, eu consegui!

Sobre Wagner

Wagner é o manda chuva do Troca Equivalente. Formando em algo sem relação alguma com o universo dos animes e mangás, está sempre por aqui dando seus pitacos. Pelo nome do blog já dá para imaginar qual é o seu mangá/anime favorito.

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