Guerreiras Mágicas de Rayearth será relançado pela editora JBC

Guerreiras-Mágicas-Editora-JBCMais de 12 anos após seu primeiro lançamento no Brasil, a editora JBC traz novamente o manga shoujo da CLAMP Guerreiras Mágicas de Rayearth

mas com o timing muito errado.

Na última sexta-feira (06/09) o gerente de conteúdos da editora veio a público através do canal no Youtube Henshin Online anunciar que nessa semana seria revelado o novo título de 2013 e frisando que o mesmo seria um shoujo, algo tão pedido para a editora. Eu mesmo, no checklist de agosto, comentei que era preocupante a situação da JBC em não ter atualmente em publicação nenhum manga voltado especificamente para o público feminino – o último que terminava naquele mesmo mês era RG Veda também do grupo CLAMP.

Diante dessa situação a fala de Cassius caiu muito bem aos ouvidos dos fãs, principalmente por se ter falado de um “novo título”. Entre esses dias que passaram do lançamento do vídeo até o anúncio hoje de Guerreiras Mágicas de Rayearth a discussão foi grande e as apostas se focavam principalmente em Lovely Complex (comentado recentemente aqui no Gyabbo! pela Gabriela N. na coluna Hanyan) e no recente Tonari no Kaibutsu-kun, ainda que muitos outros títulos tivessem sido comentados.

Hoje, após o anúncio, podemos dizer que em torno de 90% das pessoas comentando a notícia na própria página da Henshin se sentiram decepcionadas pela editora. Eu incluso.

Mas por quê?

Primeiro preciso dizer que não acho esse relançamento uma ideia ruim, muito longe disse. Guerreiras Mágicas de Rayearth é bom – ainda que caia de qualidade na sua segunda metade -, com uma arte primorosa dos tempos áureos de detalhismos incríveis da CLAMP, possui plot twists de deixar qualquer um realmente surpreso, passou na Tv aberta brasileira e é curto, apenas seis volumes. 12 anos depois um manga famoso como esse, com a grife que carrega, merecia sim ser relançando em um formato de colecionador como aconteceu com Sakura Card Captors, para ficarmos apenas nos títulos das mesmas autoras.

No entanto, como bem disse a Valéria Fernandes do blog Shoujo Café, ainda que Rayearth seja sim um shoujo (foi publicado entre 1993 e 1996 na revista Nakayoshi), ao falarmos de CLAMP a grife do nome se sobrepõe à demografias (assim como muito gente crê que Chobits é um shoujo, quando na verdade é seinen). Mais, ao comentarmos tanto sobre a falta de publicações do tipo em nosso mercado – a Panini pode estar em uma situação melhor, mas se logo não anunciar novos títulos shoujo acabará igual a JBC – não estamos falando simplesmente de ter por ter, mas sim uma verdadeira política das editoras para publicar shoujo e josei, diversificando essas publicações com títulos recentes, com clássicos, obras mais pops, obras mais undergrounds, que abordem outros gêneros que não somente o romance (e que é o caso de Rayearth, justiça seja feita), não simplesmente um relançamento que apela muito mais à nostalgia do que à demografia.

Gosto do título e com certeza Guerreiras Mágicas de Rayearth estará na minha prateleira em uma bela edição de especial como as que vem sendo lançadas pela JBC, mas por melhor que seja o manga, a forma com que o anúncio foi feito e o tempo escolhida certamente poderiam ter sido melhores. O que era pra ser um grande anúncio virou um tiro no pé com muitos leitores insatisfeitos.

JBC, tragam shoujo, tragam josei. Não só CLAMP.

PS: Sendo uma edição especial, revista, com melhor acabamento, espero realmente que os nomes das personagens não sigam os nomes usados na televisão e na primeira edição. Se for pra lançar uma edição de colecionador que seja usando os nomes originais.

Mais de 12 anos após seu primeiro lançamento no Brasil, […]

9 thoughts on “Guerreiras Mágicas de Rayearth será relançado pela editora JBC”

  1. O que não foi possível entender foi esse falatório todo de que seria algo novo e no final não foi. É uma derrapada bonita no bom ano que a JBC vem tendo, o que é uma pena.
    Vejamos o que vem no tal Diário Sailor Moon essa semana.

  2. Fiquei meio decepcionado =/ vim correndo da aula pra ver qual seria o título ‘novo’ e é um relançamento, nada contra, mais falaram de maneira errada. Ainda não sei se comprarei, minha lista ta cheia e se incluir DN de 40 pilas, Thermae de 20 e HOTD de 25 eu to muito apertado.

  3. A Jbc precisa pegar um dicionário e dar uma olhada no significado da palavra “novo”… Acho que, em um mercado de mangás ainda tão pequeno e restrito a certos gêneros como o nosso, é muito cedo para a editora decidir viver de passado. Apesar que , vindo do cara que disse que “shoujo não vende”, não esperava nada muito diferente mesmo. O negócio é que nenhuma das editoras de mangá está a fim de investir em publicidade, principalmente para tentar atingir o público fora do nicho de leitores de mangá. Marketing custa caro, e para quê investir nisso se eu posso viver confortavelmente só vendendo para o meu público cativo? Some a isso o mal planejamento dos lançamentos (vários mangás famosos lançados ao mesmo tempo que títulos menos conhecidos), e está pronta a receita do fracasso – que, se seguida a risca, funciona muito bem para qualquer demografia. Kekkaishi está aí para provar.

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