Vem pra reta! Vai para a vitória! Ayrton, Ayrton, Ayyyyyyyyrton Senna do Brasil! Conheça o manga que eternizou o ídolo brasileiro e mundial nas páginas da Jump!
O dia era 28 de março de 1993. Com um carro em frangalhos, marchas enguiçadas e com muita dor no corpo, o piloto Ayrton Senna conquistou o Grande Prêmio do Brasil. A corrida tinha como favorito Damon Hill, mas depois de dar um ‘olé’ no inglês, o brasileiro conseguiu conquistar uma vitória histórica em casa. Aquele foi o último grande momento da carreira de Senna, um esportista que deixou saudades.
Em 1985 ele chamou a atenção do país com sua primeira vitória. Em 1988, com a conquista do seu primeiro título mundial, ele encantou seus conterrâneos de vez. O Brasil não se sentia tão vidrado num esporte desde a vitória da Copa do Mundo de Futebol em 1970. Carente de orgulho, os brasileiros alçaram Ayrton como grande herói do esporte nacional.
Mas como todos sabem, em 1994, um fatídico acidente ceifou a vida do piloto. Ele era o grande favorito para ganhar o GP daquele ano e dar ao Brasil um título que estava sendo tão aguardado, inclusive, no futebol: o Tetracampeonato. Naqueles dias a seleção brasileira estava desacreditada e, por isto, Ayrton era a grande esperança do país.
Este foi o motivo que, quando perdemos Senna, o baque foi muito mais violento. Sua morte deixou o Brasil de luto de uma maneira que só havia sido vista com o falecimento do presidente Tancredo Neves. O velório foi amplamente televisionado. Quem lembra, sabe que o féretro seguiu pelas ruas com o corpo do piloto (em caixão fechado devido aos graves ferimentos) em cima de um carro de bombeiros até o Cemitério do Morumbi – um espetáculo bem mórbido, na opinião pessoal desta conteudista. Porém, não foram só os brasileiros que ficaram órfãos. Muitos fãs estrangeiros do esportista também sentiram a perda, sobretudo os japoneses.
Parece curioso pensar que um piloto brasileiro tenha sido tão querido no Japão. Os motivos que muitos apontam era que Ayrton tinha todas as qualidades que os nipônicos mais admiram: perseverança, dedicação, resiliência e, sobretudo, companheirismo. No Grande Prêmio do Japão de 1991 Senna já tinha vantagem de pontos e, durante a última curva, abre caminho para Gerhard Berger ultrapassar e conquistar o 1º lugar no pódio, numa reviravolta típica de mangas shonen.
O piloto também tinha uma personalidade interessante para um “herói”. Era arrogante, mas na medida certa. Tinha seus defeitos, como todo mundo, mas assumia-os. Em suas entrevistas sempre falava com bom humor e dava pequenas “mancadas” divertidas, como na mítica entrevista que sua, então namorada, Xuxa fez com ele em seu programa no natal de 1988 (procurem este vídeo!).
Enfim, era o típico garoto durão cheio de carisma. E campeão!
Aproveitando o gancho da popularidade do ídolo a revista Shonen Jump, que estava patrocinando a Mac Laren em 1991 e 1992, resolveu publicar uma série de histórias curtas com diversos pilotos, como Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alan Prost e… é claro, Ayrton Senna! O roteiro ficava por conta de Koyou Nishimura e a arte por Katsuhiro Nagassawa e Hirohissa Onikubo. A primeira história foi publicada na edição 31 de 1990 e ajudou a popularizar o esporte entre os jovens do Japão.
A compilação de histórias recebeu o nome de F No Senkou – Ayrton Senna no Chousen, (O Relâmpado da F1 – O Desafio de Ayrton Senna) e, obviamente, o piloto brasileiro acabou ganhando mais destaque nos enredos, sendo contada de forma dramática e ‘shonenzada’, suas grandes vitórias.
Apesar do sucesso que os one-shots fizeram, hoje esta é uma das séries mais obscuras da Shonen Jump. Há boatos de que ela sequer pode ser republicada devido à impedimentos judiciais de direitos de uso de imagem com a família do piloto. Hoje as únicas edições disponíveis são as compilações feitas na época e as antologias que a própria Jump chegou a publicar de edições históricas de tempos em tempos.
Os felizardos que conseguiram encontrar as edições antigas hoje as guardam, literalmente, em cofres! Uma pena, pois uma obra tendo como tema o grande Ayrton Senna certamente faria sucesso aqui. Afinal como diria Galvão Bueno: “O melhor psicólogo do centro-avante é a rede do adversário” (seja lá o que isto tem a ver com F1, maaaas… achei bonito!).
Ayrton, sempre Ayrton Senna. Um cara que jamais deveria ser esquecido.
Olá, na verdade o ano em que o Senna ganhou sua primeira corrida aqui no Brasil, foi em 1991, apenas uma marcha. Grande matéria, Ayrton Senna sempre em nossos corações!