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Coluna do Fred: Nausicaä cancelado. Surpreso?

Nausicaa

Perto da minha casa tem um sebo com todos os Nausicaä por dez reais cada. Sei que a qualidade, tanto do produto, quanto do material em si é incontestável, mas nunca consegui me animar de comprar, mesmo com o preço barato (um terço do valor original). O motivo? Conrad.

Hoje foi noticiado que a série foi cancelada e nunca será terminada por aqui (até que outra editora tente, se tentar, né…). É um absurdo e fico triste por todos que apostaram na série, mas se há alguma surpresa na história, é que a Conrad chegou a mencionar a existência de Nausicaä, ao invés de cancelar e fingir que nada rolou.

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Coluna do Fred: More money, more problems?

Oi, Fred aqui.

O Diogo já escreveu muito da minha opinião sobre o aumento dos preços dos mangás da JBC. Doze reais pelos produtos que eles oferecem realmente é abusivo…

Mas eu, que pensava no momento da notícia que jamais iria fazê-lo, ainda pretendo continuar comprando da JBC.

Não me levem a mal. Posso dar desculpas como “ah, só quero terminar minha coleção, blablabla”. É uma conduta normal do ser humano: Quando sabe que está fazendo algo repreensível, ele começa a tentar justificar o porquê de suas atitudes. Eu não vou me dar a esse trabalho. Eu só quero ler Hunter x Hunter e, infelizmente, a JBC é quem publica.

Hoje em dia, a JBC tem sido alvo de ataques constantes que, via de regra, acabam minimizando o serviço porco das outras editoras. Tudo bem que eles editam os mangás deles em guardanapos de lanchonete usados, mas isso não redime o serviço ruim das demais. A Panini cancela mangás e atrasa outros constantemente (sim, eu leio Kekkaishi). A Conrad, que Deus a tenha, eu nem preciso comentar. Newpop, apesar de terem feitos bons serviços até o momento, é extremamente inconstante em seus lançamentos…

Enfim, o mercado todo tem seus problemas e pagamos muito por isso. Tanto para o pessoal que quer um produto de qualidade, quanto pro pessoal que só quer ler.

Mas isso quer dizer que estou defendendo a JBC? De forma nenhuma. Os valores que eles cobram são irreais? Com certeza. Cobrar valores altos por produtos bons é uma prática normal do mercado. Cobrar valores altos por produtos ruins é burrice. Eu não sei de que forma tentaram justificar, se é que o fizeram, mas é um valor alto demais pra um produto com qualidade de menos.

Eu só acho que o caminho não é pensar quê, parando de comprar da JBC ou malhando só ela, as coisas vão melhorar. Estou esperando Kekkaishi 15 desde março e até hoje nem sinal de vida. E olha que já é trimestral… No fim das contas, comprar mangás no Brasil tem sido mais uma questão de escolher qual veneno você quer. Seja lá a escolha, você sempre sai lesado.

Ah, mas devo dizer que no meio desses problemas, a entrada L&PM foi um belo sopro de esperança. Lançaram dois gibis com ótima qualidade, preço não muito diferente dos praticados pelas velhas conhecidas e publicaram tudo de uma tacada só. Fiquei honestamente impressionado. Espero que tenhamos mais casos como esse para ajudar nosso mercado a melhorar. Eu ainda vou comprar Hunter x Hunter, mas espero muito que não caia no conto do vigário de querer ler outro mangá da JBC, até porque errar é humano, persistir é burrice.

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SANCTUARY, o mangá que a Conrad nunca terminou, mas deveria ter terminado.

Por mais incrível que possa parecer, poucas pessoas que eu conheço já leram Sanctuary. O mangá foi lançado aqui em 2006 pela Conrad em formato tankobon. Infelizmente ela só chegou a lançar seis edições, das doze originais, num período de dois anos. O cancelamento inesperado pela editora e a pouca atenção que o mangá recebeu provavelmente afastaram o público dessa obra. Porém, Sanctuary é um mangá incrível e altamente interessante. A história fica por conta de Sho Fumimura (responsável por Hokuto no Ken) e a arte fica por conta de Ryoichi Ikegami (responsável, dentre outros, pela arte de Crying Freeman). Dois excelentes mangakas unidos em uma excelente obra.

Akira Hojo é um jovem chefe da yakuza, a máfia japonesa. Chiaki Asami é um jovem político que tem como objetivo ser o mais novo membro do parlamento japonês. Dois homens bem diferentes, mas que são antigos amigos dos tempos em que ambos lutavam pela sobrevivência nos campos de extermínio no Camboja durante o governo dos Khmers Vermelhos. Há estimativa de que durante o regime de extrema esquerda, cerca de dois milhões de pessoas foram mortas. O Camboja na época, tinha apenas sete milhões de habitantes. Após migrarem para o Japão, os dois amigos decidem tornar sua nova casa em seu “santuário”. Porém, os caminhos escolhidos são bem diferentes.

Sanctuary conta a história desses dois amigos lutando por seus objetivos. A história por si só já me despertou extremo interesse. Gosto de história sobre máfia e também gosto de histórias sobre manipulações políticas. Junte os dois e já tem minha atenção. A ideia de colocar dois cambojanos em posições de destaque em organizações tipicamente japoensas também me atraiu. E se a história já não fosse interessante por si só, veio acompanhada de um excelente trabalho de arte.

O traço de Ryoichi Ikegami é extremamente detalhista trazendo assim um forte realismo às cenas. Expressões faciais intensas que passam bem a emoção e intenção dos personagens. É necessário dar destaque também ao erotismo presente na série, fruto do trabalho do artista. Lembrando que o foco nessa história não é o erotismo, mas ele está bem presente, assim como está presente nos universos da yakuza e da política como bem sabemos.

Fico triste em ver que pouca gente no Brasil conhece esse título. Quem conhece, muitas vezes é só de ouvir falar, ou de ler em algum lugar falando sobre os cancelamentos da Conrad. Foi triste também a decisão da editora em cancelar o mangá, mesmo sabendo que eles devem ter tido seus motivos. Por sorte, hoje temos diversas opções para conferir esse material. Tirando a internet, o mangá foi publicado nos Estados Unidos pela Viz e é facilmente encontrável em sites como a Book Depository. Também a opção de se comprar a edição japonesa em livrarias virtuais como a BK1 ou até mesmo tendo sorte de achar a coleção completa no bairro da Liberdade em São Paulo.

O importante é que essa obra seja lida e que os fãs de animes e mangás possam conferir esse trabalho do qual gosto muito. Um excelente retrato de dois extremos da sociedade japonesa.

Obs: Esse post foi motivado pelo anúncio do retorno dos autores em um novo mangá. Mais informações: Maximum Cosmo

Por mais incrível que possa parecer, poucas pessoas que eu […]