O assunto já foi revirado do avesso nos últimos meses, mas vamos falar um pouco de Gangsta. e da situação dele hoje no mercado de mangás?
Apesar de grandes e famosos mangás estarem sendo anunciados por todas as editoras nessa segunda metade de 2015, provavelmente nenhum outro foi tão comentando quanto Gangsta. Gangs… Quem? Isso mesmo. Mas Gangsta. não foi bastante comentado por conta de sua história, qualidade ou popularidade, e sim por conta da escolha do material para a sua versão nacional, trazido até nós pela editora JBC. A editora fez um anúncio bastante empolgado do mangá em um vídeo do canal Henshin Online, mesmo que o número de fãs aparentasse não ser muito grande. Sim, tivemos um anime esse ano, mas ela não é de longe uma obra muito popular. Essa era a chance de apresentar um mangá diferente ao público brasileiro.
Worick e Nicolas são dois caras misteriosos e bastante respeitados no subúrbio da cidade de Ergastulum. Ambos são chamados de “faz-tudo” já que realizam qualquer tipo de trabalho por dinheiro, desde entregas, brigas, até prostituição e assassinato. O ambiente em que moram proporciona esse tipo de trabalho para eles o tempo todo, já que é uma cidade repleta de mafiosos, gangsteres, drogas e todo e qualquer tipo de crimes. Apesar de parecerem dois monstros, eles são gentis e de bons corações. Corações que escondem passados negros em cada um deles.
Com uma premissa simples e aparentemente sem um background muito elaborado, Gangsta. foi criado pela autora Kohske no ano de 2011 e é serializado até hoje na revista Monthly Comic Bunch da editora Shinchosha, possuindo atualmente sete volumes encadernados. Teve também um anime de 12 episódios entre julho e outubro que foi exatamente o estopim para causar uma certa popularidade da obra fora do Japão.
Sobre ter uma premissa simples, a edição encadernada possui um texto escrito pela autora, e a própria diz que começou a desenhar o mangá seinen sem ter um universo definido ou plano de futuro para a obra e que a cada capítulo ela quebra a cabeça para criar novos elementos, então talvez esse seja o principal motivo de não vermos algo tão complexo.
Apesar disso, a narrativa e o ritmo de Gangsta. são bons, apesar do traço não ser tão chamativo. Quem assiste o anime antes e depois vai para o mangá, nota muita diferença e talvez não se acostume com o desenho que muitas vezes é um pouco torto, sem falar que alguns rostos tomam proporções diferentes em certas cenas. Mas acho que o principal ponto que incomoda para quem migra do anime para o mangá é o Nicolas.
O anime mostrou o personagem semi-surdo de uma maneira icônica, com linguagem de sinais e uma voz toda forçada quando ele tenta conversar e isso foi genial! Mas no mangá, apesar de praticamente não usarem a linguagem de sinais (o que poderia muito bem ser usada de forma clara num mangá, como em Koe no Katachi, por exemplo), Nicolas possui balões de fala com a única diferença de eles serem negros ao invés de brancos. Em outras palavras, o personagem mais interessante da história perde toda sua identidade que nos cativava.
Já a versão brasileira do impresso de Gangsta. está… Bem, batendo novamente nessa tecla, transparente. Muito transparente! Como a autora usa bastante retícula, as páginas praticamente estão cinzas e fica parecendo que elas tem marca d’água de seus versos. Claramente é possível ler o que está na página de trás e para aqueles que dizem que não atrapalha a leitura, atrapalha sim! Para se ter uma ideia do nível de transparência e má qualidade desse papel, é possível ver o verso até nas páginas pretas!
Quando se abre o mangá, a primeira página de apresentação com a logo e o número do volume é preta e se você olhar o verso dela consegue ver o logo ainda. Quando até as páginas pretas revelam seu verso, é porque algo está muito sério. Sem falar na distribuição de Gangsta que não foi tão boa, já que este redator do Gyabbo! só conseguiu encontrá-lo para comprar após dois meses, mas isso não é tanta culpa da editora.
Como nem tudo são espinhos, há que se dizer que o trabalho na capa foi muito bem feito e por fora ele parece lindo, ainda que nem tudo que reluza seja ouro. Nossa última análise com o tema transparência foi Orange e fazendo uma comparação bem de leve entre os dois, tivemos retorno de pessoas dizendo que comprariam mesmo estando transparente por conta de Orange ser uma história muito boa e bastante aguardada, adquirindo até mesmo para incentivar a vinda de outras obras do tipo. De fato, é reconhecível que Orange é interessante e talvez a compra não seja tão prejudicada. Mas e Gangsta., com um material de qualidade duvidosa e uma premissa simples que tem apenas como base as pessoas que assistiram ao anime? Trazer esse manga para o Brasil já foi uma aposta ousada, talvez em uma tentativa de apresentar uma nova obra aos leitores daqui. Mas se essa foi a intenção, aposto que foi uma das mais falhas desde Enigma. Não por Gangsta. ser ruim, mas por ficar difícil uma pessoa comprar um material de baixa qualidade apenas para conhecer.
Tomando por base a análise de custo benefício e pensando que dificilmente uma pessoa compre esse material apenas para conhecer, fica difícil dizer que Gangsta. terá uma boa quantidade de vendas. “Ah, mas eles vão mudar o papel”, certo… Mas a primeira impressão é a que fica, ou não? Esse primeiro volume mal apresentado não é motivo o suficiente para espantar os curiosos a respeito da obra e evitar que a maioria queira comprar o resto? Gangsta. vai melhorando gradualmente, mas mesmo a autora reconhece que não tem uma obra bem construída no início, então soma-se a isso o estado da edição brasileira e a falta de “fanbase”… Eu sou fã de Gangsta., mas minha aposta é que a Editora JBC furou seu próprio barco e isso é triste.
Com tanto mangá com qualidade saindo eu não vou gastar meu dinheiro com um trabalho porco desse que a JBC fez.Ultraman tah a msm bosta.
não, além do preto no ultraman não estar transparente, no volume 2 está até melhor q o 1, ainda transparente mas nada proximo a gangsta, mas o gangsta com preto transparente realmente tá bizzarro.
Eu curti o manga e talvez por isso, não esquentei muito com o papel.
Como também não vi o anime, também não me incomodei com as “falas” do Nicolas no balão em preto.
O mistério sobre ele e o Worick é o que manteve o interesse na história.
Concordo com a questão do papel atrapalhar muito a leitura e espero que arrumem isso a partir da 2ª edição, mas discordo completamente sobre o que disse quanto à arte da Kohske, que acho linda demais!
Sobre se vai vender não dá pra prever, mas acho que foi uma boa aposta já que o público brasileiro parece curtir mangás com atmosfera mais “dark”, sem falar que tem lutas, mistério e personagens carismáticos. Pra mim o maior erro da JBC foi ter escolhido esse papel, nem sei porque usaram ele de novo em Orange já que tanta gente reclamou :/
JBC Queremos
Dr. Slump
Trazer Gagsta para cá foi um aposta bem arriscada fora q um tanto estranha se era para trazer um manga com um hype de um recente anime na temporada de gangsta teve muito anime bem mais popular q o mesmo e agora para ajudar vem uma qualidade bem duvidosa e o fato q o manga entrou em hyatos no japão ou seja vai ser um q logo logo o povo daqui esquece