Uma das mais esperadas estréias dessa temporada de primavera chegou nesta terça-feira dividindo opiniões. Carregando sobre si o peso de adaptar a obra máxima do grande mangaka Masakazu Katsura, chega Zetman do estúdio TMS Entertainment.
Essa série, programada para 13 episódios apenas terá a árdua tarefa de adaptar em animação a história central de um manga lançado iniciado em 2002 e publicado até hoje nas páginas da Weekly Young Jump e que já conta com 16 volumes.
Zetman se passa em um Japão onde estranhas e violentas criaturas conhecidas como “Players” são desenvolvidas pela Coorporação Amagi aparentemente pelo puro prazer de ricos em ver essas rinhas de galo monstruosas e sanguinárias. Mas as coisas fogem de controle quando um desses “Players” desenvolve inteligência e comanda uma fuga das criaturas para o mundo fora da Coorporação.
É dentro desse contexto que temos Jin Kanzaki, uma criança alegre, ingênua que utiliza de sua grande habilidade e força para conseguir dinheiro em busca do sonho de conseguir comprar uma casa para seu avó de criação, um sem-teto com quem vive. Jin na verdade foi outro experimento da Coorporação Amagi, o projeto ZET, em busca da criação de uma criatura perfeita para lutar contra os “Players”. No entanto, Gorou Kanzaki, seu avó de criação e na época um dos cientistas da Amagi acaba levando o garoto para que ele possa ter uma vida normal.
Apesar desse primeiro episódio se focar mais em Jin criança, esse é apenas o ponto de partida para entendermos Zetman e as consequências que virão no futuro. Mas sendo um anime de poucos episódios, principalmente se comparado com o número de volumes do manga, a série acaba sendo extremamente rápida, utilizando-se desse primeiro episódio realmente como uma introdução para que Jin já comece a despertar seus poderes. Em um episódio mais de 11 capítulos são atravessados sem que seja possível dar profundidade em nenhum dos momentos importantes dessa primeira parte.
Isso se destaca na relação de Jin com seu “avô”. A nós cabe aceitar que ambos tinham uma relacionamento muito profundo, ainda que poucos minutos em cena nos mostrem isso. Quando da morte do seu avô por um “Player”, a sensação é que devíamos sentir a tristeza de Jin, mas isso é praticamente impossível pela necessidade de apressar o roteiro e fazê-lo caber em 13 episódios.
Não irei questionar aqui as escolhas diferentes feitas pelos roteiristas, mudando certos acontecimentos que são de grande importância pra história, principalmente quando falamos da relação de Jin e aquele que se transformará no seu contra-ponto, Kouga Alphas Amagi, um garoto rico com um forte senso de justiça baseado nas ideologias exageradas dos programas de super-heróis.
Pra ser sincero eu li apenas 27 capítulos do manga, então não vou ficar julgando as escolhas feitas pelos roteiristas, mas é perceptível que o enfoque da série será em um false embate entre Zetman versus Alphas enquanto um vilão visualmente pitoresco mexe as ações por trás dos panos.
Em um anime tão curto como esse, não teremos tempo para aprofundamentos de personalidade dos personagens ou mesmo questionamentos profundos sobre suas ações. Isso já ficou óbvio neste primeiro episódio. Mais do que isso, a série promete ter como atenção as lutas, onde boa parte do dinheiro da animação está indo. Apesar da série acabar se contradizendo ao buscar ser menos violenta visualmente, especialmente em cenas mais gores.
Veja bem, a série não compromete em seus quesitos técnicos. Apesar de possuir uma sound-track brega em alguns momentos, Zetman possui um traço interessante e bem feito, ainda que muito longe do detalhismo e beleza dos traços originais de Katsura e uma animação razoável, com destaque maior nas cenas de ação, ainda que com certo sacrifício do equilíbrio com o traço.
Se Zetman foi algo bem mais interessante do que eu pensei quando fiz minhas apostas para essa temporada, especialmente se ignorarmos o material original, ele ainda não se mostrou algo muito empolgante. Acredito sim que temos aqui um anime bom, principalmente para os fãs de ação, mas nada que irá se sobressair, deixando ao espectador a necessidade de procurar o material original, o que certamente já será um objetivo bem cumprido.
Outras opiniões sobre Zetman você pode ler tanto no Anikenkai quanto no Chuva de Nanquim.
Com 13 episódios achei que fcou até bem explicado, pensava que seria mais corrido e jogado do que foi. Minha única crítica é com o excesso de censura. Não sei se é a lógica de querer vender BD ou não querer problemas juridicos, mas teve momentos que a faixa negra cobria meia-tela, acho isso mto tosco. Mesmo com esse problema gostei e chegou a empolgar até. Espero que saibam levar bem a adaptação até o final.
odiei, como fã do mangá. Mudaram bastante a história, em 1 só episódio.Pra quem acompanha o mangá e é fã, esse anime é algo a ser esquecido.só vai servir pra divulgar a história, sendo que a pessoa que ver o anime e for depois ler o mangá vai ter que ler desde o começo pela quantidade de mudanças.