Fullmetal Alchemist: Brotherhood Specials

Recentemente eu comentei aqui no blog sobre o recém-lançado longa-metragem baseado na série Fullmetal Alchemist: Brotherhood; The Sacred Star of Milos. Apesar de ser um ótimo filme de ação com uma animação muito bem realizada, ficou a crítica do mesmo não agregar quase nada de relevante à franquia.

Mas se esse filme não conseguiu atingir esse objetivo, para isso descobri que existem quatro Specials lançados como bônus em alguns dos volumes dos DVD/BD da série que em seus pequenos episódios de mais ou menos 16 minutos conseguem adicionar detalhes tão interessantes a uma série que já marcada por seu incrível detalhismo.

OBS: Esse post conterá spoilers.Fullmetal Alchemist: Moumoku no Renkinjutsushi – O alquimista cego

Neste primeiro special temos um dos poucos onde os irmãos Elric estão realmente envolvidos na trama. Ouvindo um boato de que um alquimista teria conseguido realizar com sucesso a proibida transmutação humana, os dois irmãos vão até a casa da família Humbergang para conhecer esse homem.

Lá eles conhecem Jude, um velho alquimista que trabalha apenas para a família em questão e que há algum tempo procurou ressucitar a filha dos seus patrões, a pequena Rosalie. Assim como todos aqueles que tentam quebrar esse tabu, Jude perdeu algo nesse processo: seus olhos.

Ao contrário do que dizem os boatos e no que de fato o próprio Jude acredita, ele não obteve sucesso em sua alquimia. Seus patrões, não querendo expor ao homem ao seu fracasso adotam uma menina para que ela fique no lugar da filha morta, permitindo assim que o alquimista cego viva em sua feliz ignorância de tudo que aconteceu.

Fullmetal Alchemist: Shinpuru na Hitobito – Pessoas simples

Focado em Riza Hawkeye e Winry Rockbell – duas mulheres marcadas pela dor de verem suas pessoas amadas estarem sempre em situações de vida ou morte -, aqui temos uma amostra de até onde os detalhes em uma série bem construída podem ser explorados. Ainda que isso nunca tenha sido mostrado na série, em “Pessoas Simples” somos apresentados a como cada um dos personagens dessa imensa trama se influenciam, mesmo que sem querer, nas razões mais simples possíveis.

Eu mesmo nunca havia percebido isso, mas Riza começa a série com um cabelo bem curto para chegar ao final com uma longa cabeleira loura. Já Winry só vem a ganhar seus característicos brincos e piercings no meio da série. A razão para essas duas mudanças? A empatia que ambas possuem uma pela outra. A melhor atiradora de todo exército se espelha justamente em Winry para deixar seu cabelo crescer e a garota resolve furar as orelhas por ter visto os brincos da forte Hawkeye.

São detalhes bobos? Sim, mas conseguem dar uma profundidade extra aos personagens e seus relacionamentos. Mais do que girarem em torno de uma trama, Hiromu Arakawa conseguiu criar uma obra onde o nível de detalhismo permite que os personagens cresçam e se modifiquem muito além do núcleo central.

Fullmetal Alchemist: Tales of the Master

Durante Brotherhood ouvimos da quase lenda urbana que foi o mês quando uma estranha mulher surgiu nas terras do Mt. Briggs, atacando animais e soldados da região, deseparecendo tão misteriosamente quanto surgira um mês depois. Essa mulher era Izumi Curtis, futura mestra dos irmãos Elric, ainda com seus 18 anos, buscando ser aprendiz do mestre da alquimia Silver Steiner.

Após um pequeno mal entendido ela acaba indo para um teste onde deve sobreviver por um mês nas frias terras do Mt.Briggs começando com apenas uma faca. Lá Izumi descobrirá sozinha aquele que viria a ser seu maior ensinamento aos irmãos Elric: Um é tudo. Tudo é um.

Além disso, já no finalzinho do special, vemos o primeiro encontro de Izumi com seu futuro marido Sig Curtis, em uma paixão à primeira vista.

Yet Another Man’s Battlefield

Naquele que é facilmente o melhor dos quatro, temos Roy Mustang com seus 18 anos, iniciando seus treinamentos na academia militar para futuramente virar o famoso Alquimista das Chamas. Além disso, temos o primeiro encontro e desenvolvimento da amizade daquele que viria a ser seu melhor amigo, Maes Hughes.

Mais importante que isso, entretanto, está no foco dado à questão do povo de Ishval. Apesar de fazerem parte oficialmente da nação de Amestris, mesmo antes de 1908 com a Guerra de Aniquilação de Ishval, o povo já sofria uma forte discriminação racial. Um dos poucos no exército, Heathcliffe Arbor pretende virar um oficial para mudar essa situação de dentro do próprio governo. Já Roy tem como objetivo proteger sua nação, enquanto Hughes quer ter o poder para proteger as pessoas próximas que ama.

É assim que anos depois os três voltam a se encontrar, dessa vez em lados opostos, com Hughes e Mustang oficiais do exército de Amestris em missão na guerra contra Ishval. Heathcliffe, lutando pelo seu povo atira em Mustang após ele ter matado um grupo de “rebeldes” para em seguida ser morto por Hughes.

Essa cena é impactante tanto por marcar profundamente o desenvolvimento da personalidade de Mustang quanto por mostrar as dúvidas intrínsecas àquela guerra. Roy Mustang entrou no exército para proteger o seu país, porque seus poderes são usados para matar amigos que fazem parte dele? Hughes, aparentemente o mais simplório de todos, carrega consigo, sim, a dor da morte de tantos, mas irá fazer tudo que puder para manter o sorriso no rosto das pessoas que ama, explicando o rápido ataque ao antes companheiro Heathcliffe que pouco antes faz a pergunta que permeia a cabeça de todos ali: “Por quê?”.

Para qualquer fã de uma franquia é importante consumir tudo que sai dela, mas no caso desses especiais da Brotherhood, eles  são verdadeiramente imprescindíveis, acrescentando detalhes à série que não servem apenas de fanservice para fazer os fãs comprarem os DVD/BD, mas vão além, entrando como um material de imensa qualidade obrigatório para quem assistiu Brotherhood.

Recentemente eu comentei aqui no blog sobre o recém-lançado longa-metragem […]

5 thoughts on “Fullmetal Alchemist: Brotherhood Specials”

  1. Esses especial são muito bons mesmo. Até porque foram escritos pela própria Arakawa na forma de gaidens. Pena que só adaptaram 4 dos 7.
    Tem também a animação dos yon-komas. Estes não acrescentam nada à história, mas são bem engraçados.

  2. Amo muito tudo isso!

    FMA é aquele anime que eu cito sempre que me pedem sugestões, mas quase sempre a pessoa já conhece e curte, aí não me sobram muitas possibilidades. xD Eu só conheço o Brotherhood, faltam 7 episódios pra conclui-lo. O considero um dos melhores e mais completos animes que assisti: História primorosa e bem contada, personagens cativantes e envolvidos na trama (E não só pra compôr elenco), design lindo, animação bem feita, trilha fodástica… Olha, pode até ter seus defeitos, eu só não achei nenhum.

    Li alguns capítulos do mangá também, no único meio tanko que comprei. Infelizmente, perdi a chance de ver a primeira série quando passou na RedeTV, mas dizem que é boa, mesmo diferindo bastante do mangá. Já tô acrescentando o movie e esses especiais à lista de pendentes, mas te adianto que é muito bom saber que o que eles acrescentam à história não interfere nela, nem proporciona facepalms aos fãs da série. Quem dera fosse sempre assim…

    Obrigada pelo post!

    1. O blog tem como política não passar links para downloads nem permitir que isso seja feito pelos comentários. Se quiser saber onde encontrar pode perguntar pelo Twitter ou email.

      Gyabbo!

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