Hourou Musuko – Primeiras impressões

Olá pessoal! Tudo bem? Até que eu estou, resolvi algumas coisas que precisava resolver, tive uma ótima semana futebolística com boas vitórias do meu Flamengo, comecei um bom livro, me sinto mais de férias. Mas não é sobre isso que queria conversar nesse parágrafo. A verdade é que já tem um tempo que eu venho pensando e resolvi parar com os gráficos com notas episódicas. Apesar de achar a ideia muito legal, fazer isso estava me engessando e mecanizando para assistir animes, não está sendo legal. Vou deixar a página dos animes concluídos no ar por enquanto, a dos animes em andamento será retirada. Talvez um dia eu volte, mas pra isso vou ter que achar um jeito melhor de fazer isso.

Mas vamos mudar de assunto, vamos dar novamente as primeiras impressões de um anime, Hourou Musuko.

Certamente um dos animes mais aguardados por mim nessa temporada e uma das poucas esperanças iniciais para salvar a temporada. Hourou Musuko é um dos lados da nova díade do bloco Noitamina que mantém o padrão de qualidade que já é sinônimo do bloco.

Baseado em um manga da autora Takako Shimura, a mesma do bonito Aoi Hana, publicado desde 2002 e que atualmente conta com 11 volumes, Hourou Musuko, assim como seu irmão, procura trabalhar temas como a homossexualidade, mas também a transexualidade, formação da identidade, a tolerância e o preconceito.

Vou tentar situar a história: Nitori Shuichi é um garoto com feições bem andrógenas e que se sente bem ao se vestir como uma garota. Nitori gosta de sua amiga Takatsuki Yoshino, uma garota alta, com um comportamento pouco feminino (mas não chega a ser tomboy) e que tem o desejo de se vestir como um garoto. Ela não tem os mesmos sentimentos de Nitori. Para fechar o triângulo temos Saori Chiba, uma garota de temperamento forte e que gosta de Nitori.

O início do anime é diferente do manga, a história já começa com os três entrando em outra escola, saindo do ensino fundamental. Apesar de não ser dito, é possível calcular a idade dos personagens entre 12 e 13 anos. Ao olhar tudo isso pela primeira vez você pode pensar na bagunça que esse enredo aparenta ser, mas a verdade é que a narrativa e a direção feita por Ei Aoki leva essa história com uma sensibilidade ímpar.

Todos os personagens estão entrando na adolescência e consequentemente na puberdade, é nessa época em que a identidade começa a se cristalizar (apesar de isso ser um processo ininterrupto) e o processo de socialização exerce grande influência nisso. Os personagens buscam encarar o mundo que na maioria das vezes é intolerante às suas preferências sexuais ou com as formas que as pessoas se intendificam. Preconceito, raiva, piadas,  intolerância familiar, tudo isso são questões que os dois personagens principais irão ter que enfrentar na formação da sua personalidade.

E é aqui onde o anime brilha novamente. A sensibilidade com que essas questões são apresentadas nos fazem refletir sobre a normatividade da sociedade contemporânea. Como pergunta Nitori, afinal, do que são feitas as garotas?

Se tudo isso já não fizesse de Hourou Musuko um anime para marcar, ainda temos a belíssima animação feita pelo estúdio AIC. Lembrando muito aquela realizada em Aoi Hana, aqui temos um toque aquarelado maior, todas as cenas parecem quadros pintados. A fotografia do anime e o olhar para os pequenos detalhes dão uma beleza ao anime que não se vê em todo anime. É tanto que Azuma Hiroki, o escritor original de Fractale, o outro anime do bloco Noitamina, chegou a xingar o produtor do seu anime no Twitter por achar que a animação de Fractale é totalmente sobrepujada pela belíssima obra do estúdio AIC.

Sinceramente, não canso de elogiar a série. A abertura, apesar de aparentemente simples, mas com uma música muito legal, achei que ela se configura perfeitamente com a proposta do anime. Ao não mostrar uma única pessoa durante seus 90 segundos, a abertura me parece querer mostrar a ambiguidade presente na história. Já o encerramento é realmente simples, mas bonito e com uma boa canção.

Uma palavra para resumir o anime certamente seria “Sensibilidade”. Hourou Musuko não é o anime padrão que irá agradar a maioria dos espectadores, assim como a maioria dos animes do bloco a que pertence também não são. Mas nesse temos um assunto mais polêmico, e a ambiguidade visual entre os personagens, junto com a narrativa um pouco complicada do primeiro episódio podem afastar muitas pessoas. Mas eu digo, continuem, vocês estão pertos de ver uma nova obra-prima da animação japonesa.

Olá pessoal! Tudo bem? Até que eu estou, resolvi algumas […]

13 thoughts on “Hourou Musuko – Primeiras impressões”

  1. Chorei litros com o primeiro episódio, confesso.
    Mas não sei bem se foi por já ter lido a história ou se teria sido a mesma coisa se estivesse vendo tudo pela primeira vez.

    Enfim, fiquei muito feliz com a animação… Coisa realmente linda.
    Espero que as pessoas assistam, sinceramente.

  2. Realmente essa serie me pegou de surpresa, não estava esperando muito, mas logo depois de assistir o primeiro, fiquei loco pela serie, no momento ja fui ler o manga todo e depois vi novamente o epi, não sei como vai fica a adpatação, pq tem muito o que conta e não sei se vai caber em 11 epis, mas tomara que saia algo bom e talvez mais temporadas.
    realmente uma serie que e must see.

  3. Desde que eu soube que seria um anime baseado em um mangá da Takako Shimura, sabia que iria adorar o anime. Mas por algum motivo oculto, apenas hoje fui assistir ao primeiro e segundo episódio. Nos primeiros minutos eu já fiquei vidrada com toda a fotografia do anime e didática empregada na narração, não tive duvidas que estava diante de um autentico drama. Com certeza, candidato forte a ser um dos melhores do ano.

  4. Fiquei muito feliz em assistir um anime com este tipo de tema que raramente é tratado em ficção de entretenimento, muito menos de forma responsável e poética, como parece ser o caso do Horou Musuko.

    E, claro, adorei o visual, a animação, tudo. Realmente acho que o primeiro capítulo poderia ser menos confuso, mas no segundo já dá para entender o que está acontecendo e acostumar com o ritmo da história.

    Espero que ninguém perca este fantástico anime por preconceitos infundados.

  5. Eu me perdi um pouco no primeiro episódio
    Mas na parte que a irmã o pega no flagra, meu Deus eu pude sentir um susto, medo,choque da parte de Nitori.
    É muito emocionante esse anime.

  6. Não é um tema que me chame a atenção, não por preconceito, mas por indiferença ou falta de de interesse mesmo.

    Decidi que devido a volta as aulas iria acompanhar apenas 2 ou 3 animes dessa temporada, portanto vou esperar algumas séries acabarem e talvez se HM se confirmar de fato uma “obra-prima da animação japonesa”, pode ser que eu confira.

  7. Não sabia o que esperar quando li a resenha do anime ( depois de ter visto Kuragehime )
    mas gostei do primeiro epi, mostrou de cara a que veio ao meu ver.

  8. Eu sou nova em todo esse mundo de animes e mangás. E eu não vi muitas coisas, então não deve valer muito dizer que nunca tinha visto algo tão delicado e sensível assim antes. Não sei se sou eu que estou muito facilmente tocada esses últimos dias, ou se o anime leva todo o crédito sobre minha emoção e lágrimas.
    Obra-prima.

  9. Adorei sua matéria. Acredito que nunca tinha lido nada daqui antes, mas agora já tenho anotado este endereço. Se as outras matérias foram tão boas quanto essa, vale a pena conferir sempre!=)

    Concordo com tudo o que disse. Fiquei contando os dias para o lançamento de HM, e posso dizer que não me arrependo. Estou amando a versão animada cada vez mais.

    Abraços.

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