Category Archives: Mangás

Bleach 437 e Bleach 438

Desculpe, vacilamos essa semana, e quando arranjamos tempo para escrever sobre a Jump da semana passada, a dessa semana já estava disponível. Então leiam aqui as análises dos últimos dois capítulos de Bleach.


Analisando Bleach capítulo a capítulo é fácil perceber que muito pouca coisa acontece em cada sessão de 20 páginas semanais de Tite Kubo. Geralmente Bleach é uma leitura rápida por ter poucos diálogos, e cada capítulo acrescenta muito pouco a história. Geralmente isso é algo ruim, mas nestes arcos preparatórios costuma funcionar bem, já que cada um dos novos elementos é introduzido separadamente, de forma lenta e isolada, e isso cria um bom clima de suspense para o mangá, pois você sempre tem muito pouca informação, e sempre quer saber mais. É o que vem acontecendo neste novo arco.

No capítulo 437 Ichigo despertou o seu Fullbring – que é um manji, e não uma suástica, como todos sabemos, inclusive o Kubo… mas então porque tentar criar polêmica e nomear o capítulo “Swastika Break”? Mas isso é um detalhe de pouca importância; o que importa é que os poderes de Ichigo voltaram (grande surpresa…), e Kubo tomou o cuidado de mostrar Ichigo ainda tentando descobrir como usá-lo. Ponto pro Kubo: se ele automaticamente soubesse todas as incríveis técnicas mortais que ele poderia usar, eu ia ficar muito puto. E é óbvio que aquele “raio negro” não será a técnica usada por Ichigo daqui pra frente; ele sempre foi um personagem físico, de muito sangue e corpo-a-corpo. Esperem mais algumas semanas de treinamento daqui para frente.
Já no capítulo 438 o foco volta-se para Inoue e seu assassino. Foi um capítulo engraçado, até, com esse novo personagem, Shishigawara protagonizando uma das melhores sequências de página de Bleach que eu me lembre (o momento em que Inoue vira o rosto e “rebate” o ataque do garoto com a sua beleza). E mais uma vez, Bleach introduz personagens lentamente; primeiro o nome, depois a silhueta, o corpo todo, e, quem sabe, daqui a uns dois capítulos, saberemos seus objetivos. 
É narrativamente interessante, mas eu espero que seja recompensador. Eu ainda tenho a sensação de que todos esses personagens são “filler”, e logo que o arco do Rei da Soul Society começar, eles perderão importância, assim como os Vizards.

Desculpe, vacilamos essa semana, e quando arranjamos tempo para escrever […]

Naruto 528 e Naruto 529

Desculpe, vacilamos essa semana, e quando arranjamos tempo para escrever sobre a Jump da semana passada, a dessa semana já estava disponível (e pelo jeito nem o Kishimoto tinha tempo… é impressão minha, ou ele entregou páginas em rascunho?). Então leiam aqui as análises dos últimos dois capítulos de Naruto.


A decisão do Kishimoto de fazer uma guerra de larga escala, trazer todos os mortos de volta e mostrar luta por luta o que está acontecendo finalmente mostrou-se equivocada. Nestes dois últimos capítulos tivemos tantas reviravoltas ao mesmo tempo que elas acabam se anulando, e todo o arco perde força.

No capítulo 528 tivemos a conclusão da batalha pessoal de Darui contra Kinkaku e Ginkaku, dois lendários guerreiros que possuem o chakra da Raposa de Nove Caudas, e um dia derrotaram o 2º Hokage; ou seja, eles são absurdamente fortes, poderiam facilmente ser usados como vilões num arco dedicado a eles, e dificilmente seriam vencidos. Mas um deles é derrotado neste capítulo por uma tecnicalidade, que na verdade é um grande furo: se o vaso captura a alma do inimigo quando ele DIZ a palavra que ele mais disse durante toda a sua vida, por que então PENSAR em outra palavra muda a contagem?
Mesmo assim, ele é vencido, e o que poderia ser um clímax acaba ficando bastante sem graça.

No capítulo 529 o irmão restante entra em berserk e transforma-se numa espécie de réplica da Kyuubi. Temos um monstro lendário surgindo no campo de batalha! Vamos ter grandes esforços e várias tentativas frustradas pelos próximos 5 ou 10 capítulos, culminando numa batalha épica, certo?
Infelizmente, não. Kishimoto desperdiça uma grande oportunidade de criar grandes momentos, e soluciona os problemas da trama assim que eles surgem (“Ah, nós já sabíamos que isso ia acontecer, então deixamos preparado o item mágico necessário para vencê-lo. E esta personagem sem importância tem a técnica perfeita para transportá-lo para o campo de batalha. Deixa o pessoal lutando aí, e vamos tomar um chá.”). E tudo porque ele tem hordas de personagens que precisam ter o seu momento e glória em algum ponto do mangá.
No seu grande final, Naruto vem falhando em criar tensão e expectativa, e transforma-se num festival de fanservice (não estou falando de calcinhas, estou falando de fazer o que o fã quer ver), e chega se arrastando até a luta que realmente nos interessa.

Não dá pra acabar logo, não?

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One Piece 614 – What’s done is done

Eu já lia Bleach, e por isso mesmo tinha um certo preconceito em relação a One Piece, pois suspeitava que poderia ter ido pelo mesmo caminho. Ledo engano. Me surpreendi ao ver que a série tinha, sim, grande potencial (desperdiçado nos diversos arcos filler do próprio mangá). Seu grande ápice, obviamente, foi o arco do Barba Branca; eu podia sentir o sangue em minha face e as gotas de testosterona correrem pelo meu corpo ao ler a luta mais épica que eu já vi em um mangá. E com isso, One Piece se tornou parte dos meus Top 10 Animê/Mangá.
Com todo o peso do arco anterior, que terminou de forma emocionante, eu realmente espero algo pelo menos decente desse arco que se inicia.

Quanto capítulo da semana, não vi nada de especial além de uma possível luta (que não me parece interessante) entre piratas genéricos e Brooke. Pelo menos as coisas estão andando, se movendo em direção à grande luta e ao surpreendente reencontro entre Luffy e Gimbei, guiado pelo desejo da Princesa do Mar; outra personagem sem nada de mais: é uma garota de animê shoujo com super doses de kawaii e super frágil, por isso que, obviamente, os japas devem ter se amarrado nela (MALDITOS!). Só queria dar um último toque: essa idéia de fazer uma princesa sereia gigante se esconder dentro de seu tubarão gigante de estimação supera a gravidez de 2 anos da mãe do Ace e ganha o título de “Idéia mais estúpida que já vi em One Piece”.

Eu já lia Bleach, e por isso mesmo tinha um […]

Bakuman 120 – Internet e Rostos

Bakuman é talvez o mangá menos “Jump” a ser publicado na Jump e fazer sucesso desde Death Note (dos mesmos autores, inclusive); mas que ao mesmo tempo também carrega o espírito da revista, com passagens que me lembram shonens de luta. Com todas as suas referências à própria indústria dos quadrinhos, personagens cativantes e mais realistas, e os mangás falsos publicados pelos autores-personagens (melhores que muitos mangás publicados na Jump hoje), como eu poderia resistir? Definitivamente um dos melhores trabalhos já publicados na Jump.

Aliás, o que eu gosto desse arco de agora é que finalmente temos um vilão de fato em Bakuman, não um amigão concorrendo com Mashiro e Takagi. E para deixar mais legal é ainda um cara que chega chamando a Jump inteira de incompetentes e inúteis, o que logicamente significa que ele vai ser derrotado de uma forma ou de outra. Mas vai ser legal ver isso acontecer, afinal a Jump não pode deixar que algo como isso sirva de exemplo para as futuros autores.
(Quem mandar email dizendo quantas vezes eu usei a palavra “Jump” ganha um doce!)

Bakuman é talvez o mangá menos “Jump” a ser publicado […]