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Manifestação Pacífica de Otakus (ou quase isso)

Eu não gostaria de fazer um novo post tão cedo, já que ontem mesmo falei sobre os animes que pretendo assistir da temporada de inverno, que pra mim é o tipo de post mais importante do blog. Mas como o caso de preconceito contra cosplayers em um shopping de Manaus teve uma repercussão enorme (graças principalmente à Sandra Monte e à Petra Leão), me sinto obrigado a comentar alguns desdobramentos.

Apoiado muito pela ideia da Sandra Monte, resolvi marcar um “cosplaço” no determinado shopping, afim de mostrar que os cosplayers não aceitariam ser tratados da forma preconceituosa como foram. Fiz o post aqui, comentei nas minhas contas do Twitter (@DenysAlmeida e @Gyabbo), postei em todas as comunidades otakus da cidade convocando cosplayers, otakus e simpatizantes à participar e mostrar sua revolta.

O resultado foi esse:

Pra quem não conhece, da esquerda para direita; Rômulo (conheci na hora, é um cosplayer, mas não pôde ir com o seu), minha irmã que só foi pra fotografar a manifestação e eu, com meu cosplay de Gohan Universitário (sem o emblema da escola por que consegui preparar com barbante). Sim, três pessoas. Só.

Depois de percebermos que ninguém mais apareceria, o Rômulo foi embora e eu e minha irmã ficamos passeando pelo shopping (eu procurando um HD externo). Não tive problema algum, só alguns olhares para a minha calça laranja, nada demais. Cheguei até a pedir informações a um segurança, tranquilo.

Aproveitei para pedir informações para uma mulher na central de informação do shopping. Ela me informou que não há nenhum regulamento contra qualquer tipo de roupa no shopping. Então entrar de cosplay não é proibido. O que ela informou é que por se tratar de um grupo distinto, o shopping pode pensar que se tratava de um evento não informado à gerência, o que não seria permitido.

Aqui chegamos a parte crucial da conclusão que tirei. O erro aconteceu pelo segurança ter pedido que os cosplayers se retirassem ou mudassem de roupa, quando nada disso é necessário (de acordo com as informações do próprio shopping). Só a informação que estavam ali apenas para passear ou alimentar, não para fazer um evento à parte, tudo estaria resolvido.

Infelizmente o caso foi resultado de preconceito, muito em parte do histórico que a cidade tem de enfrentamento de emos e galerosos, e falta de preparo do segurança em abordar os cosplayers, que também são clientes.

É preciso que esse preconceito seja desconstruído, cosplayer não pode ser sinônimo de galeroso (marginal), mas pra isso precisamos de uma união da cena otaku muito maior do que a que existe hoje em dia.

Eu não gostaria de fazer um novo post tão cedo, […]

Censura em cosplayers de Manaus

Eu não pretendia postar nada até o próximo domingo, até por ter gostado muito do meu post sobre o movie Summer Wars, mas um acontecimento nesse fim de semana me fez mudar de ideia. Neste sábado e domingo (12 e 13/12) aconteceu o evento Anime Jungle Party, o maior da cidade (sou de Manaus). Não fui ao evento por não ver mais graça em eventos tem um bom tempo, mas isso fica pra outra discussão. A questão é essa:

Atualização em 12/01/2014: O vídeo não existe mais no Youtube.

Esse rápido vídeo mostra um segurança “solicitando” a saída de um grupo de cosplayers do Shopping Manauara, possivelmente o maior da cidade e recém inaugurado. Para quem não é da cidade, infelizmente em Manaus temos o histórico de enfrentamento de emos e galerosos em alguns shoppings da cidade, o que poderia explicar em parte a atitude do segurança.

Antes de tudo, devo afirmar que não houve violência, afinal, a forma como o segurança tratou a todos foi de forma normal, como espera-se de um profissional da área (o que infelizmente é difícil de encontrar).

Sei que muitos vão dizer “Mas é ridículo ir de cosplay pro shopping”, “Eles estão errados mesmo, não sabem onde se vestir, tem que ficar só nos eventos”, mas evoco o Art. 5o II :

ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

O Art. 5o IV:

é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

E por último o Art. 5o IX:

é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

Todos esses parágrafos retirados da constituição possibilitam a livre expressão de qualquer pessoa, da maneira que ela achar melhor, portanto que não infrinja outros pontos da lei, prejudique a outrem ou estejam em anonimato, o que em momento algum aconteceu neste caso.

Apesar de concordar que seria preferível o uso de roupas mais comuns em um lugar público como um shopping, acredito porém no que dizia Voltaire:

Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o ultimo instante seu direito de dizê-la.

E por mais idiota que possa ser ir a um shopping fantasiado, enquanto estiverem dentro da lei, que tenham o direito de se expressarem como quiserem. O que temos aqui é o simples medo do desconhecido, alimento do preconceito.

Sendo assim, a forma como os cosplayers foram tratadas infelizmente se trata de preconceito contra minorias, afinal, quem escolhe o jeito certo de se vestir, de se portar, de se viver?

Por isso que eu sou a favor de uma manifestação pacífica no mesmo shopping onde vários cosplayers irão para passear, andar, comprar, lanchar. Sem gritaria, sem algazarra, como pessoas normais como somos.

E você? O que acha? Acredita que eles deveriam mesmo saírem do shopping por causa das suas roupas diferentes ou tem o direito de ficarem e se vestirem como querem?

Eu não pretendia postar nada até o próximo domingo, até […]

O efeito Dragon Ball Evolution

Olá todos! Estão bem? Eu estou muito feliz! Como vocês já devem ter percebido, sou Flamenguista, e hoje fomos campeões cariocas em um jogo bem emocionante, com direito a decisão nos pênaltis! Parabéns a todos os rubro-negros que gostam de animes e mangas!

Campeão Carioca de 2009

Mas como eu sempre falo, o Gyabbo! não é blog de futebol, mas de animes e mangas. Por isso vamos ao que realmente interessa a vocês.

Recentemente eu fiz um post aqui no Gyabbo! falando sobre o fracasso que foi a adaptação Hollywoodiana de Dragon Ball. Seja em crítica ou em bilheteria, o filme foi um fracasso total e acho difícil termos uma sequência. Para quem é fã, como eu, o filme chegava a ser quase um insulto, um ataque à infância e pré-adolescência de muitos. Esse sentimento foi genialmente bem representado por alguns fãs nesse vídeo:

Mas apesar de tudo isso, em muito temos que agradecer a Dragon Ball Evolution.

“O que? Ele ficou louco?!”

Sim e não. O filme continua uma porcaria, mas a questão é que a franquia Dragon Ball ganhou um folêgo imenso com esse filme.

Vamos lá: A primeira questão óbvia foi a volta do anime à televisão japonesa. Dragon Ball Kai, uma versão remasterizada, sem fillers, redublado, com menos episódios e com abertura e encerramento novos, com uma belíssima animação (estou até agora achando uma pena não terem refeito a série com uma animação completamente nova), está conseguindo bons índices de audiência, se mantendo sempre no TOP10 japonês. Assim, apesar da censura, certamente pensando já na exportação, DBK foi uma grata surpresa dessa temporada.

Aqui no Brasil as coisas também são bem interessantes. A Playarte anunciou que irá lançar os DVD’s de Dragon Ball (Primeira fase), sem maiores detalhes ainda. Apesar de ser carera, a Playarte felizmente não é conhecida por cancelar seus DVD’s, mas será que essa empolgação com a franquia vai conseguir garantir o lançamento dos 153 episódios? Torço que sim, já que pretendo comprar os Boxes.

Além disso, em um post no seu Twitter, a Editora Panini afirmou que o filme alavancou as vendas dos mangas de Dragon Ball no Brasil, algo que certamente vem em boa hora, visto a volta da editora Conrad. De acordo com o Jbox, na 26° edição da Abrin – a maior feira de brinquedos da América Latina e a 4ª do mundo -, Dragon Ball foi uma das franquias mais fortes a serem trabalhadas no Brasil, com brinquedos que vão de quebra-cabeças, bonecos, fantasias a jogos de tabuleiro.

Por fim, tivemos a Globo levando ao ar nos sábados filmes da série, como o do Brolly, e a editora Abril lançando uma edição especial sobre a série da revista Mundo Estranho, com muita qualidade devo dizer, valendo a pena para quem for fã ou para quem quiser conhecer melhor a série.

Dessa forma, por mais que o filme seja horrível, ainda sim é possível olhar o lado positivo dessa adaptação, entendendo que o mercado precisa de exibição massissa e só assim para que produtos de uma determinada obra possam se espalhar por aqui. É o mesmo pensamento que me faz ser a favor de animes na Tv Aberta, mesmo censurados (apesar de que ser contra a censura), pois isso tira um título de um nicho e o espalha para massa, possibilitando assim uma real possibilidade de boas vendas e dessa forma, de investimentos.

Fontes:

http://www.jbox.com.br

http://www.otakupt.com/

http://www.animepro.com.br

http://www.twitter.com/editorapanini

Olá todos! Estão bem? Eu estou muito feliz! Como vocês […]

Life – Dorama

Essa semana não tive muito tempo para animes e mangas, a faculdade está ficando cada vez mais pesada e o tempo mais curto, só consegui ler Bakuman no OneManga e Dragon Ball Edição Definitiva #16, mostrando que a Conrad realmente está de volta, só fico no aguardo por Sanctuary que pra mim era o melhor manga em publicação no Brasil (hoje em dia eu fico com Sunadokei, da Panini).

Por isso hoje vou falar de um dorama que terminei a pouco tempo, Life:

Transmitido em 2007 no Japão, Life conta em 11 episódios a história de Ayumu Shiiba (Kitano Kii), uma adolescente japonesa meio bobinha e ingênua. Muito amiga de Shinozuka Yuko, Ayumu tenta entrar na mesma escola escolhida por sua amiga, mas os problemas começam quando Yuko não consegue entrar e Ayumu sim. Achando que ter perdido tempo ensinando Shiiba fez com que Yuko não estudasse como deveria, esta cria um ódio por Ayumu e tenta se suicidar.

Ayumu chega na sua nova escola pretendendo não se sociabilizar com ninguém pra não decepcionar as pessoas, como ela mesma pensa. Mas inesperadamente a garota mais popular da turma, Anzai Manami, procura ser sua amiga. As coisas finalmente parecem estar melhorando na vida de Ayumu, até Manami se revelar uma pessoa incrivalmente má, excluindo e punindo todos os que ela acha não estarem fazendo o que ela quer.  Assim, ao tentar ajudar Manami com seu namorado, Ayumu é mal entendida e acaba virando alvo de Anzai e suas amigas que fazem da sua vida um verdadeiro inferno.

Tratando de um assunto muito delicado, o “Ijime”, mais conhecido no ocidente como “bullying”, o abuso escolar, Life consegue mostrar de maneira bem vívida os sofrimentos que infelizmente não são raros, seja no Japão, seja o Brasil. A maneira como as pessoas, mesmo presenciando situações de ijime, ignoram esse assunto é retratada de uma forma extremamente real; os alunos que não falam sobre isso com medo de virarem o próximo alvo, os professores e diretores das escolas que não querem aceitar o ijime em suas turmas e escolas com medo de perderem prestígio e os pais que pressionam demais os filhos para que estes sejam sempre os melhores e muitas vezes ignoram seu bem estar.

Life dorama cast

Principais atores de Life

Life foi baseado em um manga da autora Keiko Suenobu, iniciado em 2002 e terminado recentemente, contando com 20 volumes. Não cheguei a ler o manga de Life, mas li Vitamin, outro manga da mesma autora que também trata de ijime. Lendo outros blogs e por essa experiência, é lógico perceber que o dorama foi suavizado, até por ser impossível ir ao ar coisas como pessoas se cortando em uma novela adolescente. Mas nem por isso Life deixa de ser forte, tanto que sofreu forte pressão no Japão quando foi ao ar, com mais de 2000 e-mails pedindo investigação de conteúdo, com a legação de um realismo excessivo.

Isso tudo chega ser irônica para quem viu dorama, pois um dos pontos mais fundamentais apresentados para a perpetuação do Ijime é o “não querer ver” das pessoas. Logo, essa vontade de censurar um dorama que mostra apenas a realidade e de forma até suavizada, me parece mais um caso disso.

Life não foi o meu dorama favorito, mas certamente vale ser assistido, principalmente para quem gosta de dramas e histórias com um pé na realidade social. Uma amostra disso é o final. Seria muito fácil dar um final feliz onde o Ijime é vencido por todos, mas não esse o caso, as coisas, assim como na vida real, não são tão preto no branco.

Essa semana não tive muito tempo para animes e mangas, […]