Fate/zero 11: Comentários e Versão do Diretor

Uma tendência que está longe de ser nova mas até que está presente com certa força atualmente em certos animes é o fato de estes terem duas versões: uma adequada para as necessidades de transmissão na televisão [geralmente em períodos de meia hora, se inclusos os comerciais, ou vinte e alguns minutos se descontados estes] e outra, estendida, na medida para os poucos felizardos dispostos a pagar rios de dinheiro pelos DVD/BD disponibilizados algum tempo depois daquela.

Enquanto em muitos casos – vem em mente o de Ore no Imouto e seu Primeiro Episódio que somente na versão para home video inclui a abertura e o encerramento [em versões exclusivas neste] que fazem a duração deste aumentar para 27 minutos [em vez dos 24 minutos usuais] – temos somente medidas paliativas, em outras obras [como Persona 4 the Animation, cujo Primeiro Episódio foi analisado neste blog] temos verdadeiras Versões do Diretor, com minutos a mais de cenas que ajudam o enredo a desenvolver-se com mais desenvoltura.

E se no caso de Persona 4 the Animation 01, que é um episódio claramente mediano, o resultado já é algo positivo, o que esperar do episódio dos episódios? Sim, vamos resenhar Fate/zero 11, agora com abertura, encerramento e episódio em gloriosos 29min30s de duração.

Quanto ao episódio em si, temos aqui o clímax deste primeiro cour no chamado banquete dos reis promovido entre Rider, Archer e Saber, no qual temos a característica principal das obras do TYPE-MOON [mesmo que com toques próprios do escritor convidado Gen Urobuchi] presente como nunca: as longas conversas repletas de pretensão e estilo.

No caso, estes discutiram amplamente um tema que permeia a trajetória de Saber em Fate/stay night – afinal, o que é ser rei? Assim, a visão idealizada e altruísta do Rei dos Guerreiros é contraposta pelo imenso carisma de Rider e a veia cínica que faz parte da concepção de Archer [ou simplesmente Gilgamesh para quem viu Fate/stay night]. Três visões na teoria válidas, mas a realidade criada por Urobuchi é cruel – e Saber sai aqui praticamente como uma garotinha inocente e idealista.

E aqui acontece o grande destaque desta Versão do Diretor exibida pela TV japonesa como propaganda no BD Box a ser lançado em Março/2012 que é uma edição mais longa e com detalhes que fazem a diferença para principalmente formar o clima do episódio. Se na versão televisiva o grande destaque é para o ótimo Rider, aqui temos maior equilíbrio entre os reis – principalmente com maior presença de Gilgamesh.

E dele é a grande frase que acabou faltando na versão com cortes e está presente na imagem de capa: É como o rosto de uma virgem deflorada na cama. Sim, para este cínico, sarcástico e prepotente Rei, o Rei dos Reis, é assim que soa o desejo de Saber – afinal, eu quero mudar como tudo terminou em seu passado. Frases que no geral não são importantes para Fate/zero, mas fazem muito sentido quando pensamos Fate como uma franquia; para quem viu FSN, temos aqui amarrada mais uma ponta; para quem não viu, já tem uma dica do que virá a frente. Afinal Saber é exatamente do que eu gosto.

Claro, além da longa conversa sendo ajustada em um ritmo um pouco melhor para quem gosta [muitos acharão esses detalhes desnecessários, tornando seu anime de ação mais lento – mas Fate/zero antes de ser shounen é TYPE-MOON, e desde o Primeiro Episódio já vemos que as conversas são o forte aqui – apesar da bela produção do ufotable], temos uma cena adicional que ajuda a entender melhor o xadrez que é esta série: a conversa entre Tokiomi e Kirei, que resolvem testar a força [e o Nobre Fantasma] de Rider enviando Assassin para servir de bode expiatório. Então, Assassin se encontra com os reis e… ah, mas aí tudo acontece igual ao episódio que você já conhece.

Abertura e quatro minutos e vinte segundos a mais de Fate/zero no episódio mais importante da série: valeu a pena? Claro que sim. Ei Aoki mostra que consegue trabalhar ao mesmo tempo em duas versões da série no geral igualmente boas; mas claro que para um bom colecionador, todo minuto a mais é precioso. Sinceramente, assista e se junte às altas expectativas para quando sair o BD BOX da série, porque nesse ritmo temos aqui um belo de um atrativo para reassistir o já muito bom Fate/zero.

E que tal ler no Elfen Lied Brasil mais sobre o episódio em si?

Uma tendência que está longe de ser nova mas até […]

9 thoughts on “Fate/zero 11: Comentários e Versão do Diretor”

  1. Não assisti essa versão, mas vi a versão da TV ontem e no que eu não gostei dela duvido muito que a “versão do diretor” possa melhorar. Partir do Rider a idéia de uma conversa dessas, convidando a Saber e o Archer faz todo o sentido. Mas não faz sentido o Archer TER ACEITO. Considerando a personalidade dele (que é construída dessa forma desde Fate/Stay Night e em Fate/Zero ficou mais forte ainda), arrogante, egocêntrico, por que ele compareceu àquela reunião? A entrada dele está de acordo, quando ele declara não reconhecer os outros dois como reis, mas se eles estão mesmo abaixo dele, por que sentou-se junto deles, por que conversou com eles, por que COMPARTILHOU SEU TESOURO com eles? Conjecturando, ele certamente pode ter ido até lá, talvez, por ordem de seu mestre, isso faria sentido. Mas essa ordem seria no máximo algo como “vá lá e converse com eles”, jamais “vá lá, sente-se no chão para conversar com eles e exiba-se como um pavão”. O que eu quero dizer é, ele ficou sinceramente contrariado quando quebraram o poste no qual ele estava em cima, por que ele se conformaria em sentar-se no chão ao lado de outros dois que ele não reconhece como seus iguais? E coroando o comportamento inexplicável do Archer ele oferece bebida de seu tesouro, como se estivesse se exibindo, como se precisasse se exibir. Não cabe na personalidade dele a necessidade de se exibir, de se afirmar. Ele acredita que ele é o centro do universo e ponto. A única coisa que talvez pudesse justificar a presença dele e os atos que vieram em consequência disso seria o interesse pessoal dele na Saber, mas não acho que seja justificativa suficiente. Mas sim, o diálogo em si entre a Saber e o Rider é interessante, ela saiu de lá moralmente derrotada, e de quebra pudemos ver o poder avassalador do Rider.

    1. Você está sendo extremista. Seria extremamente caricato, se ele mudasse sua personalidade e forma de agir, mas não, ele continua o mesmo. Inclusive, ele praticamente nem participou da reunião, quis apenas presenciar o “showzinho” particular. E como bem mencionado pelo Cuerti,cortaram algo importante do romance original, que se faz presente na versão estendida, ainda que não esteja em todo seu explendor, que é o seu interesse por Saber. Ainda que seja um interesse puramente pra satisfazer o seu ego. Então, sinceramente, eu não vejo como isso contraria o perfil que conhecemos de Gilgamesh, uma vez que ele faz tudo aquilo por vontade própria (fora que, ele realmente se vê como superior, mas nutre certo respeito pelo Rider- que faz por merecer).

      1. O que eu sou ou deixo de ser está além do escopo dessa discussão, já que não tem efeito nenhum sobre a obra em si ou os personagens citados. Faço apenas uma análise que por princípio não vale mais do que a sua, que por sua vez não vale mais do que a minha. Dito isso, concordo que há elementos que permitiriam justificar o comportamento de Gilgamesh, inclusive como você citei o principal deles, qual seja, o interesse pela Saber, só discordo de você quando afirmo que acho esses elementos insuficientes. À rigor, você só acrescentou um argumento novo ao afirmar que Gilgamesh teria algum respeito por Iskandar, e eu me reservo o direito de discordar, não creio que ele respeite Iskandar mais do que respeita qualquer outro servo. Iskandar certamente faz por merecer todo respeito que ele possa ter, não obstante Gilgamesh não o respeita. É possível que ao final daqueles eventos ele tenha adquirido algum interesse por Iskandar depois de testemunhar seu poder, mas simplesmente não disponho de informações suficientes sobre isso ainda. Sobre “romance original” eu realmente não poderia me importar menos; o que eu assisti foi o anime Fate/Zero, e ele não veio com uma advertência dizendo depender de conhecimento prévio. E finalizando, ser caricato é justamente NÃO mudar, ao contrário do que você afirma.

  2. Talvez ele os considere, apenas como dignos de sua “presença”, afinal, mesmo não os considerando reis com “R” maiúsculo, ele pode considerá-los acima da média. Como um rei de nivel cultural alto, ele provavelmente se dispunha a se encontrar com pessoas que achasse interessante, o que pode também ser o caso.
    Já a questão de compartilhar o tesouro, acho que foi a demonstração da “generosidade” que envolve o aspecto real, ele utiliza isto para demontrar que seus poder e nobreza são maiores que os dos opositores.
    Mas isto é apenas uma especulação, quando eu chegar a essa parte na Light Novel talvez isso possa ter razão mais explícita, ou não.
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  3. Muito bom o post e relmente foi bem interessante oque esses acrescimos mostraram pra a historia.
    Mas ainda to no aguarde pelo post sobre Horizon o/

  4. Se não me engano, nessa versão o Tokiomi fala por que o garoto dourado aceitou o convite. Se vai te convencer ou não é outra história.

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