Seinen, Moe e… Mascotes?

Fica para uma próxima vez [aliás, estranhamente é um assunto que já deveria ter sido abordado em algum outro blog de anime] definir que shounen, shoujo, seinen e josei nada mais são do que classificações visando a definir o público-alvo de uma obra; o que interessa aqui é que o tão idolatrado seinen significa simplesmente obras focadas em homens basicamente entre quinze e vinte e cinco anos [lembrando que no Japão nosso sistema no qual completar dezoito anos praticamente lhe garante o status de adulto não existe].

E entre os tais jovens adultos existem os chamados otakus, os quais atualmente assistem anime principalmente para ver garotas sendo fofas; como muitos aqui sabem, é o chamado moe [outro tema cuja explicação demanda artigo próprio]. Até aí, compreensível – mesmo com o fato de uma pessoa ser obcecada em uma imagem distorcida de uma menina pura e inocente estar longe de ser considerado algo saudável, ainda assim é um homem – descolado da sociedade – apaixonado por uma “mulher”, mesmo que em duas dimensões.

Agora como explicar… isso?

A imagem acima é do anime Mashiro-iro Symphony, no qual está presente o mascote Pannya. Gatos são naturalmente fofos e com a conveniência de aqui termos um desenho é muito fácil torná-lo praticamente perfeito – então, por que reduzir o animal praticamente a uma caricatura ultra-fofa deste justamente em uma obra focada, como dito no início, em homens teoricamente já na idade adulta?

Sinceramente, é um sinal de que o modelo Akihabara está indo cada vez mais longe e mais fundo. Claro que desde sempre ser otaku hardcore nunca foi fácil, como pode muito bem resumir a imagem abaixo – mas quando animes feitos para a TV começam a trazer mais este elemento vindo dos mahou shoujo que tanto influenciam a produção atual, é sinal que os dez anos de Saimoe [sim, a primeira edição do torneio que anualmente elege a moe mais popular do ano foi realizada em 2002, com vitória da conhecida Sakura Kinomoto] já fazem efeitos a longo prazo.

E apesar de Mashiro-iro Symphony apresentar o representante mais óbvio desta possível nova tendência temos outros representantes, do mascote do clube em Houkago no Pleaides até o Mononeko-sama de Tamayura ~hitotose~, para mostrar que isso ainda pode ir bem longe.

Agora você deve estar se perguntando: tudo isso tem a ver com imagem de capa, a popularidade do QB/Kyuubey e do estrondoso sucesso de Mahou Shoujo Madoka Magica? Não – e também não, este não foi criado para apontar mais este efeito colateral de uma década de dominação do moe na forma como se faz anime. Mas não deixa, assim como Madoka em geral, de ter surgido na hora e momento certos para formar um contraste – enquanto um é elemento primordial para essa história, os demais são somente mais um elemento de imersão na fantasia oferecida por tantas obras desse tipo. Medo.

Bonus: Por que não comprar um King Pannya pela bagatela de 15 mil yen [300 reais], hein?

Fica para uma próxima vez [aliás, estranhamente é um assunto […]

5 thoughts on “Seinen, Moe e… Mascotes?”

  1. Então o moe pros “adultos” também está chegando aos mascotes?
    Acho mais saudável (?) e válido do que o moe forçado de uma garotinha com olhinhos caídos e bilhantes e carinha de “me proteja”. Afinal, mascotes são fofos por natureza em qualquer idade XD

    Aliás, isso me lembra Nyanpire… não é “seinen”, mas também não acho que seja pra crianças. E é moe – bem, é fofo, eu adorei 3< "Moe" em mascotes pra mim está liberado :DDDD (afinal, Hello Kitty, Chococat, Rilakkuma e afins não seguem o mesmo estilo há anos e para todas as idades?)

  2. Realmente não faz sentido.

    Mas que esse bicho é fofo e dá vontade de apertar, isso dá (o Kyuubey me dá vontade de apertar até hj, fazer o q…)

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