Ao no Exorcist

Rin Okumura, seu jovem impulsivo de quinze anos, um belo dia descobre – em circunstâncias dramáticas – que é nada mais nada menos que o filho de Satã [sim, ele mesmo!] com uma humana. E após acontecimentos que resultam na morte do Padre Shiro, que foi um belo de um pai adotivo, Rin toma a decisão que irá mudar a sua vida; virar um exorcista. Mesmo que isto signifique ir contra seu pai biológico deste meio-demônio possuidor de chamas azuis [seladas através de uma poderosa espada] então faz jus ao nome do anime e irá ingressar na Academia da Verdadeira Cruz para ser o Exorcista Azul.

Pela sinopse descrita no parágrafo acima, Ao no Exorcist é claramente um battle shounen – mas em vez de seguir o caminho mais tradicional e ser publicado em uma revista como a Shounen JUMP, sua serialização acontece em uma prima desta, a JUMP SQ. [Square], que prima por ser tanto cool como adolescente [tanto que publica obras como D.Gray Man e ToLoveRu ~Darkness~] e só reflete-se na natureza do manga, que mesmo com um character design relativamente simples consegue ser bastante estiloso – principalmente pelo palco do manga ser à conhecida Academia da Verdadeira Cruz, que é claramente inspirada na Hogwarts do Harry Potter.

Rin e o mascote Kuro, olhando atentamente a noite.

Claro que ao contrário da obra citada, AoEx [abreviação usada inclusive de forma oficial, vide o site oficial da série], ao menos na versão anime, praticamente passa por cima do aspecto escolar [o qual acaba sendo potencial claramente desperdiçado] para explorar um verdadeiro time de personagens secundários que enriquecem o anime com seus dramas – mesmo com a obra caindo na mediocridade desses personagens serem rasos demais, o que deve forçar a criação de novos para o anunciado filme-continuação da série. Lógico que em algo claramente feito para ser simples e divertido tem a obrigação de ser tanto acessível quanto carismático, e assim é todo o elenco de personagens.

Comparando AoEx com outra carismática obra que marcou 2011, TIGER&BUNNY, é fácil de notar que um diferencial aqui, que é uma construção feita na medida para atingir o espectador comum [ou ao menos o tão criticado normalfag que [ainda] vê anime como mais entre diversos hobby em vez de elevá-lo a estilo de vida; ele vê Bleach, Game of Thrones e Call of Duty simplesmente como entretenimento; assim para atingir este é necessária uma carga bem-dosada de principalmente ação e drama, com toques de aventura, comédia e suspense.

Yukio Okumura, todo perfeitinho.

E para atingir este objetivo, nada como investir pesado na obra – e sem dúvida temos aqui uma animação caprichada aonde o básico é executado de acordo com os cânones modernos: cortesia do dinheiro da atualmente maior produtora de anime que é o ANIPLEX, através do seu ascendente braço de animação que é o A-1 Pictures. Esse dinheiro também possibilitou a contratação de um time de elite cujo destaque é a presença do diretor de DARKER THAN BLACK, Tensai Okamura, que foi a pessoa certa para executar este projeto no qual é preciso somente um pouco de toque pessoal numa estrutura feita para atingir um grande número de espectadores.

Voltando aos personagens, temos ainda que destacar nesta série praticamente sem vilões [tanto os antagonistas são claramente subdesenvolvidos como também não conseguem ser cativantes] o irmão gêmeo do protagonista, o também importante Yuki Okumura. Este é praticamente seu oposto, sendo educado, estudioso [a ponto de já ser professor na escola de exorcistas] e cool se comparado ao quente Rin.

Shiemi, a força feminina da série.

Não é surpreendente, portanto, que as fujoshi praticamente adotassem a dupla para satisfazer seus fetiches [e apesar da voz fofa da Kana Hanazawa que dá a vida a Shiemi, os moe fans não tem seu equivalente aqui] – e o que no anime é simplesmente amor de irmão vira uma verdadeira relação yaoi/BL, com todo o clichê seme/uke presente. E ao contrário de um TIGER&BUNNY que dá sarna para se coçar às vezes.

Agora vale contar um pouco mais sobre o jeito como o enredo da história anda. Desde o primeiro capítulo do manga, convenientemente dividido em dois episódios [algo indiretamente atacado aqui], até pouco depois do início do segundo cour existe uma verdadeira adaptação do manga, que infelizmente desenrola-se em um ritmo desgraçadamente lento e que fez muitos no mínimo desapontarem-se principalmente com o estado morno e sem porradaria, heranças deste.

A gangue reunida...

Porém, por volta do episódio quinze, tal como em FullMetal Alchemist [2003] a história muda de rumo e também de ritmo. Tudo é mais rápido, em alguns momentos até um pouco acelerado, e a história – apesar de ter diversos furos, estando longe der perfeita – atinge seu objetivo, que é mostrar um clímax épico [com direito à ação acontecer a noite, afinal nada mais apocalíptico]

Pena que isto resultou em alguma pressa para querer impactar o espectador, e a relação entre Rin, seu verdadeiro pai e o passado destes é explorado de maneira absolutamente corrida e indigna para uma série com potencial [e possibilidade ampla] de continuações, tanto que como dito acima um filme já está em produção.

O exorcista azul e sua espada "mágica".

E mesmo com esse pequeno demérito, temos em Ao no Exorcist uma acessível e divertida história que utiliza elementos e clichês muito antigos a seu favor; além disso sabe contar um clima muito atual com a camada de coolness certa para atrair um público novo e composto principalmente por adolescentes [mesmo sendo diversificado] e ao contrário de outros animes como um Deadman Wonderland [que estreou no mesmo cour], a série é bacanuda e carismática sem ser forçada.

Os "vilões" desta série merecem sim aparecer na forma decadente de SD.

Rin Okumura, seu jovem impulsivo de quinze anos, um belo […]

11 thoughts on “Ao no Exorcist”

  1. O anime é até legal. Mas ainda acho que foi muito cedo pra terem feito ele. Isso por motivos óbvios. Mas SE UM DIA fizerem uma segunda temporada, vou estar muito curioso pra ver como farão. Adaptando o restante do mangá chutando o balde por algumas mudanças na primeira, ou fazendo aquele filler que os fãs (especialmente de cá, no ocidente) ficarão putaços.

    Esperando o filme sair. Mas deve ser uma coisa só pra divertir mesmo. Não espero nada de muita qualidade de história.

  2. Gostei de Ao no Exorcist no começo até mais ou menos o episódio 17, não me lembro exatamente qual mais foi por ai, sei que foi quando começou os filler do avô, até fiquei feliz quando soube que era filler por que eu queria e quero o mangá, agora só estou esperando entra uma grana para poder comprar a versão americana.

  3. Gosto bastante do mangá, e quando os episódios do anime ficavam cada vez mais chatos, eu fiquei decepcionada. Depois fiquei sabendo que contaram a história da mãe do Rin e houve um lance entre os irmãos – o Yukio querendo se sacrificar no lugar do Rin, algo assim. Talvez eu assista esses episódios um dia.

  4. Gosto bastante do anime, e discordo da maioria das coisas ditas aqui, mas consegui entender todo o raciocínio das críticas, por mais que eu não goste da escrita, nada contra, mas sempre acabo me perdendo no meio de tantos apostos e sinto que no fim, alguma coisa sempre não faz sentido, enfim, recomendo muito o anime por ser muito divertido e por ter um respeito maior com os personagens do que a maioria dos shonens que vejo por aí, acredito sim que esses tais personagens são muito bem desenvolvidos, até um certo ponto em que o anime corre para dar tempo de contar toda a história antes de acabar.

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