Ano Natsu de Matteru #09-#10: Resolução

Ano Natsu de Matteru #07-#08: Desculpa…

Um pouco antes do esperado, afinal os conflitos amorosos desta série são resolvidos. E um plot twist que pouco tem de surpreendente surge na última hora para acrescentar mais um sabor neste leve drama otaku que é Ano Natsu de Matteru.

Como dito muito antes no início desta série de artigos, Ano Natsu de Matteru, que aparentemente iria se desenvolver como uma comédia romântica adolescente – e foi exatamente desta forma como foi propagandeado a exaustão por seus produtores – para depois desembocar no drama algo manipulativo e feito na medida para as lágrimas verterem do rosto do espectador, acabou sendo exatamente isso. Porém executado no automático pelo competente Tatsuyuki Nagai.

E não levem a mal: seu trabalho é até razoável dado o insípido roteiro de Yousuke Kuroda [Onegai Teacher/Twins, Highschool Of The Dead] que conta a história do polígono amoroso entre os cinco protagonistas que, inicialmente reprimido [afinal, é o Japão, e mais do que tudo, é uma produção visando um público mais tímido] vai levemente se abrindo para o amor; ou ao menos para confissões e lágrimas. Tudo isso acompanhado de uma misteriosa personagem em seus eternos dezessete anos

Se até aqui tivemos todo um longo e lento build-up visando a preparar o espectador para este terço final, o resultado aqui veio – infelizmente! – como o esperado. Apesar das grandes e amplas conveniências que o roteiro apresenta, o tom todo da série é bastante ameno e o drama apresentado aqui simplesmente não convence.

Claro que é bem-executado: o amor [o, para utilizar uma nomenclatura mais específica vinda do fandom,One True Pairing; sim, o Único Casal Verdadeiro] de Kaito e Ichika que finalmente tornam-se um só [mas claro, só no âmbito no beijo na boca] pode ter demorado e continua a ser lento, mas foi construído de forma perceptível a qualquer espectador.

Mesmo o fato de, pela ordem, Kanna, Tetsurou e Mio terem perdido suas batalhas também teve merecido destaque pela série. Parece arrastado, mas adolescentes são assim mesmo, sempre indo e vindo mais do que parece normal quando se trata de questões amorosas. Aliás, é aqui que ainda temos a questão que deve dominar o romance nestes dois últimos episódios: afinal, que decisão tomará Kanna? E Tetsurou?

Porque afinal os dois são vértices do triângulo amoroso que ainda não foi resolvido pela série; primeiramente a garota de cabelo azul que foi enfim rejeitada “na lata” por Kaito ao final do décimo episódio é o alvo da paixão do alto amigo deste; e este por sua vez é objeto de desejo da [mais] peituda da série. Mio já fez sua jogada lá atrás, no episódio sete; Kanna e Tetsurou só agora colocaram suas cartas na mesa, assim, a definição fica para o final.

Depois dos SPOILER do episódio passados por cima, agora vale falar sobre como – de novo! – aqui a artificialidade do roteiro soa evidente no fato de que simplesmente não nos importamos o bastante com esses personagens para chegar a sofrermos com eles; simplesmente estamos comendo nossas pipocas enquanto estamos assistindo a um anime claramente esquecível.

E nisso vale citar o constraste existente com o elogiado Chihayafuru, cujo ponto forte é justamente o senso de que aqueles personagens são reais, que realmente merecem sua atenção, que até mesmo fazem parte da sua vida. Claro que isto também é obra de um roteiro bem-trabalhado e uma direção competente o bastante para trazer a tona esta característica, mas Ano Natsu de Matteru prova que não basta simplesmente querer para carisma brotar da terra.

Hora de terminar este artigo falando do que não importa: o filme e o componente de “ficção científica”. Sobre o primeiro, está mais do que claro que realmente só é uma desculpa, um recurso de roteiro para expor o prato principal aqui que é o romance com toques de drama; claro que ainda há uma chance de termos uma virada com relação a este elemento, mas as chances disto acontecer são bem próximas a zero.

Surpreendente foi como o fato de Ichika ser um extraterrestre foi aceito de uma forma muito fácil e conveniente pelos demais personagens; aqui vale lembrar que Ano Natsu é otaku, é moe, e assim sendo escolhe evitar qualquer conflito que “manche” a imagem destas esposas puras e inocentes – o que talvez seja uma causa para a série ser insossa a esse nível.

E se quase tudo foi resolvido até aqui, surge depois do encerramento do décimo episódio uma misteriosa personagem vinda do espaço que é a irmã mais velha de Ichika.

O verão está acabando e é hora de nos prepararmos para a despedida destes personagens. Ano Natsu de Matteru caminha para o final mais feijão-com-arroz possível aonde finalmente deve buscar arrancar uma lágrima de seu espectador. Conseguirá ao menos atingir este objetivo? Veremos nesta reta final que está pra lá de excitante… só que não

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