Yo!

Os gigantes chegaram! Aí sim!! Bora ver!

Meio atrasado, mas finalmente as primeiras impressões do XIL para Shingeki no Kyojin, o anime mais elogiado da temporada.

Com certeza, esse anime teve um algo mais em relação ao restante. A começar pela história, baseada no mangá de mesmo nome, que fez um sucesso explosivo e em pouquíssimo tempo chegava ao seu primeiro milhão de unidades vendidas. Mas também teve um empenho dos produtores e do diretor do anime, Tetsuro Araki, vindo de sucessos parecidos, como Death Note e Highschool of the Dead. O que os três têm em comum? O tema bizarro, beirando o terror, mas ainda muito bem enraizado em suas bases shonen. E o sucesso irracional com sua bases de fãs, contrariando sua postura anti comercial.

Li pouquíssimo de Shingeki no Kyojin no hype do mangá, anos atrás. Lembro até que já nos primeiros volumes, ele teve comercial na TV, algo bem raro mesmo no Japão, ainda mais quando o mangá ainda não tem nem cinco volumes. Mas lembro quase nada do mangá, tanto que não reconheci muito dele no anime.

A qualidade da animação parece tirar leite de pedra. Tenho a impressão de não ser uma animação cara, mas a carga dramática não perde nada nisso. O anime é intenso, as coisas acontecem em um ritmo bastante rápido mas não se perde no meio do caminho. Temos um protagonista bem definido, Elen, com sua carga dramática e motivação bem clara. Sabemos ainda sobre seus dois amigos, Mikasa e Almin, já transparecendo detalhes. E os personagens de apoio também são mais do que NPC de videogames, eles reagem e tomam algumas cenas importantes. E temos um ponto de virada muito claro, praticamente uma representação física do que aquilo é para a história.

Acho que é uma característica do diretor, mas a abertura é muito empolgante, sempre embalada em uma música rápida e pesada. A presença dos soldados, saltando com agilidade em grupos enormes ficou muito legal, criou uma velocidade na ação que lembra a dos filmes do Homem Aranha, talvez até de propósito. A câmera acompanha os soldados em saltos e durante o balançar entre os muros da cidade, te colocando nessa montanha russa. E só isso já é um motivo de esperar boas cenas de ação.

Um detalhe que achei muito importante foi o cuidado com a arte final dos traços. Eles têm volume, uma coisa que não é comum na animação, por causa da velocidade que isso tira da produção. A compensação está em uma arte mais refinada e que cria menos distanciamento de quem lê mangá. Me lembrou o anime de Kaiji, que chegava a emular até os efeitos visuais do mangá para se manter fiel.

Resultado:

Eu assisti os dois primeiros capítulos e posso adiantar que eles valem o tempo que você passa assistindo. Direção competente, ação, drama, personagens fortes, ideias interessantes. É um anime acima da média e despretensioso, não pensa em ser mais do que é e respeita a obra original mesmo sem tirar características claras do diretor. E algumas delas são gritantes, literalmente. Os personagens não param de berrar. Você sabe quais são as falas impactantes, pois elas são quase sempre marcadas por um grito. Quando não são, é um efeito visual, um slow, um pan… Acho que é um certo vício em deixar tudo contrastante, vibrante na direção, para que o público não precise pensar demais. Às vezes, pareceu um pouco irritante, dá vontade de correr por aquela cidade dando tapa em todo mundo. Até Mikasa, aparentemente mais fria, quando reage, é aos gritos.

Mas eu fiquei muito feliz com o resultado. Não foi por menos que meses atrás eu profetizava que seria o melhor anime da temporada. Até ai, eu falei que o segundo melhor ia ser Aku no Hana. Shingeki no Kyojin é um anime muito bacana, com temática pesada mas claramente um shonen bem tradicional. Se pensar dessa forma, até os gritos se tornam mais coerentes. Acho que o hype dele ainda vai durar muito tempo e se for como Death Note e Highschool of the Dead, as editoras brasileiras já devem estar se esbofeteando pelos direitos do mangá.

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