Primeiras Impressões – Senyuu

PISenyuu

Yo!

Sabe um anime simpático, divertidinho, mas que não vale o DVD? Pois é…

Uma das minhas apostas nesta imunda temporada era Senyuu. Quer dizer, isso não significa muita coisa, era simplesmente o que parecia ser menos pior. Mas, veja só! Até que me satizfez!

Ou não. Quer dizer, o que dizer de animes com 3 minutos? Que diabos de tendência é essa?! O que você consegue contar em 3 minutos? Senyuu é desses.

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A ideia é um universo de RPG de videogame dos anos 80. Um mundo é infestado de monstros saídos de uma conveniente passagem dimensional e somente os descendentes de um grande herói podem salvar o mundo. O negócio é que, depois de algumas gerações, eles são muitos e das mais variadas formas. A trama gira em torno de um deles, o 45, o herói Alba, e um soldado real que foi designado para lhe ajudar mas não ajuda, Ros.

Sabe, o anime é simpático, tem gags ágeis e que funcionam bem (pelo menos em japonês, as legendas do Crunchyroll não funcionam em algumas). O estilo da comédia segue o manzai japonês, o stand up na versão nipônica (vale um post futuro). É uma relação entre boke (ou idiota, o cara que fala as besteiras) e tsukomi (o realista, aquele que força a besteira ou serve de vítima), praticamente uma tradição da comédia japonesa nos quadrinhos. De Gintama à Kochikame. O importante no manzai é o ritmo, a velocidade. E nisso, Senyuu acerta. As gags são non-sense metralhadas em você. Mas quando começa a ficar legal, acaba. Talvez seja o caso de assistir tudo de uma tacada depois, não sei dizer. Mas é como ouvir prévias de músicas. Sabe, aquela sensação de coito interrompido, prazer negado? Não sei se o mercado demanda esse tipo de animação curtíssima, mas todos os que eu vi esta temporada (Bokuno Imouto wa Osaka Okan, AiMaiMi, Mangirl, Ishida to Asakura, Yama no Susume e Senyuu) são frustrantes, isso quando não são ruins.

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Jungle wa Itsumo Hare nochi Guu

Senyuu me lembra Jungle wa Itsumo Hare nochi Guu, um dos primeiros sucessos (que eu posso me lembrar) da Shonen Gangan, lar de Gensomaden Saiyuki e Fullmetal Alchemist. O tipo de comédia, o traço, o ritmo, até os personagens. E HareGuu foi um sucesso em sua época, com um anime bem legalzinho e continuações. Mas um anime de 30 minutos de pura risada! Coisa que Senyuu precisa fazer em 3 minutos, descontando a abertura e encerramento, que tem música do JAM Project.

O autor, Robinson Haruhara, é um ex-peão da animação. Trabalhou por um par de anos, ficou doente e saiu. Não era sua praia. Então ele começou uma webcomic no site NicoNico Seiga, Senyuu, que se tornou um dos primeiros sucessos da empreitada de quadrinhos do site de vídeos NicoNico Douga. Dois anos depois, a Shueisha comprou os direitos e passou a publicar Senyuu na Jump SQ, a revista mensal do selo Shonen Jump. E neste terceiro ano, sua carreira meteórica chega do webcomic independente ao anime. Fora isso, o autor ainda faz Hero Hearts para a antologia de webcomics Ura Sunday, da Shogakukan, que também tem uma pegada muito boa (de onde saiu uma piada com o “Deus do Pornô”, aquele ser que faz coleções de revistas e vídeos eróticos surgirem em caixas na rua, terrenos abandonados e entrada de córregos, que eu curti). Sem dúvida, é um autor que eu vou ficar de olho.

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Se vale a pena assistir? Vale se você curte comédia japa. Mas espere acabar para ver tudo de uma tacada, acho que isso vai tornar a experiência muito melhor! A animação é ok, não faz feio mas não é uma super produção, tá na medida para o tom da história. E, mais uma vez, o que eu acho que estraga é o fato de ter 3 minutos. Isso devia ser proibido por lei.

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