Yo!
Um anime que eu não dava nada, mas assisti por curiosidade pelo tema. Ele está na lista de simulcast do Crunchyroll Br, então, tá facinho de assistir!
Baseado na novel de mesmo nome, Maoyu Maoh Yuusha traz uma história meio inusitada de fantasia medieval. Quando pensamos no gênero, sempre lembramos de batalhas épicas, heróis lutando contra vilões ou demônios e magia, claro. Mas pelo menos neste primeiro episódio, Maoyu não traz nenhum destes elementos, ainda assim, sendo bem interessante em alguns pontos.
Capa da Novel Original, bem menos sugestiva.
A ambientação é clichê: um mundo medieval invadido por demônios e que estava perdido até que um pequeno grupo de bravos heróis decide contra atacar. No momento crucial, quando os quatro heróis conseguem chegar na morada do Rei dos Demônios (ou Maoh, pelo japonês), o jovem Herói (ou Yuusha, em japa) abandona seus parceiros e avança sozinho, para salvar o mundo.
Até aí, sem problemas, já que temos muitas histórias assim. Mas a guinada acontece neste momento. O “Rei” dos Demônios é uma garota, peituda e meiga, que parece completamente apaixonada pelo Herói. E não é só isso. Uma grande “desculpa” política, pra mim, muito bem pensada, justifica a posição da Rei dos Demônios, coloca os reinos humanos em um terreno cinzento e motiva o Herói em sua guinada, que inicia uma nova trama.
A animação é bem simples, não tem o primor de algumas produções atuais, lembrando mais algumas coisas de uns anos atrás. Ainda assim, é competente e não incomodou. A produtora, ARMS Corporation, começou auxiliando o Studio Pierrot em animações como Saiyuki Reloaded, Bleach e Naruto. Mas fez algumas produções por conta própria, como Elfen Lied, Genshiken, Ikki Tousen (disponível no NetFlix, se tiver curiosidade), Queen’s Blade e Sankarea mais recentemente. Acho que com o tempo, podemos ver mais esforço por parte dos animadores, já que esse primeiro capítulo é apenas o começo da trama e perde mais tempo em explicações.
O que eu achei? É um anime bacana, com uma proposta interessante, mas com um cheiro de ficar chato. A proposta da “Rei” dos Demônios dá sono só de pensar no que vai acontecer, mas pode levar a algo interessante, se a criatividade continuar no nível do background político da trama. Lembrando que eu não li e nem procurei saber o que acontece depois, pra assistir pelo anime antes. A ação pode ser um ponto forte se pensarmos no passado do estúdio, mas também tem um cheiro fortíssimo de harém, pelo volume de garotas bonitas na trama e que estão óbviamente interessadas no Herói (com maíuscula, porque é usado como nome).
Me parece o substituto ideal para Sword Art Online nesta temporada, até pelo balanço da trama. Talvez não com o mesmo vigor e o hype dos fãs, mas pode te divertir no mesmo nível se você assistir os dois apenas como passatempo, sem levar muito à sério.
Pontos positivos: Criativo, bons designs (lembrando RPG de videogame da década de oitenta). E o livro que originou é bem cotado pela crítica.
Pontos negativos: Tem um cheiro de não levar a lugar nenhum e ficar o tempo todo com sub-tramas de relacionamento. E quem critica light novel em geral é mídia otaku, suspeita demais nesse assunto.
Substituto para Sword Art Online? Tá falando sério? Não tem nada a ver um com o outro, Maoyuu é um substituto para o lugar vago deixado por Spice and Wolf e de certa forma Arjuna e Jinrui.
O foco, se o estúdio responsável não aloprar, será política e muito diálogo. Sim, dará sono, mas só para quem quer ação desembestada.
Pessoalmente, tem uma proposta que me lembra alguns momentos de Juuni Kokuki, aquela sua apresentação do mundo e como ele funcionava.
E também, de uma forma inusitada, também pode-se dizer que será um tipo de “Tele Curso”. O mundo de fantasia é um pretexto para apresentar conceitos do mundo real, um dos próximos capítulos será sobre agricultura. Técnicas básicas de plantio, rotatividade e aproveitamento do solo, algo que você esperaria ver em uma palestra do TED.
Sério? Eu preferi não saber como era a novel, por isso fui pelo que o primeiro capítulo apresenta. E PRA MIM, parece algo como SAO, tentando ter um back aprofundado (e talvez até tenha no original) mas sendo mais um anime raso de aventura e menininhas. Mas se for como Junikokuki, acho que vai ser o que eu também achei: sonolento!
Eu não li a novel, apenas verifiquei uns comentários para ter certeza do que se trata.
Se você não gosta de obras do teor de conteúdo de Juuni Kokuki, só posso lamentar, mas que é muito bom e diferente da grande maioria do que vemos por ai é e isso é algo a se comemorar.
Que a série é boa, e sim, diferente de SAO, podemos tomar como um fato.
A dúvida é o quanto será estragado.
Nesse primeiro episódio a Demônia mudou um pouco do original, de carente para tarada. O quanto as outras personagens femininas terão suas personalidades mudadas? Isso claramente está lá para atrair um pouco a atenção de quem não quer assistir algo cerebral e “chato”. Nesse episódio quando a Demônia pula em cima do Herói é claramente para seduzir ele e fazê-lo aceitar a proposta, já que ele é burro demais para ser convencido com argumentos. Equilibrar e diferenciar isso não é algo fácil.
E na moral, o visual e animação está melhor do que o esperado.
CG não é mais uma solução para baixo orçamento, pode ser uma escolha consciente e bem usada artisticamente. Os personagens em 3D que apareceram em várias cenas estão melhores do que os dos filmes de Berserk.
Junikokuki era legal, assisti quando passou na NHK, mas era muito parado. Talvez um livro foque isso da forma correta, mas em um anime, isso leva a frames e frames de poses estáticas e movimentação de câmera em artes paradas. Não tem a nuance de uma boa interpretação que aconteceria com atores, por exemplo. Esse nível de detalhe, só se tivesse uma boa grana envolvida, mas pra um anime semanal de TV, é bem dificil.
Se a série vai ficar diferente de SAO, não é o que parece. Os primeiros capítulos dos dois tem muita coisa parecida, com a diferença só em que Maoyu tem muito mais talento em sua motivação. Mas da mesma forma que SAO prometia ser mais empolgante, Maoyu promete ser mais inteligente. Dificil é ser isso de verdade, ainda mais com os detalhes que você notou. Se modificaram, pode ter um motivo.
Quanto à animação, eu achei ok. Mas parece ser feito com técnica antiga, aproveita poucos filtros e pouca dinâmica, coisa que era justificável quando isso custava muito mais pra se fazer do que hoje. Não chega à níveis de animação em Flash como aquele Osaka Okan, claro, mas hoje em dia dá pra ser muito mais criativo na direção com um custo muito menor.