Primeiras Impressões – Kakumeiki Valvrave

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Yo!

Dos três mechas da temporada, este era o que eu menos esperava. Majestic Prince, eu conhecia a reputação. O Gargantia, tinha o nome do Gen Urobuchi. Mas Valvrave é Sunrise! Bora ver!

Valvrave ganhou fama por causa do design de personagens, feito pela artista de D. Grayman, Katsura Hoshino. Mas fora isso, a sinopse da série era bem vaga e genérica em se tratando de anime de mecha. O que se sabia: era mais um anime da Sunrise com robôs que colocava uma colônia espacial enfrentando uma revolução. Mas assim como o primeiro episódio de Gundam Seed (que na época causou mais ou menos o mesmo efeito, só trocando o fator de expectativa por “remake da série original”), Valvrave impressionou muito! Primeiro capítulo sólido, boas ideias e apesar de ser muito, muito parecido com o primeiro capítulo de Gundam, aponta para um caminho um pouco diferente.

Valvrave é um anime sólido. O roteiro é bem feito, mas tão parecido com Gundam que eu queria até assistir os dois juntos para colocar no relógio o momento em que cada coisa acontece. Não me surpreenderia se o resultado fosse bem parecido, ainda mais se o roteiristas de Valvrave, Ichiro Okouchi, seguir a escola do Tomino de fazer roteiro, cronometrado, milimetricamente calculado. Porém, o bom de tudo é a roupagem, a expectativa que é criada, os detalhes. Se em Gundam a gente viu o poder dos Newtype, em Valvrave nós temos uma coisa inesperada para preencher o fator fantástico. A cena em que Haruto precisa escolher na tela se abandona a humanidade ou não é o que faz a imaginação girar e é potencializada pela cena final. Ótimo fechamento de primeiro episódio.

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A animação tem boa qualidade, até mesmo o CG convence o suficiente. A Sunrise não é “a meca dos mechas” por nada. O robô não parecia ser muito interessante nas primeiras imagens, pra mim tinha muita firula. Mas o resultado final dele em tela ficou muito interessante. Seu design de máquinas é algo diferente, o balanço dos robôs me lembra mais coisas como L-Gain, S-Gundam ou Five Star Stories, robôs mais finos, só que com grandes detalhes nos ombros e troncos. Funcionam no espaço, mas imagino como uma coisa dessas faria para andar se fosse real. Talvez eu esteja viajando, mas o conceito me lembrou o Gundam Deathcythe, um dos meus favoritos, apesar de visulamente ser completamente diferente, é o mesmo tipo de robô. Com os personagens, já achei meio polêmico. Foi vendido que seriam designs de Katsura Hoshino, autora de D. Grayman, mas pouco se vê do traço dela nos personagens. Eu vejo mais o traço do cara que adaptou, Tatsuya Suzuki, o mesmo que adaptou o traço de Gintama. A direção é competente, ponto para Kou Matsuo (Rozen Maiden, Natsuyuki Rendezvous), diretor de poucos trabalhos, tem mais experiência na equipe de apoio, onde já fez coisas boas, de Master Keaton à Freedom, do exigente Katsuhiro Otomo. Na verdade, acho até que o traço do anime tem mais é a cara desse diretor, não sei bem…

Resultado:

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Quem escreve deve saber: uma das piores coisas é começar! Criar um começo interessante e que atraia o espectador à assistir o resto é bem complicado. E para passar por cima disso, a Sunrise deve ter instituído: pega a estrutura do primeiro de Gundam e só enfeita com detalhes novos. Digo Gundam por ser o mais famoso, mas antes dele, a Sunrise já tinha usado aquele primeiro episódio em vários animes, a maioria no mesmo horário, na época em que a produtora tinha um acordo com as retransmissoras da TBS para fazer séries de mecha. Talvez seja uma solução covarde, mas se pensar em público, é uma solução válida. Nem todo mundo vai ficar dissecando roteiro e no final das contas, a resposta positiva justifica tudo. Cliente satisfeito, criador com seu espaço para criar, produtora com cash para investir mais… E basta ver as primeiras críticas à Valvrave pra perceber que realmente, nem o público mais exigente realmente ligou.

E a série tem mesmo seus méritos. A relação inicial dos personagens transborda personalidade, cenas simples mas que nos mostram muito mais detalhes dos personagens do que diálogos longos. Até mesmo os cortes rápidos durante as trocas de tweets que levam a guerra de mechas à era da rede social nos mostram personagens sem fala nem nome, mas com muito mais história que a média dos animes atuais. Os personagens não são fortes como em Majestic Prince, o cenário não é tão enriquecido quanto em Gargantia, mas o balanço geral desse primeiro episódio de Valvrave o coloca como o melhor custo/benefício. É muito mais fácil sair satisfeito com esse anime, seja você o tipo de espectador que seja. E isso é um mérito muito grande. Fazendo uma analogia com Street Fighter, MJP seria o cara que joga com o Guile, Blanka. Aposta em características mais marcantes e uma estratégia sólida. Gargantia está mais para um Zangief ou Dhalsim, você tem que ter alguma bagagem para saber jogar, mas fazendo direitinho, fica imbatível. Já Valvrave é um Ryu/Ken. É o tipo mais balanceado, seguro, que qualquer um pode escolher sem tanto problema e ter um resultado mais satisfatório.

Todos os animes de mecha da temporada valem uma olhada, mas Valvrave é o que tem o strike zone mais amplo. Se você curte o gênero, pode ver sem medo!

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10 ideias sobre “Primeiras Impressões – Kakumeiki Valvrave”

  1. Só não entendi o porque de dizer tipo ”Mas Valvrave é Sunrise! Bora ver!”

    Sunrise,tem o aclamadíssimo Code Geass que é de fato extraordinàrio…Tudo bem é a sua opinião,mas não comcordo…Sunrise pra mim(e para MUIITOOS) é o melhor estudio de anime de Mecha…

  2. O argumento lembrou-me MUITO Valkyria Chronicles (que é inspirado na WWII): país neutro em meio a uma guerra entre duas potências acaba se vendo obrigado a lutar depois que um dos lados, o imperialista por sinal, invade de forma mais agressiva.

    Até aí achei bem normal, realmente lembrando mto Gundam, especialmente SEED (que por acaso não curto), mas depois que a invasão ocorre de fato e vejo as escolhas tomadas pelo roteiro, conclui que estava enganado: parece mais com Code Geass!

    Se a Sunrise seguir o caminho de misturar esses ingredientes, ficaremos com um anime de mecha de respeito e quem sabe mais uma nova franquia para a Sunrise surja aí. E já ter 2 temporadas previstas com 12 ep cada me deixa animado, pois é conhecido que as continuações serem desastrosas, Code Geass R2 e Gundam 00 S2 que o diga…

  3. Acho que o fato de não criar tanta expectativa sobre o anime me deixou satisfeito. Não esperei nada que seja comparável com Gundam (ao menos no termo qualidade), mas deixando comparações desnecessárias (mas inevitáveis) de lado, até que somando todos os quesitos da peça toda, não se tornou algo descartável, só o uso dos clichês de maneiras forçadas e apressadas é que acabaram me tirando um pouco o hype que eu poderia ter, afinal, protagonista fazendo protagonismo do nada já basta nos shounens da JUMP. Quanto ao design dos personagens, realmente lembra somente os da adaptação do anime de D.Gray Man, e não do mangá.

  4. Simplesmente relacionar com SF foi genial. Só digo isso. E concordo com esse levantamento sobre os 3 mechas. Eu particularmente fiquei mais ligado a MP, mas estou acompanhando todos os Mecha da temporada esperando coisas diferentes de cada um deles.

  5. Em minha opinião, não foi toda essa coisa não hein. Foi muito abaixo do que eu esperava, sendo que não esperava grande expectativa na obra. Mas opiniões a parte, cada um tem a sua né.

  6. esse anime realmente lembra muitas coisas de Gundam em geral…. foi otimo o primeiro episodio… e sinceramente o final me deixou com mta vontade de ver o episodio 02
    queria saber de vcs q tem fontes melhores… se esse anime aqui: Bakushishi Gasshin Ziguru Hazeru vai ser lançado mesmo que seja com leg em inglês?? gostei do traço do mecha apresentado como principal

  7. Entendo a relação custo/benefício mas, pessoalmente, não gostei. O design é lindo, sem sombra de dúvida, e as cenas de batalha melhores do que Gargantia, porém eu não consigo “acreditar” no protagonista. A relação dele com a garota foi muito mal trabalhada, então eu não consigo engolir que ele fosse reagir daquela maneira por causa do que aconteceu com ela.

    Entretanto, aquele final esquisitíssimo me deixou curiosa, portanto pretendo ver o segundo episódio. Vamos ver, quem sabe acontece algo que me faça mudar de idéia sobre o anime…

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