Yo!
O Bleeding Cool soltou esse rumor e ele foi comentado por diversos sites de quadrinhos americanos. Bora ver!
De acordo com o site gringo, a multi nacional italiana foi colocada à venda por seus donos, Aldo Hugo Sallustro e Vitorrio Merloni. Mas não abertamente. Algumas outras editoras com alcance internacional, como a Marvel Comics, Permira, CVC, Alpha, Axa Private Equily, Kodansha e Square Enix foram contactadas para sondar as possibilidades.
A Panini é um enorme grupo de editoras espalhadas por diversos países na Europa e America do Sul, onde entre outras atividades, publica quadrinhos. Em seu catálogo estão coisas da Marvel Comics, DC Comics e diversas editoras japonesas, variando de acordo com a região. No Brasil, é a editora que publica tanto as duas grandes americanas quanto muitos dos títulos de maior apelo dos mangás, como One Piece, Dragon Ball e 20th Century Boys, além de ser muito popular pelo fato de deter os direitos dos álbuns de figurinhas dos Campeonatos de Futebol.
No momento, isso é somente um rumor, apesar de a fonte ser quente.
Mas no que isso mudaria o mercado no Brasil? Vamos usar a imaginação.
Hoje, no Brasil, duas editoras tem a permissão exclusiva de trabalhar com material da Shueisha, Shogakukan e Kodansha. Uma é a própria Panini. A outra é a JBC. Não é por falta de interesse, pois até editoras que não trabalham com mangá têm interesse em trabalhar com o que vende, não é? E o atual cenário dos quadrinhos no Brasil é bem favorável. Com a expansão da internet, revistas que eram instituições do mercado editorial, como a Playboy e a Veja, começam a perder público e encarar um cenário desolador nas bancas. Enquanto isso, a venda de quadrinhos no Brasil subiu e ainda está em alta.
Se a Panini internacional for vendida, não significa nada automaticamente, mas com o passar dos anos, ela com certeza vai rever seus contratos. Dentre as editoras, três casos me chamam a atenção de forma mais imediata.
A Marvel Comics, hoje um braço editorial da Walt Disney Company, já comprou algumas editoras americanas nanicas e já teve editoras fora de território americano, como a Marvel inglesa, que publicou muito material bacana. Mas depois de um período de baixa, antes dos filmes engordarem os cofres, a Marvel se retraiu e fechou muitas representações e filiais. Hoje, de que valeria pra ela comprar a Panini? Talvez mais do que a gente imagina.
Faz algum tempo, a editora gringa tentou buscar os direitos de suas revistas em todos os países europeus, para publicar por conta própria. E esbarrou na Panini e seu poder dentro de alguns dos países. Seria uma forma de resolver isso.
Outra que teve esse mesmo problema com a italiana foi a centenária Kodansha, uma das mais antigas e fortes editoras do Japão. A japonesa está investindo em um projeto internacional, comprando editoras menores que publicam seus materiais e tornando elas representações da própria empresa japonesa. Nos Estados Unidos, a própria editora entrou, com seu logo e seu nome, destituindo editoras como a Dark Horse de títulos que fizeram seu catálogo por anos, como Ghost in the Shell e AKIRA.
Na Europa já não foi tão fácil. Mesmo se comprometendo a pagar multa, a Panini não aceitou devolver os títulos.
No Brasil, a Panini está sem nada novo da Kodansha desde 2011, quando saiu Air Gear no país.
O terceiro caso é o da Square/Enix. A editora é bem mais modesta que as outras duas mas tem ousado muito no Japão e crescido comendo pelas beiradas. Mas acho que não teria cacife e nem motivação para comprar uma empresa como a Panini. Apesar de sua ocupação original, a produtora de games, estar dando bastante dinheiro, não sei se eles pensariam com muito otimismo em comprar uma editora tão grande e que possivelmente está com problemas de administração.
Mas o principal. Como ficaria a publicação de mangás aqui no Brasil?
Pessoalmente, eu acho que a JBC seria a principal beneficiada no caso da Panini parar de publicar mangás. Pois já hoje ela é a primeira a ser acionada pela Shueisha quando um título está à disposição. O que ela se nega ou demora pra pegar, a Panini pega. E ponto, nenhuma outra sequer tem o canal de comunicação com a Shueisha. Seria a chance de passar uma borracha no grande erro que foi perder Dragon Ball e One Piece para ficar com Cavaleiros do Zodíaco.
E a JBC teria o cacife de bancar todos esses títulos novos? Ou os leitores teriam que aguardar a rotatividade? Melhor apostar na segunda opção. Claro que One Piece e Dragon Ball seriam prioridade, porque vendem. E Naruto. Mas o resto teria que ser revisto e muito do que a italiana publica, seria deixado no limbo. Claro que alguns títulos poderiam ir para outras editoras, como a NewPOP, Nova Sampa e até algumas outras grandes editoras que não trabalham com mangá AINDA. E o estúdio que hoje faz o trabalho editorial da Panini (é terceirizado, a editora só tem uma representação comercial no país) poderia muito bem continuar prestando os serviços para essa editora.
Quais editoras poderiam estar de olho? Nós não podemos fechar o olho para a verdade de que a Abril é dona da única distribuidora nacional de revistas em bancas do Brasil. Ela tem os dados de venda de cada mangá que já surgiu nas bancas. E se tem alguém que sabe exatamente o que quer da Panini, é a Abril. Claro que os italianos se entendem entre eles, mas não é de hoje que as duas se entreolharam na rua. A Abril publicou Marvel e DC por anos no Brasil até a Panini chegar. Claro que não foi só a Panini chegar tirando o poder da Abril, teve vários fatores, inclusive uma decisão da própria Abril de extinguir a Abril Jovem, que publicava os quadrinhos da editora.
Então, no fim, minha APOSTA é de que se a Panini for pro bico do corvo, muito dela vá pra JBC, o resto pinga nas outras mas muita coisa que era publicado por publicar iria pro mesmo destino da carcamana. A melhor hipótese para quem lê o material da Panini é que a empresa que comprar continue tudo do mesmo jeito. E isso não vai acontecer se a Kodansha, por exemplo, comprar. Porque a primeira medida seria tirar os concorrentes da grade e no caso da Kodansha, absorver títulos publicados por editoras rivais, como Fairy Tail da JBC.
Estamos de olho!
Só por curiosidade…
Como a Newpop conseguiu licenciar Gate 7, sendo que ele é publicado pela Shueisha?
Ou o CLAMP é tão “privilegiada”, que ao invés da editora que publica, cuidar dos direitos, isso fica a cargo de outro representante? rs
Na verdade, o mercado japonês trabalha com direitos totais ao autor. Então, teóricamente, na maior parte das revistas, o autor pode negociar por conta própria os direitos. Alguns autores usam agências e não o serviço de editoras para licenciar o material.
Cara, juro que isso tá me dando medo agora. O nosso mercado está indo relativamente bem da forma que está. As duas grandes estão melhorando seu trabalho, deixando as edições mais bonitinhas e trazendo cada vez mais títulos. As menores estão cada vez ganhando mais espaço e mostrando que são competentes no que fazem. Se a Panini de fato for comprada, por exemplo, pela Marvel, isso ao mesmo tempo pode ser bom pras outras editoras quanto pode ser ruim pro mercado. Porque vários títulos irão, com certeza, pra outras editoras. Mas não se pode saber quantos realmente continuarão sua publicação e quantos irão pro limbo.
Pois é. É cedo para dar algum parecer oficial, acho que nem os italianos sabem ainda o que será. Mas sendo o que for, esse negócio deve mudar as regras do jogo em toda a rede da Panini.
Da Panini só compro meu amado Black Butler; na opinião de vocês, qual seria o seu destino: JBC ou saco? pergunto por não ter ideia de como estão as vendas, mas acredito que não esteja ruim…
Na minha opinião, seria mantido por alguém. Até onde eu sei, vende relativamente bem.
Diálogo imaginário entre otakus:
Otaku 1: Você soube da última sobre a série Card Captor Sakura?
Otaku 2: Não. Qual é a última?
Otaku 1: É sobre um dos personagens da série. Para ser mais exato, é sobre o mago Clow Reed.
Otaku 2: Ah, aquele Clow Reed. Eu me lembro dele. E o que têm ele?
Otaku 1: É que esse personagem pode ter sido inspirado em uma pessoa que existiu na vida real. E, ainda por cima, eram um mago, também.
Otaku 2:É mesmo?(disse, surpreso) E quem foi esse mago que pode ter sido a inspiração para aquele personagem?
Otaku 1:Segundo comentários que correm por aí, havia um mago que viveu na primeira metade do século passado, chamado Aleister Crowley, que era famoso internacionalmente. E ele era inglês. Era considerado um mago competente, que escreveu livros sobre magia e ocultismo e, detalhe interessante, um baralho de 78 ilustrações, todos na cor vermelha, reunidos num livro chamado de O livro de Thot Tarot, foram pintadas por uma artista inglesa sob a direção do próprio mago em questão. Mais tarde, esse baralho foi impresso pela primeira vez em Dallas, nos EUA, mas na cor vermelha. Só anos depois é que eles foram impressos com suas cores originais.
Otaku 2: Hummm,isso é interessante. Ainda mais por causa desse detalhe do baralho ilustrado e do tal livro, que fazem lembrar as cartas Clow e o livro em que elas estavam reunidas.
Otaku 1: E isso não e tudo. Tem mais coisas que reforçam as semelhanças entre os dois, o mago criado pela Clamp e o mago que existiu no mundo real.
Otaku 2: Ainda há mais?(disse, mais surpreso do que antes).
Otaku 1: Segundo as pesquisas que fiz na internet, esse tal de Crowley viajou pelo mundo afora. Ele visitou diversos países, entre eles, Hong Kong e Japão.
Otaku 2(perplexo): Hong Kong…a terra natal de Shaoran.
Otaku 1: Além disso, têm a personalidade do tal mago Crowley. Segundo informações na rede, ele tinha uma personalidade que, de certa forma, se assemelhava ao do fictício mago que criou as cartas Clow. E, por fim, um detalhe curioso: você notou que o nome completo do mago da série da CLAMP – Clow Reed (クロウ・リード) – têm uma semelhança fonética com o sobrenome do mago inglês que viveu no século passado – Crowley (クロウリー) – e que, escritos em katakana , a escrita japonesa utilizada para palavras e nomes estrangeiros, leia-se não japoneses) são quase semelhantes?
Otaku 2: É mesmo! Agora que você falou isso, percebi a semelhança entre os dois nomes.
Otaku 1: E mais uma coisa que me veio à mente: lembra da frase que a Sakura usava para transformar a chave em báculo desde o começo da série, até o episódio em que ela passou pelo julgamento final, aquele em que ela enfrentou e venceu Yue, quando o báculo mudou de forma, com aquela estrela na ponta ao invés do símbolo do sol e da lua?
Otaku 2: Ah, eu me lembro sim. Era assim: “Chave que guarda o poder das trevas,…”
Otaku 1: Pois é. No anime, e principalmente no mangá, da série Card Captor Sakura, consta que o poder de Clow vinha das trevas, ao contrário do poder da Sakura.
Pois bem, eu soube também que o tal do Aleister Crowley, o mago inglês do século passado, praticava tanto a magia branca como a magia negra. Algumas pessoas o associavam mais à magia negra, o poder das trevas. Seria essa, possivelmente a semelhança maior entre os dois magos – o fictício e o real? Numa música do Raul Seixas, intitulada “Sociedade Alternativa”, há uma citação tanto ao mago Crowley quanto à uma famosa frase dita pelo mago:”Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei” ,frase essa que algumas pessoas poderiam ter entendido como “faça todo o mal que queres”. De qualquer forma, tanto Clow como Crowley eram excêntricos, como pode ver.
Só não entendi uma coisa… Porque a Shueisha vai primeiro falar com a JBC, se é a Panini que detém a maioria dos mangás da editora.
Na época da Conrad, era ela que tinha a preferência. Pelo que se comenta agora é a Panini, ou só porque JBC tem escritório no Japão fica mais fácil o contato? xD
Eu também não sei, mas sei que é sempre a JBC que recebe primeiro. Isso não significa que a editora tem grana pra segurar tudo o que cai no colo, cada contrato de direitos custa uma bela grana e a JBC não é uma empresa tão poderosa quanto os leitores imaginam. É forte, mas pra se manter assim, precisa de um planejamento muito bom.
e a Shogakugan Shueisha , não tem cacife ou motivação pra comprar? seria a porta de entrada pra entrar na europa e america do sul……. neste cenário seria o fim da JBC
É decisão da Panini escolher pra quem ela vai vender. Mas a VIZ teria pleno poder pra fazer esse negócio, acredito eu. Só que tem uma coisa que quem só vê os mangás ignora. A Kodansha é uma editora muito mais forte que a Shueisha/Shogakukan no geral e já tem bastante negócio oversea.
E a história da Jump estabelecer uma filial na america latina? será q tem chances?
Difícil. Parceria é mais fácil, mas a VIZ, que é o braço ocidental da Shueisha/Shogakukan, não tem mostrado interesse em montar filiais. Mas…
Aff , até o Genkidama com esse Sensacionalismo ?
ai as palavras de uma das editoras-chefe da panini no brasil…
Sim, eu sei. Lê lá no texto. A maior parte é exercício de imaginação.