Manga Reborn faz campanha para localizar mangás obscuros fora do Japão

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Yo!

Essa é uma ideia legal. Bora ver!

O site Manga Reborn, que distribui mangás obscuros, muitos de graça até, faz campanha para traduzir e adaptar mangás para o inglês. Seu principal título é Black Jack ni Yoroshiku, de Shuho Sato, o polêmico autor que criticou o sistema de saúde japonês nesse mangá e depois a própria indústria do mangá em Bokuman e depois na novel Manga Poverty.

Shuho Sato libera os direitos de sua obra mais famosa

Usando um sistema onde os autores decidem se vão cobrar e quanto vão querer por capítulo, o site segue em um ritmo tímido, apesar de ter muitas pérolas, como mangás desconhecidos da Shonen Jump e muitos trabalhos de Moyoko Anno, autora de Hataraki Man (e esposa do Hideaki Anno).

Com campanha no Kickstarter, o Manga Reborn pretende conseguir dinheiro para fazer a tradução e edição de mangás de sucesso em seu site, como a continuação de Black Jack ni Yoroshiku, e disponibilizar material muito difícil de achar mesmo em scans, em inglês, língua que facilita até a transposição para outros idiomas.

Ainda assim, o projeto é apenas para a criação de material digital, não inclui a impressão de nenhum mangá traduzido.

Dentre as categorias, temos uma em que você viaja para o Japão e participa do Comitia, um dos maiores eventos industriais do mangá, com a presença de editoras e artistas.

Página do projeto no Kickstarter

Manga Reborn

O que eu acho? Hm… É simpático, na hora levantei o dedão em sinal positivo, mas depois pensei melhor… Ahn? Hein? Só digital, só em inglês… Não rola nem um mimo físico? Nem um catálogo impresso, nada? Sei lá, eu curto isso, de gente bem intencionada e fazendo a coisa do jeito certo, scan com direitos autorais, com criadores recebendo seus trocados… Mas não me desce na goela você pagar a mais para eles traduzirem um serviço que depois eu vou ter que pagar pra ler. Quer dizer, eu não, mas quem quiser em inglês. Não faz sentido.

Se na premiação tivesse “as dez histórias citadas estarão destravadas para sua conta”, já era de bom tamanho, eu não teria nada pra coçar atrás da orelha. Mas essa pulga que insiste em pular, me diz que os prêmios tão muito caidinhos, sem vida, sem força…

Eu defendo um sistema de mangás na rede no estilo da Netflix ou Crunchyroll, que eu assino e assisto quando eu quiser. Seria lindo, por exemplo, pagar pra poder ler a Shonen Jump de boas. Mas o aplicativo deles, o Jump Live, é bloqueado fora do Japão e eu não manjo dos esquemas e, pra falar a verdade, nem quero ter o esforço. Quero praticidade, coisa que os dois serviços citados me dão, por um preço justo e um conteúdo maior que o meu tempo livre (e olha que o negócio anda feio pra mim).

Daí, ontem eu descobri um sistema chamado Patreon, uma espécie de assinatura crowdfunding. Você apoia projetos à longo prazo, pagando para que o autor dê continuidade. Da mesma forma, você tem prêmios lá. Dá pra usar para criar sistemas de auto-publicação pagos, como também para criar um sistema de suporte para artistas independentes. Por exemplo, o músico David Meshow, que eu acompanho pelo Youtube, que liberou suas músicas e vídeos para se manter via assinantes no Patreon. Assim, ele pode continuar fazendo seu trabalho, tirando uma grana (nada mais justo) e você pode manter ele se acha justo.

Algumas webcomics estão dentro do Patreon, e parece que vão bem.

Página do Patreon

Página do David no Patreon

Existem muitas alternativas para quem quer publicar e pretende se esforçar nisso. Acho que um Crowdfunding pra traduzir mangás ficou um pouquinho fora da ideia, né? (mas podiam fazer um pra pagar as contas de um certo tradutor, né?)

9 ideias sobre “Manga Reborn faz campanha para localizar mangás obscuros fora do Japão”

  1. Fiquei feliz de, ao invés de ser sobre KHR, ser sobre produções independentes. Sou fascinado por esse tipo de coisa.

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