LOVE HINA – Ken Akamatsu – Curiosidades Level Mini

CLMLoveHina

Yo!

Inspirado pelo relançamento de Love Hina pela JBC, eu separei algumas curiosidades básicas sobre Love Hina e seu criador, Ken Akamatsu. Bora ver?

Love Hina se tornou um pequeno fenômeno em sua época. Publicado de 1998 à 2001 nas páginas da Shonen Magazine, a história seria a segunda série de Ken Akamatsu, após um sucesso mediano com AI ga Tomaranai, uma história que tinha claras influências de Video Girl Ai e Ah! Megami Sama, mas no meio de sua produção, já apontava pro caminho de Love Hina. Na história, temos o jovem Keitaro Urashima, que está estudando para as provas de admissão na maior universidade do Japão, a Universidade de Tóquio, a Todai. Ele recebe a responsabilidade de tomar conta da pousada de sua avó, conhecida como Hinata-sou. Mas hoje, o lugar serve de hospedaria à várias garotas.

Love Hina

Cheio de situações quase eróticas, Love Hina brincava com um lado vergonhoso mas ao mesmo tempo sempre se empenhava em aumentar o carisma de seus personagens, inclusive Keisuke. Em geral, esse tipo de história costuma ter personagens masculinos quase transparentes, pois o foco é o harém de garotas. Quanto mais neutro o garoto for, mas fácil de o leitor se imaginar no lugar dele. Mas em Love Hina, a grande sacada é colocar Keisuke como protagonista e você poder torcer por ele.

O nome de Keitaro é uma mistura do sobrenome de Urashima Taro, de uma velha lenda japonesa, com o nome de Keitaro Arima, mangaká de menor expressão.

urashima-kuniyoshi1

Keitaro conhece Naru Narusegawa logo que chega em Hinata-sou. Naru também estuda para entrar na mesma faculdade e apesar de ter uma personalidade forte, muitas vezes dá uma força ao garoto. Na verdade, o nome de Naru não seria esse. Naru deveria ser uma abreviação do sobrenome, um apelido. Mas acabou virando nome a partir de certo ponto. E é bem claro a inspiração em Asuka Langley, de Evangelion, em sua criação. Na verdade, não é apenas isso. Naru recebeu o DNA de criação de outra personagem de Ken Akamatsu. Cynthia McDougal foi uma das personagens mais marcantes de AI ga Tomaranai. Sua primeira aparição no mangá era uma paródia direta do episódio da estreia de Asuka em Evangelion, e o criador também deixa claro a inspiração e já a declarou como verdadeira. Outra curiosidade. Em Love Hina, temos uma personagem com o sobrenome McDougal, Sarah. Sua mãe, Julia, deixa no ar que pode ter alguma ligação sanguínea com Cynthia, conectando as duas séries.

401124

Já deu pra perceber como funcionou as inspirações de Akamatsu em Love Hina? Ele basicamente se apropriou de personagens de outras histórias que ele gostava na época, recolocou os personagens dentro de sua história e adicionou detalhes. Ou senão, homenageou artistas, ilustradores e mangakás que provavelmente conheceu em sua época de dojinshi. Por exemplo, Mitsune recebe o nome da ilustradora Mitsune Ayasaka, enquanto Motoko é inspirada em Sakura Shinguji, do game Sakura Taisen, inclusive com um golpe com o mesmo nome.

165910

O carro de Seta é um Subaru Sambar de quinta geração, modelo Diaz. É um utilitário bem comum no Japão, como a Kombi no Brasil, apesar de ser compacto. A Subaru tem uma linha de carros pequenos que é muito lembrada por ter um certo charme hippie, como o carro de outra série da Magazine, Get Backers, um Subaru 360, que era um concorrente direto do Fusca, apesar de ter recebido muitas releituras. O 360 é ainda a base para o Sambar, da mesma forma que o Fusca e a Kombi.

3061971678_17db28ac58

O anime de Love Hina, produzido pela Xebec, chega a ser uma releitura do mangá. Muita coisa é diferente, muitos personagens foram incluídos, alguns até com participações grandes e relevantes. Foi feito como uma super produção, incluindo muita gente de renome na época como as dubladoras Megumi Hayashibara (que ainda cantava o tema do anime) e Yui Horie, que começava a fazer sucesso na época. Os designs de personagens foram feitos por Makoto Uno, que era um iniciante na época e fez fama a partir daqui.

Mas o mais impressionante é que o roteirista que fez a série animada de Love Hina era Sho Aikawa, usando o nome de Kurou Hazuki (não encontrei romanização, fui pela minha leitura). Aikawa é conhecido como roteirista de Spielvan (o Jaspion 2), Zeoraimer, Jyuni Kokuki e vários outros sucessos, recebendo prêmio de melhor roteirista pela série de Fullmetal Alchemist, a primeira. Ele alterna bastante trabalho com animes e com tokusatsu, onde fez Go-Onger e Kamen Rider Decade entre os trabalhos mais recentes.

1_midi

Love Hina chegou a concorrer ao prêmio de mangá da Shogakukan, um dos mais respeitados, na categoria Shonen. Mas só venceu mesmo o de sua editora, Kodansha.

 

O autor de Love Hina, Ken Akamatsu, começou tarde nos mangás. No colegial, sua paixão eram os computadores e videogame. Somente na faculdade é que ele passou a desenhar e fazer seus mangás, participando de algumas edições do Comic Market. Em 1993, aos 25 anos, ele venceu o concurso de novatos da Kodansha, com Hitonatsu KIDS Game. Sua primeira série foi AI ga Tomaranai, mas seu nome só entrou para a lista dos grandes com Love Hina. Seu mangá mais recente é Negima! e ele anunciou que deve voltar a fazer mangá em breve.

Akamatsu é um caso de nerd que deu certo. No colégio, ele era aquele tipo impopular, foi chefe do grupo de computação. E já naquela época, ele fez um jogo para PC-8801, chamado Paladin, um RPG oitentista.

Além disso, o irmão de Ken Akamatsu, Satoshi (mera coincidência) trabalha na Square-Enix. Ele é programador de música de games como Final Fantasy X, X-2 e Kingdom Hearts. Família nerdeira!

E Akamatsu era nerd demais! Mas ao invés de ficar com vergonha disso, ele foi do tipo que bateu no peito. Em entrevista, ele se auto-intitulou otaku. E por isso, entendia os otakus. Seus mangás sempre miraram nesse público, desde AI ga Tomaranai, onde o protagonista é um aficionado por PCs e tem várias referências à peças e termos técnicos. Seu sucesso e fortuna foram feitos em cima de um respeito pela cultura dos otakus e ele deu a volta por cima.

Em 2002, ele casou com uma mulher 11 anos mais nova e muito bonita, a ponto de ser a inspiração para a heroína de Negima!, Asuna Kagurasaka. Kanon, sua esposa, é sua realização pessoal, o seu “CHUPA, MUNDO” para uma juventude nerd longe das garotas reais. Ela, que viveu distante que qualquer coisa otaku até o conhecer, hoje faz cosplay e o ajuda nos mangás. Ou seja, ele casou com uma menina bonita, 11 anos mais jovem e a primeira coisa que ele ensinou ela foi a fazer cosplay. Digno. Dez de dez na pontuação por otakice.

20070731093240650

Aparentemente, eles se conheceram em uma festa e ele a chamou para sair. Ela aceitou por medo de ele virar stalker. Aparentemente, a primeira impressão de Akamatsu que sua futura esposa teve foi “Kimokatta” (algo como “era nojento”, “era bizarro”), mas algo deve ter dado muito certo. Em três meses, eles se casaram. Não, não vale especular a vida alheia, só porque ele é rico.

Em 2010, junto de amigos da época de faculdade, Akamatsu montou o site JComi, que reúne mangás esquecidos no tempo, que não são mais republicados e transforma em quadrinho digital, disponibilizando de graça na internet, retirando os lucros de propagandas e programas de afiliados. E o carro chefe e primeiro material do JComi foi exatamente Love Hina, que ainda é republicado pela Kodansha e no mundo todo. O site se tornou uma referência no assunto e iniciou discussões sobre o futuro das webcomics que inspiraram outros projetos.

jcomi

Hoje, ensaiando seu retorno à Shonen Magazine, Ken Akamatsu segue como um nerd que realizou seu sonho, ficou rico, famoso, ajudou os amigos e ainda casou com a princesa.

3c33a742

Eu ainda citei Love Hina como um dos dez mangás da minha vida! Leia aqui!

 

5 ideias sobre “LOVE HINA – Ken Akamatsu – Curiosidades Level Mini”

  1. Opa, legal não tinha visto este ainda.
    Que tal então um do Level Lazy do Togashi ?

  2. Curiosidades level mini, mas mesmo assim interessantes!

    Muito legal!
    Há varias pessoas que julgam Love Hina como Harem ecchi… por mais que eu não consiga discordar, eu acho que a serie é mais do que isso, ela mantém os personagens íntegros à suas personalidades… nunca foi uma serie ambigua, a pessoa que lia sabia que o par era o Keitaro com a Naru, e mesmo tento os ecchis na serie, e os problemas amorosos, tudo fazia parte do fluxo da série, o que foi muito bom.

  3. muito interessante essas curiosidades. Love Hina é um bom mangá, e merece ser re-publicado mesmo. pena q axo q nao vou poder compra-lo(não agora). a obra tem personagens cativantes e uma história manera(mesmo sendo praticamente um Harem de Garotas KKKKKKKK). mas é legal. depois vejo se consigo ver o anime quem sabe. Akamatsu realmente deu certo na vida. parabens a ele. e espero vê-lo logo com um Novo Mangá na Magazine

Deixe uma resposta