Lei anti moe para ser votada em breve

AntiMoe

Yo!

A lei anti moe está batendo as portas da realidade.

Oficialmente conhecida como Jidou Porno Kisei Kyouka Hou (Lei de Reforço à Regularização de Pornografia Infantil), esta nova lei deve proibir o uso da imagem de meninas em situações sensuais ou em atos libidinosos. Tramitando no congresso japonês faz um bom tempo, finalmente deve ir à votação, apresentada pelos partidos Jiminto (Partido Liberal Democrata) e Komeito (partido budista, também conhecido como Clean Government Party), mas com o apoio de muitos outros partidos.

A matéria do XIL em que se comenta o início desse projeto de lei é de 2010, três anos atrás, quando ela foi proposta para a região de Tóquio. Agora, é para o país todo, e com muito mais força.

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Não é esse Moe!

O que eu acho? O Japão sempre teve uma lei contra a pornografia um tanto controversa. Ela só fazia menção à genitálias e algumas poucas coisas, criando um mercado pornográfico peculiar, onde quase tudo valia, desde que tivesse mosaico nas partes íntimas. O uso da imagem de menores de idade, inclusive, era permitido desde que nenhuma menina de menos de 18 anos participasse. O que criou um mercado para meninas mais velhas que aparentam ser crianças. Ou ainda para a pornografia virtual, dos animes, games e mangás focados em crianças, o lolicon.

Atualmente, até mesmo revistas de maior circulação beiram o lolicon (ou vão além), com séries cheias de sensualidade entre personagens menores de idade. Tanto que o flagship dessa nova lei é a revista Champion RED Ichigo, uma revista irmã da tradicional Shonen Champion, lar do clássico de Osamu Tezuka, Black Jack.

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Claro que isso pode ir além. No começo dessa lei, artistas famosos defenderam seu lado, mesmo que não fizessem mangás com menininhas, pois isso criaria um precedente de censura que poderia culminar no controle de conteúdo, uma coisa que o Japão nunca precisou até hoje, felizmente. Nos EUA, um caso parecidíssimo aconteceu na longínqua década de 50, quando foi criado o Comic Book Code, órgão regulador de conteúdo de quadrinhos, por conta de um estudo do psicólogo Frederic Whertan que apontava homossexualismo, abuso de menor e outras coisas em quadrinhos de super herói.

Mas eu acho que o melhor regulador de conteúdo do mundo é o bom senso. Se esses materiais existem e vendem é porque alguém gosta disso e compra. Proibir é necessário em alguns casos extremos, mas acho que as editoras é que deviam pensar mais antes de se vincular com materiais de gosto duvidoso. Mas hoje, com a crise editorial que assola o mundo todo, o que vender vale, matando até mesmo a identidade da publicação.

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Demorou pra lei andar, porque é realmente polêmico e os japoneses não aprovam leis a toque de caneta. Tanto que o post original ainda é da época em que meu PC estava em japonês e eu nem tinha acentos!!

Com certeza, este passo na lei japonesa vai cruzar uma linha bem tênue e incerta. Mas vamos continuar de olho!

PS: Partido Budista me deixou tão decepcionado. A versão japonesa da bancada evangélica?

Fonte: Nikkei Shinbum

Leia mais sobre a lei de regulamentação da pornografia infantil no Genkidama!

Gyabbo!

Anikenkai

21 ideias sobre “Lei anti moe para ser votada em breve”

  1. Eu acho e bom, os animes e mangas hoje se importam tanto com sacanagem que nem sobra espaço pra historia, series horrendas como highschool DxD, ikkitousen, Queen Blade e etc… como historias porcas e que segura audiência só usando sacanagem, e roubando o espaço de obras serias e de qualidade.

    Se quer fazer porno faz porno, tem um mercado inteiro só pra porno.

  2. E eu achando que era realmente uma lei anti-moe. Façam isso comigo não, quero segunda temporada de Girls und Panzer. Dá pra fazer moe ficar legal, só ter uma staff competente e um roteirista que saiba escrever e tenha uma visão de mercado no sentido de procurar expandir o nicho habitual de obras do tipo. Fazendo isso, qualquer gênero/tendência pode se tornar interessante mesmo para quem não gosta.

  3. Não estou acreditando no que eu li. Sinceramente, eu nunca vi moe causar algum problema de ordem pública no Japão. Esse pessoal enche o saco, os lolicons não causam nenhum problema(pelo menos, não que eu saiba).
    Já não basta eu ficar doente, agora vem essa.

  4. Apesar de ser um retrocesso a liberdade cultural, eu comemorei essa noticia. Não tenho nada contra o MOE, mas ultimamente 70% dos animes da temporada se resumem a ele.

    Uma vez que seja proibido, isso vai obrigar o mercado de animes a sair da sua “zona de conforto” e a criar obras criativas que possuam uma outra ênfase, de forma que possam sustentar o mercado nessa época negra.

    Tenho a esperança de que voltem a aparecer mais obras genias (o tipo de obra que me faz ver animação japonesa) como Akira, Evangelion, Ghost in Shell, Mushishi, Code Geass, Honey and Clover, etc…

      1. Em nenhum momento comparei a idade dos animes. Ou seja, não se trata de nostalgia. Existia Moe antes, hoje e futuramente vai continuar existindo. A diferença é a parcela do mercado que esse tipo de animação oculpa atualmente. O que aconteceu foi uma explosão na exploração desse tipo de gênero no mercado, pois é um mercado “seguro” para se investir dentro da animação, uma vez que existe o um nicho grande consumindo.

        Sim temos ótimos animes saindo atualmente, mas em menor escala do que em outros anos. Eu acompanho os lançamentos de temporadada desde 2010 e sempre vejo a ENORME quantidade de generos Ecchi e Moe se comparados a outros generos como ação, misterio, horror ou suspense.

        Acho que a próxima temporada (de Abril 2013) vai ser a temporada mais promissora desde 2010, possuindo muitos títulos promissores. Agora, para pra dar uma olhada na quantidade de generos MOE que tem lançando…

        http://i3.minus.com/ibz8l4ubqai5a.jpg ( Temporada Abril 2013)

        É a isso que eu me referi no comentário, o fato de que existe uma inundação de um genero raso devido ao fato de ter um mercado consumidor seguro. E sobre o MOE, não tenho nada contra, mas eu particulamente não gosto, pois muitas delas se apoiam e exploram apenas o Moe, se tornando obras rasas (com exceções, é claro)…

  5. Tá certo! Tem que proibir mesmo essa palhaçada que incentiva a pedofilia. Enquanto o Japão não proibir isso os desenhos japoneses nunca vão ser respeitados.

    Nos ultimos anos os animes só tem piorado com essas merdas de moe e fã-service.

    1. Quanto mais calcinhas, quanto mais moe e quanto mais fanservice, melhor. Ninguém é obrigado a gostar, mas proibir por causa disso é o cúmulo do retardo mental.
      No fim, não vai dar em nada. Nunca dá. Retardados que querem destruir a liberdade de expressão em qualquer meio artístico, apenas por não compartilharem dos mesmos fetiches e gostos, não merecem ser levados a sério. É a mesma escória moralista que deseja censurar jogos com o argumento de que eles influenciam os jovens a sair matando.

      Sairemos rindo desses trouxas, como sempre.

      1. Rapaz, né por nada não, mas não acho incentivo à pedofilia algo que merece ser chamado de “liberdade de expressão”. Agora, tratando-se de um ambiente mais abrangente, envolvendo mulheres adultas, concordo com você: isso não deveria e nem vai ter como ser proibido. O que deveriam estar fazendo é tentando reeducar de algum modo esse tipo de comportamento, porque, como bem disse o Renan, tem MUITO anime atual sendo puro moe e fanservice e isso é um lixo em termos de obra, nada acrescenta, serve apenas pra “atrair testículos”.

        1. Se querem banir esse suposto incentivo à pedofilia, então que não sejam hipócritas e que censurem qualquer outro fetiche e parafilia na ficção, ou até mesmo todos os gêneros da literatura e cinema que também são, supostamente, um incentivo à qualquer coisa ruim para sociedade.
          Não há nenhum estudo comprovando que lolicon incentiva estupradores a molestarem menores. E dissimulados existem em todos os cantos.

          Sobre o anime, se a maior parte do que é produzido hoje é “moe” e “fanservice”, é porque há demanda. Errado é querer proibir isso porque não gostam.

  6. Obras que há pequena exposição como clichês de cai e mostra a calcinha,cair em cima do protagonista,entrar no quarto em quanto se troca também sofreriam com essa lei ?
    digo isso porque a obras que possui esse tipo de cena mais não seguem nesse foco,como caso de To Love Ru

  7. Acho moe ridículo, sem graça e extremamente estúpido.

    Eu simplesmente não leio moe, não há necessidade de censura.
    É a mesma coisa que acontece por aqui, acho que políticos possuem coisas muito mais importantes para se preocuparem.

    1. E quase me esqueço, outro motivo da lei, deve ser para “internacionalizar” as obras. Moe é algo que funciona muito mais no Japão do que no exterior.
      Mas acho, que nesses casos, seria muito mais interessante “promover” aquilo que é mais fácil de exportar (criando incentivos) ao invés de censurar o que não é tão fácil exportar.

      1. Internacionalizar? Desculpa, mano, mas os japoneses não querem nem saber disso. Para eles, que se ferre os ocidentais fãs de anime.

  8. Que coisa triste. Qualquer tipo de censura é a morte da cultura, tomara que uma coisa abissal dessas não passe, mesmo parecendo que vai.
    Só achei meio estranho a chamada da noticia para o que tinha nela, sensacionalismo?

      1. Digo pelo “moe”. Moe e ter putaria são coisas diferentes. A putaria tem moe, sim, mas quando leio o título penso “ixi, vão banir k-on” ou algo do gênero. Mas era só piadinha mesmo.

        1. Ah, mas é o apelido da lei. Porque aparentemente é mais pela pornografia, mas como ele tem “situação sensual” incluído, abre margem pra proibir um Love Hina e To Love ru por exemplo. Mas K-On! todo mundo sabe que é tão inofensivo quanto guerra de travesseiros. O máximo que tem é alguma insinuação de algum pensamento yuri. Mas tudo tem um começo…

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