Funimation no Brasil não faz sentido algum

Yo!

Quais os caminhos do anime no Brasil? Bora ver!

Faz algum tempo, muitas pessoas têm compartilhado uma petição para trazerem o canal gringo Funimation. Parece ser uma extensão de uma petição da América Latina para se criar uma versão em espanhol do canal de animes. A minha opinião quanto a esse movimento é a total indiferença. Vou explicar meu ponto.

A Funimation é a empresa que levou Dragon Ball para os EUA e fez rios de dinheiro com isso. Ela lutou com unhas e dentes para manter o mercado e os direitos das séries que licenciava, para todos os países de língua inglesa. E isso é muito bacana, claro! Ela ficou famosa por coordenar os animes da Cartoon Network e depois, em alguns outros canais, culminando na criação de seu próprio espaço na TV à cabo das gringas.

Mas a grande verdade é que hoje faz cada vez menos sentido investir força e tempo na televisão de ontem. Sim, de ontem, porque nós sabemos que o modelo da TV não funciona mais como funcionou um dia, não na era do imediatismo da internet. Claro que a TV ainda tem uma força enorme culturalmente, mas o movimento é cada vez maior para fora da tela presa e programada. Não é por menos que as TVs à cabo estão em declínio e boa parte dos lares americanos já assina serviços como o Netflix e o Hulu. Em nossa rotina cada vez mais imprevisível e dinâmica, se programar para assistir algo ou ter que esperar meses, semanas, dias ou mesmo algumas horas para ver um capítulo novo de algum seriado é uma contramão da praticidade que aprendemos a abraçar com a internet.

Se pensarmos bem, o que fez não só o Brasil, mas o mundo todo abraçar a pirataria de animes no mundo foi a falta de praticidade do mercado legalizado em relação à constante mudança e velocidade dos piratas. A burocracia do mercado fez os fãs irem para a ilegalidade da pirataria não só por ser “de graça”, mas por ser mais rápido, melhor e ter um feedback inteligente, ao contrário do mercado de vídeo e TV, que sempre teve a imagem de estar emparedado e distante, nos olhando dentro de castelos midiáticos.

O que o Netflix e o Crunchyroll (especificamente para os animes) fizeram no mercado brasileiro é o primeiro golpe certeiro na pirataria. Os serviços de streaming online agregam não apenas a praticidade do modelo “informal”, mas também uma proximidade dos fãs e uma comunicação estreita. E como tudo é mantido por uma quantia bem modesta, mais barata que comprar uma série em DVD pirata, a ideia se espalhou fácil e o que todo mundo dizia – que o brasileiro não quer pagar nada – se mostrou uma grande mentira.

Em um texto anterior, eu falei sobre como o tempo mudou as coisas e que tudo que entalhamos em mármore sagrado ruiu e agora, os dez mandamentos da vida de poltrona são encabeçados pela palavra “praticidade”. É um valor pelo qual nós achamos que vale a pena pagar.

O que você fazia antes não faz mais sentido

Quando muito tempo atrás, eu fiquei sabendo que o Animax iria estrear no Brasil, achei uma coisa fantástica. O canal, do grupo japonês Sony Enterteinment, é uma das referências em anime no Japão. Escrevi sobre isso no AnimePró na época.

Só que isso era em outra época. Hoje, isso é o mesmo que fazer petição para a JVC voltar a fabricar vídeo cassete. Por mais que a TV à cabo tenha uma sobrevida longa ainda, ela precisará se adaptar aos dias de hoje. A própria TV precisa se reinventar para os novos tempos. A internet e seus serviços, pelo contrário, se adaptam cada vez mais, e assistir no computador é só mais uma opção. As empresas de TV à cabo até tentaram usar a politicagem para frear o avanço do streaming, mas vai ser difícil.

O próprio modelo de negócio das televisões, com concessões, negociatas e politicagem para simplesmente veicular seu conteúdo, já precisa ser revisto, em época em que dois otakus babões com uma câmera podem criar um canal no Youtube e ter mais de 17 mil inscritos. Hoje, o público está aprendendo a ir atrás de seu conteúdo favorito, escolhendo o que quer assistir, quando e onde. Amanhã, os velhos serão os jovens de hoje. Todo mundo já vai saber como fugir da prisão da programação. Isso se os velhos de hoje já não aprenderem, porque está cada dia mais fácil.

Nesse mundo, suar a camisa para trazer um canal fechado de TV não me apetece. Eu lutaria por qualquer causa que valesse, e é por isso que alardeio aqui o Netflix e o Crunchyroll, que merecem e a cada mês, cada temporada, aumentam seus catálogos e melhoram o serviço. Ao Funimation, se quiser vir, que venha. É uma empresa grande o suficiente para ter seus planos de expansão. Mas se vier, vai ter que lutar pela minha atenção, e isso não vai acontecer com animes obscuros de dez anos atrás.

Vale lembrar que a Funimation tem um canal de streaming também. Aliás, acho que esse canal é o motivo de muitos animes não estarem na grade do Crunchyroll, já que a empresa tem o perfil de pegar exclusividade sobre os títulos. Só que a Funimation cobra on Demand, ou seja, você pagar por vídeo…

 

Então, fica aqui minha opinião. Prefiro pagar 50 reais em dois ou três bons serviços de streaming e ter a liberdade de me programar do que pagar 50 num contrato complicado e cheio de “poréns” que vai me escravizar e encher de propagandas o meu tempo precioso. Mas boa sorte para quem ainda quer um canal de animes em uma realidade como a que estamos vivendo hoje.

Crunchyroll em português.

Netflix em português.

22 ideias sobre “Funimation no Brasil não faz sentido algum”

  1. Bom, eu adoraria que o Funimation viesse pro Brasil, não importando se fosse na TV aberta ou fechada, pois eu já tenho TV à cabo e sei que a maior parte do Brasil também tem. Muitos podem dizer que animes não dariam audiência no Brasil, mas quem diz isso está gravemente enganado, pois no Brasil há uma grande quantidade de Otakus, sejam crianças, adolescentes ou até mesmo adultos. E sobre o assunto de Streaming e pirataria, é, você está correto, mas existem pessoas que não gostam de assistir animes legendados, outras não têm acesso a Internet (uma pouca quantidade), e também sei que há poucas pessoas que não podem pagar TV à cabo, mas para essas, há o SBT, que ainda passa um ou outro anime de vez em quando, mesmo sendo censurado. De qualquer forma, eu apoio a vinda da Funimation ao Brasil.

    1. Eu concordo com vc e acho que um canal de animes como o funimation abriria portas para inúmeras possibilidades, colocaria uma cultura que só otakus tem e introduziria aos jovens ao mundo dos animes que de ruim não tem nada.
      Ps: A qualidade de imagem e áudio seriam colossais e também vc não teria que esperar para baixar um anime ou esperar ele carregar na sua tela que muitas vezes é sempre em mp4.

    2. Eu também concordo, até porque dublagens regionais fazem muita falta.
      Outro motivo é que, como o próprio post disse, muito anime licenciado pela Funi não tá no Crunchyroll, apesar de que agora as duas empresas fizeram um acordo, mas não sei se isso vai afetar nós Brasileiros já que não temos a Funi aqui no Brasil.

  2. então seis viram play TV animes cara é bom , bem eu não vou reclamar quanto mais gente gostando de anime melhor pra mim afinal uma coisa em que animes na TV vão nos atrapalhar, gente sem mimimi , e se pensar a maior parte do pulico do Play são nerds e otakus então quase não sai do nosso circulo.

  3. Estou de acordo Sakuda, onde é que eu assino?

    Acho que o caminho é esse mesmo, principalmente quando se trata de público jovem, que geralmente é o alvo das animações em geral. A TV pode ainda ter uma audiência boa, mas creio que seja uma maioria adulta, que está acostumada à telinha desde sempre.

    Mas espero, além de um serviço de qualidade (ainda é pedir muito?), que no futuro a distribuição desses desenhos continue concentrado em poucos serviços. A ideia de ter “uma conta na X para os animes A, B e C, outra na Y para os animes D e E, e etc.” me causa arrepios.

    Um abraço.

  4. E agora kil la kill eh em português pelo daisuki 1 ou 2 anos tudo legendado, e com o tempo poderemos até dublar as animações , nenhuma critica a internet eu até prefiro ela más devemos nos adaptar melhorar e fazer coisas acessíveis a um publico cada vez maior ,pois isso de só ter material legendado ja teve na tv, hoje ela fala por si só bem agora , a unica coisa a se fazer é almentar o publico más não se esquecer de que eles são,Otakus nerds e adoram coisas em linguás estrangeiras mas para aqueles que preferem as vozes como a do GOKU e SEIYA .

  5. E agora kil la kill eh em português pelo daisuki 1 ou 2 anos tudo legendado, e com o tempo poderemos até dublar as animações , nenhuma critica a internet eu até prefiro ela más devemos nos adaptar melhorar e fazer coisas acessíveis a um publico cada vez maior ,pois isso de só ter material legendado na TV e hoje ela fala por si só bem agora , a unica coisa a se fazer é almentar o publico más não se esquecer de que eles são,Otakus nerds e adoram coisas em linguás estrangeiras mas para aqueles que preferem as vozes como a do GOKU e SEIYA .

  6. Quando era pequeno meu sonho era ter uma TV a cabo,porque assim poderia meus desenhos quem nem passavam na TV aberta.Porem eu cresci e amigos meus começaram a em prestar DVD,e depois consegui internet comecei ver online tudo.quando perguntam se eu vou ter TV a cabo e u falo que não ,pois não haveriam vantagem para mim.pouco seria a programação que iria assistir .seria um desperdício de dinheiro onde poderia gastar em outras coisas

      1. Cara, eu sou louco por uma TV a cabo que você possa assinar SOMENTE canais de esporte!

        Nem downloads eu faço com tanta frequência mais.

        Crunchyroll e Netflix #seuslindos

        Assino com prazer!

  7. Eu concordo com a abertura de uma filial brasileira da Funanimation, não para serviços de TV a cabo, mas sim para a publicação de BDs e DVDs de anime de qualidade no Brasil. Concordo plenamente que os tempos são outros e a praticidade de serviços de streaming é tentadora, mas muita gente ainda guarda no fundo de seus corações o espírito de cheirador de capinha. E são essas pessoas que querem poder olhar parar sua estante e ver, além de mangás, uma coleção de BD’s/DVD’s da sua série preferida. Além do mais, é triste ver grandes séries serem lançadas com qualidade porca no Brasil, como foi o caso de Rebuild of Eva. A falta principalmente de divulgação fez com que o BD de Eva 1.11 não chegasse a vender 1000 cópias, o que levou a Paris Filmes a lançar o 2.22 somente em DVD. Fora que a dublagem e o timing das legendas, além dos cuidados com o menus de ambos os DVDs(1.11 e 2.22) estavam, literalmente, JÊNIAIS(e olha que, pessoalmente, não sou enjoado quanto a dublagens). Nem sei se desejo realmente ver o 3.33 sendo lançado no Brasil… O difícil é que este problema da qualidade tange várias outras áreas no Brasil.

    1. Nesse sentido pode ser uma boa, Bruno. Mas acho que envolve outros problemas o fato dos DVDs de anime não venderem tão bem aqui, ouvi dizer que distribuição de DVD consegue ser pior que a de impressos aqui. E como o mercado tem a mania de baixar preço pra esvaziar estoque logo, a margem de lucro cai muito e alguns produtos, o lucro é só pra diminuir o prejuízo.

      Mas é só ver o que rola com filmes e séries. Elas devem vender bem o suficiente, porque até tem rolado algumas edições especiais aqui.

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