Yo!

Não, não é post pago. Imagina. Eu só trabalho lá! Bora ver!

Os grandes destaques lançados no Anime Friends pela NewPOP, Puella Magi Madoka Magica e Eu Mato Gigantes são a cereja no bolo do trabalho de buscar bons materiais, acessíveis e bem feitos. De alguma forma, eu coloquei minhas mãos fétidas e cheias de dedos nesses projetos e posso falar, com orgulho disso. São duas obras que eu realmente me orgulho de ter participado de qualquer forma.

Madoka não foi simplesmente o título mais badalado de 2011, com um anime muito bem feito. Ele teve um projeto todo para se tornar algo grande, mesmo antes de sua concepção. O mangá já fazia parte desse projeto e foi produzido em paralelo. Por isso, ele tem algumas diferenças sutis de roteiro, porque seguia o mesmo script mas interpretava de forma diferente. O autor, HANOKAGE, explica que não tinha detalhes da produção mais ou menos pela metade do mangá, porque o anime também estava sendo produzido e não tinha nem os storyboards. Isso acaba gerando uma nova experiência, uma forma completamente diferente de ver a história de Madoka.

Pra mim, foi uma experiência diferente da maior parte dos fãs, pois eu vi o anime só depois de terminar de traduzir o mangá. Talvez a emoção de ver certos momentos animados de forma diferente do mangá não seja passada da mesma forma pra você que já assistiu o anime e faria exatamente o inverso. E o Kyubei realmente pode ser mais chocante para quem ver o mangá, que é muito mais assustador nesse sentido.

A leitura do mangá é obrigatória pra quem viu o anime. Pra quem não viu, eu acho que é uma boa forma de conhecer a história, porque o mangá é muito mais fácil de ler que assistir o anime.

I Kill Giants foi traduzido para Eu Mato Gigantes. Parece uma história de fantasia baseada em animes e videogames, mas a cada capítulo isso vai mudando e alcançando um patamar muito maior. Como eu só cuidei de uma das revisões, não cheguei a lidar diretamente com o original de Joe Kelly, conhecido pelo trabalho em X-Men e Ben 10. Esta história foi feita para sua filha.

Uma menina estranha, que vive em sua própria fantasia, tão imersa, tão profundamente conectada à suas mentiras que você, como leitor, começa a duvidar se a mentira não é o mundo real em que ela aparentemente vive. E sua única amiga começa a fazer essa mesma pergunta. Barbara continua alheia ao que todo mundo pensa, porque está muito ocupada lutando com gigantes.

A sensibilidade da trama, misturada por um traço pop, te fazem entrar e sair da fantasia de Barbara a todo tempo, sem saber o que esperar. A arte de JM Ken Nimura é uma coisa doida. Lembra animes de traços rápidos, tipo Gurren Lagann ao mesmo tempo que lembra Calvin e Haroldo. E as ideias de design dele são malucas, cheias de ideias saídas do nada, controladas por Kelly (Ah, o volume inclui um extenso material extra, com anotações e esboços!). É bacana de ver, e eu não costumo ter saco pra extra de coisa alguma.

Não a toa, Eu Mato Gigantes ganhou o prêmio de melhor quadrinho independente de 2008. E realmente merece ser premiado! Fazia tempo que eu não chorava com um final de qualquer quadrinho, ainda mais um com essa cara de pop malucão. Abra as últimas páginas devagar.

Além dos dois, Red Garden chega à reta final. Também é um material que eu só revisei, mas que é muito bom. Tá além do que eu esperava. Parecia ser uma série mais ou menos que safadamente adapta um anime que fez sucesso lá em 2005. Mas além de tomar um rumo diferente do anime, o mangá ainda explora com mais intensidade o lado mais íntimo das personagens.

Na trama, quatro garotas que não se conheciam apesar de estudar na mesma escola se unem por um único detalhe em comum: a amiga, Lise, que foi brutalmente assassinada. Só que isso acaba indo pior do que aparentava ser e elas também são assassinadas e depois obrigadas a voltar com a missão de lutar contra monstros zumbis.

O clima tenso é intensificado com a arte do mangá, completamente feita com traços, sem retículas, tão detalhado e cheio de tons que você só percebe isso depois de olhar com mais atenção. Se reparar em cada quadro, em cada personagem, vai ver um esmero em criar um ambiente real, cru, que contrasta ainda mais com toda a bizarrice da situação. O aspecto psicológico da trama também é um diferencial ao anime que vale a pena conferir. Certas cenas montam as personagens com sutilezas e até mesmo os monstros recebem sua carga de drama.

O quarto volume, que fecha a história, deve sair mês que vem (se minhas contas não estão erradas).

E dia 20, sábado da segunda semana do Anime Friends, rola uma palestra com o Júnior, editor e dono da NewPOP, falando sobre os títulos lançados, sobre USAGI DROP, que vai ser lançado no segundo semestre e sobre material autoral, que a editora está buscando no mercado nacional para criar um catálogo original.

E ainda tem o Gate 7, Kimba 1 e 2, o livro e o mangá de 1 Litro de Lágrimas, Hetália 3 (que deu um trabalho da porra pra editar)… O stand mesmo tá muito lindo, quando eu conseguir uma foto, vou atualizar (vi a pré montagem, não valia a pena tirar foto ainda). Vai pro Anime Friends? Visita o stand da NewPOP e leva esses mangás, aproveita pra completar a coleção de outros e se eu estiver zanzando por lá, pode puxar papo à vontade! Confirmado mesmo, essa sexta da primeira semana e no sábado da segunda semana, vou estar lá pra dar uma olhada geral e quem sabe até fazer alguma coisa de produtiva, né? Hehehe!

O Anime Friends especial de 10 anos acontece em São Paulo, no Campo de Marte (Metrô Carandiru) à partir de hoje, dia 11 de Julho, até dia 14 em sua primeira semana. A segunda começa dia 18 e vai até dia 21. Dá pra comprar ingressos na porta ainda e o lugar é muuuito grande, cabe gente pra caramba.