A Origem da Enix – Parte II de III

Segunda parte do texto de Pedro Henrique Corujeira, falando da Enix, a softhouse que criou Dragon Quest! Bora ler!

Voltando no tempo, mais precisamente, em 1985 (um ano antes do nascimento de Dragon Quest) a Enix transportara ao Famicom dois de seus jogos mais populares: Portopia Renzoku Satsujin Jiken e Door Door. Lembram-se deles? Espero honestamente que sim! Pois ambos os títulos são divisores de águas na área do desenvolvimento de jogos eletrônicos; Portopia é considerado a primeira visual novel da história dos games e também o primeiro adventure, enquanto Door Door vencera em segundo lugar o bem sucedido concurso de jogos da Enix.

E falando de “ports”… Eu acabo de me lembrar de que não comentei a jogada magistral de Yasuhiro Fukushima (o presidente da Enix, naquele tempo) para dar vida aos cobiçados jogos de sua empresa – falha minha, devia ter falado disso na primeira parte do artigo, só que por algum motivo eu me deixei passar batido, me desculpem.

Então, a Enix conforme já falei e todo mundo já sabe, é uma softhouse japonesa bastante conhecida na indústria dos jogos eletrônicos, principalmente, por conta da saga Dragon Quest. Porém, o que muita gente não sabe, ou não sabia é que ela trabalhava por meio de “royalties.

Agora, partindo do pressuposto de que você sabe ou pesquisou no link o que são “royalties”, vamos a um exemplo prático: Portopia e Dragon Quest são marcas pertencentes à Enix e seus respectivos criadores (Yuji Horii e Koichi Nakamura), todavia, esses e outros títulos da produtora não foram, necessariamente, desenvolvidos por ela. No caso dos ports de Portopia e Door Door o desenvolvimento ficou a cargo da Chunsoft outra softhouse que recebia um percentual dos lucros obtidos em cima das vendas dos jogos, como pagamento pelo serviço prestado.

E aí que entra a Enix, no papel de Publisher cujo objetivo é divulgar e lançar no mercado “aquele” jogo desenvolvido pela empresa parceira – no caso da Enix existiam outras softhouses parceiras além da Chunsoft, das quais vale citar a: Tri-Ace (Star Ocean), Quintet (Soul Blader) e a Givro (Wonder Project J).

Interessante, não? Mais interessante que isso, é saber que a tal Chunsoft foi criada por ninguém menos do que: Koichi Nakamura. Isso mesmo, o homem por trás de Door Door o primeiro game da Enix. Nakamura fundou a empresa em 1984 e nela se responsabilizou pela concretização dos cinco primeiros episódios de Dragon Quest. Atualmente, a softhouse é conhecida dos fãs de RPG eletrônicos por seus trabalhos na franquia Fushigi no Dungeon e o spin-off de Pokémon, Pokemon Fushigi no Dungeon.

Esclarecidos os fatos que antecedem as origens de Dragon Quest – o carro-chefe da Enix – é chegada a hora de desbravar o que ocorreu após o seu lançamento. Afinal o game serviu – e ainda serve – de base para muitos RPGs eletrônicos antigos e modernos.

A fim de ilustrar a importância do jogo no cenário gamer japonês e consequentemente responder “o que ocorreu pós seu lançamento”, esse que vos fala correu atrás dos “números”, assim fica mais fácil compreender a magnitude da coisa. Em 2006, a EDGE (conceituada revista de games norte-americana) publicou em seu site uma votação feita pelo público japonês (formada por leitores da revista Famitsu) que elegeram seus 100 games favoritos! Só no top 20 constam 5 games da série Dragon Quest.

O trabalho de Horii, Toriyama, Sugiyama e Nakamura só encontrara um inimigo a altura na batalha pela preferência do público japonês: o primeiro game da série Final Fantasy (1987), da rival Squaresoft (1983). Em 1987, quando a criação de Hironobu Sakaguchi ganhava vida, a Enix lançava o segundo capítulo de DQ, Dragon Quest II (1987) e no ano seguinte repetindo a fórmula lançou outro capítulo da saga, mas com Dragon Quest III (1988), fechava-se o primeiro “arco” de sua história focada no guerreiro Roto; todos os títulos citados acima foram lançados para o Famicom da Nintendo – console felizardo, não?

Pois bem, para aqueles que achavam que a safra de bons RPGs do Famicom havia terminado, a dona Enix providenciou um presente de despedida digno do console: o quarto episódio de DQ, Dragon Quest IV. Já pela softhouse rival (a Squaresoft) tivemos: Final Fantasy II e III rivalizando pau a pau com os quatro capítulos de “Aventura do Dragão” – estava cansado de abreviar “DQ”, peço que entendam.

Na semana que vem se eu ainda estiver vivo (momento dramático), eu juro que estarei de volta para finalizar este artigo com sua terceira e última parte! Na qual vamos falar da geração Super Famicom (Super Nintendo) e Playstation… Antes de a Enix unir forças com a Squaresoft (?)

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